Uma vida boa



Harry estava nervoso. Andava de um lado para o outro nervoso. Já haviam se passado meia hora, e até agora nada. Ela deveria ter desistido. Claro! Havia demorado mais de um minuto para dar a resposta para ele.


- Ei! Harry! O que você acha de ficar em um só lugar aí? Eu vou acabar ficando tonto! –disse Rony parado e acompanhando o amigo com o olhar.


- Rony! E se ela não vier?! Porque... Você sabe... Ela já demorou meia hora! Você sabe o que isso quer dizer? Até a Luna já está começando a ficar entediada! –Harry dizia balançando o amigo de leve.


- Espere aí! A minha Di-Lua não tem nada haver com os seus problemas! Não coloca o nome dela no meio! –disse Rony com bom humor.


- Rony... Harry... –disse a senhora Weasley olhando de um para o outro- Rony, cuide do Luciano. –disse a senhora Weasley agora entregando para Rony o menino que já estava entediado.


- Mas mãe! –reclamou Rony- A Gina que cuide dele! É filho dela!


- Mas, não sei se você percebeu, mas a Gina não está aqui! –disse a senhora Weasley que ainda tinha o poder de ralhar com o filho.


Harry não estava prestando muita atenção. Ainda estava nervoso. Ninguém poderia conseguir acalmá-lo naquela hora.


- Harry... Se acalme... É praxe a noiva atrasar! –disse a senhora Weasley- Olha... A Gina está com a Hermione e tenho certeza de que ela dará um jeito.


Harry olhou para o lado e viu Rony correndo de uma criança loira com os olhos acinzentados. Se bem que Luciano nem bem sabia andar ainda. Era muito parecido com o pai. Até na implicância com Rony. Apesar de ter a doçura e inocência da mãe.




******




- Olha... Hermione... Não sei se você sabe, mas... Você tem que ir ao seu casamento! –disse Gina sem paciência. Já fazia algum tempo que olhava para a amiga sentada na frente da penteadeira experimentando vários penteados.


- Aí... Gina! Mas o meu cabelo ainda não está legal... –disse Hermione apontando a varinha para a cabeça e trocando o penteado várias vezes- Quem sabe alguma coisa mais original... –disse ela fazendo um penteado mais punk que de noiva.


- Hermione! –disse Gina assustada- Por Merlin!Arruma esse cabelo e vamos logo!


- Eu quero impressionar... Tanto aquelas trouxas, minhas vizinhas, quanto o Harry. –ela se desmontou toda ao falar o nome do noivo.


- Olha... Só para te lembrar, mas se você continuar desse jeito não vai ter nem vizinhas trouxas e muito menos Harry para impressionar... –disse Gina baixinho, mas de uma maneira que Hermione ouvisse.


- E se ele desistir? –disse Hermione- Quero dizer... Ele pode finalmente perceber o quanto eu sou feia, chata, gorda, inútil e que ele não me ama e...


- HERMIONE! –Gina gritou. Já não agüentava mais- PÁRA! Olha... Deixe o seu cabelo assim mesmo. Está ótimo. Agora, levanta daí e VAMOS LOGO!


Hermione olhou surpresa para a amiga. Mas então começou a fazer o que havia sido pedida, quase mandada. Levantou e quando colocava os sapatos perguntou:


- Que horas são por favor, Gina?


- Espere um pouco... Deixe-me ver... –Gina olhou no relógio de pulso delicado- Hum... Oito e quarenta e cinco...


- OITO E QUARENTA E CINCO! –gritou Hermione- Estou quarenta e cinco atrasada! Gina! Grande madrinha de casamento, não é? POR QUE NÃO ME AVISOU?


- Não te avisei? –disse Gina sem entender muita coisa. A amiga começou a correr descendo as escadas da casa.


Gina foi atrás sem entender muita coisa. Hermione basicamente gritava para a amiga se apresar. Como é que ela poderia ser a culpada pelo atraso? Sendo que estava avisando a amiga a o maior tempão para as duas irem logo. Desceu e entrou no carro preto alugado.


- Olha, Hermione... Sinceramente eu não sei porque nós precisamos ir com esse carro... Demorado... –disse Gina bem baixo para a amiga para que o motorista não ouvisse.


- Quantas vezes eu preciso te dizer que eu nasci trouxa e vai haver muitas pessoas lá que não entenderiam nada se me vissem simplesmente aparecendo no meio da igreja? –disse Hermione no mesmo tom baixo para a amiga.


Gina ficou em silencio. Havia entendido perfeitamente bem. Até porque, Gina sempre gostara de andar em carros. Sendo que nenhum do Ministério já fora tão bonito e confortável quanto aquele que havia sido alugado por Hermione.


Hermione parecia impaciente no carro. Balançando a perna para cima e para baixo. O transito não queria ajuda-la. Gina procurava a sua bolsa pelo carro quando ouviu a voz da amiga gritando alguma coisa. Ela se virou e viu que ela estava para fora da janela gritando:


- SERÁ QUE NÃO DÁ PARA PERCEBER QUE TEM UMA NOIVA AQUI? –ela gritava para os outros carros. Londres inteira olhando para o carro- EU POSSO SER DEIXADA NO ALTAR SABIAM?


Gina corou inteira. O motorista dava risadinhas. Já deveria estar acostumado. Gina deu graças a Deus ou a Merlin que o carro tivesse vidros escuros.


- Hermione, pelo amor de Mer... Deus! –disse Gina ao ver o motorista olhando para ela um pouco desconfiado. Ela puxou a amiga para senta-la novamente.


- Ah... Dá um tempo Gina... Olha só esse transito... E você motorista! Olha só aquela brecha... Entra lá... Aí... Viu só! Perdeu! –disse Hermione irritada


O motorista somente deu mais algumas risadinhas. Ou tinha um ótimo humor ou já estava acostumado com aquilo tudo, ou as duas coisas.


- Hermione... Por favor! –disse Gina envergonhada- Pare de ser histérica que nós já vamos chegar... –disse Gina mesmo não sabendo se isso era verdade.


Hermione continuou a se agitar sentada no banco de trás do quarto. Estava realmente nervosa. Gina se apresou em fechar o vidro do lado da amiga e viu-a se encostar ao vidro, olhando quando uma chuva de verão começava a se preparar para cair e alguns relâmpagos estouravam no céu.


- Dizem que chuva no dia do casamento dá um futuro feliz. –disse Hermione com um sorriso pequeno no rosto.


- Ué... Eu pensei que você tivesse largado as aulas de Adivinhação... –disse Gina sem entender muita coisa.


- Muito engraçado Gina... –disse Hermione após dar algumas risadas irônicas.




******




Harry já estava nervoso, andando de um lado para o outro quando ouviu as antigas vizinhas de Hermione (Adriana e Marina) cochicharem em um tom mais alto nos primeiros bancos da igreja.


- Olha... Não sei não, mas acho que a Hermione não vem... –disse uma delas.


- Melhor assim! Daí o noivo ali fica disponível... –disse outra. Em seguida as duas deram algumas risadinhas.


Harry já estava nervoso, ouvir aquilo, naturalmente não ajudou em nada. Olhou para Luna que olhava para um nada, com o mesmo olhar sonhador de sempre.


- Harry, querido... O que é isso na sua bochecha! –disse a sra. Weasley pegando um lenço e o umedecendo com um pouco de saliva e passando no rosto do garoto- Um noivo precisa estar impecável para o seu casamento!


- Se houver casamento, não é... –disse Harry baixinho quando a senhora Weasley saiu um pouco de perto.


- HARRY! HARRY! –alguém gritava, ele olhou. Luciano agora estava no cangote de Rony- Me ajude!


Harry deixou aquilo de lado. Estava preocupado o bastante com a sua noiva que não chegava nunca. Sorte que ele havia conseguido despistar os fotógrafos e “Ritas Skeeter” da vida, pois assim ele pelo menos garantia que sua cara não estaria estampada no Profeta Diário como o “Menino-Que-Sobreviveu Sobreviveu e Foi Abandonado no Altar”, afinal, sim, ele ainda era chamado de Menino-Que-Sobreviveu.


Harry olhou para baixo. Seus sapatos estavam incrivelmente interessantes. Pelo menos, olhando para baixo ele não seria forçado a encarar todos os que iriam tirar uma com a cara dele por ele não ter noiva para o próprio casamento.


Mil e uma coisas passavam pela cabeça dele quando ele ouviu começou a ouvir uma música conhecida. Barulho de montes de pessoas se levantando. Olhou para frente. Hermione estava entrando com um sorriso no rosto. Estava deslumbrante.




******




Harry chegou do trabalho. Ser auror agora não estava tão divertido, pois a maioria do tempo ele só precisava ficar sentado em seu escritório reconhecendo fotos de criminosos e vendo se ele já não tinha sido preso.


- Hermione... Cheguei! –ele falou ao entrar em sua casa em Hogsmeade para se certificar de que a mulher já havia chegado do seu trabalho no Ministério.


- Harry! –disse a mulher descendo as escadas e abraçando o marido. Tinha um brilho a mais nos olhos dela.


Harry beijou a mulher e jogou a pasta com as fotos e outras coisas em cima de um balcão na sala. Acompanhou a mulher até o sofá.


- E então? Alguma novidade no seu setor do Ministério? –perguntou Hermione quando eles se sentaram.


- Sabe... Às vezes eu até tenho saudades do Voldemort... –foi a resposta de Harry. Hermione sabia que aquilo era um não- E no seu? Alguma noticia de trafico de duendes ou... Clandestinos?


- Não... –disse Hermione- Mas... Sabe... Harry, eu não queria te contar para você não ficar preocupado, mas, você sabe que eu tenho tido ânsias e tonturas freqüentemente... Bem... Então, eu tirei folga hoje e fui ter uma consulta no St. Mungus...


- E então? –perguntou Harry um pouco preocupado.


A mulher pôs a cabeça no colo do marido e se deitou no sofá.


- Bem... Harry... Eu estou grávida.




******




Harry andava de um lado para o outro. Pensando em o que poderia acontecer com Hermione. Foi retirado da sala por estar muito nervoso (até mais que Hermione, pode-se dizer).


- Se acalme, por favor, Harry! –disse Rony.


Rony estava sentado em uma cadeira calmamente tentando ler o Profeta Diário. Havia levado Harry e Hermione para o hospital com um carro do ministério, afinal, não era bom que a mulher aparatasse.


- Como é que eu vou me acalmar? –perguntou Harry quase gritando.


- Harry... Eu já tive cinco e até agora não aconteceu nada de grave... –disse Rony calmamente.


- Genético... –murmurou Harry ainda andando de um lado para o outro.


Harry sabia muito bem que de cem crianças nascidas com os curandeiros somente poderia acontecer alguma coisa de ruim com uma. E ainda que o que geralmente acontecia era da criança nascer já com cabelo ou qualquer coisa parecida.


Ele estava mais ou menos na trigésima quarta ida do seu vai-e-vem quando ouviu uma moça falar atrás dele.


- Senhor Harry Potter... –ele se virou- O parto ocorreu perfeitamente bem e parabéns, é um menino!


Harry se virou. A enfermeira tinha alguns panos no braço. Harry correu até lá e pegou o filho. Não deixou de sentir uma lágrima chata correndo pelo seu rosto. Rony chegou também. Ninguém pôde dizer nada.




******




Harry e Hermione estavam em mais um domingo de almoço Weasley. Além deles toda a família Weasley estava postada em volta de uma mesa para comemorar as primeiras férias do filho de Harry e também a filha do Rony.


- Um brinde a... a... ao primeiro ano de Tiago e Sally em Hogwarts! –disse Rony levantando da mesa e uma taça também.


- E ao meu quinto ano também né, tio! –disse Luciano em uma parte da mesa.


- Com certeza, filho. –disse Gina.


- O quinto ano da ovelha negra da família... –disse Fred. Os gêmeos não agüentavam parar de tirar uma com a cara de Luciano.


- Só porque eu fui o único a entrar para a Sonserina aqui não quer dizer nada... –disse Luciano com uma pequena ponta de arrogância na voz- Alias... Quer sim... Quer dizer que eu sou o melhor!


- Puxou o pai... –se lamentou Jorge.


Harry e Hermione se entreolharam. Apesar de faltar o senhor e a senhora Weasley por lá, Gina tomava o lugar de matriarca e Rony o de patriarca da família. Tudo parecia normal. Só, em dimensões de tempo um pouco mais longas.






Finalmente um final!!!!! Espero que tenham gostado da fic!!!!! Comentem por favor!!!!! Obrigada por terem agüentado ler a minha fic e por terem comentado!!!!!!! Brigadão!!!!!!!!!!- Amanda Hauage Neves

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