O espelho



(N/A: Bem, esse capítulo está beeem grande... depois de um milenio sem postar, apareci de novo e escrevi logo um capitulo gigantesco!! Espero que gostem.. mas olha que no fim dele, até eu fiquei arrepiada! Peço novamente desculpas pela demora, mas pelo menos eu tardo mas não falho! Aí vai mais um capitulo pra vcs.. comentem!)

Depois de um tempo absorta em seus próprios pensamentos, Molly “acordou” para a vida e lembrou que estava sendo conduzida a algum lugar. Sua personalidade curiosa se manifestou:
— Violet, pra onde você está me levando?
— Você vai ver... espere só mais um pouco, já estamos chegando.. —disse a menina em resposta, como um pai que tranqüiliza o filho quando estão na estrada há muito tempo. O problema é que, como os filhos, Molly não sabia se conseguiria esperar.
Violet parou de andar repentinamente, fazendo com que Molly, que a acompanhava, se surpreendesse com a parada e esbarrasse nela. As duas estavam paradas no meio de um corredor, que seria como qualquer outro se não fosse pelo fato de ser totalmente desconhecido à Molly. “Bem, com um lugar do tamanho de Hogwarts, não se pode conhecer todos os corredores”, pensou ela.
— E é um... corredor? — Questionou Molly, já com uma pontinha de impaciência.
— É em algum lugar por aqui... — disse Vi, mais para si do que para a outra, como se pensasse alto. Ela olhou em volta por um momento e apontou para uma porta — É aqui, vamos.
Ela entrou e segurou a porta para que Molly pudesse segui-la. Esta o fez prontamente e agora se encontravam as duas dentro da misteriosa sala.
“Parecia ser uma sala de aula fechada. Os vultos escuros das mesas e cadeiras se amontoavam contra as paredes e havia uma cesta de papéis virada — mas encorada na parede a sua frente uma coisa que não aprecia pertencer ao lugar, alguma coisa que parecia que alguém acabara de pôr ali para tira-la do caminho.
Era um magnífico espelho, da altura do teto, com uma moldura detalha dourada, aprumado sobre dois pés em garra.” (trecho retirado do livro “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, página 179)
— É realmente... bonito. Mas...? — Molly ainda não entendia porque Violet a trouxera ali, e sua fala tinha um tom de pergunta, como se esperasse que algo mais acontecesse.
— Olhe-se no espelho. O que você vê?
A menina não entendeu nada. Será que Vi queria fazer uma sessão de analise, para levantar sua auto-estima, ou alguma coisa do gênero? Será que ela ia dizer algo como “você vê uma menina bonita, legal, inteligente e muito bem resolvida que não precisa de Tiago Potter”? Porque se fosse, as coisas por ali estavam ficando realmente estranhas... De qualquer modo, Molly seguiu o que lhe era pedido e olhou-se no espelho.
— Vamos, me diga, o que você vê?
Para sua surpresa, o que viu foi realmente algo inesperado.
— Eu vejo a mim mesma... porém mais velha. Ao meu lado há muitas crianças, que sorriem para mim. Também há um homem... — Molly aproximou-se do espelho para ver de quem era o rosto do “tal” homem, que via como um borrão embaçado — Por Merlim, o homem não tem rosto!! Eu.. eu... não estou entendendo! — Novamente, Molly olhava para Vi como se esperasse por um explicação.
— O homem não tem rosto — começou Violet — justamente porque, agora, sua identidade exata não importa. — Ao ver que a menina ainda mantinha o semblante dúbio, completou — Olha novamente para o espelho. Dessa vez, olhe mais intensamente. Retire todos os pensamentos e preocupações de sua cabeça. Concentre-se apenas no que o espelho te mostra e o que isso pode significar pra você.
Molly olhava para a menina como uma criancinha assustada. Lentamente, foi desviando seu olhar para o espelho. Começou novamente a fitar a imagem. Seu eu mais velho, com um homem sem rosto e criancinhas.
— Tem alguma idéia do que essa imagem representa?
— Família. — Respondeu Molly, quase sem pensar.
— E tem alguma idéia do porque de o espelho mostrar uma família a você? Uma família em que você esteja, no futuro?
A menina nada respondeu, ao que Violet resolveu continuar:
— Vamos, olhe realmente para a imagem. Tente entrar nela. Imagine-se dentro dela. Como você se sente? Qual o sentimento que a imagem te passa? O que isso significa para você?
A menina obedeceu. Olhou o quadro por um momento. Depois, preferiu sentar no chão. O espelho parecia querer leva-la até seu interior. E ela queria ir. Ela queria viver aquilo que o espelho a mostrava. Então, perdeu a noção do tempo. Não sabia por quanto tempo já estava observando a imagem, mas sabia que não queria mais sair dali. Era como se estivesse em frente a uma lareira... o fogo a aquecia e a deixava confortável. Sentia-se numa atmosfera familiar, muito agradável. Observando o quadro com mais atenção, pôde ver as pessoas que ali estavam se moverem. Viu as crianças a seu lado correrem para lá e pra cá. Brincarem, jogarem bola. Podia quase ouvir seus risinhos no ar da sala em que se encontrava olhando o espelho. Depois, eles voltaram e a abraçaram novamente. Viu o homem ao seu lado abraça-la gentilmente. Podia quase sentir seus braços tocando seu verdadeiro eu. Os dois se entreolharam. Mas como, se ele não tinha rosto? Nem a própria Molly sabia como. Mas de uma coisa ela sabia: entre eles, havia um sentimento forte. O mesmo sentimento que havia entre ela e as crianças. Era o sentimento que o espelho exalava, que inundava a sala onde Molly se encontrava. E por um momento ela se sentiu como se sua vida estivesse completa.
Então, ela entendeu. Era aquilo o que ela queria. Amor, família. Não importa se seria com Tiago, Mauro, André, Pedro. O que importava era o sentimento. Não importa a cor dos olhos que ela olhasse. O que importa é o que ela sentiria ao olha-los. O que importa é se, apenas com esse olhar, ela seria capaz de sentir-se amada.

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