Capítulo X



Capítulo dez


 


- E aí, o que ela queria? - Hermione
perguntou interessada, com uma ligeira preocupação, quando Rony entrou pela
porta com selvageria.


- Aquela vaca! - exclamou ele,
parecendo irritado. - Ah... ela não queria nada... a Helen traiu ela e ela
queria um apoio...


- Ah... e onde está a Helen? -
perguntou ela, parecendo um pouco aliviada.


- Não sei ao certo - respondeu ele,
sinceramente. -, eu procurei um pouco pelo lugar, mas ela parece ter
evaporado...


- Aconteceu alguma coisa lá, Ron? -
perguntou Hermione, erguendo uma sombrancelha.


Ele encarou-a por alguns segundos e
sentiu um leve solavanco no estômago, logo desviando o olhar e encaminhando-se
para o bar que havia perto da cozinha.


- Não interessante - ele disse,
brevemente. -, ela ficou choramingando e quando eu não agüentei mais, eu saí...


- Ah... talvez ela estivesse
precisando de você, Rony - murmurou Hermione, sentando-se ao seu lado.


- Mas agora... eu quero ficar com a
minha namoradinha... - Ele encheu uma taça de cachaça e depois começou a
partir um limão com uma faca, despejando o líquido no copo. -, algum problema
nisso?


- Não que eu saiba - disse Hermione,
sorrindo e passando o braço sobre o pescoço dele.


Roçaram os lábios levemente e,
depois, tragando um pouco da caipirinha, ele ergueu-a no colo e levou-a até o
quarto; começou a beijá-la mais calidamente, desabotoando com suavidade os botões
da camiseta rosa. Os seios fartos comprimidos nos sutiãs cor-de-carne
excitaram-no e ele passou o rosto por eles, sentindo o efeito da bebida
perpassar por seu sangue.


Uma enorme pressão sob sua calça
incomodava-o e, logo, ele despiu-se completamente, roçando o membro no sexo de
Hermione, ainda sob a calcinha;conseguiu sentir um líquido salpicando o tecido
levemente, o que deixou-o ainda mais excitado.


- Eu te amo - sussurrou Hermione, com
a voz baixinha.


- Quando nos casarmos - murmurou Rony,
ao seu ouvido. -, tudo será perfeito...


- Tudo já está perfeito, Rony - ela
disse. -, tudo já está perfeito...


Ele foi passando os lábios por seu
pescoço e depois descendo para os seios de bicos rígidos; a lembrança de seu
beijo com Lindsay martelava incomodamente em sua mente, mas, embora isso, ele
continuou o ato, até que em gemidos silvados, eles chegaram ao clímax,
explodindo em prazer.


 


*-*


 


Kirsten acordou; sua cabeça latejava
dolorosamente e ela mal lembrava do que acontecera na noite anterior; apalpou ao
lado da cama, a visão turva impossibilitando-a de ver se Harry estava ali; seus
dedos simplesmente tocaram o colchão e ela acordou de vez, procurando-o com o
olhar.


Seu coração acelerou... ele não
estava ali. Kirsten juntou todas as forças que ainda tinha no corpo
enfraquecido pela ressaca e, então, fez menção de levantar-se. Mas quando ela
conseguiu pôr os pés no assoalho e olhou para baixo, viu um líquido escarlate
salpicado na camisola branca. Seu estômago revirou dentro de si e ela começou
a apalpar a genitália, salpicando a mão de sangue.


- Harry? - chamou ela, o desespero
enchendo-a. - Harry?


Ninguém apareceu pela porta; seus
olhos agora enchiam-se de lágrimas. Kirsten levantou-se e começou a caminhar
pelos cômodos, tentando achá-lo. Ele estava na sala; parado como um robô, com
uma expressão cansada no rosto.


- Harry? - chamou ela, calmamente.


- Você chegou bêbada a noite passada
- disse ele, sério. - está difícil, Kirsten... Está muito difícil...


- Harry... eu... olha isso - ela
ergueu a mão manchada de sangue e depois soltou um soluço seco e desesperado.
- eu acho que... abortei, Harry.


- Não - sussurrou ele, os olhos
marejados em lágrimas. - NÃÃÃÃÃÃO!


O grito ricocheteou pelas paredes;
Harry passou a mão pela mesinha de centro, entre os dois sofás e as várias taças
e garrafas cheias de bebidas alcólicas espatifaram no chão, causando um
barulho excessivo que somou-se a sua voz.


- Você...
matou... meu filho
- disse ele, com um olhar sinistro em sua direção.


- Não, Harry! Não! - gritou Kirsten,
soluçando. - Ele... também era meu filho... - ela passou as mãos sujas pela
barriga, salpicando o resto da camisola. - e eu o amava.


- Amava o caralho! - berrou Harry. -
Você não ama nem a si própria!


- Por favor, Harry... fique mais calmo
- murmurou ela, calmamente. -, você está me deixando assustada.


- Ah... eu estou te deixando
assustada, é? Estou deixando a donzelinha assustada - cuspiu ele, fechando os
dedos nos braços dela e saculejando-a raivosamente. -, você não merece mais
perdão, Kirsten!


- Não... por favor...


- Saia daqui! Agora - ele puxou-a até
a porta, abrindo-a, e jogou-a para o lado de fora. Kirsten caiu pesadamente na
grama esverdiada que ornamentava a entrada; ergueu os olhos lacrimosos para ele,
suplicando perdão.


- Desculpa, Harry - ela murmurou. -,
por favor...


Mas ele meramente sacudiu a cabeça
negando desculpá-la e fechou a porta em um estrondo selvagem. Já sozinho,
Harry olhou em volta pelos cômodos e sentiu um aperto no coração, os olhos
ardendo. As lágrimas começaram a vir incessantemente. Ele dera um passo em sua
vida; depois de praticamente casar-se com Kirsten, tudo estava agora acabado...
seu filho morrera... sua vida falira. Mas ele ainda sentia um aperto no peito ao
lembrar-se dela. Ele ainda a amava... esse era o problema...


 


E
quando eu falo que eu já nem quero


A
frase fica pelo avesso


Meio
na contra-mão


E
quando finjo que esqueço


 Eu não esqueci nada


E
cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais


E
te perder de vista assim é ruim demais


E
é por isso que atravesso o teu futuro


E
faço das lembranças um lugar seguro


Não
é que eu queira reviver nenhum passado


Nem
revirar um sentimento revirado


Mas
toda vez que eu procuro uma saída


Acabo
entrando sem querer na tua vida


Eu
procurei qualquer desculpa pra não te encarar


Pra
não dizer de novo e sempre a mesma coisa


Falar
só por falar


Que
eu já não tô nem aí pra essa conversa


Que
a história de nós dois não me interessa


Se
eu tento esconder meias verdades


Você
conhece o meu sorriso


 


Ele ainda a amava... e isso o
incomodava...



 


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