Severo Snape



Algumas semanas se passaram, e Tiago não falou mesmo, com Lílian, estava mais preocupado com outras coisas, os deveres que tinha em excesso. Mais uma noite desgastante de deveres o aguardava numa quinta. Os quatro, como de costume, foram para suas poltronas no canto do salão comunal. Sirius, como sempre, sentava na que tinha mais almofadas, e ficava tacando elas nos colegas.

—Para Sirius, eu quero fazer o dever.—repreendeu Lupin

—Ah é!— Tiago parecia gostar da brincadeira— toma essa Sirius!

Os dois sempre brincavam com as almofadas, e gostavam mesmo de joga-las em Lupin, que se cansava de tentar fazer o dever e pegava uma dúzia de almofadas para tacar nos outros. Pettigrew quase sempre saía machucado.
Na semana seguinte, finalmente chegaram as aulas de vôo, que eles tanto queriam. Era uma aula com a Sonserina. A professora Farvew, mandou cada aluno pegar uma vassoura no armário.

—Essa vassoura parece boa...—disse Tiago, pegando uma vassoura, quando foi empurrado e desabou na grama.

Era o garoto que ele tinha olhado fixamente na seleção de casas, Severo Snape, que tomou a vassoura de sua mão.

—Hey, eu ia pegar essa vassoura!— gritou Tiago.

—Disse bem, Potter, você ia.—respondeu Snape com um olhar direto e a voz fria.

—Você é bem folgado, não é Snape?— Sirius tinha se metido na conversa.

—Fique fora disso, Black— disse Snape, lançando o mesmo olhar para Sirius.

—Chega vocês três!— Lupin botou ordem.

Tiago, odiando tanto Snape, queria fazer o melhor possível na vassoura podre que ficou para ele.

—Digam, SUBA!— a professora ordenou.

Todos disseram “suba” e algumas vassouras não subiram, a de Lílian, e de Lupin, nem se mexeram. As de Tiago, Sirius e Snape, pelo contrário, subiram depressa.

—Dêem impulso para voar.—ordenou novamente a professora, assim que todos estavam em suas vassouras.

Subiram, quase todos os alunos, menos Lílian e Lupin, e um aluno da sonserina que haviam caído da vassoura.
Tiago e Snape subiram muito alto, pareciam que estavam concorrendo para ver quem ia mais alto, mas Snape se desequilibrou e voltou para o chão antes de cair. Tiago desceu triunfante e viu que Lílian o observava, com um olhar seco.

—Muito engraçado, Potter.—Ela disse — se mostrando, como se não tivesse perigo, não é?

—Ah, da um desconto pra ele Lílian,— interrompeu Sirius — Ele não fez por mal.

Ninguém disse mais nada até chegar ao castelo. Tiago parecia despreocupado, e Lílian foi pisando duro à frente, raivosa. Snape foi quieto logo atrás de Tiago e Sirius. Logo que entraram no Saguão de Entrada, Snape parou e encarou Tiago. Lílian e suas amigas subiram as escadas e Pettigrew com Lupin, foram atrás das garotas. Tiago e Sirius ficaram sozinhos no saguão com Snape.

—Potter,— começou Snape com sua voz o mais fria possível — não precisa ser gênio para ver que nós não nos damos bem...

—Você não tinha nada que pegar minha vassoura...—retrucou Tiago

—Eu pego a vassoura que eu quiser. — disse Snape, calmamente

—Ah é? E que tal...— começou Tiago, levantando a varinha lentamente.

—Um duelo, Potter!— completou a frase, Snape, levantando a sua também.

Sirius só ficou olhando, quando se tocou que todos estavam no salão ao lado jantando.

—Eles vão achar vocês. Vão duelar em outro lugar.

Mas já era tarde demais. Tiago tinha começado o duelo com um “Petrificus Totallus” mas não atingiu Snape, que soltou um maravilhoso “Protego”. Mas um garoto mais velho chegou ao saguão. Era um monitor, e era da Sonserina.

—O que está acontecendo aqui?— perguntou com sua voz tão fria quanto a de Snape.

—Esse seboso me provocou!— gritou Tiago, Sirius se esforçou para não rir.

—Não quero saber quem começou— falou o monitor, que tinha o cabelo loiro, penteado para trás e tinha um queixo pontudo.

—Lúcio, o Potter aqui, me soltou um feitiço.—Snape disse com um sussurro.

—Ah, então Potter é o engraçadinho da turma? E esse é seu cúmplice? — Lúcio Malfoy lançou um olhar tenebroso para Sirius.

—Ele foi provocado pelo Snape! — gritou Sirius, mas desejou não ter gritado.

—Cinqüenta pontos a menos para a grifinória... — Malfoy murmurou, ainda encarando Sirius —...de cada um.

Os dois não foram jantar, voltaram para o salão comunal e encontraram Lupin, Pettigrew e Lílian, no canto da sala. A garota estava na poltrona originalmente de Tiago. Sirius foi e se sentou na poltrona das almofadinhas, mas Tiago ficou na entrada do salão, só observando.

—Que aconteceu? Onde está Tiago? — perguntou Lupin.

Sirius contou o que tinha atrasado os dois, e Lílian, sem perceber que Tiago estava lá, disse.

—Esse Tiago, vai acabar sendo expulso.— com um olhar acolhedor disse para Sirius.

—Tiago, vem cá!—gritou Sirius, mas Tiago, fingiu que não escutou.

—Tiago está...aqui?— Lílian olhou pra trás, e corou, como um pimentão, mas fez cara de desprezo.

—Oi Lílian, posso me sentar com vocês? —perguntou Tiago vendo a cara de Lílian, e como sempre, bagunçando o cabelo.

—Pode, eu já estava saindo mesmo.— Lílian disse friamente, sem olhar para Tiago.— Boa Noite para vocês.

E subiu a escada para o dormitório feminino. Tiago se sentou como se nada tivesse acontecido. Parecia que nada o atingia.



—Vocês viram! Ela me deu boa noite.— Justificou o sorriso, Tiago.

**

No dia seguinte, Sirius acordou bem cedo e todos ainda estavam dormindo, menos Lupin, sua cama estava vazia. Sirius não quis incomodar Tiago, se preocupando, mas era bem estranho um aluno do primeiro ano, não estar em sua cama às quatro e meia da madrugada. Logo Pettigrew e Tiago acordaram, e foram tomar café, esperando encontrar Lupin lá embaixo.

—Acho que ele não conseguiu dormir, e desceu mais cedo.— concluiu Pettigrew

—Mas que motivo ele teria, para não conseguir dormir?—perguntou Tiago

—Bom...não posso contar, é segredo, ele pediu para não contar pra vocês.— murmurou Pettigrew

—Desde quando você é bom em guardar segredo?—perguntou Sirius.

—Eu sou um ótimo guardador de segredos, viu, amigo das almofadinhas.—insistiu, Pettigrew — Eu nunca vou revelar algum segredo que vocês tiverem comigo.

Mas quando chegaram ao salão principal, não viram Lupin, mas Tiago sentiu um terrível desprazer de entrar lá. Snape estava na mesa da grifinória, conversando com Lúcio Malfoy, e imitando a cara de Tiago, no duelo do dia anterior. Malfoy gargalhava, junto com alguns sonserinos em volta. Tiago ignorou.
Os três garotos esperavam encontrar Lupin, pelo menos na aula de Transfiguração, que era sua preferida, mas nem lá ele estava.

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