Lua Cheia: Festas e Encontros

Lua Cheia: Festas e Encontros



Logo que começou a se virar gritou:


― PETRIFICUS TOTALUS! - mas o feitiço não atingiu nada, não havia nem se quer uma alma viva atrás dele além de alguns pássaros voando ao longe e um ou dois coelhos.


“Será que estou pirando de vez? A paranóia finalmente me atingiu...” suspirou ele. Novamente voltou a andar normalmente, não ouviu outro barulho estranho além daqueles da natureza. Chegou ao último PAT o ativou e foi em direção a Toca.


Depois de quase vinte minutos de caminhada ele chegou a casa de torres. Havia uma movimentação no jardim da frente. Com certeza alguns convidados chegando...Logo que ficou no campo de visão das cinco pessoas no jardim, ouviu gritos de emoção:


― É Harry Potter! É ele mesmo! - gritou uma jovem de mais ou menos 20 anos.


Um homem alto de cabelos ruivos (obviamente), que parecia ser o pai da garota, colocou o ombro na filha e falou alguma coisa em seu ouvido, imediatamente ela parou de gritar. Harry viu que Arthur estava atrás dos dois e tinham um sorriso no rosto. Ele se aproximou de Harry com pai e filha seguindo atrás:


― Harry, quero lhe apresentar: Henry A. Weasley e sua filha Anita. Henry é meu primo, trabalha no Ministério da Escócia. - apresentou Arthur.


Harry apertou a mão de Henry e beijou a mão de Anita, que ficou muito vermelha:


― É um prazer conhecer vocês - falou educadamente.


Apresentações e cumprimentos não faltaram naquele começo de tarde. Harry tinha chegado tarde de mais para o almoço e teve que almoçar com interrupções continuas. Dos Weasley que conheceu, os que mais o interessaram eram com certeza o casal Kelly e Jordan Weasley, da Irlanda, os dois tinham se casado recentemente e descoberto que eram parentes distantes, e Holly e Dolly as gêmeas, sobrinhas de segundo do grau de Molly, que surpreendentemente tinham cabelos castanhos e faziam um belo contraste quando ficavam lado a lado com Fred e Jorge. O tempo foi passando e foi anoitecendo, a Toca já estava lotada, quando Harry conseguiu desviar dos cumprimentos pode observar melhor a decoração. Dentro da casa, a sala estava com as paredes enfeitados com pequenos desenhos de abóboras com diferentes feições cada, elas mexiam o rosto conforme quem passava, havia fitas avermelhadas presas nos móveis, na cozinha estavam Molly Weasley e a esposa de Carlinhos, Robin, tomando conta da comida (estavam servindo todas deliciosas guloseimas imagináveis), o jardim era onde estavam a maioria dos convidados, haviam mesas espalhadas pelo terreno, com toalhas estampadas com luas, em cada mesa estavam cinco cadeiras e em cima havia uma lamparina com uma fada sentada (na maioria todas em tédio). Depois de dar uma volta de “reconhecimento” Harry começou a procurar por rostos familiares, o primeiro que encontrou foi o de Gina, estava sentada na sala conversando com uma menininha de apenas, provavelmente, 5 anos. Ele se aproximou:


-Quem é sua adorável companhia? - sorriu em direção da menina que se escondeu atrás de Gina.


- Essa é Reena Weasley, filha de meu primo em primeiro-grau - sorriu Gina encorajando Reena à ir cumprimentar Harry - E esse, Reena, é Harry Potter, o Não-Tão-Garoto Que Sobreviveu.


Harry se abaixou para olhar Reena de perto, enquanto ela o observava tímida:


- Como vai Reena? - sorriu para ela.


- De que você sobreviveu? - perguntou a menina com uma voz fina.


Harry olhou em seus olhos se perguntando a mesma coisa:


- De algo muito ruim. - respondeu Gina, isso bastou para Reena - Agora vá pegar mais alguns doces da tia Molly, diga que foi o vampiro do sótão, ela sempre acredita nessa - piscou Gina para a menina.


Reena acenou feliz com a pequena cabeça e saiu correndo pela porta.


- Como foi sua viagem? - falou finalmente Gina.


- Boa


- Só boa? Não é o que parece, - aonde ela queria chegar? - afinal você ficou tanto tempo fora.


Ela o fitou, esperando uma resposta.


- Foi agradável, conheci vários lugares, novos feitiços, e velhas bibliotecas...E como vai sua vida?


Ela não pareceu muito animada em dar a resposta...Gina sempre sonhou em viajar para vários lugares como ele, mas sempre acabava com trabalho extra e pouco dinheiro nas férias.


- A mesma coisa...Trabalho, trabalho e mais trabalho.


- Parece...Trabalhoso. - comentou com simpatia Harry - Como andam as coisas em Hogwarts...?


- Nada bem...Quase que Minerva não me deu licença para vir até aqui...Não sei o que está errado exatamente, mas que existe algo existe...- respondeu distante quase mais para si mesma.


― Eu soube da venda...- falou tristemente Harry.


― Quem...?


― Percy...Ele achava que já tinham me contado.


O rosto dela se amenizou.


― Oh...Por um momento eu achei que tinha sido outra pessoa...Percy contou sobre o motivo da venda?


― Em resumo, falou que era hora de mudanças. - respondeu com uma falsa calma Harry.


― Talvez seja mesmo.


Após alguns minutos de silêncio eles mudaram de assunto, conversaram por mais algum tempo, mas Gina pediu licença rapidamente e Harry então continuou sua busca. Encontrou Percy conversando com dois senhores de idade, vestido a rigor na frente da porta da Toca. Ao ver Harry se aproximar ele se dispensou os dois homens:


- Quem eram? - perguntou Harry.


- Ah...Só agentes do ministério, avisando que todos os PATs estavam funcionando...Tivemos alguns problemas com o Nôitibus, estavam tomando o caminho errado, mas parece que está tudo bem agora. - informou Percy.


- Quem mais já chegou? Hermione? - perguntou Harry


- Hermione? Eu ainda não a vi...Mas ainda é cedo, são apenas 5:30pm.Olívio Wood está aqui, também o casal Longbottom, Fred disse que Lino Jordan já tinha chegado...Vi a srta.Chang passando aqui há alguns minutos...


- Cho Chang? - perguntou Harry surpreso.

- Ela mesma.


- Estava sozinha?


- Sim - respondeu Percy surpreso com o interesse - Ela foi para as mesas do jardim se você está interessado.


Uma dúvida surgiu na mente de Harry...Ele estava interessado? Depois de dois anos...Será? Mas, talvez para sua sorte (ou quem sabe não), antes que pudesse se responder, alguém colocou a mão em seu ombro:


- Mas que festa maravilhosa não acha? - falou uma voz familiar.


Harry se virou e para sua má sorte encontrou Parvati Patil ao lado de um homem...De um senhor de idade...e coloque idade nisso...Talvez tivesse mais de 100 anos. Harry levantou um pouco a sobrancelha em surpresa. Mas logo tentou esconder isso:


- Parvati! Como vai indo? - perguntou tentando ser simpático.


- Bem, muito bem....Esse é o meu marido...Arlod. Arlod esse é Harry Potter, estudamos juntos em Hogwarts. - apresentou Parvati.


Arlod e Harry apertaram as mãos ou pelo menos tentaram. Arlod era muito fraco.


- É um prazer conhecer o senhor...- depois Harry se virou para Parvati - Não sabia que tinha se casado.


- Há dois meses atrás - sorriu Parvati mostrando um anel de diamantes - Você estava viajando e ninguém sabia seu endereço não pude mandar o convite - justificou ela para que Harry não fizesse nenhuma suposição - Agora sou a Sra.Pive.


Harry sorriu...Parvati Pive?


- Parabéns! Muitas felicidades.


- Mas é claro...Mas como eu ia dizendo...Festa adorável não? Pena que os anfitriões estejam tão desanimados.


Quando Harry ia responder Parvati deu um grito olhando acima do ombro dele:


- Lilá! Venha Arlod! Com licença Harry - e os dois foram ao encontro de Lilá.


Sem mais nada a fazer Harry foi em direção as mesas do jardim, estavam todas lotadas na sua maioria, com a lua cheia brilhando acima delas, ele passou por entre todas, cumprimentado e conversando os que conhecia, encontrou com seus ex-professores, ex-colegas de classe, falou sobre suas viagens, descobriu as novidades...Infelizmente não encontrou Hermione, com quem tinha muitos assuntos a conversar. Não demorou muito e Molly o encontrou com mais um parente para apresentar:


- Venha Harry! Eu quero que você conheça minha prima em terceiro grau, Berta, ela está muito ansiosa para conhecer você! Ela e seu filho Ray acabaram de chegar à Inglaterra.


Ela o pegou pelo braço e o levou para dentro da Toca, na cozinha. Não havia ninguém lá a não ser uma senhora baixa e um homem...Não...Um garoto, de não mais de 18 anos, cabelos ruivos, sardas por todo rosto, nariz cumprido e orelhas grandes...Era...Era como se Rony Weasley estivesse na sua frente, como se ele tivesse parado no tempo, voltado da morte...O choque que Harry levou foi silencioso, mas não menos intenso, ele parou de andar e ficou parado na porta da cozinha olhando fixamente para o rosto do garoto. Molly ao ver os dois soltou uma exclamação de felicidade e foi falar com a senhora, provavelmente, Berta:


- Berta, querida! Quero que conheça Harry Potter! Ele acabou de chegar de viagem, por isso a cara cansada - riu Molly ao ver como Berta reagiu com a atitude de Harry.


- Oh! Mas é claro! Ele deve ser realmente ocupado!


Finalmente Harry se recompôs, sorriu e foi cumprimentar os dois, estava sendo ridículo, praticamente todos os Weasley tinham aquelas características.


- É um prazer conhecer a senhora...Eu viajei muito, mas é realmente aqui que gosto ficar, é praticamente a minha casa. - falou Harry apertando a mão de Berta. Ao ouvir as palavras de Harry, Molly se entristeceu, mas logo se recobrou:


- Berta, você não vai apresentar seu filho? - perguntou simpaticamente.


O garoto, até em tão silencioso, finalmente encarou Harry, sua expressão era difícil de ler, estava tímido ou anti-social? Ele estendeu o braço esperando que Harry apertasse sua mão, ele o fez. Apesar de parecer um momento lento e silencioso, na verdade, tudo isso ocorreu em pequena fração de segundos:


- Sou Raymond, prazer. Ouvi dizer muitas coisas sobre o senhor, Sr.Potter mas nunca imaginei que pudesse encontra-lo em pessoa. - Então era isso, admiração...Aquele orgulho patriótico típico de um...


- Ray é um agente do Departamento de Execução das Leis Mágicas, acabou de ser transferido - disse orgulhosa, Berta - Eu sempre disse que ele iria chegar tão longe quanto você, Harry! E você sabe disso, não é Ray, meu pudim? - continuou ela apertando as bochechas de Ray, que ficou vermelho.


Harry sorriu, era estranho, mas aquela visão lhe fez pensar nos bons tempos de Hogwarts...Sacudiu a cabeça voltando a seriedade quando teve uma sensação estranha, como se um vulto tivesse atrás dele, ele não parava de ouvir uma a voz muito familiar, suspirando algo em seu ouvido, um chamado? “O que está acontecendo? Desde que eu cheguei aqui, esse sentimento, esse chamado está me perseguindo...” Seria, talvez, a venda da casa? O medo de mudanças, ansiedade? Ao perceber que estava novamente mergulhado em pensamentos, ele voltou sua atenção aos três a sua frente:


- Ele não quer admitir, mas está subindo alto e rápido na carreira! Pegou um caso muito importante, sabe Molly? - falava animada Berta.


- Mãe, por favor, isso é confidencial. - suspirou Ray. Sua mãe não ligou, e o interesse de Harry aumentou.


- Sabem os desaparecimentos que andam acontecendo? - continuou a senhora. Os sentidos de Harry se aguçaram, então haviam acontecido mais além o de Eduard? - Ray é quem está fazendo as investigações.


- Não diga! - exclamou Molly animada - Nem Arthur conseguiu que alguém contasse sobre elas, quais são as novidades? Algum suspeito?


Ray se virou para a mãe com um olhar de reprovação. Que lhe respondeu com outro, ele então suspirou:


- Eu realmente não posso entrar em detalhes, mas posso garantir que está tudo caminhando muito rápido, e logo vamos resolver tudo. - disse parecendo uma gravação.


Logo as duas senhoras tinham voltado suas atenções a assuntos de família e Harry e Ray começaram conversar.


- Então...Como vão indo todos no Ministério? - puxou conversa Harry.


- Nervosos...Todos esses desaparecimentos...É tudo muito estranho. No começo achávamos que era apenas marido tentando tirar férias da esposa. Mas então houve o segundo, depois o terceiro, quarto...E agora já são nove desaparecidos. - respondeu Ray, desabafando como se Harry e ele fossem velhos amigos.
- Nove!?


- Você não sabia? - perguntou surpreso Ray


- Estou totalmente perdido nessa estória, acabei de chegar de uma longa viagem. Quem desapareceu?


- Roger Terrence, ex-auror, Irma Welligtown, agente do Departamento de Mistérios, Ismael Laurence, auror, Augustus Jackwell, ex-auror, Tamia Magick, auror, Eduard Hayward, ex-auror, Eriol Spicedice, ex-auror se não me engano, Nickolas Coldspark e Abel Amber.


-...Já descobriram algum ponto que ligam todas essas pessoas?


- Hummm...ainda não temos certeza. - falou meio encabulado Ray, cortando o assunto e percebendo o quanto já havia falado. - Me desculpe, mas eu preferira não falar no caso. Recebi ordens expressas do ministro para manter sigilo.


Harry balançou a cabeça:


- Sou eu quem me deveria me desculpar... - sorriu Harry - Eu ficando ansioso quando se trata de assuntos desse tipo...Acho que é costume...Bem...Vamos falar de outra coisa. Você estudou em Hogwarts?


- Não...Eu deveria, mas minha mãe preferiu Cromer*. Ajudou me muito a começar cedo, se não fosse eles duvido que estaria trabalhando no Mistério.


- Eu uma vez visitei a Universidade, apesar de achar o ensino muito bom, é um lugar muito impessoal...Você não se sentiu sozinho lá?


Sua resposta foi fria:


- Não.


Nesse momento houve uma explosão.



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- Estou indo srta. Hermione! - ela pode ouvir Charles gritando de dentro da sua casa.


Hermione estava parada na porta da frente de uma casa típica do subúrbio de Londres. Estava atrasada e seus sapatos estavam lhe matando. Mas era melhor não reclamar e sim se concentrar em ser eficiente portanto ela tinha chamado um táxi, o motorista estava esperando naquele momento.


A porta se abriu:


Desculpe a demora...Cuide bem, é um projeto muito importante - disse Charles entregando uma pasta vermelha.


Tudo bem, obrigada Charles. - agradeceu Hermione recebendo o documento.


Ele fechou a porta e ela entrou no táxi.


Por favor, para esse endereço - ela deu um pedaço de papel onde estava escrito o endereço da Toca - O mais rápido possível.


Claro. - respondeu o motorista ligando o motor.


“Vai chover” pensou Hermione olhando pela janela do carro...De onde se podia ver o céu de fim de tarde com nuvens cinzas pairando pelas belas paisagens do interior da Inglaterra. Ela se concentrou em olhar o sol de pôr...lembrou de quando sentava junto à Harry e Rony nos jardins de Hogwarts, ela lia e os dois jogavam xadrez ou comentavam o quanto odiavam Snape, lembrou das visitas a Hagrid...Lembrou também de uma conversa, que na época não pareceu importante, mas agora ela percebia o quanto fora:


Ela e Rony conversavam na biblioteca, enquanto faziam seus deveres:


“Não seja bobo Rony...Não se pode apartar em Hogwarts! Quantas vezes preciso repetir?”


“Eu sei,Hermione, eu sei...Mas não seria ótimo?”


“O quê? Apartar na sala Snape? Não vejo como!”


“Primeiro nós podíamos achar nossas notas, e muda-las! Snape nunca iria suspeitar!”


“É claro que ele iria! E além do mais isso é contra as regras!”


Rony a ignorou.


“Segundo podíamos esconder um explosivin...”


“Hermionny?


Ela viu Vítor Krum na porta da biblioteca ela levantou foi encontrar ele.

“Victor! O que você faz aqui?”


“Eu prreciso te dizer algo....”

― Senhorita? - era o motorista - Senhorita?

― Hmmm?


― Chegamos...mas não tem nada aqui...É o endereço certo?


― Sim, sim...É aqui mesmo. Quanto devo pagar?


― Ah, ₤34... - respondeu o homem ainda desconfiado.


Ela deu o dinheiro, desceu do carro e esperou que o táxi estivesse longe o suficiente para entrar no terreno da Toca. Lá havia dois bruxos do ministério esperando por convidados, ela foi falar com eles:


― Com licença, a festa dos Weasley...Como entro?


Os dois se viraram, obviamente eram novos no trabalho, estavam vestido com roupas bruxas e chapéus pontudos a vista de trouxas:


― Nome? - um deles perguntou.


― Hermione Granger.


Os dois se entre olharam surpresos por um longo momento.Hermione ficou desconsertada:


― Algum problema senhores? Cheguei muito atrasada?


Um deles gaguejou nervoso:


― Oh não! De modo algum...é que...se nos permite dizer, achávamos que a senhorita...era...


― ...velha... - completou o outro menos envergonhado.


Aquilo pegou Hermione de surpresa:


― Ah...hmmm...Obrigada...eu acho - ela deu uma pausa - A entrada?


― Ah claro! Por aqui...


Os três andaram uma distância razoável, como era de se esperar onde deveria estar a Toca era um local vazio. “Estranho... Deveria estar na dimensão da festa agora, afinal sou bruxa...”:


- Existe uma falha no PAT , um tipo de interferência, ninguém consegue entrar, parece que é a quantidade de pessoas, por isso estamos improvisando... - informou um dos bruxos.


- Improvisando, como? - perguntou Hermione.


- Ah...Pó de Flu. - o outro respondeu.


- Muito Pó de Flu. - completou o segundo.


“Por que isso não me parece certo?” Pensou Hermione com sarcasmo. Pela primeira vez ela reparou no enorme caldeirão atrás dos dois. “Oh meu Deus. Eu vou ter que...”


- Se a senhorita entrar nesse caldeirão...Por favor - falou um, estendendo a mão para ajuda-la a subir.


- Hmm...er...certo.


Com grande dificuldade ela entrou. O caldeirão era enorme, e fundo. Se ela fosse um pouco mais baixa teria que ficar na ponta dos pés. Foi-lhe mostrado um enorme pote de Pó de Flu.


- Você precisa pegar muito flú, muito mesmo. Esse caldeirão é completamente improvisado, por isso, você precisa ser clara, um erro, e vai se saber o que acontece.


“E isso vem de um agente do ministério... Imagine se eles fossem bruxos comuns!” Engasgou Hermione, enchendo uma das mãos com flú.


- Muito bem, agora jogue no fundo do caldeirão e fale bem alto “A TOCA”.


- Alguém já fez isso antes? - ela perguntou devagar.


- Bem...não...você é primeira. Mas funciona! Na teoria pelo menos. - respondeu incerto um deles.


Hermione engasgou...

- A TOCA - e ela jogou o flú.


“Vamos só cruzar os dedos e esperar pelo melhor” pensou enquanto as chamas esverdeadas a consumiam. Depois seus ouvidos estrelaram, tudo a sua volta rodeou, virou de ponta cabeça, esticou, encolheu...Então uma explosão...enorme...Ela caiu, mas caiu em um chão duro com poeira por toda sua volta e em cima dela. Seus ouvidos tinham voltado ao normal, pois podia ouvir alguém exclamando...:


- Hermione!? - era uma voz familiar. Ela limpou o rosto para ver melhor - Você está bem querida?


- Sra.Weasley! - por incrível que parecesse, o caldeirão tinha funcionado. - Desculpe pela bagunça...Eu...


Ela tentou levantar, mas alguém o fez por ela antes que pudesse. Era Harry.


- Você está bem? - disse sorrindo - Por que usou Pó de Flu?


Ainda um pouco atordoada ela limpou sua roupa e cabelo, observando ao seu redor. Era cozinha da Toca, com certeza, toda enfeitada e na mesa uma enorme quantidade de comida, ao lado estavam a sra.Weasley e uma senhora que não conhecia, depois viu Harry e...


- Rony? - perguntou ainda desconfiando dos próprios olhos - Rony Weasley? - seu coração bateu tão rápido que poderia ter saltado pela boca, seu estômago revirou e ela teve calafrios. Tudo tinha parado ao seu redor.


- Desculpe? - respondeu ele - Falou comigo? - o som da voz estranha a acordou para realidade. Tudo voltou a se movimentar.


- Hermione...Você está bem? - perguntou Harry preocupado.


Ela olhou novamente ao seu redor, envergonhada. As duas senhoras olhavam-na estranhamente e o garoto tinha se afastado com um olhar desconfiado.


- Ah...hmmm...Estou ainda um pouco tonta...Pó de Flu, extra forte - falou ela dando uma risada fraca.


- Ah, vocês nos dão licença um segundo? - pediu Harry. Todos assentiram, e ele levou Hermione para perto da escada, onde não havia ninguém.


Lá ele ficou parado olhando fixamente com o rosto fechado para ela por algum tempo, depois abriu um sorriso e a abraçou:


- Você nem imagina como senti sua falta, Hermione - disse durante o abraço.


Ela o abraçou de volta.


- Também senti. - disse apertando-o mais forte ainda. Depois os dois se soltaram - Como foi a viagem?


- Foi...


- Foi agradável, você conheceu vários lugares, novos feitiços, e velhas bibliotecas...Acertei? - riu Hermione o interrompendo.


- Exato. - concordou Harry retornando o riso. - Mas você ainda não me respondeu porque fez aquela entrada triunfal.


- Parece que a uma inferência que está impedindo a entrada normal. Eles tiveram que improvisar. - respondeu ainda sorrindo.


- Interferência? - Harry tinha parado de rir.


- Você acha que é algo grave? - perguntou também séria Hermione, depois sorriu novamente - Ora, vamos Harry, você sabe que...


- Já são nove. - falou Harry mais para si próprio do que para ela.


- Nove, nove o quê?


- Nove desaparecidos, você não sabe? Antigos aurores, bruxos famosos e poderosos, simplesmente evaporaram durante esses dois meses.


Hermione demorou para responder, simplesmente se sentia culpada por não ter percebido antes:


- Já são nove? Eu...não sabia. Não dei importância, afinal...


- Estamos em tempos de paz - completou harry. Ele ficou quieto por um breve momento, Hermione sabia que estava concentrado - Algo me diz que...


Naquele instante Hermione sentiu alguém tocar seu ombro, quase pulou de susto...Era o garoto da cozinha:


- Srta.Hermione? - ela se virou - A senhorita deixou cair sua pasta.


- Ah, obrigada - meio que relutantemente ela pegou a pasta vermelha - Qual o seu nome mesmo?


O garoto finalmente sorriu, e esse sorriso, definitivamente não era parecido com Ronald Weasley...O que deixou Hermione menos confusa e mais aliviada.


- Raymond. Prazer, a senhorita é uma heroína, suas histórias são conhecidas por todo o meu departamento - Então, ele fez outra coisa que o distanciava de Rony, ele beijou sua mão - E elas são as minhas favoritas.


Ele nem sequer esperou ela responder, voltou para a cozinha. Hermione ficou sem ação, e Harry percebeu logo isso:


- Cheio de surpresas, não é? - sorriu.


- Sem dúvida...Quando eu o vi...


- Achou que ele era o Ronald em pessoa, não é? - o tom da voz de Harry era sutil, mas cheio de raiva ao pronunciar o nome.


- Harry...


- Não comece Herm...- ele suspirou - Há muito tempo decidimos não falar nele, e até agora tínhamos conseguido, talvez com isso, algum dia...algum dia...a dor passará. Não vamos voltar a falar dele, certo?


O silêncio depois da voz de Harry foi cortante. Harry falava a verdade, era doloroso demais, para ambos, mas o não falar no assunto não estava funcionando mais...Pelo menos para ela. Ela precisava desabafar...Precisava contar o quanto sentia falta de Rony...O quanto o odiava por isso, por tudo, precisava falar dos sonhos, das lágrimas...Mas não o fez. Novamente, foi covarde demais para falar de seus sentimentos...


- Certo. - suspirou Hermione, depois novamente silêncio.


Harry suspirou alto, e logo Hermione desejou que não o tivesse feito:


-Tudo isso - ele disse olhando em volta - Vai sumir...


Hermione não respondeu, continuou ouvindo cabisbaixa.


- Vai embora...Desaparecer, como tantas outras coisas da minha vida...- ele se virou para Hermione, triste, realmente muito triste - Eles...vão vender a Toca.


Surpresas, já não basta delas por hoje?


- Eu...eu não acredito...Eu...Por quê?


- Mudanças...É hora delas.


Aquela resposta se tratava de muito mais que a venda, Hermione sentiu isso. E não gostou.


Ela ia questionar mais uma vez, pedindo uma razão mais especifica...Mas então se ouviu uma explosão...Imediatamente os dois se viraram para a lareira da cozinha...Não havia mais ninguém no cômodo. Mais uma explosão...Dessa vez tão poderosa que os dois perderam o equilíbrio e caíram...Depois outra, e mais outra...Em meio aos estouros Harry gritou:


- Precisamos sair!! Há algo de muito poder lá...Precisamos... - outra explosão - ajudar!!


Com certa dificuldade os dois correram para o jardim...A visão que tiveram foi aterrorizante...Um grupo de...Hermione rezou para que estivesse errada...um grupo de bruxos com máscaras de madeira de rostos destorcidos e capas pretas atirava feitiços em direção aos convidados atordoados. Em meio à confusão Hermione pode ver os Weasley paralisando vários, assim como alguns agentes do ministério, entre eles Raymond. Hermione se virou para olhar Harry, mas ele já estava no meio do caos. Pegando sua varinha, tirando os malditos sapatos ela correu também, o coração batendo tão rápido quanto seus pés no chão.


“Harry estava certo...” pensou tristemente.





* Cromer (Universidade de Artes Mágicas de Cromer): Escola relativamente nova, que atende estudantes da América do Norte, localizada nos arredores do norte do Canadá, conhecida pelo seu estilo diferente, educa as crianças bruxas desde os quatro anos. As aulas na maioria são em grupos pequenos de estudantes e apenas um professor por classe.

Nota da Autora: Okay, agora a fan fic começa de verdade! Mas, já adianto, os capítulos anteriores foram muito importantes...Bem, espero que gostem deste. E as trocas de POV aumentaram...Espero que não incomode!

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