Desilusões




Capítulo 13
Desilusões


Voltando de uma aula particularmente chata e complicada de Transfiguração, Tracy deparou-se com Leo que, coincidentemente, cruzava o mesmo corredor que ela. A garota estava sozinha, pois Harry, Ron e Hermione tinham outros assuntos para resolver.

- Bom dia, Tracy! – disse ele, sorridente como sempre. – Como vai?

- Muito bem – respondeu Tracy, também feliz. A felicidade de Leo sempre a contagiava. - E você?

- Tudo ótimo também – disse ele, continuando seu caminho com Tracy ao lado. – Que bom que nos encontramos, eu estava realmente precisando falar com você.

- Que feliz coincidência! – comentou Tracy. – Pode dizer, estou ouvindo.

- Hm – resmungou ele. – É difícil falar assim.

- Assim como? – perguntou Tracy.

- Assim, olhando para você – respondeu Leo, arrumando a pesada mochila nos ombros.

- Mas o que é que é tão difícil de dizer olhando para mim? – indagou Tracy, novamente, já ficando muito curiosa e desconfiada.

Eles viraram um corredor e uma tocha acendeu-se como que automaticamente. Os dois caminhavam tranqüilos e não se importaram.

- Depois que eu lhe falar você vai entender – disse Leo. – Bem, você não gostaria de ir ao baile comigo?

Tracy parou abruptamente e piscou algumas vezes, descrente, até assimilar a idéia. Fora pega totalmente de surpresa e desprevenida, o que tornou ainda mais difícil a decisão.

- Ah. Agora quem não consegue responder olhando para você sou eu. – falou ela, rindo, para espantar o nervosismo e também para ganhar tempo para pensar em uma resposta.

Leo riu também.

- Agora você me entende, não é?

- É.

Tracy o encarou brevemente e voltou a caminhar num ritmo mais nervoso que o anterior. Ele a acompanhou.

- E então? – indagou Leo, ansioso.

- Eu... – ela ia dizer “aceito” quando lembrou-se de que ia ao baile com Harry – Eu já tenho um par. Sinto muito, mas já não posso aceitar.

Leo pareceu meio surpreso, mas tentou disfarçar.

- Ah, tudo bem – respondeu ele, simpático. – Se é assim, eu vou fazer o quê?

- Eu sinto muito mesmo. Adoraria ir com você. Mas não dá. – ela disse. – É uma pena.

Leo parou quando o corredor em que andavam bifurcou-se e olhou bem fundo nos olhos de Tracy.

- Você vai com o Potter, não vai? – perguntou ele, um tanto frio.

- Vou. Como sabe? – ela estranhou.

- Imaginei – respondeu Leo. – Bem, eu vou por aqui – ele indicou o corredor à direita – e creio que você vá por lá – indicou o corredor oposto.

Tracy iria seguir pelo mesmo corredor que Leo, mas ele parecia tão frio e desolado que ela preferiu não discordar.

- É, eu vou – falou ela. – Até mais!

Leo resmungou um “aham” e seguiu pelo seu corredor sem falar mais nada. Tracy respirou fundo e seguiu pelo mesmo lado, torcendo para que ele não diminuísse o passo e pensasse besteiras ao encontrá-la novamente.

A garota sentiu-se muito mal. Não sabia por que estava sentindo-se assim, nem por que se importava tanto com o que um garoto que ela mal conhecia. Em um determinado momento ela pensou com ela mesma “Ah, que coisa mais sem importância!”, e arrumando a mochila em cima do ombro continuou seu caminho.



Harry, Ron, Hermione e Tracy estavam sentados ao redor da lareira da Sala Comunal, que já tinha sido acesa. O frio que fazia era intenso, o natal se aproximava e, com ele, o tão esperado baile. Hermione agarrou-se ainda mais ao cobertor que dividia com Ron no sofá ao lado.

- Que frio! – exclamou.

- Realmente – concordou Tracy. – Eu me sinto inútil no Inverno. A única coisa que acho agradável fazer é ficar assim, debaixo de um cobertor e perto de uma lareira acesa.

- Eu adoro o frio – comentou Ron. – Justamente pelos motivos que você falou, Tracy. Sabe, ficar quentinho, sem fazer nada, não estar nem aí para os deveres... você deveria fazer isso um pouco, Hermione.

A garota tirou, rindo, o travesseiro em que estava encostada e o bateu em Ron, que revidou da mesma forma. Tracy estava sentindo frio demais para rir, como fazia Harry naquele momento. Mas estava feliz.

As horas foram passando muito rapidamente depois daquela brincadeira e a medida que os garotos iam se esquentando. A Sala Comunal foi ficando vazia e o rumo da conversa foi mudando.

- Eu estava pensando numa coisa – disse Hermione de repente. – na moto de Sirius.

Eles ficaram em silêncio, principalmente Harry.

- Como assim? – disse ele, mexendo nos óculos. – Não entendi.

- Não sei... acho que ela não apareceu para a gente só por aparecer.

- Você acha que Hagrid está com ela por algum motivo? Não só para guardá-la para Sirius, porque este a adorava? – indagou Ron.

- Acho – falou ela, observando o fogo crepitar dentro da lareira.

- E você tem alguma sugestão?

- Não – respondeu ela, com um muxoxo. – Não tenho idéia nenhuma do que possa ser.

- Aquela moto é inútil – falou Tracy, sem pensar.

Todos a encararam, incrédulos.

- Eu quis dizer que – ela não sabia como sair daquela situação – bem, que ela não tem utilidade nenhuma. Não aparentemente, não é? Por isso eu acho estranho pensar que Hagrid a esteja guardando para alguma coisa.

- Concordo com a Tracy. – disse Harry. – Sei lá, mas ele não iria usar essa moto para...

- A não ser que ele queira encomendar mais um ovo de dragão – interrompeu Hermione.

Ron riu.

- Isso não é engraçado! ‘Tá, na realidade é, sim. Mas é sério do mesmo jeito. Por favor, a gente tem que pensar mesmo nisso, sabe? É uma possibilidade – falou Hermione, meio rindo.

- Espere aí! Hagrid não poderia usar essa moto... – falou Tracy, com um grande sorriso nos lábios. – Mas nós poderíamos!

Todos a encararam descrentes e ainda rindo.

- Hm? Como assim?

- Oras, como assim?! Pensem só um pouquinho!

Todos pensaram, mas não conseguiram entender nada.

- Pelo que eu fiquei sabendo, e pelo que vocês me contaram – começou a esclarecer Tracy – esse tal de Sirius Black caiu no véu do Departamento de Mistérios, não é mesmo? Ele recebeu um Expelliarmus no peito e acabou caindo lá, não é?

Ela parecia fazer essa pergunta exclusivamente à Hermione, e esta acenou com a cabeça.

- Isso significa que ele não morreu por um feitiço – ela afirmou.

Todos pareceram concordar, como se nunca tivessem pensado nisso.

- E ninguém nunca descobriu para onde as pessoas vão quando caem no véu?

Todos negaram, ansiosos pela dedução que a garota teria tirado da história.

- O que pode significar que Sirius esteja vivo no lugar onde ele está, não é?

- Pode – respondeu Harry.

- E que nós poderemos atravessar o véu para ir buscá-lo! – exclamou Tracy, como se fosse a novidade do século.

Em vez de todos sorrirem, pularem e cantarem de alegria como Tracy esperava que fizessem, eles apenas a encararam com cara de quem não havia entendido nada. O sorriso no rosto da garota foi sumindo lentamente.

- Como é que nós vamos atravessar o véu e voltar com o Sirius? Se fosse tão simples assim ele já teria vindo sozinho – falou Ron.

- É claro que nós não vamos entrar lá a pé, Ron. – resmungou Tracy. – Vamos adivinhem com o quê?

- A moto de Sirius! Vamos buscar Sirius com a moto dele! Muito bem pensado, Tracy! – exclamou Harry.

- Exatamente! E podemos fazer isso quando sairmos daqui de Hogwarts, nas férias de Inverno! A gente pega a moto, enquanto alguém leva nossos pertences para as nossas casas!

- Lógico, ninguém vai perceber – concordou Hermione. – É simples assim!

Eles estavam eufóricos com a nova idéia.

- Então, está combinado. – falou Ron. – Nós vamos salvar o Sirius! E isso vai dar certo!

Tracy foi dormir muito feliz, sentindo-se extremamente realizada. Quando deitou sua cabeça no travesseiro, já com as cortinas ao redor da cama fechadas, ela não pensou nela mesma como “a herdeira do mal” ou como “a malévola filha de Lord Voldemort”. Era a penas a Tracy. Uma garota normal, feliz por estar ajudando alguém que tanto fazia-lhe sentir-se confortável. E o sabor da “vitória” também colaborava.


- Tracy, você pode ir ali ao lado comigo, um minuto? – perguntou Harry.

Tracy, que já havia terminado seu almoço e estava apenas olhando os outros degustarem os mais variados pratos do dia, levantou os olhos para o garoto.

- Claro.

Ela levantou-se num ritmo lento, como se estivesse muito cansada. O dia do próximo jogo da Grifinória se aproximava e os ânimos dos garotos não estavam os melhores. O mesmo dilema voltava com a aproximação da data do fato. Ela afastou todos esses pensamentos da cabeça e acompanhou Harry em direção a porta do Salão Principal, que naquele momento fervia de alunos. Harry levou-a até um canto daquele corredor e encostou-se na parede, voltando rapidamente para a posição inicial, como se estivesse sentindo-se desconfortável.

- Bem, há alguns minutos atrás eu não fazia a menor idéia de como lhe dizer isso, mas, encorajado por Hermione, me sinto preparado. – falou ele.

Tracy estranhou as palavras do garoto, ele parecia um tanto formal demais, como se tivesse decorado tudo aquilo.

- Hm. Que foi? – perguntou ela, temendo que o pior estivesse por vir.

- É que... é muito difícil de explicar, isso é que, é… – ele riu com Tracy. – Mas eu vou fazer um esforço para ser o mais gentil e... e o mais sincero possível.

- Seja – disse Tracy. – E de preferência logo, pois nossas aulas estão prestes a recomeçar.

- Tudo bem. É o seguinte: você sabe que essa história de nós dois irmos juntos ao baile surgiu apenas da sua vontade de que Ron e Hermione se acertassem, certo?

- Sim – respondeu a garota, feliz. – E deu certo!

- É – confirmou Harry, deixando o sorriso de lado. – Deu certo. Mas, enfim, desde aquele dia eu não vi nenhuma demonstração de que você estivesse feliz com o que fora arranjado pela circunstância e, como eu também não estava, resolvi buscar alternativas para a situação.

Tracy sobressaltou-se. O que significava aquilo? Que história maluca era aquela de “mudar a situação”? Que é que Harry estava pensando? Ela respirou fundo lentamente e viu o olhar do garoto recair sobre a parede ao lado e voltar-se para ela novamente.

- E então, eu e Gina estávamos conversando esses dias sobre esse assunto, o Baile de Inverno e essas coisas, e ela me perguntou se eu não sentia vontade de acompanhá-la – falou Harry, muito rápido, como se quisesse acabar com aquela situação de uma vez por todas.

- Oras, mas que prepotente! Vontade de acompanhá-la? – ela não conseguiu segurar essas exclamações. – E o que é que você disse a ela?

- Bem – Harry baixou os olhos, culpado. – Eu disse a ela que sentia.

Tracy ficou boquiaberta. Ela soltou resmungos de surpresa.

- Não que eu não imaginasse isso, mas... Harry! Você tinha prometido ir comigo ao baile!

- Eu sei disso, Tracy – falou Harry. – E, agora, vendo você falando dessa maneira, eu sinto que o que eu fiz foi muito errado.

Tracy disse a si mesma que não adiantava Harry sentir isso agora. Era muita audácia dele de fazer isso com ela.

- O que você fez? – perguntou Tracy, sentindo as lágrimas vindo ao seu rosto, mas conseguindo controlá-las.

- Eu disse que sim. Eu e Gina vamos juntos ao baile.

- Harry! Eu não... – ela passou uma das mãos pelo olho direito para impedir uma lágrima de cair. – Eu simplesmente não acredito que você fez isso comigo, eu não posso acreditar!

- Tracy, me desculpe! Eu achei que você não iria se importar, nunca se importou...

- Como nunca me importei? Se eu realmente não estivesse me importando com isso já teria terminado com essa história a muito mais tempo! Não acredito que você fez isso comigo, não acredito! – ela voltou a repetir.

As lágrimas escorriam pelo seu rosto, não eram de tristeza, mas sim de um profundo ódio.

- Tracy, por favor, pare de chorar. – pediu Harry. – Eu posso cancelar tudo com a Gina, posso dizer que voltei atrás e...

- Não. Tente. Argumentar – ela retrucou, entre dentes. – Agora não adianta mais. Você é um idiota, Harry! Um idiota!

Harry sobressaltou-se com aquela afirmação. Até poucos dias eles viviam dizendo um para o outro que se adoravam e que estavam se tornando cada vez mais amigos, que o laço de confiança estava crescendo, mas, entretanto, no momento diziam que se odiavam.

- Claro que adianta, Tracy... Gina vai entender! Ela é muito boa, vai entender nossa situação!

- O que você quer dizer com isso? – ela gritou. – Que eu não penso, não raciocino e que por isso não entendo suas decisões e suas vontades? Me poupe, Harry!

- Tracy, por favor, se acalme.

Alguns alunos começaram a sair do Salão Principal para se dirigir a suas próximas aulas e o escândalo estava começando a tomar proporções muito grandes.

- Eu não quero me acalmar! – gritou Tracy, ainda mais alto. – Não me importo com o que os outros pensam! Todos já fazem isso comigo! Todos não se importam com o que eu penso, por que EU vou me importar? Hein? Por quê?

- Tracy, por favor – pediu Harry, baixinho. – Já disse que eu acabo com tudo isso, já disse que eu falo com a Gina e a gente acerta tudo.

Tracy deixou mais lágrimas escorrerem descontroladas pelo seu rosto e escorregou pela parede até sentar-se no chão.

- Não precisa – falou ela, muito mais calma. – Você faz o que você quer da sua vida. Não vou me intrometer nas suas decisões.

- Eu... – Harry sentiu-se muito mal naquele momento. – Eu sinto muito mesmo. Não queria deixar você assim, eu gosto muito de você e não queria te ver sofrer. Apenas achei que não se importasse.

- Eu não me importo – falou ela, encarando Harry com convicção. – Não me importo mesmo. Pode ficar tranquilo. E ir com a Gina ao baile. Eu me arranjo.

- Não vou te deixar assim, não agora.

- Pois é melhor deixar. Eu me arranjo. Mesmo. Não se preocupe comigo, está tudo bem – falou Tracy, respirando fundo e limpando as lágrimas do rosto.

- Eu vou com você ao baile – disse Harry. – A Gina vai entender.

- Não – insistiu Tracy. – Vá com ela ao baile. É com ela que você quer ir, então me deixe em paz.

Harry hesitou um momento.

- Você não vai ficar chateada? – perguntou.

- Não, não vou.

- Então está bem. Precisa de alguma coisa? Um copo de água, talvez?

Tracy estava muito nervosa, não podia acreditar que Harry a havia enganado e a traído daquela maneira mesquinha. Estava sentindo muito ódio pelo garoto. Queria matá-lo. Mas como ainda não era hora, ela resolveu pensar em, como havia dito Harry, outras alternativas para a situação. Já tinha uma idéia.

- O copo de água eu não quero, mas aceito de muito bom grado sua coruja emprestada – disse ela.

- Edwiges é toda sua – falou Harry, observando Tracy levantar-se e sair rapidamente do corredor, sem nem se despedir.



Draco,

Preciso falar com você, e é URGENTE. Por favor, me encontre na Sala Precisa às seis horas, hoje. Eu juro que você não vai gostar das conseqüências se não for. Só perdôo em caso de morte, e tem que ser a sua. Até mais.

Tracy


Ela relembrou as palavras que escrevera no bilhete ao subir as escadarias que a levavam ao sétimo andar. Edwiges lhe trouxera a resposta alguns minutos depois. Apenas um arrogante “Tudo bem” fora o que Draco escrevera no verso do pergaminho. Mas ela não se importava. Bastava o garoto estar lá, e acatar suas ordens.

Ela virou o corredor e viu Draco lhe esperando em frente a parede vazia. Ele levantou os olhos cinzentos levemente encobertos pelos cabelos louros e encarou a garota que vinha vindo, nervosa, arrastando a capa de Hogwarts pelo chão.

- O que você quer comigo? – perguntou ele, sendo bem direto.

- Boa noite para você também, Malfoy – respondeu ela, arrogante. – Entre, vamos!

Uma porta apareceu na parede lisa repentinamente e os dois entraram como gatos. Encostaram-se na fria parede de pedra da sala que revelara-se e puseram-se a conversar.

- Nós temos pouco tempo, Malfoy, portanto serei o mais breve possível – disse ela.

- Ótimo – retrucou o rapaz. – Não posso mais perder meu tempo.

- Você vai ao baile comigo. – falou Tracy, arrumando a mochila nas costas, esperando pela reação de Draco.

- O quê? – assustou-se ele.

- Isso mesmo que você ouviu – disse a garota. – E não me contrarie.

- Me perdoe, ó senhora do Universo, mas terei que fazer isso – falou Draco. – Eu não vou com você ao baile nem morto!

- Morto você iria. – respondeu ela, que não estava nem se importando com a atitude de Draco. – E então, vamos combinar de nos encontrarmos que horas na frente do Salão?

- A nenhuma hora. Nós não vamos juntos. – disse ele. – E por que isso agora? Você não ia com o certinho do Potter?

Tracy fez algo muito parecido com o rosnado de um cão.

- Ia. Não vou mais, agora vou com você.

- Não vai – falou Draco. – E por quê? Potter não te quis mais?

- Nós não vamos mais juntos e isso é só o que você precisa saber. Nem mais, nem menos. Já está avisado – disse ela e virou-se, para sair da porta e voltar ao Salão Principal.

Draco agarrou-a pelo braço e a fez parar.

- Que aconteceu para você estar tão nervosa?

- Nada, Malfoy. Não aconteceu absolutamente nada. Me solta. – ela ordenou.

- Ah, alguma coisa aconteceu. O que foi que Potter fez, hein? – perguntou Draco novamente, ainda segurando o braço da garota.

- Quantas vezes eu preciso repetir que não aconteceu nada e que ninguém fez nada? Apenas não vamos mais juntos – Tracy disse. – E se tiver algo mais, não lhe interessa.

- Então tem algo mais. – falou Draco, com um sorriso triunfante no rosto.

- Tem – falou Tracy, com insignificância. – E então, que horas nós vamos?

- Já disse que nós não vamos.

Tracy puxou seu braço para longe de Draco. Colocou uma mecha incômoda de seu cabelo atrás de uma das orelhas e encarou o garoto, com muita pressa.

- Por que você não quer ir?

- Porque eu já tenho um par seria uma resposta convincente? – perguntou Draco.

Tracy deu uma risadinha anasalada.

- Agora você tem um novo par: eu. E nada de reclamações, está bem?

- Você não manda em mim desse jeito! – gritou Draco.

- Ah... – ela o encarou com muita fúria e viu, no seu reflexo num espelho, que seus olhos voltaram a ficar vermelhos, assustando Draco. – Não mesmo?

- Não posso fazer isso com a Farway, faz muito tempo que estamos combinados e eu não vou traí-la.

- Ah, você ia com a Farway? Que interessante – debochou ela. – Não importa com quem você ia, mas sim com quem você vai. Não me encha mais o saco.

- Eu não vou com você! – disse Draco.

- Vai – falou Tracy. – E ponto final. Não vamos mais discutir esse assunto.

Draco largou os braços deixando-os bater fortemente nas laterais de seu corpo, vencido.

- Você não vai nem ao menos dizer o que é que aconteceu para você mudar dessa maneira?

- Aconteceu que eu tomei uma decisão e que é ótimo você resolver cumpri-la sem ser preciso lhe torturar – falou Tracy, decidida.

- Potter não vai gostar disso – disse Draco, tentando reverter a situação. – Ele não vai deixar de ser seu amigo se você for ao baile comigo?

- Não me importa mais o que ele pensa. – falou Tracy, mirando o teto. – Tudo está resolvido agora.

- Mas ele não vai gostar.

- Eu sei que não. – disse a garota, entre dentes. – Posso dar esse assunto por encerrado?

- Eu... vou ver.

- Posso dar esse assunto por encerrado? – perguntou Tracy novamente, induzindo a resposta de Draco.

- Eu... eu não sei, deixe-me pensar.

- Não tenho tempo para isso, Malfoy! Preciso acabar com isso agora, já tenho preocupações que chegue sem você achando-se dono de si – gritou Tracy, ficando nervosa.

- Eu tenho o direito de escolher com quem vou ao baile. E você, Tracy, seria a última da lista.

Tracy sentiu fundo aquelas palavras. Ficou quieta durante alguns instantes, absorvendo a insignificância com que Draco falara dela. Sentia-se minúscula diante da prepotência de alguns. De qualquer forma ela era uma garota e precisava sentir-se bela e desejada.

- Você também seria o último da minha lista, Draco, mas todos os garotos decentes já tem companhia. E você, sendo o mais fraco das minhas opções, é o mais fácil de ser manipulado.

Draco ficou quieto. De certa forma sentiu-se da mesma maneira que Tracy anteriormente se sentira. Mas não tinha porte para respondê-la a altura. Apenas baixou os olhos.

- Às sete está bom para você?

- Está ótimo – disse ela, com um sorriso triunfante tomando os lábios.

Ela virou e saiu pela porta da Sala Precisa, decidida, pelos corredores. Draco apenas juntou suas coisas, deprimido, e desceu atrás dela logo após. Por que diante da garota ele se tornava tão fraco?



N/A.: Tenho certeza quase absoluta que este foi um dos melhores capítulos que já escrevi. Achei ele muito bom! Escrevi metade dele durante uma aula de informática, sabe, e a minha professora ficou rodeando meu computador, parecia querer ver alguma coisa... então eu resolvi escrever bem, para o caso dela captar algo xD E eu acho que ficou bom mesmo. O assunto é bom, a discussão entre Harry e Tracy ficou massa. Eu já estava planejando isso há séculos, mas quando fui escrever é que a idéia se formou completamente! E vocês, o que acharam?

Obrigada pelos comentários, gente! Vocês me deixam super feliz! Próximo capítulo já está pronto, e logo, betado. Por isso, se continuar tendo essa imensa colaboração de vocês, ele será postado bem antes do que vocês imaginam... *pisca*

Resposta dos Comentários


Liz Lupin: Finalmente meus comentários estão aumentando. Não foi sempre assim... =/ Mas eu agora estou me recuperando. Adoreeeei seu comentário! E o baile não ficou tão bom assim. Eu precisava colocar mais coisas, mas eu simplesmente não consigo. Enfim, se você gostou da parte em que a Lia aparece já estou satisfeita. Valeu mesmo pelo comentário, ok? Te adorooo mãe!

Bela Riddle: Ai, que fofa... *olhos brilhando* Sua colaboração é muito, muito importante para mim! Você também é essencial para que eu continue a escrever essa fic. Te amo de montão! Continue comentando, ok?

Kissy Slytherin: Muito, muito obrigada mesmo pelos comentários! Você me anima muito com seus elogios!

gabyzinha evans potter: Hey, fico muito feliz que tenha comentado! Espero te ver mais vezes por aqui!

Kiki Ravenclaw: Que bom que você gostou da minha espécie de trailer! É bom ver que minhas idéias dão resultado, às vezes... xD E eu não quero matar ninguém, não! Muito menos você! Obrigada pelo comentário, adorei!

Flávia Brown Verdini: Obrigada pelo comentário! Quero sua presença aqui mais vezes!

Anderson Potter: Sim! Muitos vão morrer... Ok, três. E o primeiro é no próximo capítulo! Você achou a herdeira cruel? Ah, puxa-saco... ;D Bem, eu adooooro puxa-sacos! E eu não posso postar todos os capítulos de uma só vez! Mas, como já disse, quanto mais comentários, antes virão os capítulos! Continue comentando, simplesmente amei sua presença por aqui!

Caroline Castilho: Ah, ele vai se ferrar mesmo... mas não muito. Espere mais capítulos para ver! ^^

Lala Potter Malfoy: Obrigada pelo comentário!

Chaos: Pena que você não goste muito de histórias de herdeiras e coisas do tipo. Mas eu lhe aconselharia a dar uma chance para essa fic, o pessoal está gostando bastante. Obrigada por comentar!

Maluada Black: Malu, fofaaaa! Adoro seus comentários, minha beta perfect *-* Você é a única em que eu acredito fielmente. Sua sinceridade é fantástica, e quando você me elogia eu fico, sim, com o sentimento de missão cumprida. E, a Farway e a Riddle se dão bem porque quando eu “criei” a Farway, precisava justamente disso... uma amiga para a Riddle. Tinha várias idéias na cabeça (para algumas partes meio futurísticas da fic) e aí veio a Farway... prontinha para ser a amiga que eu tanto precisava. Por isso elas se dão bem, porque se não se derem a história não fecha no final... Te adoro, fofa! Muitos beijos!

A **=';'=**Angelica Riddle: Se você gostou tanto assim do primeiro cáp acho que vai gostar muito mais dos outros. Vim melhorando muito desde que comecei essa fic e espero que você, uma tão ilustre escritora, continue acompanhando minha humilde fic. Obrigada!

Fê Black: E eu adoro teu jeito de comentar! xD Coisa mais linda! E as coisas sobre a Black Sisters ainda não estão bem definidas, quem sabe aparece algo S/B. Mas não prometo nada, afinal, tenho poucos capítulos planejados ainda. Beijão!

Eddy: Sabe, eu estou me sentindo a maior burra, aqui. Por que todos estão conseguindo decifrar os detalhes que mais tento esconder na fic? Hm, ok, para me poupar do ridículo vou dizer que você é que é muito inteligente xD Adorei o comentário! E vou ver se aumento o tamanho dos capítulos, okay?

andréia malfoy: Obrigada por ter adorado minha fic ;D

kakazinha: Sua faculdade em primeiro lugar, sempre! Valeu pelo comentário, adorei! Te adoro, também!

Jessica Gibb: Hey, Hey...! Vai parando com esses elogios, criatura, se não eu vou ficar mais modesta do que já sou. É, você realmente apareceu bastante no capítulo anterior! Bem, você sabe da sua importância na fic, né? Então...ainda terão muitas coisas! E a história dos bilhetes acabou no capítulo anterior. Era tipo uma fase minha. E as suas lembranças no capítulo passado, como a do Harry e do Severo *olhos brilhando* Até eu acho que me superei! Modéstia a parte, aquela página foi bem condizente com a realidade J.K. Rowling, eu acho. Muitíssimo obrigada pelos elogios! Te amo, cunhada!

Llana Black: Obrigada por dar uma passadinha aqui! Quando ler mais, me diga o que achou! Ficarei muito feliz em saber sua opinião.

Donna Malfoy: Se o meu ego explodir e eu morrer culpo todos vocês. Sério, guria, amei seus elogios! Volte mais vezes!

Mima E. Halliwell: Thanks! Poste mais da sua fic maravilhosa também! Adoro-te

Deh_Di-Lua: Ah, nem esperava seu comentário! Que bom, mais uma pessoa lendo a fic! *super feliz* Valeu mesmo!


Manu Riddle

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