Love in the afternoon



É tão estranho

Os bons morrem jovens

Assim parece ser

Quando me lembro de você

Que acabou indo embora

Cedo demais



Era julho e a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts estava de férias. Os alunos haviam voltado para suas casas e o castelo estava silencioso... Apenas alguns professores transitavam sorrateiramente por sua salas.

Mas um deles havia se esgueirado para o lado de fora e estava sentado debaixo da sombra de uma grande árvore, admirando o sol se pôr perto do lago. Harry Potter tinha seus olhos marejados. Aquilo tudo era tão estranho... Por que ela não estava ali dividindo aquele momento com ele? Ela que fora a melhor coisa na sua vida, agora tinha ido embora. Tinha ido embora para salvar sua vida...




Quando eu lhe dizia:

“-Me apaixono todo dia

E é sempre a pessoa errada.”

Você sorriu e disse:

“-Eu gosto de você também”



Tinha sido ali, naquele mesmo lago, debaixo daquela mesma árvore que tudo começara. Ele estava no seu sexto ano, e ela no quinto.

Harry estava confuso. Sua adolescência estava sendo bastante conturbada. Como se não bastasse os problemas com Voldemort, ele ainda tinha que lidar com seus hormônios. Teve um relacionamento rápido com Cho Chang, mas ela era muito fútil e ele não agüentou. O namoro não durou dois meses...

Também não tinha dado certo com Hermione. Tudo não passara de uma confusão da cabeça deles e depois ela finalmente se acertara com Rony... Tampouco dera certo com Parvati Patil ou Anna Abot... Com todas não passou de atração, de uma coisa de momento... Mas agora ele achava que estava finalmente apaixonado de verdade, e era pela última pessoa que ele esperava ou podia se apaixonar.

Mas ela era tão bonita, tão delicada, tão atenciosa... Sempre esteve perto quando ele precisou. Escutava seus problemas, ajudava-o a resolvê-los... Ah, aquele cheiro gostoso, aquele sorriso encantador, aqueles cabelos vermelhos como fogo... Mas estava tudo errado, ela era irmã do seu melhor amigo! Ele não podia pensar nela daquela maneira, não estava certo. Era como trair toda aquela família que sempre o ajudou, não. Não podia ser verdade!

- Algum problema, Harry? – uma voz doce perguntou em seu ouvido e ele sentiu um arrepio na espinha. Gina sentou-se ao seu lado sorrindo – Um nuque pelo seu pensamento!!!

- Nossa, tudo isso? – ele sorriu sarcástico, olhando naqueles brilhantes olhos castanhos, aquela boca vermelha tão convidativa... “Harry, não pense nisso!” – Er... Não é nada não, são coisas que não deveriam estar nessa cabecinha...

- E por que não? – ela agora estava séria e o encarava – Por que você foge, Harry?

- Gi, do q-que você ta falando? – ele estava assustado, será que ela tinha descoberto? – É só uma coisa que nunca vai da certo e...

- Eu te amo, Harry! – ele ficou um pouco chocado, mas não pôde deixar de sorrir. Aquelas palavras apagaram os Weasley de sua cabeça, apagaram o mundo. Só existiam eles dois. Devagar, seus rostos foram se aproximando e o tão sonhado beijo aconteceu. Eles tiveram alguns problemas com o ciúme Weasley, mas no fundo todos estavam felizes por verem a caçulinha com alguém em quem confiassem. E a felicidade nos olhos dos dois era algo invejável!




Só que você foi embora cedo demais



Mas agora os olhos de nenhum dos dois mais brilhava... Um vivia na escuridão da saudade; o outro havia se fechado para sempre...



Eu continuo aqui,

Com meu trabalho e meus amigos

E me lembro de você em dias assim

Um dia de chuva, um dia de sol

E o que sinto não sei dizer.



Harry havia se tornado professor de Defesa Contra a Arte das Trevas de Hogwarts pouco depois de Voldemort ser derrotado. Ele havia estudado para auror, mas precisava de algo mais tranqüilo para se recuperar. E estando na escola, ele se sentiria mais perto de Gina. Afinal fora ali que vivera os dias mais felizes da sua vida. Então nem pensou duas vezes quando Dumbledore lhe sugeriu aquele período de experiência.

Hermione também trabalhava em Hogwarts. Ela era professora de Transfiguração e também estava fazendo uma pesquisa com o professor Snape sobre antídotos para os feridos com a guerra e que estavam no St. Mungos. Ela havia casado com Rony (que trabalhava no departamento de esportes no ministério) e viviam muito felizes numa casa em Londres. Os três ainda permaneciam inseparáveis e um tentava consolar o outro da melhor maneira possível. Uma coisa que alegrou um pouco foi a chegada do primeiro herdeiro do casal, Josh Weasley, de quem Harry fora padrinho. Se Gina estivesse viva, ela teria sido a madrinha... Ela iria adorar o sobrinho!

Uma chuva fininha começou a cair. Harry levantou a cabeça e teve uma surpresa: o sol começava a se esconder no horizonte e lá perto das montanhas surgia um lindo arco-íris. Gina adorava arco-íris! Aquela cena o fazia lembrar-se dela. Na verdade, qualquer cena o fazia lembrar-se dela. Ela fazia parte dele, sua imagem seguia seus sonhos. Bastava ele ficar alegre, ou triste, ou simplesmente parar um pouco que se lembrava dela. E ele sentia como se ela estivesse ao lado dele, realmente dividindo aqueles momentos. Era algo que ele não sabia explicar...



Vai com os anjos! Vai em paz

Era assim todo dia de tarde

A descoberta da amizade

Até a próxima vez.



E pensar que pouco antes da batalha final eles haviam feito tantos planos, estavam tão esperançosos...

Harry acordou confiante. Abriu os olhos e sorriu ao ver aqueles cabelos vermelhos esparramados sobre seu peito. Eles estavam no quarto dela na Toca. Pela janela, tímidos raios de sol começavam a querer aparecer. Ele mexeu-se um pouco e ela abriu os olhos preguiçosamente.

- Essa foi a melhor noite de toda a minha vida... – ela sussurrou em seu ouvido.

- A minha também. Eu te amo! – ele sorriu,

Não que aquela tivesse sido a primeira vez deles... Isso foi a mais de um ano atrás, na primeira noite de formada de Gina. Foi no calor das saudades que eles se uniram pela primeira vez, na casa de Harry (Harry havia comprado uma casa e vivia sozinho, apesar da insistência do padrinho. Mas Sirius precisava de privacidade para construir sua nova família e Harry também).

Mas aquela noite foi diferente... Eles estavam com medo da guerra, temiam não ter outra noite juntos, por isso se entregaram com completo ardor e desejo. Depois de tantas tardes juntos, aproveitando cada momento e descobrindo o prazer do amor, estava na hora de levantar para lutar.

- Eu estou com tanto medo...- ela sussurrou ainda aninhada nos braços dele.

- Eu também estou, Gina – ele disse apertando-a com força junto a si – Mas vai dar tudo certo, e amanhã eu estarei oficializando meu pedido de casamento na frente de todos.

- Harry, me promete uma coisa? - ela pediu sorrindo e olhando em seus olhos – Se eu morrer essa noite...

- Você não vai morrer, Gina!

- Se eu morrer essa noite – ela continuou sem lhe dar atenção – Você vai continuar sua vida por nós dois. Promete que não vai perder tempo se sentindo culpado ou chorando a minha partida. Porque eu nunca vou te abandonar! Mesmo que o meu corpo morra, minha alma já está em outro lugar... – ela apontou para o coração dele. Harry estava emocionado, não sabia o que falar, então simplesmente lhe deu um beijo.

Eles se levantaram e se arrumaram sem falar mais nada. Desceram e encontraram um grande número de bruxos reunidos, todos com um broche de uma pequena fênix dourada presa à capa.

- Está na hora! – disse Dumbledore quando o sol estava se pondo – A batalha vai começar!

- Até, Harry! Eu te amo! – e Gina aparatou com a grande maioria do grupo.

- Eu também te amo, Gina! – Harry olhou nos olhos no diretor e fez sinal de afirmativo. Enquanto seus companheiros iam, num ataque frontal, tentar desestabilizar os Comensais da Morte, Harry iria se esgueirar com um grupo menor diretamente para o centro da base de Voldemort, onde o próprio estaria.



É tão estranho

Os bons morrem antes

Me lembro de você

E de tanta gente que se foi

Cedo demais



Harry estava caído no chão de uma câmara escura e fria. Suas forças estavam esgotando. Voldemort também estava ferido,mas não tanto quanto ele; ainda tinha forças o suficiente para ficar dando gargalhadas vitorioso. Provavelmente era porque ele não tinha que sentir aquela dor lhe rachando a cabeça. Harry tinha dificuldades de manter os olhos abertos, apesar de toda sua concentração, não conseguia aliviar a dor. Dezenas de corpos jaziam desacordados no chão, alguns provavelmente mortos. Ele olhou ao redor a procura de sua espada e a encontrou nas mãos de Voldemort.

- Procurando por isso, Potter? – ele sorriu – Que ironia, não? Morrer pela espada de Godric Gryffindor, o homem cujas características você tanto preza!

- Explode! – uma voz berrou atrás deles. Voldemort voou alguns metros e deixou a espada cair – Harry, Harry! Você está bem?

- Gina, saia daqui! – ele disse juntando todas as suas forças – Fuja, Gina, fuja!

- NÃO! Eu não vou te deixar! Nós ainda podemos vencê-lo juntos, Harry!

- Ora, ora, ora, se não é Virgínia Weasley! – disse aquele voz fria com ódio, um filete de um líquido muito escuro caindo do canto de sua boca – Você já me causou muitos problemas, garota. Mas agora vai ter o prazer de ver seu namoradinho morrer!

- É Virgínia Potter pra você, seu infeliz! – ela berrou espantando Harry e o próprio Lorde – E você não vai matá-lo! Ex-

- IMPEDIMENTA! – um corpo de capuz preto que estava desacordado no chão, levantou de repente e lançou o feitiço em Gina, que ficou imóvel com uma cara surpresa, seus olhos ainda se mexiam numa expressão de terror.

- Vejo que você não morreu, Lúcio... Mas agora chega de conversas!! Essa luta já foi longe demais. Dê adeus a essa vidinha miserável, Potter. Avada – Harry estava tão preocupado com Gina que nem fez forças pra se esquivar. A garota lutava desesperadamente contra o feitiço –Kedavra!

- NÃOOO!!! – Gina berrou conseguindo finalmente se mexer e se atirando na frente de Harry.O raio verde atingiu em cheio no seu peito.

- GINAAAA!!! – o garoto gritou ao amparar o corpo mole e sem vida da menina.

Foi então que tudo aconteceu. Na hora em que Harry olhou para o rosto sombrio da ruivinha, ele sentiu uma dor alucinante na cicatriz, maior do que todas as outras juntas. “Acabou. Eu também vou morrer, é o fim. Perdão, Gina, eu tentei!” Harry estava certo de que ia morrer quando um som milagroso começou a ecoar em seus ouvidos. Era ela, era a canção da fênix! Ele sentiu algo em seu peito e seu corpo foi envolto por uma luz brilhante que iluminou toda a câmara. As dores abandonaram por completo o corpo de Harry e ele sentiu apenas um alívio em sua testa. Ele estava de pé. Estendeu a mão e sua varinha voou até ele. Voldemort estava amedrontado, mantinha a varinha a postos.

- Você está ouvindo, Voldemort? – Harry falou numa voz dura e altiva – É o som da minha salvação e da sua desgraça.Você já “renasceu” uma vez, mas dessa vez não terá volta. Você pagará por todos os seu crimes, assassino cruel. Que esse elo que nos uniu seja sua ruína! Que o amor que minha mãe depositou em mim seja capaz de ferir essa alma cheia de ódio. E que o amor de Gina livre o mundo de você por uma vez por todas!

- Não, isso não é possível! C-como?

- Sinta o poder do amor... MORRA!!!

Com sua varinha, descreveu um desenho de um raio no ar que bateu em Voldemort e seu grito agonizante foi a última coisa ouvida antes dele explodir em mil pedaços. Depois disso, a luz que cobria Harry se espalhou por todo o lugar e cada ser foi capaz de sentir o amor e a fé que salvou suas vidas.

- Harry? – uma vozinha fraca chamou.

- Gina, você está viva?! – ele perguntou surpreso e feliz.

- Não por muito tempo... Você foi fantástico, Harry. Lembre-se de sua promessa!

- Não, Gina, eu vou te salvar! Tem que haver um jeito!

- Não há, Harry. Mas não fique com essa cara, eu não quero que minha última lembrança sua seja assim... Sorria, você conseguiu matar Voldemort. Você salvou o mundo, Harry! Você é um herói!

- E o que é que eu ganho como prêmio? – ele perguntou desesperado – Não morra, Gina, por favor, eu não posso viver sem você!

- Eu vou SEMPRE estar com você, Harry! Eu sou parte de você agora... Me beija, Harry. – ele nem pensou em contestar. Com a boca salgada pelas lágrimas, encostou nos lábios de Gina e lhe deu um último beijo. – Eu te amo! – e ela morreu com um terno sorriso nos lábios.

Não fora só Gina quem morrera nessa guerra. Eles haviam tido muitas perdas. Neville, Lupin, Minerva MacGonagall, entre muitos outros... A maioria jovens que foram privados de uma vida de paz e alegria, morrendo como heróis na pior batalha que já se teve notícia.



E cedo demais

Eu aprendi a tudo o que sempre quis

Só não aprendi a perder

E eu que tive um começo feliz

Do resto não sei dizer




Lembro das tardes que passamos juntos

Não é sempre mas eu sei

Que você está bem agora

Só que esse ano

O verão acabou

Cedo demais



E lá estava Harry se preparando para mais um ano letivo. Em alguns dias aquele castelo ficaria cheio de alunos cheios de energia. Ele estava aprendendo a seguir seu caminho, afinal tinha prometido a Gina viver por eles dois. Bastava de lamentações e lágrimas. Em alguns momentos ele até sentia que não estava sozinho de verdade. Quando fechava os olhos e pensava com força, ainda era capaz de sentir o perfume gostoso dela, de ver aquele sorriso mágico. Ele sabia que ela estava bem, podia senti-la dentro de si. Ela tinha razão, ela fazia parte dele.

Harry deu uma última olhada no arco-íris que já se apagava na escuridão. O tempo passou rápido. Ele precisa voltar para casa, tinhas muitas aulas para preparar. Sem Gina as coisas perdiam um pouco do brilho, mas ele sabia que tinha que continuar. Por ela! Ele jamais deixaria que a morte dela fosse em vão. Ele iria viver e fazer o possível para ser feliz. Um dia eles se reencontrariam e teriam a chance de continuar aquela história que começou tão bem. O futuro? Gina!




N/A: Ta, o final dicou meio tosco.... Mas espero que vocês gostem!!! Por favor, não esqueçam de comentar!!!

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