O Segredo de Petúnia



Toc toc – ouvia leve pancadas na porta dos Dursleys. O relógio marcava 7:00 horas. Harry já estava de pé ansioso para partir. Ouviu o barulho da porta e pela janela de seu quarto viu uma senhora de cabelos curtos, com um chapeuzinho azul e preto presos em sua cabeça. Srtª Figg estava posta a frente da casa como Harry esperava. Pegou suas coisas, e com muita dificuldade a gaiola de Edwiges. Sem fazer muito barulho andava devagar pelo corredor. E ao por o pé no primeiro degrau da escada, tio Valter saia de seu quarto, enrolado em seu pijama e surpreendeu Harry.

- O que está acontecendo aqui?

- Nada. Apenas estou indo embora. Eu avisei ao senhor ontem que hoje pela manhã estava de partida. – falou Harry desajeitado com tanta coisa que carregava.

- Vai sozinho? Ou tem alguém de sua espécie lá fora te esperando? – tio Valter falava ironicamente, e chegando mais perto de Harry.

- Não posso deixar a Srtª Figg me esperando. Ela veio me buscar. – Harry descia com dificuldade as escadas, rumo a porta de entrada. – Sraª Figg? Mas o que aquela velha tem a ver com isso? – disse tio Valter indo atrás de Harry.

-Já falei. Ela veio me buscar.

– Te buscar? – Harry colocando suas coisas no chão, abriu a porta e deu de cara com Srtª Figg.

- Bom dia Harry querido! Não podemos nos atrasar. Marquei do Noitibus Andante nos pegar nas esquina da Rua Magnólia. Bom dia Valter – falou Sraª notando a presença dele.

- Não vai me dizer que a senhora também é uma...

- Fique tranqüilo Valter, não sou uma bruxa, e sim um aborto. Não preciso mais esconder nada de vocês. Agora que Harry não precisa mais conviver com vocês, daqui uns dias será maior de idade, voltarei para meu antigo lar. – Valter de boca aberta sem entender absolutamente nada o que Figg falava, continuou a ouvi-la - E a respeito do meu Duplex Valter, fique com a chave. Agora está sob sua responsabilidade. Pode tentar vender ou alugar, faça o que achar melhor. Terá vinte e cinco por cento do valor adquirido. – A expressão de Valter mudou na mesma hora, sabendo que ganhará um pouco de dinheiro sem fazer esforço. – Atrás de Valter notava a presença de Petúnia que acabava de chegar. Olhando curiosa para o que estava acontecendo falou: - Harry, já está indo?

- Sim.

- Se importaria de entrar, precisava falar uma última vez com você. – disse Petúnia gentilmente. Olhando para Srtª Figg, Harry sentiu-se um pouco receoso do que deveria fazer.

- Vá Harry. Mas não demore. Temos apenas vinte minutos. – Harry voltou para dentro de casa e seguiu sua Tia até o andar de cima. – Não faça barulho, não quero que Guida nem Duda acordem. – Sem falar nada Harry entrou no quarto de Petúnia que não o via há muito tempo, pois seu tio o proibia de entrar em certos aposentos da casa.

- Harry – começou Petúnia – pode sentar se quiser. O que tenho para te falar é muito curioso para você. – Harry sem falar nada olhou estranho para sua tia - Muito sei a respeito do mundo bruxo. Lílian me contava muitas coisas, principalmente sobre Hogwarts, sua escola. Toda vez que ela voltava para casa para passar as férias de verão, que nem você faz, ela chegava cheia de notícias a respeito de sua escola. Eu era sua única irmã. Ela ficava empolgada para contar para alguém como tinha sido o ano. E eu fingindo não gostar do assunto ouvia tudo nos mínimos detalhes. – Harry que até agora não tinha falado nada, ouvia sua tia. – Ela me contava tudo. Como eram suas aulas, seus professores, os passeios que dava em uma pequena vila mágica, que não me recordo o nome – Harry supôs que fosse Hogsmeade – e fui a primeira saber, a respeito de Tiago, seu pai. Primeiro e único amor de Lílian. Lembro-me como se fosse hoje. Lílian estava com dezesseis anos, sua idade Harry. Sentia-se nas nuvens. Parecia que tinha levado a flechada de um cupido. Em seus cadernos havia desenhado em várias páginas “L & T” dentro de corações. Não preciso mais mentir, sempre morri de inveja de minha irmã. – Petúnia contava a Harry, sem olhar nos seus olhos. - Papai sentia orgulho de ter uma filha bruxa que nem ele. Se dependesse de sua vontade todos nós seríamos bruxos. Ao menos minha mãe me apoiava. Odiava saber que Lílian deveria ficar enfurnada meses naquele lugar.
- Alguns anos depois – continuou Petúnia – Tiago e Lílian terminaram o colégio. Eu achava depois que terminasse os estudos voltaria para casa. Mas aconteceu o inverso. Permaneceu mais tempo do outro lado do que antes. Falava que agora estava estudando bem mais para poder ter uma profissão no mundo mágico. Mal víamos Lílian. Mandava notícias através de corujas. Isso era insuportável, aqueles animais peçonhentos entrando pela janela de casa. Até hoje não entendo por que não telefonava. – O mundo bruxo não utiliza telefone – pela primeira vez Harry se expressou – e corujas não são animais peçonhentos como disse – Já era de se imaginar – concluiu Petúnia. Quando Lílian completou vinte e dois anos, casou-se com Tiago Potter. Só nosso pai prestigiou a festa. Ela optou por ser realizada junto de seus amigos bruxos. Algo que incomodou profundamente mamãe que jamais queria ter contato. Posso afirmar que meu desprezo por sua raça foi estimulado por minha mãe. – pausando um pouco a história, ela sentou-se na beirada de sua cama. Harry sentando ao lado se sua tia, e com dúvidas, argumentou:

- Poderia falar dos meus avós? – Petúnia sem saber o que fazer disse - Agora não querido. A Srtª Figg está lá embaixo te esperando, não pode se atras... – Antes que terminasse de falar, Harry a interrompeu. – A Senhora tinha que ter me contado a respeito dos passado de minha mãe há anos atrás. Estou nesta casa a quase dezessete anos. E só agora, faltando minutos para eu sair dela, você prefere revelar segredos a respeito de minha família. – Harry levantando bravamente, e encarando sua tia, continuou – Não entende que é a única que pode falar a respeito de meus avós. – Petúnia entrando em lágrimas gritou:

- Eu não podia. – chorava Petúnia.

- Você não podia – repetiu Harry – É diferente, você não queria! Há anos eu sou maltratado nesta casa. Vocês nunca se importaram comigo. Foi tão sofrido assim me acolherem durantes esses anos? Aposto que eu sofri muito mais com tudo isso. Passei por difíceis situações não só aqui, mas em Hogwarts também. – Harry falava tão forte, que parecia estar passando mal. – Sei que sabe muito mais do que me contou agora a respeito dos bruxos. Acha que é bom ser conhecido por todos a respeito de uma tragédia que aconteceu poucos dias depois que nasci. Ser apontado por todos aonde que você vá, e ficarem olhando curiosamente sua cicatriz em forma de raio na testa. Se a gente pudesse escolher como seria nossa família, como viveríamos a vida, se pudéssemos evitar a morte dos PAIS, tudo seria simples, tudo seria fácil, não existiria tragédias, concorda? Se houvesse uma mágica que revertesse isso. Mas não EXISTE, nem o mundo bruxo é capaz de reviver os mortos, de evitar situações constrangedoras. Nem todas as poções do mundo, nem as mágicas mais poderosas, são capazes de reverter à dor da perda dos pais. – Harry gritava e chorava. - Nossos pais são as árvores de um enorme jardim chamado VIDA, e nós os filhos somos os frutos.

- Mas eu não tenho culpa de Voldemort ter assassinado Lílian e Tiago.

- Não estou te culpando disso. Mas poderia ter me tratado melhor, achou pouco a perda dos meus pais. Não satisfeita, queria que eu sofresse mais. E você e Tio Valter continuaram a me sacrificar. Acha que foi fácil ter de dormir dentro de um armário abaixo da escada, durante doze anos da minha vida. E ser maltratado pelo primo, e não sendo o bastante tendo que aturar Guida em alguns verões. Foi muito fácil pra mim, não é isso que pensam? Porém, estou saindo hoje desta casa, e não pretendo retornar nunca mais.

- Pare! Chega! - esperneava Petúnia. – Vai continuar falando que não podia, que não tem culpa de nada. Chega de mentiras. - Gritava Harry. A porta do quarto se abria e via os rosto gordo de Duda com uma expressão de susto.

- Mãe o que está acontecendo. Harry está gritando com a senhora? Quer que eu de umas....

- Duda saia daqui agora. – gritou Petúnia. – Mas a papai está chamando, disse que a Srtª Figg está esperando Harry.

- Fale para a Srtª Figg vir me buscar depois, agora não posso ir. – gritou Harry. Petúnia expulsando o filho do quarto, trancou a porta para que ninguém entrasse.

- Harry acalme-se. Já disse que não posso te falar nada a respeito de seus avós. Sou a única que sei além de.... – Além de quem? Fala! Pare de mentir. Para de evitar o inevitável – Harry sentia um ódio dentro dele, parece que estava revivendo os momentos sofridos com Dolores Umbridge. – O que tem de tão misterioso a respeito de meus avós que nunca me contou?

- Além de Dumbledore! – finalmente falou Petúnia, que chorava como criança.

- O que Dumbledore tem a ver com isso?

- Ele não queria que eu te contasse nada.

- Mas Dumbledore está M-O-R-T-O – gritou Harry – A senhora é a única que pode me dizer à verdade. Que tanto mistério é esse? – Harry, no momento em que eu te chamei aqui, de maneira nenhuma queria discutir este assunto com você. – disse Petúnia

- Foi de sua opção a chegar neste relato.

O ambiente era de dor. Tanto Harry quanto Petúnia choravam, se revoltavam. O quarto era muito pequeno para tão grande discórdia. O sofrimento de anos dentro daquela casa, em poucos minutos era recalcado. Petúnia andava para todos os cantos, falando sem parar.

- Infelizmente me deixei levar pelas histórias do passado e cometi esse erro. Queria apenas te dar umas coisas que sua mãe pediu para te entregar quando completasse a maior idade. Como no “seu mundo” a maior idade é dezessete e como faltam poucos dias para seu aniversário, resolvi te entregar hoje.

- Me entregar? O que? - Petúnia abria a segunda porta de seu guarda-roupa e tirava uns pertences de dentro, e revelando um fundo falso dentro do armário, ela retirava uma pequena caixa vermelha, bem fechada e estendia a Harry. – Era como desejo de sua mãe que você abrisse esta caixa só no dia de seu décimo sétimo aniversário. – Dizia Petúnia.

- Pode deixar. O pedido de minha mãe será atendido. – Harry recebendo a pequena caixa e avaliando falou: - Só não entendo uma coisa. Quando minha mãe lhe entregou isso?

- Três dias antes de morrer. Na hora não entendi nada. Achava loucura da parte dela. Mas era como se ela já soubesse que iria morrer. – Harry sentia-se tonto, desamparado. Sentou-se na poltrona próxima ao guarda-roupa de sua tia e na mesma hora disse: Como assim já sabia que ia morre?

- Não sei! Foi uma coisa estranha, ela me fez prometer que lhe entregaria isto quanto completasse dezessete anos.

- E a respeito de meu avô e minha avó. O que tem a dizer?

- Já falei Harry! Eu não posso dizer nada. Fiz um juramento mágico.

- Um voto inquebrável? – perguntou Harry.

- Isso não posso te falar com clareza, não sei qual era o nome da magia, nunca reparei nisso. Jurei junto de Dumbledore que eu não falaria nada a respeito de seu avô.

- Mas porque especialmente me avô, e minha avó? – Harry, dizia Petúnia – talvez não saiba, mais eu e Petúnia não somos filhas do mesmo pai. Mais tarde minha mãe casou-se com outro homem, o meu pai. Os dois eram normais – Trouxas a senhora que dizer – interrompeu Harry. Sim, ele não era bruxo como seu avô.

- Mas a senhora disse que seu pai adorava minha mãe, apenas ele foi ao casamento dela.

- Sim. Casando com minha mãe ele soube de como Lílian era diferente. Ficou encantado com tudo isso. A tratava como filha. Às vezes até melhor do que eu, que sou sua filha biológica. – E minha mãe – falava Harry – sabia que ele não era seu verdadeiro pai?

- Claro que sabia. Ela mal chegou a conhecer o verdadeiro pai. Por causa... Chega Harry. Não consigo prosseguir, prometi a Dumbledore. Eu selei minha confiança com ele. Terá que descobrir sozinho se quiser saber sobre seu avô.

- Mas como? Não sei nem por onde começar. – gritava Harry

- A resposta em na sua mente. Dumbledore me garantiu que ao passar dos anos te daria pistas imperceptíveis nos determinados momentos. Mas quando chegasse a hora certa o quebra-cabeça seria montado e descobriria o segredo.

- Me diz. Pelo menos alguém conhecia meu avô?

- Sim, algumas pessoa tenho certeza que o conheciam. Todavia, ninguém possa imaginar que ele é seu avô. Agora vá! Figg está te esperando. E por favor, não conte a Valter a respeito dessa caixa. Ele não sabe de sua existência. E se dependesse dele, jamais tocaríamos neste assunto.

Harry jamais esperava ouvir uma história como esta de sua Tia. Ainda mais no último dia de sua estadia na casa. Parecia que uma bomba estava preste a explodir em sua cabeça. O que podia mudar em sua vida saber sobre seu avô. Nunca tinha se preocupado de saber quem era. Mas devia ser importante para seu conhecimento. Já que Dumbledore foi capaz de fazer um Voto Inquebrável com sua Tia.
Harry descia rapidamente as escadas. E ficou preocupado se Guida já tinha se levantado e ouvido os seus gritos com Petúnia. Mas para sua felicidade podia ouvir os roncos de Guida vindo do quarto de hóspedes. Ao passar pela sala, via o rosto de fúria de Duda o encarando.

- Harry! Corre, o Noitibus já está nos esperando. Vamos nos apressar, aproveitar que não tem nenhum trouxa aqui.

Harry pegou seu malão e a gaiola de Edwiges e correu atrás da Srtª Figg. Olhava pela última vez a casa dos Dursleys. Podia ver Valter interrogando Petúnia na porta de casa, provavelmente querendo saber o motivo da demora. E com certeza ela deveria estar inventando o desculpa não convincente. Rapidamente entrou no enorme ônibus roxo de dois andares. Não era o mesmo motorista e nem o mesmo ajudante que Harry havia visto na última vez que entrou no Noitibus. Eram funcionários diferentes. Também já era de se esperar. Por Tom ter sido preso meses atrás. Fora descoberto era um Comensal da Morte.
Podiam ser notadas poucas pessoas dentro do ônibus. E aparentemente todas ainda estavam dormindo. Era uma novidade para Harry. Nunca tinha visto um ônibus que também possuía camas. Sentou bem na frente, ao lado da Srtª Figg que falava ao motorista:

- Pode nos deixar próximo a casa dos Weasleys. Na TOCA. – E sem falar nada o motorista confirmando com a cabeça, fechou a porta do ônibus e seguiu em frente. Andando rapidamente a quilômetros por hora. O Noitibus chegava a voar para poder não ser notado pelos trouxas. E encostado no banco do enorme ônibus, Harry pensava. Não sendo o bastante Harry se preocupar em encontrar e destruir os Horcruxes, agora deveria descobrir quem é seu misterioso avô.


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