Lapsos de Memória



Abriu os olhos, cansada.

Tudo o que viu foi a luz do dia invadir o quarto pela janela, o quarto, antes arrumado, agora se encontrava de cabeça para baixo. Suas roupas estavam jogadas ao chão junto as de Harry.

Harry! Sim, estava deitada em sua cama, sua cabeça deitada no peito do rapaz e seu corpo envolvido pelos braços dele.

Pela primeira vez em muito tempo, Hermione sentiu-se segura, protegida, e realmente adorou aquela sensação.

- Mi? Acordada já? – perguntou Harry sonolento, afagando os cachos morenos dela.

- Sim, dormiu bem?

- Dormir não foi exatamente o que eu fiz durante a noite – disse malicioso – Mas sim! Essa foi a melhor noite da minha vida.

Ela o beijou carinhosamente.

- Bem, vamos levantar?

- Hum, preferia ficar mais um pouquinho com você aqui, é domingo mesmo...

- É, tem razão, mais um pouco não vai fazer mal.

- Eu não quis dizer mais um pouco, eu quis dizer o domingo inteiro – ele sorriu malicioso.

- Bem, até a hora da detenção, tudo bem.

- E depois eu durmo aqui!

- Enlouqueceu Harry? Noites como essa não vai poder ficar se repetindo assim, nós podemos ser expulsos se alguém descobre.

- Ok, ok... Eu ainda tenho tempo pra te convencer.

Aquele comentário corou Hermione e rendeu a Harry um tapa no peito nu.

- Ai, isso doeu!

- Era a intenção, agora, pega o jornal pra mim? – pediu, apontando a estante ao lado de Harry.

- Porque eu deveria?

- Porque eu vou ficar a tarde inteira aqui, só com você...

- Agora a proposta me pareceu interessante.

Ele sentou-se na cama para pegar o jornal, com os lençóis cobrindo seu corpo até a cintura, e depois voltou a se deitar e aconchegar a cabeça de Hermione em seu peito.

Ela abriu o jornal e começou a ler, com calma, todos os artigos, enquanto Harry fechava os olhos, tentando voltar a dormir.

- Por Merlin – exclamou Hermione, subitamente.

- O que foi?

Harry abriu novamente os olhos e pode ver a expressão assustada da namorada.

- Olha isso Harry! – disse entregando-lhe o jornal comprado em Hogsmead – Fenômenos fisiológicos atacam o mundo bruxo.

- Estranho... Nunca tinha visto tanta tragédia natural em tão pouco tempo.

- Não são tragédias naturais Harry! Esses fenômenos devem se ataques de vampiros, gigantes, dementadores e até mesmo os comensais. O Primeiro-Ministro trouxa não deve estar querendo assustar a população, estão camuflando a situação.

Harry voltou a se deitar, dessa vez encarando o teto de maneira pensativa. Hermione se vira para o namorado, segurando o lençol a altura do busto, ela usava a outra mãos para acariciar os cabelos dele.

- Tenho que acabar com ele logo, não é? – diz incerto, sem encara-la.

- Nós temos Harry... Nós vamos – disse enfática.

O rapaz sorriu para a namorada e volta a fechar os olhos e acariciar os cabelos da mesma.

- Mione.

- Sim?

- Me promete uma coisa?

- Prometo!

- O que acha de...

- Desembucha Harry!

- O que acha de sair de Hogwarts e... Bem, promete que vamos sair de Hogwarts e nos casar? – pede carinhoso.

- Não acha que seriamos novos demais pra isso?

- Não... Eu tenho medo que alguma coisa aconteça... Quero aproveitar o máximo enquanto posso.

Hermione não consegue conter um sorriso feliz e logo confirma.

- Então eu prometo sim.

Harry acompanhou a morena, sorrindo também.

Ela virou-se para observar a expressão serena dele.

- Mas eu quero uma coisa em troca – seus olhos ameaçar marejar – Quero que prometa que não vai... Que não vai me deixar.

- Mione, eu não sei se...

- Só prometo se você prometer.

Ele pareceu pensar por um momento, mas logo consentiu.

- Ok, juro que não saio mais de perto de você.

Ela sorriu e o beijou, causando novamente aquela sensação de frio e quente, leve e pesado, azul e vermelho, céu e inferno.

Mais uma vez iniciaram aquela troca de carinhos que tanto lhes proporcionava felicidade. Não sabiam dizer por quanto tempo ficaram trocando beijos e caricias, a única certeza que ambos tinham era que se amavam.



- Oras Rony, nos estávamos... Er... Sabe, estávamos lá! – disse Hermione, apontando para sua direita, surpreendida pela pergunta do ruivo.

- Na janela?

- Claro que não... Na, na...

- Estávamos no jardim – respondeu Harry.

- Hum... É, lá eu não pensei em procurar vocês, mas vocês bem que não precisavam ter sumido desse jeito.

- Não reclame, nós não fazemos isso quando você some com a Luna – disse Hermione, sentindo-se vitoriosa ao ver o amigo corar.

- Eu não vi a Luna hoje o dia inteiro... O seboso deu um trabalho dos difíceis pra ela fazer. Foi o que ela e a Alyne passaram o dia fazendo na biblioteca.

Hermione suspirou, agradecendo a si mesma por já ter feito todos os deveres e não estar como Harry e Rony, que terminavam os deveres da semana.

- Bom, eu vou indo, ainda tenho que fazer detenção! – disse se levantando e recolhendo alguns livros sobre a mesinha de centro.

- Vem aqui – pediu Harry.

A morena riu divertida enquanto ia até o namorado.

Ele lhe deu um selinho carinhoso e aproveitou para sussurrar em seu ouvido:

- Te espero no seu quarto?

- Vai sonhando meu bem! – disse provocante.

Ela deu um rápido tchau para Rony e saiu apressada em direção a sala de DCAT. Ao virar em um dos vários corredores, Hermione acabou trombando com alguém que vinha correndo da direção oposta.

- Ai! Vê se olha por onde anda.

- Cala boca sua sangue-ruim!

Ela levantou o olhar para encarar a pessoa que falava.

Draco Malfoy era a pessoa que se encontrava a sua frente. Ele segurava o braço direito com força, como se sentisse dor.

A morena rapidamente puxou o braço do garoto e novamente apalpou toda a extensão de pele pálida dele, vendo que não havia nenhum sinal de cicatriz ou sequer tatuagens.

- Você esta mesmo pirando de vez, né? – perguntou com desdém.

Sem responder ela se levantou, ajeitando os livros nos braços, e voltou a corrida em direção à sala da Profª Sulliver.

Um Malfoy confuso assistiu voltar a correr pelos corredores.

- Malfoy, o que faz aqui?

- Eu que perguntou Chang, que eu saiba você deveria estar na enfermaria se recuperando da surra que tomou da Granger.

- Estava, mas quis dar uma volta...

- Então me de licença, estou com pressa.

- Ai, vai estúpido, eu também tenho mais o que fazer.

Irritados, cada um seguiu por uma direção.


- Trouxe o que pedi?

- Sim, aqui esta – disse Hermione, depositando os livros que havia separado sobre a mesa da professora.

- Ótimo, então acho que podemos começar – a mulher sorriu.

- Hã, por onde, exatamente, eu devo começar? – perguntou Hermione.

- Procure por dados de feitiços antigos nesses livros – disse apontando os que ela havia levado – Enquanto isso eu vou montando a aula. Procure achar os que eu possa usar como exemplo.

- Ok.

Hermione sentou-se no chão, dizendo ser melhor para analisar os livros. Ela começou a folhear um por um dos livros, anotando os nomes de feitiços que nunca ouvira antes em um pequeno pedaço de pergaminho, pretendia checar os nomes com a professora depois.

Alguns nomes de feitiços lhe despertou muita curiosidade, alguns ela chegou a passar por cima do receio de atrapalhar a professora para perguntar sobre o encantamento. A mulher sempre lhe respondia com um sorriso carinho e até mesmo maternal, voltando depois ao seu trabalho.

Hermione sentiu-se fascinada com aqueles livros, eram realmente muito bons. Um dos vários feitiços sobre os quais a morena nunca lera antes era um chamado Revelis.

- Ah, esse não faz parte da magia antiga não, é apenas um feitiço que serve para revelar marcas, cicatrizes ou outras coisas do tipo que as pessoas escondem com magia, uma cicatriz causada por um acidente por exemplo, pode ser camuflada por um feitiços, o Revelis cancelaria o Feitiço de Ocultação.

- E é um feitiço fácil?

- Muito, é o inverso do effacir - disse antes de voltar sua atenção aos pergaminhos a sua frente.

Vendo que a professora se maninha compenetrada em suas anotações, Hermione discretamente tirou a varinha do bolso, regaçou a manga do braço direito e apontou a varinha para a cicatriz.

- Effacir - sussurrou.

Uma fraca luz cor-de-rosa saiu da ponta de sua varinha e envolveu seu braço. Ao se dissipar, não havia mais nenhuma marca no braço da garota.

Pronto, agora poderia sentir-se melhor ao andar com uma blusa sem mangas, não tinha mais a tatuagem para atrair olhares.

- Revelis - murmurou, apontando novamente para o braço.

Uma outra luz, dessa vez um rosa bem mais claro envolveu toda a extensão do seu braço, fazendo novamente surgir a marca, no mesmo lugar onde estava antes.

O que, de fato, assustou Hermione foi uma manca negra que apareceu em sua mão. Esta não tinha forma, e parecia ter escorrido antes de secar. Logo abaixo dos dedos, mais ou menos no pulso, ela pode ver sangue, apesar de nenhum corte, havia sim um pouco de sangue já coagulado, como se tivesse sido esfregado nela.

- Srta. Granger, se machucou?

- Hã? Ah, não, não se preocupe professora, é só tinta vermelha... Eu... Eu me sujei com o tinteiro do Rony.

A professora sorriu e voltou a observar os papeis.

- Lumus – disse baixo, ascendendo uma luz na ponta de sua varinha.

Só com essa iluminação Hermione pôde notar a forma que tinha a mancha negra em sua mão, ela parecia ter sido borrada.
Malfoy..., pensou, tocando novamente o braço com a varinha, conjurando o feitiço de effacir e sumindo com todas as marcas de seu braço.

Com a cabeça a mil, Hermione voltou a vasculhar os livros a procura de feitiços antigos, sentindo dificuldade agora.

Foi folheando rapidamente um desses livros que Hermione se deparou com uma palavra estranha, uma palavra que já ouvira antes, que parecia ser o nome de um feitiço, mas acima de tudo, uma palavra que, ao ser lida, provocou uma forte pontada de dor na cabeça da morena seguida de uma seqüência confusa de flashs.



– Como você é idiota – exclamou com desdém – Me diga, achou realmente que iria conseguir me matar?

– Granger... Como, como você? – ele olhava assustado para a garota que agora tinha um porte diferente e um tom de vitória na voz.

– Granger? É esse o nome da minha herdeira? – perguntou mais para si mesma do que para o bruxo – Ah sim, eu posso ver na mente dela, Hermione Granger é seu nome.

– Herdeira? Você... Não, não pode ser, é apenas uma lenda – exclamou confuso.

– A lenda esta prestes a se tornar realidade.

– Você, você é... Elizabeth?

– Helen Elizabeth Rhys – completou – Ora, justo você, herdeiro de Salazar Slytherin, deveria me conhecer melhor do que ninguém.


– Estupefaça – berrou furioso.

– Desipare Incatatum – gritou fazendo um gesto com as mãos.
Em poucos segundos o feitiços se dissipou no ar.

– Vejo que sabe usar magia antiga – Voldemort disse apontando a varinha para ela – Bom pra você, os feitiços antigos são muito poderosos. Avada Kedavra.

– Sei usar magia nova também, basta olhar nas memórias dessa garota – disse desviando das faíscas – Expeliarmus.

Logo o feitiço atingiu o bruxo e sua varinha voou longe.

– Sua...

– Calado – disse gesticulando, em seguida uma luz saiu da garganta de Voldemort e foi até a mão da bruxa, onde se transformou em uma pedra rosa.

O bruxo tentou completar a frase, mas a sua voz não saia.

– Desculpe – disse fingindo arrependimento – Fui obrigada a retirar sua voz, ela já estava me incomodando.


O centauros avançavam furiosos pelo chão, enquanto as companheiras voadoras cortavam os ares velozmente em sua direção.

A garota já não conseguia enxergar direito, já que a palavra, juntamente com os outros estranhos desenhos, tampava a maior parte do seu campo de visão. Ela estendeu a mão para frente tentando tocar os símbolos, mas nesse exato momento, todos desapareceram, e uma voz ecoou, gritando, pela sua cabeça.

– Glacius! – gritou junto com a voz, sem hesitar.

Logo, um vento frio invadiu o lugar, indo rápido e forte em direção aos inimigos. No começo, nada parecia acontecer, mas com o passar de algum tempo, as arvores que davam entrada à floresta foram cobertas por uma massa branca, os centauros começaram a diminuir a velocidade do galope, e as harpias perderam altitude. Pouco depois, as abeis voadoras despencaram do céu e caíram pesadamente no chão e os centauros pararam seu galope, parecendo paralisados.

O vento cessou e logo tudo ficou em silencio, o hipogrifo já estava se pé, se debatendo e tirando de cima do corpo, o que parecia ser neve.

O tempo agora estava frio de forma que parecia cortar sua pele como finas navalhas, a garota recolheu os braços se abraçando, com os lábios tremendo, mas sem saber dizer ao certo, se por frio, ou se por estar ligeiramente assustada.


- Glacius? – perguntou a si mesma.

Aos poucos tudo começava a fazer sentido. A perda de memória, a forma como agira com Voldemort e depois com Cho. De repente as peças daquele quebra-cabeça começavam a se encaixar.

- Perfeito Srta. Granger, o Glacius é um ótimo exemplo de feitiço antigo, alias, vejo que já anotou muitos nomes. – disse Profª Sulliver.

Só então Hermione se lembrara onde estava, com quem e fazendo o que. Decidiu aproveitar de sua companhia para descobrir mais sobre tudo aquilo.

- Professora?

- Sim?

- Esse Glacius... Se é uma forma de magia antiga, antão deve ser bem difícil de conjura-lo, certo?

- Hoje em dia consideramos impossível, mas na época em que a magia antiga era praticada com facilidade, mais ou menos nos anos em que esta escola foi criada, Glacius era um feitiços capaz de congelar tudo em um raio de dois quilômetros da pessoa que o conjurava. Havia lendas sobre bruxos que conseguiam transformar o verão em inverno com esse feitiço, hoje em dia sabemos que isso não era possível.

- A senhora sabe quanto poderoso um bruxo deve ser para usá-lo?

A mulher lançou um olhar desconfiado a Hermione.

- Porque pergunta?

- Er, nada... Só curiosidade.

A mulher sorriu.

- Já esta tarde e a Srta. já fez um ótimo trabalho aqui, acho melhor que vá se deitar, caso contrario não acorda para nossa aula amanha – disse maternalmente.

- Esta bem... Eu deixo os livros aqui?

- Não, pode levá-los, assim poderá pesquisar sobre mais alguns feitiços antigos e depois ainda darei outra pesquisa que poderá fazer com estas mesma referencias.

A morena assentiu dando seu melhor sorriso forçado, enquanto recolhia os livros, ainda pensando nos flash de memória que havia recuperado e sobre a mancha negra no braço.

- Boa noite professora.

- Boa noite Srta. Granger.

Hermione saiu apressada, rumando em direção à sala comunal.

Ela definitivamente não estava bem. Desde que lera sobre o feitiços a poucos minutos sua cabeça latejava, como se esforçasse para se lembrar de alguma coisa, mas não conseguisse.

Ao virar em mais um corredor, sentiu um forte dor na barriga, como se alguém a tivesse chutado. Hermione contraiu-se de dor e ajoelhou no chão, deixando os livros caírem no chão.

Seus braços começaram a adormecerem, enquanto sua vista ficava turva e logo melhorava, repetindo a seqüência seguidamente.

Ao sentir-se endurecer como pedra, a morena apenas avistou um vulto no final do corredor, e em seguida deixou-se desmoronar, perdendo a consciência antes de sentir seu corpo tocar o chão.



*****



- Rony, você viu a Hermione?

- Não, ela não foi cumprir detenção? – perguntou Rony, dando mais atenção a partida de Xadrez que disputava com Gina.

Harry, que descera do quarto de Hermione, sentou-se ao lado do amigo.

- É, mas a essa hora ela já devia ter chegado. Já esta tarde e a detenção já deveria ter terminado.

- Vai ver que a Profª. Sulliver acabou dando mais trabalho do que a Mione esperava... – Gina especulou vagamente, mantendo a concentração nas jogadas de Rony – Xeque!

- Hum, pode ser que...

- Xeque-mate! – gritou Gina eufórica.

- Eu quero uma revanche!

- Outra? Você já perdeu duas partidas.

- E ganhei uma! – protestou Rony.

Harry bufou, irritado. Os dois não estavam nem ouvindo o que ele dizia. Nervoso, ele se levantou e foi até o buraco do retrato.

- Vou ver se a acho – disse, já sem esperar que algum dos dois respondesse.

Vendo que Gina e Rony estavam mais interessados em começar outra partida de Xadrez, Harry deixou o lugar a procura de Hermione.

Aquela hora todos os alunos já deviam estar dormindo, Harry teve cuidado ao virar em cada corredor, já que Filch deveria estar a procura de “delinqüentes juvenis”.

Os corredores estavam escuros e silenciosos de tal maneira, que a chuva que caia nos jardins parecia mais barulhenta.

Chuva, isso esta mais pra uma tempestade”, pensou Harry, vendo a luz forte dos relâmpagos invadir o castelo pelas janelas e dar um “quê” de horror no lugar, deixando a noite mais sombria.

Durante os primeiros 20 minutos que andou procurando por Hermione, harry não achou a namorada em lugar nenhum. A chuva começava a piorar cada vez mais e ele estava começando a ficar realmente preocupado.

- Profª. Sulliver? – chamou em frente à porta da professora.

Não demorou a ouvir o barulho da porta sendo destrancada.

- Sr. Potter? O que faz aqui? – perguntou a professora, parada a sua frente - Deveria estar dormindo! Sabia que eu poderia te dar uma detenção por estar aqui a essa hora?

- Desculpe professora, estou à procura da Mione. Vim ver e ela estava aqui.

- A Srta. Granger? Não, ela já terminou a detenção e já foi embora a cerca de 30 minutos.

- Estranho, ela não apareceu lá na sala comunal.

- Espere um segundo – a professora adentrou a sala e, em questão de minutos, estava de volta – Pronto, vamos. Vou te ajudar a procurá-la.

Harry assentiu e saiu a procura de Hermione, dessa vez com a companhia da Profª. Sulliver.

A cada minutos que se passava a chuva parecia ficar mais forte, o som estrondoso dos trovões era ouvido por toda Hogwarts e a luz dos relâmpagos era a única coisa que iluminava os lugares que o Lumus das varinhas de Harry e Alison não alcançava.

Entretanto, nem os trovões foram suficientes para encobrir um grito de horror, que chegou alto aos ouvidos de Harry.

Sem nada dizer, o garoto se pos a correr em direção ao local de origem daquele som, com a Profª. Sulliver em seu encalço.

Não demoraram a deparar com os professores de Hogwarts, parados em volta de alguma coisa que parecia os horrorizar.

- O que aconteceu? – perguntou Alison a Profª. Sprout.

- Uma aluna foi atacada!

Harry gelou por completo. Sem esperar mais começou a empurrar quem estava a sua frente, no intuito de confirmar sua suspeita.

Ao chegar ao centro da roda, não foi Hermione que ele achou, como temia. A pessoa que estava ali era Padma Patil, desfalecia no chão, ela tinha o corpo ensangüentado e completamente arranhado, como se um animal a tivesse atacado.

- Levem ela para a enfermaria, ela não esta morta, esta apenas em choque. – disse Madame Pomfrey

- Sr. Potter, melhor voltar ao seu dormitório. – disse Profª. Sulliver.

- Mas professora, e a mione?

- É uma garota esperta, já deve ter voltado à sala comunal da grifinória enquanto procurávamos por ela.

Harry assentiu vendo todos os professores seguirem madame Pomfrey até a enfermaria. Quando já estava sozinho voltou a analisar o lugar onde Padma fora encontrada.

As paredes estavam lascadas, indicando que a corvinal deveria ter resistido e lutado contra seu agressor. No centro do corredor havia uma poça de sangue e, banhado nessa mistura de sangue com a água que entrava em abundancia pelas janelas, estava um pequeno objeto cintilante.

Só ao pegar o objeto nas mãos notou que era um colar, igual ao que dera a Hermione de aniversário, igual ao que carregava no pescoço.

Uma possibilidade assustadora passou pela sua cabeça e quando voltou a pensar, já corria de volta a sala comunal.

- Harry, a Hermione já voltou, ela... – disse Rony, vendo o amigo passar reto em direção ao quarto da namorada – Eu hein! Que pressa;

- Hermione! – chamou Harry, entrando de supetão no quarto da morena.

- Harry, não grite, a minha cabeça...

- Hermione, você está bem? Está machucada? – perguntava Harry, sua voz tinha um “quê” de desespero.

Antes que a garota pudesse responder, se viu envolvida pelos braços do namorado, que apalpava seu corpo desesperadamente, como se procurasse por alguma coisa.

- Eu estou bem... O que aconteceu?

Harry sorriu parecendo aliviado, subiu as mão a face da namorada.

- Que bom que está tudo bem... Por um momento eu achei que... Achei que pudesse estar como a Padma – dizia ofegante.

- Harry, acalme-se – Hermione pegou os braços do namorado e obrigou-o a sentar-se em sua cama – Me diz o que aconteceu? Porque todo esse alvoroço?

- A Padma foi atacada.

- Como assim atacada?

- Atacada oras... Os professores acharam o corpo dela todo ensangüentado, eu estava te procurando e acabei vendo ela lá.

- Que horror!

- O pior foi pensar que você também pudesse ter sido atacada, quase fui a loucura quando achei o seu colar jogado no chão.

Hermione levou a mão no peito, só então notando que o colar que ganhara de Harry não estava lá.

- Meu colar... Você, você o achou perto da Padma?

- Debaixo dela – disse estendo a mão, onde reluzia a jóia, molhada pelo que Hermione presumiu ser sangue – Achei que tivesse sido atacada também.

Os olhos castanhos dela, antes baixos encarando o cristal tingido de vermelho na mão de Harry, agora levantaram-se transbordando em medo e desespero.

- E se fui eu que a ataquei? E se o meu colar estava lá porque eu fui a responsável? – perguntou mais a si mesma do que a Harry.

- Do que está falando?

- Harry, hoje eu tive alguns flashs de memória, era como se eu me lembrasse das situações que ficaram em branco na minha cabeça, como, por exemplo, de como escapei de Voldemort.

- Mas isso não tem nada haver.

- Talvez tenha! – ela se levantou da cama e começou a andar nervosa pelo quarto – Eu agi de maneira agressiva em todos esses momentos dos quais me esqueço depois... Quando saí da sala da professora Sulliver eu senti uma dor de cabeça descomunal e depois disso só me lembro de acordar no chão do meu quarto.

- O que você...?

- Harry... – ela andava pra lá e pra cá, nervosa, com os olhos marejados – E se fui eu que a ataquei, como fiz com a Cho... E se fui eu que quase matei a Padma?

O garoto se levantou, a fez parar de andar daquela maneira, e a abraçou com firmeza, passando confiança e tranqüilizando-a.

- Calma, você não fez nada disso.

Hermione chorava com sua cabeça aconchegada no peito de Harry.

- Eu não sei mais quem eu sou... Não sei do que sou capaz...

- Calma, você só está nervosa com esse últimos acontecimentos... Esse ano não começou nada bom pra você, eu prometo que vai ficar tudo bem.

Ela levantou a cabeça para encará-lo.

- Tenho medo – admitiu sincera – Medo de ser a pessoa que...

- Olha, não diz mais isso não ta, nem ao menos pense nisso. Não foi você.

- Mas e o colar?

- Deve ter... Sei lá, você deve ter o deixado cair no mesmo lugar onde pouco depois a Padma foi atacada.

Ela deitou novamente a cabeça no ombro do rapaz, dando uma risada amarga.

- Seria coincidência demais...

Harry não saberia mais o que dizer se ela continuasse insistindo. Sabia que Hermione nunca faria algo do tipo, não tinha nada contra Padma Patil, porém a situação poderia ter controvérsias, os fatos pareciam estar contra a namorada.

Certo de que ela nunca faria algo do tipo, Harry resolveu calá-la, beijando-a antes que pudesse completar a frase, enquanto a encaminhava para a cama dela.

Ela só foi notar quando estava deitada na cama, beijando-o de maneira provocante e desesperada.

Harry aplicou o máximo de carinho e amor naquele gesto, agradecendo a deus por não ter feito besteira.

- Será que você só pensa nisso? – Hermione perguntou claramente mais calma, arriscando colocar um tom de divertimento na voz, embora seus olhos ainda estivessem vermelhos.

- Se “nisso” for amassos na minha namorada... Sim! – disse tirando a camisa antes de voltar a beijá-la.






N/A -> Obrigado a todos que comentaram.


N/A -> Nay, brigado for the help.


N/A - > Não esqueçam de comentar e votar bastante!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.