Miss Morgan



Mesmo Harry dizendo a Rony que não estava com o mínimo interesse de se preparar para absolver a forma de um animago, não conseguia deixar de lado a plena curiosidade de como se tornar um animal. Apesar do contra gosto de Harry para efetuar Os Arcanos de um Animago, Rony não parava de pensar em que animal poderia se transformar.

- Acho que me adaptaria melhor como um leão, não acha? – perguntava Rony todo orgulhoso, tendo certeza de sua pergunta – Mas é claro! Um leão é o único animal que parece comigo, ruivo que nem eu e ainda é o símbolo da Grifinória, minha família toda pertenceu a casa, para completar possuo todas as características de um felino.

- Menos a coragem – disse Harry rindo do amigo, que não mostrou nenhuma satisfação.

Juntos foram até o Beco Diagonal para a aula inicial de Aparatar. Hagrid acompanhou os dois até o vilarejo bruxo. Apesar das aulas terem começado, o Beco Diagonal estava cheio de bruxos caminhando por todos os lados.
Ao passarem pela frente da loja de varinhas “OLIVARAS”, Harry notou que tinha sido reaberta, porém não era o antiquado Olivaras que atendia a clientela, em seu lugar uma bruxa bem baixinha ocupava o balcão. Hagrid ao visualizá-la exclamou felizmente:

- Miss Morgan!

E ao terminar de exclamar o suposto nome da pequena bruxa, puxou Harry e Rony pelo braço, para entrarem na loja.
Não havia muitos bruxos no aposento. Apenas um garoto que Harry conhecia de Hogwarts, junto de dois adultos provavelmente seus pais, e no outro lado da loja havia um bruxo alto vestido com o uniforme negro do Ministério.
Hagrid aproximou-se da pequena senhora, com um sorriso de orelha a orelha.

- Miss Morgan, a quanto anda “la magnífica Brutha” – falava Hagrid com um sotaque estranho, que fez com que Harry e Rony rissem.

- Querido pequenino gigante Hagrid. Como tens passado? – falava Miss Morgan rapidamente.

- Vou muito bem! Mas que a trazes aqui. Não estava vivendo na Espanha.

- Primo Olivaras anda muy estranho. Tendo yo ter que atender o seu nobre pedido de tomar conta de seu estabelecimento. – dizia a pequena velha endireitando seu chapéu azul-turquesa. – E me diga! Quem são essas pequenas “belezuras” que o acompanham! – exclamava a senhora Morgan apertando a bochecha de Rony.

- Esse é Rony Weasley, filho de Molly e Artur... Não os lembras!

- Minha nossa! Como estás grande. Era o pequenino da família la última vez que vi. Agora estás um rapagão. – disse Morgan abismada. – E quem é este outro?

- Harry Potter! – disse Hagrid.

- Harry Potter – repetiu Morgan lentamente. – É um chico muy valente. As notícias estão vagando até na Espanha sobre o retorno do Lord Negro. A Inglaterra não está mais como antigamente.

A conversa rendeu bocados com a companhia de Madame Morgan. Brincadeiras, diversão, tudo pertencia a personalidade animada da senhora. Era tão pequenina, devia ser pouca coisa maior que o Professor Flitwick, pensava Harry.
Para o espanto de Harry e Rony, fora quando a Morgan contou como havia conhecido Hagrid. A pequena bruxa é uma ex-aurora, na época em que Harry era bebê, ela já caçava horripilantes bruxos das trevas. Uma das únicas vivas que podia dizer que havia enfrentado Voldemort de perto. Entretanto abandonou o serviço, quando perdeu um irmão, também auror, vítima de Voldemort. Madame Morgan contava que havia ficado arrasada, não possuía mais escrúpulos para trabalhar. Voltou para a Espanha, sua terra de origem e viveu até então com uma tia que possuía. Anos e anos de sua vida foram de depressão pela perda do irmão que tanto amava. Foi morar na casa de sua tia que tanto amava, porém também não estava mais neste mundo. Foi à morte mais enigmática que aconteceu. Sua tia morreu e sua elfa doméstica foi incriminada como culpada. O que Morgan não acreditava até hoje. Não suportando mais viver de lamentos, se expandiu e começou a dar aula de feitiços em um curso em Madrid, na capital de seu país.
As horas passavam, entravam e saíam clientes na loja, e Madame Morgan não parava de se entreter com Harry, Rony e Hagrid. Harry tinha simpatizado com a pequena bruxa, há tempos não conhecia uma pessoa tão bem humorada como àquela senhora, nem parecia que já tinha enfrentado tantos problemas no passado.

- Adorável Miss Morgan – dizia Hagrid – a conversa foi tão agradável, mas tenho que levar os meninos até a aula de aparatar.

- Rúbio, como sempre tão delicado. – disse Morgan – Ah! Queridos chicos... Apareçam, adorei a visita.

- Nós também gostamos muito – completou Harry meio encabulado.

Juntos os três saíram junto da loja de varinhas. Algo atormentava a cabeça de Harry. Tinha certeza que conhecia alguma história parecida com a da tia de Morgan. E sem evitar perguntou a Hagrid:

- Hagrid, por acaso conhece a tia de Morgan?

- Pessoalmente não. Mas todos falam que era uma bruxa muito rica. E que eu me lembre sua morte gerou, muitas especulações....

- Sei Hagrid, mas quero saber o nome!

- Não sei dizer... Ah! – lembrava Hagrid – falavam que ela era descendente de Helga Hufflepuff, uma das criadoras de Hogwarts.

- É ela! – disse Harry vitorioso.

- Ela quem? – perguntou Hagrid e Rony juntamente.

- Bem... ninguém... – mentiu Harry.

Harry tinha certeza, a tia de Miss Morgan era Hepzibah Smith, e a elfa que todos pensavam ser culpada era Hokey. Harry tinha acompanhado isso pela lembrança que Dumbledore tinha lhe mostrado alguns meses atrás. Não fora a elfa doméstica Hokey que havia matado, e sim Voldemort que tinha envenenado a bebida no dia em que fora visitar Hepzibah. E a ingênua senhora mostrou seu maior tesouro, a taça dourada que pertencera a Hufflepuff. Voldemort não deixando esta chance rara o escapar, tratou de armar o esquema para roubar a taça, e tudo saiu do jeito que preverá. A pobre elfa levou a culpa sem ter feito absolutamente nada.
Harry estava com uma grande descoberta em suas mãos. Mas não sabia o que fazer, até que ponto podia atuar em seu favor a descoberta que havia feito. Provavelmente Miss Morgan seria de grande ajuda, com certeza sabia várias coisas sobre Hepzibah, porém não devia saber o mais importante, onde estaria agora a taça de Helga Hufflepuff, um dos Horcruxes de Voldemort. Possivelmente Miss Morgan não sequer desconfiava que Voldemort era o responsável.

- Harry! Acorda – disse Hagrid rispidamente – já chegamos.

Entraram num grande salão lotado de gente. Uma bruxa enfrente um balcão recebiam os prováveis alunos. Hagrid despediu-se dos meninos. Ambos seguiram até a fila para constatar a presença.

- Olá Harry! – Ninguém menos que Neville Longbotton chegava perto de Harry e Rony.

- Neville! – falou Harry surpreso. – Pensei que estivesse ido para Beauxbatons.

- Profª McGonagall conversou com minha avó, chegaram à conclusão que não valeria a pena que eu fosse. Então minha avó fez a inscrição aqui no curso extra de aparatação.

- Que legal – disse Rony – Teremos uma companhia a mais nessas nossas férias “prolongadas” – brincou Rony.
Chegou à vez dos meninos assinarem presença na prancheta em cima do balcão. Um grande número de bruxos tinha se cadastrado no curso. Como Harry imaginava muitos alunos de Hogwarts.
A aula havia começado, e Harry não estava nem um pouco a fim de assistir aulas daquele curso, principalmente sendo aulas de apartar, o que dava uma sensação desconfortável a ele. Já havia pressentido algumas vezes na companhia de Dumbledore.
Vários círculos encantados tomavam conta do enorme salão. Cada aluno ocupava um. Passagens, concentrações, irritações, tudo se concentrava em harmonia na aula de aparatar. Rony estava tendo bons resultados, apesar de já ter assistido algumas aulas antes em Hogwarts.
Harry não conseguia concentra-se nos comandos. Seu raciocínio estava fixado na lembrança de Hepzibah. Sua intuição dizia que Miss Morgan poderia ser de grande ajuda. “Mas como?” – perguntava a si mesmo.
Uma hora depois a primeira aula do curso havia chegado ao fim. E Harry não obtera nenhum resultado significativo.

- Harry, vou dar uma passada na loja de Fred e George. Querem ir comigo? – E sem dizer nada, Harry e Neville acompanharam Rony até as Gemialidades Wealeys.

No caminho a loja dos gêmeos, Harry voltou a encontrar bruxos ambulantes andando pelo Beco Diagonal. As quinquilharias estavam progredindo, colocadas sobre uma pequena tenda, havia um anúncio na frente:

Amuleto - Efetivo contra Lobisomens ----- 6 sicles
Escudos contra Dementadores ------------- 15 sicles
Poção da cura -------------------------------- 7 sicles

O pequeno velho atirava-se gritando na frente das pessoas. Segurando manuais de segurança e tentando vender amuletos que com certeza não serviam para nada. Um ano atrás Harry já havia os encontrado. Depois que fora confirmado o retorno de Voldemort. Porém agora com a morte de Dumbledore, mais coisas desastrosas apareciam.
O Beco Diagonal estava infestado de cartazes colados pelas paredes. Alguns com o pálido rosto de Severus Snape, outros de alguns comensais da morte. Ao passarem em frente a Floreios e Borrões, encontraram Molly e Gina tentando fugir da insistência de um vendedor. Em outra pequena tenda encontrava um bruxo mais jovem com caixas cheias de salamandras de fogo.

- Compre uma salamandra madame – dizia o vendedor – não há animal melhor para proteger à senhora e sua filha.

Deixando o impertinente bruxo de lado, as duas aproximaram-se dos meninos.

- Papai deveria mandar prender essas pessoas – disse Gina irritada, arrumando seus cabelos de tanto que o vendedor passava a mão.

- Ah! Minha filha, o ministério os recolhe, mais no dia seguinte estão todos aqui de novo. Querem ganhar dinheiro a qualquer custo. Pena que existam pessoas ingênuas, e acabam caindo no papo deles. – disse Molly - e o que os três fazem aqui – Molly falava apontando para Harry, Rony e Neville – deviam estar no curso!

- A aula de hoje já acabou – disse Rony – estávamos indo à loja de Fred e George

- Ótimo, acompanho vocês.

E ao se aproximarem da loja um enorme letreiro luminoso fixava no topo da loja:

Gemialidades Wealeys
Tudo que sempre sonhou em apenas um só lugar.
(tudo mesmo)

- Bem típico de Fred e George – comentou Rony – não são nem um pouco convencidos.

Harry e outros entraram na loja. Estava cheia de clientes como sempre; apesar de muitos alunos já estarem em Beauxbatons, a loja continuava lotada. Não só jovens a visitava, adultos também faziam filas. Harry não pôde chegar perto das estantes. Ele fitou ao redor, olhando para as caixas empilhadas até o teto: Eram o Kit mata aula que os gêmeos tinham aperfeiçoado ainda mais. Harry notou que Nosebleed Nougat era muito popular, com somente uma caixa na estante. Havia caixas cheias de varinhas de truques, que ao usar se transforma em galinhas de borracha ou pares de bigornas, quando agitada, golpeia o usuário imprudente ao redor da cabeça e do pescoço. Várias caixas de penas com Self-Inking, Spell-Checking e Smart-Answer. Um grande espaço se abriu na multidão e Harry notou que uma menina de uns nove anos não parava de jorrar sangue pelo nariz. Fred correu rapidamente para perto da menina e deu uma pequena pílula para ela engolir, o que acabou com o problema rapidamente.

- Na próxima vez, não use produtos vendidos a partir de 16 anos – disse Fred sorrindo. E a pobre menina arrependida concordou com a cabeça. Como Rony previa, sua mãe não ia deixar de arrumar um escândalo.

- Você está doido, deixa seu pai saber o que vocês dois estão vendendo. Quase deixou a menina sem sangue, pensou se acontecesse alguma coisa mais séria. – gritava Molly chamando a atenção de todos na loja.

- Mãe controle-se, não era sangue de verdade. – E Molly morrendo de vergonha do escândalo que tinha arrumado, permaneceu quieta.

- Olá Harry, olá Neville – disse George animado ao chegar perto dos meninos. – Neville experimente essa bala, é uma delicia. – E sem pensar duas vezes, Neville pegou a bala e jogou na boca, segundos depois seu rosto começou a piscar de várias cores.

- Minha mais nova invenção: “Balas pisca-pisca”, no Natal farão o maior sucesso. – disse George.

- Fred e George! – recomeçava Molly – se Artur estiver à par dessas novas invenções....

E a confusão recomeçava. O imprevisto aconteceu, o rosto de Neville não parava de piscar. Fred e George não tinham finalizado o projeto das balas, haviam usado Neville com cobaia. Neville corria desesperado para todos os cantos da loja, tentando fazer seu rosto parar de piscar.
Molly quase teve um troço. Não sabia se brigava com os gêmeos ou se acudia Neville. Rony rolava no chão de tanto rir e Harry tentava com algum feitiço parar a iluminação da cabeça de Neville.
Uma desordem acorreu na loja dos gêmeos, as pessoas que estavam lá, também não sabiam o que fazer. Umas riam e outras tentavam ajudar. Fred e George tentavam usar antídotos em Neville. Porém em vez de melhorar, ocasionou outro desastre. Agora não só a cabeça de Neville piscava, mas também seus olhos. Parecia um semáforo o rosto do garoto.

- Meus olhos – chorava o menino desesperado.

Molly desistindo de acudir Neville, começou a brigar com os gêmeos, atrapalhando ainda mais.
De repente uma luz branca tomava conta do ambiente. E ao olhar para a porta de entrada, Harry viu Olho-Tonto-Moddy acompanhado por Lupin. Com um feitiço, fez tudo voltar ao normal. A cabeça de Neville tinha parado de piscar.

- Sr Longbotton – dizia Moddy – sua avó lhe espera em frente a Floreios e Borrões. – E sem falara nada, Neville desatou a correr para fora da loja.

- Fred, acho que acabamos de perder um cliente – disse George.

- Porém acabam de ganhar uma multa – disse Lupin sorrindo. – Funcionários do ministério notaram a confusão existente na loja, conseqüentemente serão multados.

- Pois faz muito bem! – concordava Molly.

- Potter! Ótimo tê-lo encontrado, precisamos ter uma conversa. – disse Moddy.

Harry já imaginando o assunto, acompanhou Lupin e Moddy.

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