Desabrochar



Cap.1




Memória, suas lembranças escondidas



Nota: Os cap’s que estarão encaixados aqui são recordações dos personagens (só relembrando: que estranhamente :roll: não são meus. Salvo exceções). Escritas, vividas ou narradas por eles (eu! ^^).

***




Agora um cap. Imenso... ^^

****






Há outro mundo dentro de mim que você nunca poderá ver.

Há segredos nesta vida que eu não posso esconder.

Em algum lugar nesta escuridão há uma vida que eu não posso

Achar.

Talvez é muito longe ou talvez eu seja cego, talvez eu seja

Cego.




Aos dezessete anos ele havia se tornado um rapaz decidido. Diferente dos outros anos, onde se sentia perdido, excluído de tudo, onde não falava nada e queria que as pessoas lhe entendessem, que desaparecessem... Até era infantil, agora admitia.

Aprendera a controlar melhor (lidar com) sua raiva e usá-la no momento mais oportuno. Teria que crescer, e decidiu que deveria ser o mais rápido possível, pois ninguém merecia agüentar aquele garoto patético que só estava preocupando-se com seu ‘próprio umbigo’, com o que ele sentia e deixava de sentir, da raiva e rancor que a cada ano aumentavam em seu peito.

Existiam pessoas que o amavam muito e que o respeitavam e também existiam... As outras (como agora costumava se referir, ao menos em pensamento, a corja de pessoas imundas e preconceituosas).

Não se tornara alguém frio, calculista. Só estava sendo realista . Sofreu para aprender e não cometeria os mesmos erros, nem que precisasse pisar em ovos para isso.




O retrato dos pais na cabeceira da sua cama restabelecia suas forças. Estava no quarto trancado (ele mesmo decidira fazer assim), em sua ‘cama’, esvaziando a mente.



-Me ajudem... – disse olhando para a porta-retrato. Com um estalar de dedos ele desligou o abajur e se deitou para dormir. Tinha certeza que dali a algumas horas o dia chegaria... Estava certo.



A manhã chegou e com isso o seu ‘inferno matinal’.



-Acorda garoto! Está pensando que é o quê? Além de te dar teto e alimentá-lo ainda tenho que esperar sua boa vontade de acordar? – Petúnia gritava do outro lado da porta, batendo fortemente na mesma. – Não vou chamar novamente, não vai tomar café se não estiver aqui em baixo em dois minutos!



-Até parece que posso considerar o que me dão, de alimentação... – resmungou trocando de roupa.



E daí que ele era Harry Potter? E daí que era o capitão de quadribol da grifinória? E daí que crescera mais do que esperava neste verão? Que era maior de idade? E também que estava sendo perseguido pelo bruxo das trevas mais cruel e impiedoso? Quem se importava? Não seriam seus parentes. Sua ‘família’ constantemente gostava de esquecer (não se importar e/ou interessar) destes fatos (principalmente o fato dele existir).

Ele mesmo não mais ligava... Deixaria tudo correr e quando chegasse a hora, estaria preparado, preparado para acabar com Voldemort, mesmo que este levasse sua vida, que lhe custasse a alma...



Harry desceu as escadas calmamente. Chegando a cozinha, percebeu que todos estavam lá, com as mesmas caras de desgosto, com os mesmos hábitos, com a mesma vida ignorante e sem ação de sempre. Enfim como trouxas que achavam ser normais... Era impressionante como se esforçavam para ter a mesma vida, e ele achando ser patético...

Vendo cada um, teve certeza de que poderia caracterizá-los.

Válter Dursley, era um ogro prepotente e arrogante desde que Harry se conhecia por gente. Tinha sempre a vista um olhar enviesado e desconfiado quando se tratava do rapaz e suas companhias. Com sua típica cara de quem comeu e não gostou estava, agora, lendo o jornal que todos os dias, na mesma hora, entregavam. Não poderia se esquecer do rosto que ficava púrpura quando estava nervoso ou com raiva.

Petúnia Dursley, ainda tinha aquela cara estranha de cavalo e seu pescoço só tendia a aumentar, pois não deixou o mau costume de bisbilhotar a vida dos vizinhos. Uma mulher totalmente desprovida de atitude, quando se tratava de seu filho. Como poderia ser sua tia? Ele não entendia...

Duda Dursley, só cresceu para os lados, a mentalidade, se chegasse a de uma criança de nove anos, teria superado as expectativas de Harry (e de toda a vizinhança). Baderneiro e covarde, vivia ainda com o mesmo grupinho de arruaceiros, que eram seus amigos desde criança. Ainda mimado e mentia muito mal.

E havia ele, que não se considerava da família, no entanto: era um moreno alto, com fisionomia e traços, agora, adultos, voz grossa, cabelos muito negros e que ainda cresciam para todos os lados (já desistira deles mesmo), usava os típicos óculos redondos (formidavelmente concertados por sua amiga), os olhos verdes intensos e vorazes (parecia que poderiam ler a alma de qualquer um. Com aqueles olhos poderiam hipnotizar qualquer uma), e finalmente, em sua testa jazia uma cicatriz em forma de raio. Constantemente se perguntava: “O que estou fazendo aqui, meu Deus?”.



Sentou-se a mesa, Duda o olhou com desprezo. Válter fingiu não perceber a movimentação e Petúnia continuou indiferente.

Harry estava sendo paciente até então, mas isso era demais, quem pensava que era para lhe lançar esse olhar superior? Olhou para os lados e só mexendo os lábios disse: magia. - Foi o suficiente para que Duda empalidecesse.



-O que foi Dudinha? Vamos, coma mais um pouco – Petúnia empurrou um prato com bacons e torradas para o rapaz. – está tão apático. Você precisa se alimentar, como vai sustentar seu corpo forte?



Harry preferiu ocupar sua boca para não rir, corria sério risco de se engasgar, mas ainda era melhor do que ficar o dia inteiro sendo aporrinhado por aqueles trouxas. Qual era o problema da tia Petúnia? Se precisava de óculos, os seus estavam a disposição. Comeu, pediu licença e sem demora se retirou.





Harry estava novamente em seu quarto, seus pés cruzados para cima, olhando o teto, entediado... Não acreditava que já tinha terminado todos os exercícios escolares e também havia os revisado para encontrar algum problema. Até tinha feito outra redação de astronomia, com vinte cm a mais do que a professora havia pedido...

Estava naquela casa deste o início das férias, e isso já era o cúmulo da resignação e sobriedade. Sabia que aconteceria, mas ainda não conseguia se acostumar. Era aquele sentimento lhe invadindo, aquele tão conhecido, de esquecimento. Suspirou lembrando-se dos amigos, sentia saudades, de qualquer coisa, até das brigas entre Rony e Mione.

Era chato saber que os amigos estavam mais ligados ao mundo bruxo, que estavam cientes do que estava acontecendo, que estavam sendo úteis... E que não lhe avisavam.

Tio Válter com aquela mania de não deixá-lo assistir o noticiário era estressante.



-Pare agora!



“Que não podem lhe avisar” começou a cantarolar tentando parar de pensar.

Teve um sobressalto e pegou sua varinha, trancou a porta e passou a executar feitiços simples. Ao menos sua mente tinha alguma ocupação. Se pudesse voar... Sua vassoura estava tão perto e mesmo assim deveria ser intocável. Não seria tão tapado a ponto de sair voando por ai. Primeiro: era um bairro trouxa. Segundo: estava sendo perseguido. – Não precisava de outros motivos para saber que seria suicídio na certa. – Além de ser manhã.



***

Assim me segure quando eu estou aqui e me corrija quando eu

Estiver errado.

Me segure quando eu estiver assustado e me ame quando eu tenha

Ido.

Tudo eu sou e tudo em mim

Quero ser o que você queria que eu fosse.

Eu nunca a decepcionaria até mesmo se eu pudesse.

Eu deixaria tudo só para seu bem.





Seu sexto ano fora tão turbulento, entre aprendizagem e lutas que poderiam, e geraram, mortes, que passou e Harry realmente só se deu conta quando já estava na plataforma 9 ¾, de volta para casa. As coisas tinham acontecido rápido e repentinamente... Dessa vez não tinha procurado encrenca, ela foi atrás dele...

A verdade é que não tinha condições para pensar em Voldemort a àquele ano. Encontrava-se em período de ‘transição’, ainda estava abalado com a morte de Sirius.

Transição essa, que mudou radicalmente o seu jeito de ser. Se estava se sentindo mal, ninguém conseguia perceber, ele não agredia ou insultava, conversava normalmente. Se sua fúria estava sucumbindo seu corpo, nenhum copo ou qualquer coisa de vidro foi partida. Treinou com garra Oclumência. Voltou-se para os estudos, para fugir de pensamentos sórdidos, e com isso conseguira uma das melhores notas de todo sexto ano, sendo superado apenas por Hermione. Ainda conciliou tudo isso com o quadribol, ganhando a taça para grifinória naquele ano. Nem mesmo Snape pôde reclamar do ‘Maroto’ Potter.

Rony e Hermione até pensavam que o rapaz não fosse ficar bem, mas tudo voltou ao normal, ou quase.



Hermione já não sabia o que fazer, Harry parecia que queria se perder e não ser encontrado nunca mais. Ela sentia que algo o consumia por dentro, mas os olhos deles não eram a tempo o espelho de sua alma. Algo agora bloqueava sua visão quando ela tentava entendê-lo pelo olhar. Sempre achou a coisa mais fácil ver o que ele sentia, mas agora os olhos dele não demonstravam nada, nem dor, sofrimento ou angustia, era simplesmente um vazio, um grande vazio verde. A intensidade que ela sentia de seus olhos também sumira e raramente voltava. Ao menos ele parou de ter aqueles pesadelos reais, pôde sentir assim... Era prejudicial a ela vê-lo daquele jeito, fingindo que não era nada, que Rony e ela estavam ‘pirando’ e sendo demasiadamente ‘paranóicos’. Ela sabia, e ele sabia que sedo ou tarde descobriria, a qualquer custo.

Rony também não entendia porquê o amigo queria se concentrar tanto naquelas coisas, não conseguia tirar nenhum informação dele, e já estava ficando irritado com essa situação. Era preocupante a mudança radical do seu comportamento, às vezes Rony se indagava se era mesmo Harry. Aquele Harry que conhecera aos onze anos na plataforma, aquele menino franzino, baixinho, os cabelos negros e um sorriso tímido, seu melhor amigo, seu camarada, aquele que antes não sabia nada do mundo bruxo, que se revelou um excepcional apanhador, aquele que lhe ajudava e sempre esteve ao seu lado, que cresceu com ele e Hermione, que salvara a vida de sua irmã, que salvara a vida de seu pai, que lhe safava de diversas encrencas, assim como também lhe metia (e vice e versa) em muitas outras. Que era tão teimoso, certas vezes até arrogante e tinha um estranho senso de herói...



-Se você não falar não poderemos te ajudar... – reclamou irritadiça.




Estávamos no salão comunal, à noite, era o único dia que Lívia o deixava só realmente. Estava na aula de astronomia com Gina, que era à essa hora.

Lívia era uma aluna do quinto ano da grifinória, morena, e um pouco mais alta que Gina, era amiga da mesma. E namorava Harry há alguns meses, três para ser exata.

Aquela menina parece não gostar de mim... Nunca deixa Harry muito tempo só, quando pode. Ela ao menos aparenta gostar dele mesmo, assim fico mais aliviada. Mas essa birra comigo... Antes não era assim, ela sempre foi educada comigo e, que lembre, eu também era.




-Vocês já estão me ajudando, acredite – Harry falou tranqüilamente. Tão calmamente que Rony pensou na opção de esmurrá-lo até que o moreno contasse tudo.



-Lá vem você com essa história novamente! – bufou Rony.



-A quem quer enganar? – Hermione perguntou, estava a sua frente, no sofá. – O que pensa que somos? Estamos querendo o melhor para você.



-Eu sei... – suspirou desviando o olhar.



-Vamos acabar desistindo de você, Harry.



-Só não quero que corram mais riscos.



Hermione riu nervosamente. – Sejamos francos Harry. Por favor! Nós, como você sabe, estamos com a cabeça a premio também.



E ela falou aquilo como se fosse óbvio, doía tanto nele lembrar disso, tinha tanto medo pelos amigos, tinha tanta vontade de fazer com que eles dormissem em um lugar seguro e só acordassem quando aquilo tivesse acabado, mas eles mesmos queriam se arriscar, ficar do seu lado. Não sabia se conformava-se ou os matava...



Harry comprimiu os lábios, olhando-os exacerbado. – Está... tudo... bem.



-Claro que sim... E o você-sabe-quem tornou-se pó – Rony exclamou reprovador.



Harry levantou-se olhando de um para o outro, era certo que esta conversa tinha sido combinada, por eles, Rony e Mione. Estes estavam resignados a descobrir, qualquer que fosse, o ‘ suposto segredo’ - o real segredo, Harry pensou amargamente. -, o qual estava o levando a agir tão diferente, como se tivesse renascido. Ele havia... Mudara tanto que muitas vezes não se reconhecia, então se olhava no espelho e encontrava aquela cicatriz no mesmo lugar desde que tinha um ano, os mesmos olhos, o mesmo garoto tão parecido com o pai, o Harry Potter ‘superficial’, com antigas e algumas novas características superficiais.

Ele odiava aquilo, era tão transparente assim? Oh, sabia que não. Ele apenas, é, apenas tinha bons amigos. Não sabia o que fazer, e aquilo lhe trazia a sensação de impotência gigantesca.



Balançando levemente a mão, o dedo indicador um pouco à frente da boca, indicando nervosismo. Os olhos ligeiramente maiores cravados nos amigos. Aproximou-se lentamente.



-Vocês querem que eu seja franco não é?!– contrapôs exaltado. - Certo então – Rony e Hermione encostaram-se no sofá, assustados. Harry agora andava de um lado a outro. – Desde o ano passado, no fim do nosso quinto ano, para ser preciso. Alvo me contou toda minha história, porque eu sou perseguido, como tudo aconteceu.



Hermione prendeu o ar. Rony arregalou os olhos.



-E agora, já que insistem, contarei a vocês – respondeu olhando seriamente para os outros dois, que estavam atônitos. – Alvo me explicou o por quê de eu ter que morar com os Dursley. Eu *tinha* que ficar com eles, não era por maldade. Para eu conseguir sobreviver àqueles anos, eu deveria estar com eles, estaria protegido – falou sem emoção.



-Não entendo... – Rony franziu a testa.



-Antes de morrer – ele pausou. – minha mãe fez um feitiço poderosíssimo para me proteger. Lhe custou a vida, mais ela o fez – fechou os olhos alguns segundos. – mas o que Dumbledore me disse àquele dia não foi isso... ou só isso, como quiserem entender. Eu irei pelo começo.

Tudo começou quando Dumbledore estava procurando um (a) professor(a) de adivinhação, cerca de dezessete anos atrás... Iria se encontrar com uma aspirante ao cargo, Sibila Trelawney, - Hermione estava incrédula. – Alvo não iria contratá-la, ele achou que a mulher não tinha o menor vestígio do dom da adivinhação...



-Onde está querendo chegar? – Harry pediu para que o amigo se calasse.



-Ele me mostrou o que aconteceu lá, quando Alvo estava indo embora Sibila entrou em ‘transe’, como aconteceu no nosso terceiro ano e fez uma predição – Harry abaixou a cabeça e calou um minuto para se lembrar corretamente de tudo. – “Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês... e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece... e um dos dois deverá morrer na mão do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver...” – ele os olhou. Hermione tinha os olhos marejando e Rony tinha a boca meio aberta.



-Você... – murmurou a menina segurando um soluço.



-Não diretamente. Poderiam ter sido duas crianças... Neville e eu.



-Então... Como sabem que é você? – perguntou Rony rapidamente.



-Foi a mesma pergunta que fiz. Então Alvo me explicou com um pedaço da profecia: “marcaria como seu igual” – disse mostrando a testa, sua cicatriz.



-Mas ele pode ter escolhido errado! – Hermione balbuciou com as mãos trementes.



Harry respirou fundo. – Não Mione. Creio que não. Alvo me disse que Voldemort não conhecia essa parte da profecia, teria se precavido, e com certeza não me atacaria se soubesse. Ele marcou quem achava que lhe traria mais perigo, no caso um ‘mestiço’, eu. E não um sangue-puro.

Alvo me disse que Voldemort o viu em mim, afinal ele mesmo é um mestiço...



-E você guardou todo esse peso com você... Como agüentou? – perguntou sentando-se ao seu lado.



Ele sorriu amargamente. – A pior parte foi olhá-los e fingir que nada me acontecia. Ainda não sei se fiz certo, em contar a vocês, espero que tenham entendido o por quê de eu estar assim. Não é que não confio em vocês...



-Acho... acho que posso entender – Rony sussurrou um tanto confuso.



Hermione ficou pálida, paralisada, com a respiração irregular – repita a profecia.



-Quê? – ela havia falado baixo demais.



-Diga a profecia de novo – falou com dificuldade, secando os olhos com força.

Ela não ouviu direito, não, estava errada, era isso... Não pode ser.



Harry assentiu lentamente. – “Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês... e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece... e um dos dois deverá morrer na mão do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver...”



Ela sentiu o coração parar e foi preciso Harry a sacudir para que ela voltasse de onde estava.



-Está bem? Por isso não queria contar nada... – falou preocupado.



-Você terá que matá-lo – a menina ofegou agarrando de súbito a camisa do rapaz. – Você terá que matá-lo para viver como alguém normal – estava descontrolada.



Harry olhou para o lado. – É.



-Oh! Meu Deus! – ela o abraçou com força, seu rosto banhado de lágrimas, tremia da cabeça aos pés.



Harry ficou sem ação, deixou-se ser abraçado. Olhou Rony e este parecia alheio ao acontecimento. Rony estava tão desnorteado quanto Hermione, abria a boca e fechava várias vezes sem saber bem o que dizer ou se dizia. Harry a distanciou devagar. Criou coragem e olhando-a, falou:



-Eu sei que é complicado... Mas não quero que sinta pena de mim. Mas cedo ou mais tarde sabia, dentro de mim, que poderia acontecer assim. E, se estou aqui, é por pura sorte. Minha vida sempre correu perigo, e agora é só mais uma conseqüência... não se preocupe, estarei preparado quando chegar a hora, eu prometo.



Hermione concordou minimamente e o abraçou mais uma vez. – Quero que saiba que eu nunca vou me afastar de ti. E no que precisar, me empenharei para ajudar. Qualquer coisa Harry. Qualquer coisa... – ela murmurou chorosa. – eu prometo.



Rony se levantou e foi até o amigo, o abraçou fortemente. – Eu também cara – ele deu um sorriso torto. – A gente vai acabar com ele. Como eu sempre faço no xadrez com você – descontraiu um pouco a tensão que Harry sentia.



Seria a última vez que perdera o controle, prometeu a si mesmo àquela noite. E seria também o dia que ficaria marcado em sua memória, onde seus amigos lhe davam forças, onde não lhe negaram a mão, onde ele poderia tentar vislumbrar seu futuro.



-Você contou pra a Lívia?



Harry olhou seriamente para eles não foi preciso responder. É claro que não.





Assim me segure quando eu estou aqui e me corrija quando eu

Estiver errado.

Você pode me segurar quando eu estiver assustado, mas você não

Estará lá sempre,

Assim me ame quando eu tenha ido, me ama quando eu tenha ido.

Quando sua radiografia de educação não pode ver debaixo da minha

Pele.

Eu não lhe contarei uma maldição que eu não pude contar aos meus

Amigos.





Não contou o medo que sentia, não contou a ansiedade que os primeiros meses lhe trouxeram, muito menos a vontade que tinha de acabar com tudo. Não fora o pior ano de sua vida, mas com certeza fora o mais revelador. Pelo menos agora entendia o por quê de ter nascido, para padecer, obviamente...

Noites em claro? Já perdeu as contas. Agonia? Praticamente sempre. Sentia tudo desabar por sobre sua cabeça, como um quebra-cabeça complexo o suficiente para deixá-lo atônito, e ele esteve... Batendo sempre na mesma tecla, ‘o que eu vou fazer’, vez ou outra, ‘e se eu não conseguir?’ Mas nunca, nunca mais: ‘Por que eu?’ De toda forma, teria que agüentar as conseqüências. Aquela pergunta ‘Por que eu?’ não servia agora, era banalidade para outros tempos, o caso mais importante não era esse. Ele fora escolhido e lutaria até o fim, o seu ou o de Voldemort. E não importava o que passou...







Depois de um tempo, Hermione lhe perguntou por que Harry tinha que viver com a tia, que feitiço sua mãe havia feito e ele só disse o que sabia. Que Alvo havia lhe feito um feitiço de proteção e com o sangue da sua mãe aquela ‘coisa’ que o protegia, se tornou mais forte, o mais forte escuro que Alvo poderia lhe dar. E que como Harry e Petúnia eram parentes, enquanto estivesse considerando, ‘chamando’, de casa o lugar conte ‘sobrevivia’ aquela proteção estaria nele.




Morena de olhos cor de mel. Minha namorada a mais de cinco meses. Lívia. Era uma garota excepcional, muito amiga, companheira, carinhosa, simpática e inteligente.

Nos conhecemos por acaso, sem querer, eu como sempre desastrado, esbarrei nela quando ia correndo para a aula de poções, aula esta que estava atrasado...

Acabei por derrubar todos os livros que a garota carregava, não teve jeito, tinha que ajudar. Coitada, não teve culpa alguma da minha trapalhada... Naquele dia levei uma detenção feliz.

E dali, foi um pulo para ficarmos colegas, depois amigos, companheiros de passeios e um dia pedi que saísse comigo. Ela topou. E logo tornamo-nos mais que amigos.

Lívia só era um pouquinho ciumenta. Nada ao extremo, ainda bem, ela era bem controlada.




***

Descobri, depois, que realmente gostava muito dela, mas não como uma namorada, e sim, amiga. Uma de minhas melhores amigas... E então resolvi conversar. E ela entendeu. Já disse que ela é muito inteligente?




Lívia é o amor da minha vida, mas não entenda mal.

Ela é o meu amor, claro que sim, a amizade não deixa de ser um amor, certo? E com certeza Nívia teria uma parte do meu coração, assim como Hermione, Gina, Tonks, Sra. Weasley e muitas outras amigas.




Por falar em Hermione... Era muito engraçado ver as duas juntas.

Lívia tinha ciúmes dela, e eu não sabia mais como explicar que a Mione, minha Mione, era só uma grande amiga. Não menosprezando a amizade. Não vou usar mais o ‘só’ quando me tratar da nossa amizade, porque de ‘só’ não tem nada. A amizade que tenho para com ela é muito especial, assim como com Rony. Eles foram meus primeiros amigos. Hermione, vamos dizer assim, foi a primeira menina que conheci realmente, que não tinha medo de mim, pelo contrário, sempre fora bem atrevida nesse ponto... Mas voltando ao caso... Hermione se fazia de desentendida pras ironias que Lívia soltava, preferia ficar fazendo os exercícios calmamente, como se nada ouvisse, ou melhor, nada a atingisse. Mas como ninguém é de ferro e Hermione nunca foi de levar desaforos... Um dia ela cansou de tentar ser a ‘compreensiva’ e se tornou mais escarninha, sempre com zombarias que se não prestássemos atenção passariam despercebidas. E Lívia começou a levar tudo para a ambigüidade, até quando não tinha...

Aqueles dias foram realmente hilários, agora eu digo, mas antes era muito estranho e até chato. Mas quando me lembro, só posso sorrir...





***

Recebera finalmente uma mensagem...



Querido Harry,

Como vai, meu filho? Espero que esteja tudo bem e que estes trouxas estejam tratando-o muito bem! Todos mandam lembranças.

Não se preocupe, vai dar tudo certo, não vai precisar ficar mais tempo por aí.



Atenciosamente,

Molly




Era tão vaga... Mas sabia que deveriam estar vindo buscá-lo, e teria acertado novamente...

Estava tudo bem, deu para perceber pela letra calma e belamente redonda da Sra. Weasley. Às vezes era tão evidente (bom pra ele...).




Vagando agora por esta escuridão eu estou vivo mas eu estou só.




Os noticiários também estavam ‘normais’, sem nenhuma morte suspeita, sem nenhum acidente bizarro... Estava tudo na mais perfeita paz, estranhamente, e para ele não era uma boa coisa.

Harry decidiu arrumar seu malão. E seu dia passou rápido.



***

Estava novamente passando as férias na ordem da fênix, e como sempre, sobrava para eles limparem aquele lugar.



-Qual é o problema desse pessoal? Não sabem o significado de higiene? – reclamou quando já estava na décima terceira janela, apenas no andar de baixo.



-Se você não falar, nós terminamos mais rápido – uma garota morena, alta e com cabelos cacheados respondeu arfando. – Você sabe... Eu tive o mesmo trabalho de você, e não estou reclamando. Então... Colabora.



O rapaz ia retrucar quando ouviu a Sra. Weasley os chamar, relutante fechou a boca e seguiu os outros.



-O que foi mãe? Estávamos arrumando a casa, tirou a nossa concentração – dois rapazes ruivos e idênticos, falaram irônicos.



-Ora! – a Sra. Weasley revirou os olhos. – Não sejam ridículos. Precisarei da ajuda de vocês.



-Mais?! – o rapaz, que aparentava ser mais jovem e tinha a mesma cabeleira dos outros dois, dos gêmeos.



-Não é a sua ajuda, Ronald Weasley – a mulher contrapôs colocando a mão na cintura.



-Menos mal – respondeu contrariado. A mulher lhe lançou um olhar severo.



-Então? – perguntaram os gêmeos esfregando as mãos.



-Vocês iriam junto da guarda avançada...



Os gêmeos assoviaram excitados. – finalmente!



-... Em treinamento.



-Estava bom demais pra ser verdade – a Sra. ignorou o comentário.



-E vocês – falou para as duas meninas e Rony. – estão liberados por hoje, vão lanchar – eles se entreolharam curiosos. – tem biscoito em cima da mesa e também cerveja amanteigada.



A mulher saiu da cozinha murmurando, parecia estar reclamando algo como: ‘muito jovens’



-O que significa “guarda avançada”?



-Desculpa maninha, nós somos proibidos de falar qualquer coisa relacionada à ordem...



A garota ruiva deu um muxoxo.




***

Parte de mim está lutando, mas parte de mim foi.

Assim me segure quando eu estou aqui e me corrija quando eu

Estiver errado.

Me segure quando eu estiver assustado e me ame quando eu ido.


Tudo eu sou e tudo em mim.

Quero ser o que você queria que eu fosse,

Eu nunca a decepcionaria até mesmo se eu pudesse.

Eu deixaria tudo só para o seu bem.





A noite da rua dos Alfeneiros estava silenciosa, sugestivamente estava tranqüila, mas só aparentemente...




-Eu não quero vocês aqui! – Valter Dursley tentava não gritar para não acordar os vizinhos.



-Você pensa que esta falando com quem? – Moody rosnou, fazendo os Dursley recuarem alguns passos. – Onde está o rapaz?! – seu olho mágico a vista, girando rapidamente para todos os cantos.



Tia Petúnia, horrorizada, apontou para as escadas. Mas não foi preciso subir, Harry estava na escada, parado com um olhar meio desconfiado e muito atento, sua varinha na mão direita, a segurava firmemente.



-Harry! – Tonks sorriu e foi ao encontro do rapaz. – Como você está? Te trataram bem? Como você cresceu! Está se alimentando bem? – ela parecia uma réplica mais jovem e alta da Sra. Weasley (e mais magra).



-Estou Tonks. Mas o que fazem aqui? – mesmo ele sabendo a resposta precisava ter certeza.



-Viemos lhe buscar – disseram os gêmeos. Ele olhou a volta, havia diversos bruxos ali, alguns conhecidos.



-Vá arrumar suas coisas e não demore, garoto – falou grosseiramente Moody. – Por enquanto teremos uma conversinha com seus tios... – ele os olhou assustadoramente.



‘Finalmente’ foi o que Harry pensou quando estava pegando Edwiges e sua mala.

Suas duas primeiras semanas naquela casa foram frustrantes, duas semanas sendo ignorado e desprezado por seus tios. Não que ele se importasse, ele até achava melhor porque assim não precisava suportar xingamentos ou olhares de nojo. E tudo dali em diante só fez piorar. Ele se sentia sozinho lá, não recebia carta de seus amigos, esperava por isso, mas realmente lhe chateava não saber o que acontecia a eles, se estavam bem ou tinham sofrido algum acidente. Agora estava voltando a vida, ia voltar a respirar.



-Vamos aparatar? – Harry perguntou a Tonks.



-Aparatar...? – perguntou Valter confuso.



-Óbvio que não – Exclamou rigidamente Olho-tonto sem ao menos olhar para Harry.



O rapaz ainda não sabia porquê tinha feito aquela pergunta tola... É claro que não. Com certeza a ordem estava mais protegida que nunca, quase como os castelos de antigamente, a diferença é que trouxas moravam ao redor e que este lugar era realmente invisível aos olhos alheios...



Tonks olhou reprovadora para o Sr. a sua frente. – Não Harry. Nós vamos como todos os anos. Fizemos algumas melhorias na casa. E um feitiço ‘básico’ – ela falou só para que este ouvisse. – contra invasores...



***

Chegou ainda de madrugada ao local.



-E ai! Harry, como você está, cara? – Jorge perguntou. – Nós mal pudemos conversar...



-Tudo bem. E aqui?



-Somos tratados como escravos, cara – Fred falou muito sério. – Você não tem noção... Trabalhando, trabalhando. Você não perdeu nada.



-Oh! Fred. Deixe de mentir! – Tonks, com o cabelo muito negro, sorriu. – Não acredita não. Esses meninos não tomam jeito – disse ela com um sorriso zombeteiro e puxando Harry para mais um abraço. – Mas como você cresceu, menino! – falou ao soltá-lo.



-Pois é... – disse sem graça.



-Tiramos você na hora certa não é? Aquela família é horrível – Jorge disse distraidamente.



-Harry! Querido, como você está? – lhe abraçou fortemente. – ah! Você está com fome? Te alimentaram direitinho lá? Você deve estar cansado não é? Venha... O seu quarto é o mesmo de antes, com o Rony. As crianças já estão dormindo. – Harry tentava lembrar que a denominação de ‘crianças’ para a senhora Weasley não era a mesma que para as outras pessoas.



E ela continuou falando e falando, Harry tentava prestar atenção em tudo, mas estava sendo complicado, estava morto de sono.



-Vamos, entre querido – ia o empurrando pelo quarto. – teremos um longo dia. Tente descansar.



-Obrigado, Sra. Weasley...



***

-Harry! – Rony pulou na sua cama. – Harry!



-O que houve? – teve um sobressalto, procurando seus óculos.



-Não se preocupe, não houve nada – Rony sorriu. – como você está?



-Poderia estar melhor se você tivesse me acordado como alguém normal – respondeu sarcástico, sorrindo.



-Deixa de drama. Vamos, temos que comer.



-Eu já vou – se levantou e se dirigiu ao banheiro. – Só me deixa tomar um banho, pode ir.



***

Assim me segure quando eu estou aqui e me corrija quando eu

Estiver errado

Você pode me segurar quando eu estiver assustado, você não

Estará lá sempre,

Assim me ama quando eu tenha ido.

(Talvez eu seja cego)




Desceu as escadas calmamente, há tempo a pressa não era sua companheira. Os cabelos levemente arrepiados e para, ainda, todos os lados, encontravam-se um pouco acima de seus ombros, agora. Usava uma calça jeans e uma blusa preta (que ele enfeitiçara para ficar proporcional ao seu corpo).

Ao chegar na cozinha, seu sorriso surgiu ao ver as pessoas àquela mesa. Sentia-se tão em casa agora, tão em paz, da porta da sala para fora ficariam suas preocupações, decidiu.



Foi recebido primeiramente pelos olhos surpresos de Hermione. Depois eles tornaram-se brilhantes, radiantes e ela reprimiu um grito.



-Harry! – o abraçou. – Que bom que você está aqui – ela se afastou – E como você está?



-Feliz por estar aqui – trocaram olhares cúmplices.



Parece que Harry não foi o único que cresceu significativamente este verão... Hermione também. Tinha adquirido um rosto mais adulto, o corpo com traços mais definidos de mulher, os olhos tinham um brilho diferente, pareciam, se é possível, transmitir sabedoria e inocência ao mesmo tempo. Sua voz tinha um tom amigável e ainda assim conseguia transmitir toda sua confiança. Tinha perdido um pouco do tom mandão, mas ainda, ao menos a vista dele, era a mesma Mione de sempre. Sua querida amiga Mione e seus cabelos ainda continuavam lanzudos, mais mesmo assim, ele amava aqueles cachinhos...

Já uma ruivinha, chegou timidamente, com um sorriso grande. Esta, também havia crescido, não tanto quanto Mione, ele ainda conseguiu perceber. Os cabelos brilhavam mais que os anos anteriores... Como nunca tinha percebido que a garota tinha olhos tão azuis, e sua boca era tão rosada, e contrastava belamente com sua pele pálida? Ele não sabia quando exatamente. Mas tinha que parar de olhar, ele... Tinha.



-Como vai Gina?



-Muito bem! Estávamos com saudade.



Depois de também ser abraçado por esta, Harry foi sentar-se perto dos amigos. Olhou Hermione, que fazia uma careta hilária, percebeu logo o porquê, Rony. Ele estava com seus, ainda tristes, ‘finos modos’ à mesa. Reparando, agora no camarada, ele não havia mudado tanto, ainda era muito alto (mesmo a diferença entre ambos ter diminuído consideravelmente) e um pouco desengonçado. O cabelo vermelho com franja.



-E então mamãe? O que teremos hoje? – Gina perguntou prestando atenção nos gêmeos que tinham os olhos presos em Harry.



-Não sei por que pergunta Gina... – Rony falou. – Sabe que teremos que organizar essa coisa – abriu os braços.



-Isso mesmo. Como seu irmão já falou por mim – a Sra. exclamou irônica. – depois que tomarem café e descansarem, estarão sujeitos as minhas ordens.



Rony bufou, voltando-se irritado para a comida. Harry Tentou não rir.

Quando estava saindo, a Sra. Weasley segurou seu braço.



-Harry. Hoje vem aqui, alguém vem te ver. Logo mais à noite, depois do Jantar – ela disse olhando sério, ele estava vendo pena? Não podia ser...



-Certo Sra. Weasley – não perguntaria quem seria, de qualquer modo ele sabia que esta não contaria. – Hã. Era só isso? – a mulher ainda o segurava pelo braço.



-Sim... Claro. Pode ir... – ela retrocedeu apressada



***




Harry passou o dia com os amigos, pra variar, tentando deixar a casa mais apresentável. A hora do almoço chegou rápido, e os meninos (lê-se Rony) estavam famintos.



-Eu odeio essas coisas... – disse Rony olhando tristemente para a roupa toda suja de poeira.



-O que você está fazendo aqui? – perguntou a Sra. Weasley quase a gritar.



-O quê? – Rony deu um salto da cadeira onde está.



-O que significa isso Rony Weasley?! – parou segurando a cintura.



-Do que está falando mamãe?



-Você está I-MUN-DO! IMUNDO! – o olhava reprovadora. – já pro banho!



-Mas mãe...



-Agora!



-Eu to com fome!



-Eu disse: AGORA, Ronald!



Ele bateu o pé. – E sem chiar!



-Eu avisei para usar o avental – cantarolou Gina servindo-se.

O garoto a fuzilou com o olhar e emburrado subiu as escadas aos ‘trotes’.



***

O dia passou muito rápido e logo Harry estava sendo chamado à cozinha, depois da janta.



-O que eles querem com você? – indagou com curiosidade Rony.



-Sua mãe disse que alguém viria me visitar...



Assim ele saiu quietamente, deixando Rony e as garotas no seu quarto.

Hermione e Gina conversavam animadamente, sorrindo e planejando.

Hermione com Bichento no colo, acariciando-o. O gato parecia um boneco, todo mole e preguiçoso, não queria mais nada da vida.



-Eu estou ansiosa pelas minhas notas. Acho que fiz bons testes, mas fico nervosa... Acho que poderia ter me empenhado mais em poções... – Gina falava agitada. – Quando, que dia, chegou mesmo o de vocês? – ela agora olhava para Rony e Hermione.



-Relaxa Gina! – Rony falou se debruçando na cama.



-Tenho que concordar com Rony, desta vez – Hermione disse. – Fique tranqüila. Não adianta nada esse nervosismo... Falo por experiência própria. Eu sei, não precisa dizer, - respondeu antes que Gina começasse a falar. – ‘É fácil dizer, mas difícil fazer’. Eu pensava isso quando me pediam para ficar calma. Mas não adianta Gina... Você só vai conseguir estresse e... rugas. Você não quer rugas, quer? – perguntou sorrindo calmamente.



-Acho que não... – falou dando um pequeno sorriso. – Mas o que posso fazer?



-Ocupe a mente... Que tal um bom livro? Escrever também é bom. Por que você não atualiza seus estudos? Tem tantas opções Gina, é só você querer.



Gina suspirou. – Está certo.



Nos dias que antecederam a chegada do resultado dos NOM’s, Hermione estava insuportável...

Rony nem se aproximava dela, a evitava de qualquer modo. Harry tentava ser o mais neutro e impassível possível, tentava também não ‘provocar’ Hermione, isto é, media as palavras com muito cuidado. Gina, ficava mais com os gêmeos.

A morena chegava algumas vezes a se desesperar, gritar por coisas bobas com Harry ou Rony, se afastou de todos. Buscando mais o seu quarto e/ou o quarto onde Bicuço ficava. Ela muitas vezes também tinha crises de choro...



***

Agora estava com Bicuço, este parecia ser o único que lhe entendia. Era ótimo! Ele *nunca* falava nada, era um ótimo *‘ouvidor’*...

Alguém batia na porta, alguém que iria lhe incomodar, importunar, estressar, pedir que parasse de besteira e se tornasse mais ‘sociável’ novamente (Rony havia dito isto da última vez para ela...).




-Entre – disse tão ‘receptiva’ que poderia ter congelado a porta. Mas por mais incrível que pareça aquela pessoa não se incomodou com a sua frieza.



-Acho que você vai gostar disso – Harry sorriu, as mãos atrás das costas.



-Do que está falando?



-Disso aqui... – falou mostrando um envelope pardo, a garota empalideceu.



-Quando, quando chegou?



-Há alguns minutos. Só o tempo de eu chegar aqui. Toma!



-Eu, eu não quero – disse olhando o envelope vacilante.



-Vamos! Ora, há dias você está querendo isso e agora que chegou está com medo? O que é isso Srta. Granger! Com medo? Onde está seu espírito de grifinória?



-Haha. Poupe-me Harry Potter – ela respirou fundo, levantado-se e pegando, com as mãos trementes, a carta. – Você já abriu a sua?



-Estava esperando para abrir junto de você e do Rony... Mas nessas horas o que sobrou do dele, só foram os ‘restos mortais’ do envelope – ela tentou sorrir.



Certo, estava a sua frente, como se estivesse a olhando, era inofensivo, tinha que lembrar, só poderia destruir seu futuro... “Oh! Granger! Abra logo essa porcaria e tire essa dúvida da cabeça! O que você é? É uma Grifinória, certo!? Vamos, não temos todo tempo do mundo”

Ficou ali alguns segundos, com a respiração rasa, suando frio, um dos pés batendo ritmado no chão. Queria por as mãos na boca, enquanto olhava para as unhas, quis roê-las...

Por que ela queria mesmo aquele pedaço de papel pardo? Pra quê? “Ah! Sim... Algo relacionado a seu *FUTURO*”.

Fechou os olhos.



-Mione? – Harry chamou cuidado.



-Hmm?



-Fique tranqüila... Tenho certeza que você foi a melhor do ano. Não se preocupe – tocou seu ombro levemente. – Eu que deveria estar suando, não acha? Tenho quase certeza que ‘bombei’ em adivinhação – disse em tom de ironia.



Ela sorriu de leve. Ele estava certo, não deveria estar tão preocupada, ela havia estudado, afinal.



***

-Eu consegui um ‘Aceitável’ em Poções – Rony estava realmente radiante.



-Que bom cara! Eu tirei ‘Deplorável’ em adivinhação – disse Harry sarcástico. Rony sorriu, Hermione revirou os olhos.



-E ai? – perguntou olhando de Harry para Mione. Harry olhou para Hermione, esperando que ela começasse.



-Bom, eu tirei “Ótimo” em quase todas as matérias, menos em runas... “Excede as expectativas”. Sabia que aquela palavra faria diferença... – falou um pouco chateada. Rony revirou os olhos, dizendo ‘nerd’. Harry sorriu e lhe deu um abraço.



-Eu não disse Mione! Você não precisava se preocupar... Deve ter sido as melhores notas do colégio!



-E você? – ela perguntou ao se liberar dos seus braços.



-Bem... – ele olhou a carta de novo. – Eu até que não fui mal... – contrapôs levantando os olhos.



Rony se cansou e pegou o pergaminho de Harry. – Você, você tirou “Excepcional” em DCAT. Isso é possível? – indagou abobado para Hermione, a boca entreaberta – Harry corou.



-Hmm. Se está ai, deve ser – Hermione disse olhando Harry alegremente.



Rony ficou olhando Harry como se este fosse quase uma miniatura de Dumbledore. E então se voltou para suas notas, as de Harry. – Você não foi ‘ruim’, você foi mais que bem! Sem contar Adivinhação... Suas notas foram boas. Com apenas três “Aceitável”... Legal Cara! Parabéns! – Harry sorriu sem graça.



-Se eu fosse você... Eu apenas comia e dormia – Rony falou olhando quase sério para Gina, Hermione lhe jogou uma almofada, dando um muxoxo. – Pelo menos comigo funcionou! – ponderou indignado.



***

Harry sentou-se à mesa, esperando a tal pessoa chegar.

O que desta vez o esperava?



-Hmm. Já deve estar por vir, Harry.



-Ei, Tonks.Você pode me adiantar algo?



Seu sorriso amarelou – Me desculpe.



“É óbvio que não falaria nada”.



Não foi preciso muito para ter sua curiosidade saciada. E sinceramente, não ficou tão surpreso assim.



-Boa noite – cumprimentou educadamente.



-Olá Harry.



-Boa noite.



***



-Uma coruja! – Gina exclamou indo a direção da janela e abrindo.



A coruja passou por ela e pousou na cama de Harry, deixando ali uma carta e logo depois se retirou.



-De quem será?



-Você não sabe? – Rony revirou os olhos. – Aposto um galeão que é da Lívia.



-Pensei que eles tivessem terminado...



-E terminaram – Hermione afirmou. – Bom, ao menos Harry nos disse isso – Rony assentiu. – Mas não vejo problema algum da sua amiga lhe mandar cartas.



-Acho que devemos entregar ao Harry... – Rony pulou da sua cama e pegou a carta.



Hermione ergueu a sobrancelha. – Desde quando você gosta de ser ‘pombo correio’? Ou será a curiosidade lhe atiçando? – perguntou em repreensão. – Você sabe que não...



-Não nos proibiram de circular pela casa – ele contrapôs a interrompendo.



-Deixe de ser curioso. Se Harry puder e quiser contar, ele o fará. Pode se aquietando Ronald!



-Você não é minha mãe! – franziu a testa, irritado.



-Graças a Deus! – replicou acidamente.

***



Assim me segure quando eu estou aqui (que) e me corrija quando eu

Estiver errado.

Me segure quando eu estiver assustado e me ame quando eu tenha

Ido.

Tudo eu sou e tudo em mim,

Quero ser o que você queria que eu fosse.







-Estou lá fora se precisarem de algo – Tonks falou se retirando.



-Obrigado, Ninphadora – a mulher lhe lançou um olhar enviesado. – Certo, me desculpe, Tonks... – ela saiu. – Como está Harry?



-Bem – respondeu automaticamente. – Sempre bem – suspirou, passando a mão no cabelo. – E o Senhor, Lupin?



Lupin, entretanto, pareceu ponderar suas palavras. – estou OK – respondeu num sorriso.



Certamente que Lupin diria estar bem e, aparentemente, estava mesmo, o período de lua cheia já havia passado há uma quinzena. Suas forças estavam revigoradas. Ele era o mesmo homem de quatro anos atrás, a não ser por mais alguns fios brancos de cabelo.



-E então? Para quê esta ‘reunião extraordinária’?



-Sem gracinhas, Potter.



Harry olhou diretamente para seu professor – desde o primeiro ano - e integrante da ordem. Severo Snape...

Aquele homem nunca mudaria. Continuaria sendo o mesmo intragável de sempre...



-Eu não estou brincando – falou. – Acho que tenho que saber do motivo desse encontro, certo? – perguntou, quase irônico, voltando-se para Lupin.



-Seguramente – Lupin afirmou. – Está mais para um comunicado.



-Vamos logo com isso, Lupin – Snape encostou-se na parede impaciente.



O homem não deu atenção. – Harry, você agora terá algumas aulas complementares...



Onde queria chegar?



“Você terá a minha assistência na matéria de Defesa das artes das trevas. E ‘estudará’, digo estudar, mas iremos mais praticar, o que não deixa de ser um estudo... De qualquer modo, você estudará separado dos outros alunos. Quando, no entanto eu não puder lhe dar aula” – pausou, não era preciso falar o motivo. – “Você terá aula de Defesa com Severo e com o novo professor de defesa” – Snape cruzou os braços.



Quando Harry olhou para Remo, este pôde perceber um ‘quê’ de incredulidade e descrédito.



-Então, você vai voltar para Hogwarts?



-Bom... Digamos que sim – ele falou pensativo. – mas darei aulas somente para você, Harry. E você também aprenderá [i] Artes das Trevas [/i] – pronto. Agora sim, Harry estava chocado. – com Severo, obviamente.



Alguns segundos calado, só para organizar as informações recebidas. – Quando começarão minhas aulas?



-Que bom que perguntou – Snape tinha aquele olhar maldoso. – Começaremos apenas com ensaios, isto é, apenas com os livros, com as teorias. Enquanto estivermos aqui.



-Vamos ver se entendi – Harry ergueu a sobrancelha. – Terei aula com você, Lupin, de DCAT, separadamente. E quando você não puder lecionar, terei aula com – ele pausou, ponderando. - O professor Snape... Além dessa aula, que imagino ter uma carga maior e pesada, terei, também com o professor Snape, aulas de AT. É isso?



-Exatamente.



-Mas alguma coisa? – perguntou.



-Não. Alguma pergunta, Harry?



-Quem será o nome professor de DCAT?



Lupin sorriu. – Alvo não nos informou sobre isso. Disse apenas que já havia encontrado a pessoa perfeita.



-Certo.



-Gostaria de falar com Potter a sós Remo.



-Não acho necess- - Lupin olhou para Harry e este pedia para que deixasse.- Estarei na sala se precisarem – falou erguendo um das sobrancelhas para Snape.



-Então conseguiu, vamos dizer assim, o cargo que tanto sonhava! – Harry tinha vontade de rir da/na cara de Snape. – Acho que não fora assim que havia imaginado, não é mesmo?



Snape contraiu os lábios.



-Não foi uma escolha minha. Certamente preferiria estar o mais longe do Senhor.



-Imagino... – contrapôs. E logo mudou seu modo de agir. - O que você pode me ensinar? – Harry perguntou quase em tom de desafio. – Quero aprender o máximo.



-Posso lhe ensinar o que quiser aprender – respondeu com os lábios finos. - Não estaremos naquelas suas aulinhas de DCAT, Potter. Não terei a paciência que os outros professores lhe doam.



-Eu não esperava isto da sua parte, de qualquer forma. [i]Professor[/i] – Snape ergueu a sobrancelha pelo modo irônico do rapaz.



-Só quero esclarecer algumas coisas: nossas aulas, de Artes das Trevas, serão totalmente inexistentes para os outros. Quando chegarmos em Hogwarts, já estaremos treinando duelos.



-Esplendido – Harry falou quase a bocejar. – Era só isso?



-Mais respeito Potter. Eu não sou-



-Não estamos em sua sala de aula Snape, se você quer respeito, dê respeito – Harry retrucou austero. – Não vamos fingir o que realmente não somos. Sei que o senhor me odeia, eu também não lhe acho a melhor companhia do mundo – falou metódico.



-Ora, ora, ora. O que encontramos aqui? Um Potter reformulado? – exclamou como se falasse a uma platéia. - Parece que finalmente pôs as manguinhas de fora... Tsc. Rapaz insolente – falou secamente. - Mas não poderia ser diferente, Oh! Não poderia mesmo! – falou como se divertisse. - Com as companhias que tem e os familiares que teve... – fingiu suspirar com pesar. - Me espanta a semelhança de vocês – comentou sordidamente. – Certamente que poderia ser pior... dê graças aos céus, Potter. Você não foi criado por Black.




O queixo de Harry enrijeceu e ele se levantou para encarar melhor aquele homem a sua frente. – Se acha – ele murmurou. Seus olhos faiscavam em ódio. – que ainda sou aquela criança, imatura, que encontrou há seis anos em Hogwarts, que tenho medo de você, e todo o seu conjunto ‘rancor em pessoa’, está enganado – Snape tinha nos lábios aquele seu sorriso afetado. – Eu sinto pena. Simplesmente pena de você...



-Eu queria... – Lupin parou. Os outros dois o encararam. – Acho melhor você subir Harry.



Com um último olhar, glacial, trocado por Harry e Snape, o rapaz se retirou.



***



-Então Harry me conta! – Rony chamou antes mesmo do rapaz realmente ter entrado no quarto. - Quem era? O que queria e por quê. Desembucha!



-Wow Rony! Me deixa respirar - Nada de mais. As mesmas coisas: assombrações (Snape), seres horrendos (Snape), lobisomens, magia negra... É, algo bem cotidiano, pensou sarcástico. – Não foi nada demais. Apenas alguns comunicados...



-Como por exemplo...? – Rony insistiu sob o olhar reprovador de Hermione.



-Minhas aulas de DCAT – Harry achou que aqui não teria nenhum problema em contar – Serão com o professor Lupin.



-Então ele vai voltar pra Hogwarts? – perguntou Gina quase incrédula.



-Mais ou menos... - Hermione franziu o cenho. – Bem, ele só dará aulas... pra mim.



-Como assim? – perguntou Rony rapidamente.



Harry suspirou cansado, estava um pouco atordoado. – Eu terei aulas separadas de DCAT – falou sentando-se na cama.



-Separadas?



-É. Não com vocês. Sozinho, Lupin e eu.



-Mas... Mas por quê?



Harry lhe lançou um olhar significativamente exasperado, e olhou a carta que se encontrava em sua cama.



Querido Harry,



Como vai? Espero que esteja tudo bem...

Estou indo... Aqui está totalmente monótono. Principalmente pela falta de suas cartas...

Soube pela Gina que você estaria ai na casa do seu padrinho.

Espero não estar te incomodando, mas estou preocupada, você não me mandou uma carta nesse verão!

O que está havendo? Seus tios não deixaram Edwiges ser solta? Está tudo bem? Está se alimentando bem?

Algo de errado aconteceu? Não minta pra mim!

Por favor, Harry. Estou preocupada...




Com saudade,

Lívia



Harry passou as mãos pelo cabelo e esfregando os olhos, bocejou.



-E o que ela diz?



Harry se limitou a passar a carta para o amigo. Ele tirou os óculos e ficou ali, sentado olhando para o teto.



-Você não vai responder?



-Não agora – ele se espreguiçou. – não tenho cabeça para escrever agora.



-Está cansado?



-Só um pouco.



************

-O que você tem na cabeça, Severo? – Lupin indagou rígido. – discutindo com um rapaz da metade da sua idade?



Snape revirou os olhos. – Não tenho que lhe dar satisfações.



-Eu não quero suas satisfações. Só quero que repense seu comportamento lamentável. Por Merlin! – Lupin exclamou. – Não basta o problema que temos?



O outro homem cruzou os braços e nada respondeu.



Lupin suspirou. – Temos uma reunião agora. Alvo acabou de chegar.



-Sempre surpreendendo... – Snape resmungou girando os calcanhares e dirigindo-se a porta.

*************



Eu nunca a decepcionaria até mesmo se eu pudesse.

Eu deixaria tudo só para seu bem.

Assim me segure quando eu estou aqui que me corrija quando eu

Estiver errado.

Você pode me segurar quando eu estiver assustado, você não

Estará lá sempre.

Assim me ame quando eu tenha ido, me ama quando eu tenha ido.







Alguns dias depois, tudo era quase a mesma coisa.

De dia limpar e reorganizar a casa. A tarde livre e a noite, depois do jantar, cada um ia para seus quarto. Ao menos, o itinerário da maioria dos adolescentes que estavam lá era esse. Harry fazia tudo isso, a pequena mudança era que, depois do jantar, ele estudava DCAT ou AT, até mais ou menos onze e meia. E pela manhã, tudo recomeçava novamente.



Hoje era um dia chuvoso e até tranqüilo. Nesse momento Rony e Harry encontravam-se no quarto, e estavam sendo acompanhados por Fred e Jorge.



-Cartas de Hogwarts... – eles disseram juntos, entregando cada um, uma carta.



-Vocês acreditam que



-A Gina quase



-Pulou em nosso pescoço?



-E arrancou a força da nossa mão...



-A carta?



-Assustador – eles disseram juntos estremecendo. – Mais um sem salvação na nossa família. Preocupada com NOM’s? Decepcionante... – eles continuaram.



-Achei que Gina fosse uma das nossas – Jorge balançou a cabeça com pesar.



-Eu também, meu irmão, eu também – Fred disse com igual desgosto.



Harry riu. Rony estava mais preocupado em rasgar a sua carta. Um Grito.

Todos se entreolharam.



-No quarto das meninas! – Harry e Rony saíram em disparada. Jorge e Fred aparataram.



Rony quase arrombou a porta. Assustando Gina e Hermione, Fred e Jorge continuaram de braços cruzados.



-O que houve? – Harry perguntou. Sem perceber tinha amassado quase por inteira sua carta.



-É o que estamos



-Esperando,



-Elas iam



-Nos explicar



-Agora.



Harry e Rony olharam com curiosidade para as meninas. Gina estava sentada no chão e Hermione na cama, franzindo a testa para Gina.



-Er... – Gina se pronunciou. – Eu consegui um ‘Ótimo’ em poções. – Hermione olhou para a amiga sem ter certeza se conseguiria prender o riso.



-Parabéns Gina...



-Era só isso? – Rony perguntou passado. Harry suspirou aliviado.



-Como assim: ‘Era só isso’? Eu precisava de nota para fazer o que quero quando sair da escola, você sabe quantas noites em claro passei estudando? Quantos passeios e diversão perdi? É melhor ficar calado, Rony.



Rony abriu a boca para retrucar. Mas Harry o interrompeu. – E então Gina, o que você vai fazer depois da escola?



Seus olhos brilharam. – Medicina Bruxa.



-Certo.



-Se era só isso



-Estamos indo...



-Você ouviu o que ela disse?



-Eu sei, chocante... – e aparataram.



Rony balançou a cabeça e olhou para seu envelope. Terminou de rasgá-lo e jogou o resto no chão, sob o olhar reprovador de Hermione.




-Você vai limpar isso.




Rony apenas ergueu a sobrancelha, e continuou lendo concentrado em sua mensagem. – É. O de sempre.




-E o que você esperava? – Harry perguntou sem entender. Rony o olhou significativamente. Harry piscou esperando. Rony estava com algum problema? Como entenderia algo se ele não falava?



Rony suspirou. – Harry esse ano serão escolhidos os monitores-chefes... Alô?!



-Ah. Isso... Pensei que você estivesse falando de algo sério.



-Isso é sério! – Hermione falou com dignidade.



-Tudo bem, tudo bem – ele levantou as mãos. – Mas acho que vocês entenderam o que quis dizer.




-Isso pode ser uma tragédia esse nosso ano! – Rony fez drama. – Imagina se o Malfoy for o monitor? Meu Merlin... – Rony sentou-se na cama, chocado só por ter pensado nessa possibilidade.




Harry riu. – Bom. Ele não vai poder fazer muita coisa se a monitora - chefe for quem estou pensando – ele deu uma olhada em Hermione. E ergueu a sobrancelha marotamente.




Rony não pareceu compartilhar da mesma animação. – Um Malfoy?! Um Malfoy?! – Gina estava mais concentrada nas notas dos exames. Estava tão concentrada que nem ouvia a conversa a sua volta.




-Calma Rony – Hermione pediu sem paciência. – Você nem ao menos tem certeza. Pára de sofrer por antecedência – ele a olhou indignado e ela o encarou, cruzando os braços.



Harry deu um muxoxo e foi ver sua lista.



-Se você quer saber Hermione, eu tenho o direito de sofrer por antecedência – ele também cruzou os braços.



-Isso é idiotice.



-Esse é um problema meu.




-Você está parecendo criança. E daí se for o Malfoy, o novo monitor?!



-Não será.



Rony e Hermione olharam sem entender para Harry. – O que disse?



-Disse que não será ele – falou levantando os olhos. – Eu consegui.



Rony coçou a cabeça. – Hã... Tem, você tem certeza? – Harry mostrou a insígnia*.




-Acho que sim né, Rony? – ele riu nervoso.



Rony dramaticamente segurou o lado esquerdo do peito. – Ufa! Ainda bem. Por um momento eu pensei que o Malfoy, urgh – ele fez uma careta. –

Ainda bem, Harry. Ainda bem que foi você.




-Muito bom, Harry!



Ele deu um sorriso torto, olhando a amiga. – Você não vai abrir o seu?



-Acredita que havia esquecido?! – ela pegou novamente sua carta, que, por sinal, ainda estava fechada.



Harry e Rony se entreolharam em expectativa.




-Hmm? E ai? – Rony franziu a testa.



Hermione suspirou. – Eu... sou a nova monitora chefe de Hogwarts.



-Ninguém sabia, né? – Rony perguntou sorrindo. Harry a abraçou.



Gina surpreendentemente conseguiu prestar atenção naquela cena. Na verdade, ela viu aquela cena. Hermione tinha o rosto surpreso por estar presa nos braços do amigo e Harry não parecia se importar com isso... Logo depois, Rony lhe deu um abraço.




-Então companheira? – ele chamou quando a soltou. - Você não vai ser tão exigente comigo, não é?



Hermione apenas sorriu. – Vamos descer.



***

-Por que o Harry?



-E por que não? – perguntou com ar divertido, os olhos brilhando.



-Pelo que sei, o senhor não o escolheu monitor no seu quinto ano... Para que não tivesse tantas responsabilidades. Não ficasse sobrecarregado.



-É, foi isso mesmo – falou pensativo.



-Então Alvo?



-Você já viu uma desculpa melhor para deixá-lo no castelo? – ele sorriu com sabedoria.



O homem a sua frente franziu a testa. – Não consigo acompanhar a rapidez das suas idéias – ele suspirou. – Mas confio em suas recomendações.



-Não se preocupe Remo. Só quero Harry onde podemos observá-lo.



Lupin ergueu a sobrancelha. – Irá vigiá-lo novamente?




O velho suspirou. – É para seu bem.




-Bom. De qualquer forma irei providenciar o material que me pediu.



Dumbledore assentiu.- E Remo – chamou quando o homem ia fechar a porta atrás de si. – Já tenho o lugar perfeito para suas aulas – O lupino sorriu e logo depois fechou a porta atrás de si.




***

(continua quando a minha criatividade bater novamente... :roll:)

***

*É insígnia?*

Essa música é a tradução da música do grupo:

3 Doors Down. O nome é: When I'm Gone;

Não sei se perceberam :rool: mas eu gosto muito de song’s.

Gente, não esperem algo muito do gênero ‘geral’, nessa fic Ok?

Primeiro que não sei se conseguirei e segundo porque nem sei se quero. Isto é, o gênero predominante deve ser romance... talvez eu até anule o geral. Sei lá, vai da minha mente totalmente desordenada.

E por último, mas não menos importante, Comentem ^^.

Bom, não esperem algo tão grande no próximo cap. Rsrs. Eu não consigo perder essa mania :roll:.

***




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Comentários (1)

  • Jéssica J

    Só pra dizer que a descrição dos Dursley ficou simplesmente genial

    2013-04-01
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