Perfeição



PERFEIÇÃO
by Samhaim Girl


Os balanços faziam um rangido áspero, enquanto iam para frente e para trás, cedendo suavemente sob o peso dos dois e rangendo baixinho; apesar dos pesares, eles já eram grandes demais para brinquedos como aquele, mas não ligavam de verdade.
O vento despenteava-lhes os cabelos, e refrescava a pele; o ar de verão estava muito mais ameno do que era comum naquela época do ano, portanto os dois não tinham do que reclamar.
Ao longe, a ruiva brincava alegremente com um rapaz loiro, correndo atrás de um cachorro amedrontado.
Ele suspirou o cheiro de flores do campo ao seu redor, e fechou os olhos para sentir melhor o calor do sol lhe afagando a pele junto ao vento; havia algo de bucólico no que ele sentia por aquele momento, ao lado dela, de seu sorriso e das flores daquele jardim; apesar daquele ter sido, durante a sua infância um lugar que lhe trazia más lembranças, agora, quase na idade adulta, ele era um lugar suave, impregnado pela alegria das crianças que há pouco haviam partido dali para suas casas e suas famílias; ele não tinha mais família alguma, e nem ela.
Para ambos, tudo o que havia era apenas um ao outro, e os amigos correndo no gramado.
Os gritos nervosos de uma morena e as risadas de um outro ruivo charam a atenção dele, que virou-se para observa-los terminar a discussão em um beijo; a mulher ao seu lado riu com gosto da cena, e ele se virou para fita-la.
Os cabelos loiros estavam puxados para trás em um coque frouxo, e os olhos de um azul infantil brilhavam alegremente; o seu sorriso impregnara toda a sua feição, e as bochechas rosadas indicavam certa vida na pele pálida; o corpo esguio e pequeno fora parcialmente coberto por um vestidinho florido, que balançava com o vento, formando um zigue-zague suave e relaxante para ele; as mãos compridas seguravam com força as tranças de metal que seguravam o assento do balanço, e ajudavam a impulsionar o corpo para frente a para trás, em um ritmo juvenil e letárgico.
Ele suspirou, parando de impulsionar o próprio balanço e, com um gesto soturno das mãos, retirou alguns fios negros de frente dos olhos, para poder encherga-la melhor.
- O que houve, Harry? - ela perguntou com a voz cálida, parando seu balanço e o encarando preocupada; ele viu as sobrancelhas loiras se espremerem e não pode deixar de sorrir.
- Nada, Luna... Apenas estava curtindo o momento - ela o encarou com uma expressão risonha e gargalhou.
- Seu bobo... - inclinou-se para a frente e o beijou; por um instante, as vozes de Rony e Hermione sumiram no ar, assim como as risadas de Draco e Gina que pareciam finalmente ter alcançado o cão; naquele momento, tudo o que havia era o calor dos lábios de Luna e a felicidade o preenchendo por dentro. Mas então, ela voltou-se para trás, mais alguns fios lhe escapando do coque e sorriu - Mas você sabe que eu te amo.
- Também te amo - foi tudo o que ele disse, enquanto voltava a curtir a perfeição daquele momento.

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