Café da manhã com os Evans

Café da manhã com os Evans



Loucura Platônica



By Marmaduke Scarlet




Capítulo 1 – Café da manhã com os Evans.



Oi todo mundo. Aqui quem vos fala – ou escreve, no caso – é Lílian Evans, 17 anos feitos em outubro, ruiva, olhos verdes, Grifinória, feia, insana e apaixonada pelo melhor amigo.



Esse é o principal – talvez único – motivo pelo qual eu me sentei aqui disposta a escrever isso. Essa paixão platônica pelo meu melhor amigo está me levando á loucura. Não que eu seja normal, na verdade eu sempre tive uns – muitos – parafusos a menos. Mas é que eu realmente preciso desabafar. E também não é o caso de eu ter me apaixonado agora. Na verdade, eu já me apaixonei por alguns garotos antes, e também não é de agora o que eu sinto pelo Tiago.



Ah sim, deixe me apresentar à vítima: Tiago Isaac Potter, dezessete anos, apanhador do time da Grifinória, Maroto, super legal, meu melhor amigo.



Apresentados os personagens principais dessa comédia dantesca, deixe-me apresentar os coadjuvantes.



Jude Francis Murray, Corvinal, monitora, dezessete anos, estudiosa, querida, minha melhor amiga.



Roxane Julia Lionel, ou apenas Roxy, Grifinória, louca, não perde tempo em devaneios como eu, vai direto pra a ação, resolve metade dos meus problemas e arranja a outra metade. A outra melhor amiga.



Sirius Anthony Black, ou Sir. Sirius III, como a gente gosta de chamar quando quer torrar a paciência dele. Quase-irmão do Tiago, dezessete anos, batedor da Grifinória, Maroto, 1m e 80 de altura, engraçadíssimo, desenha que é uma coisa. Grande amigo meu.



Remo John Lupin. Grifinória, Maroto, monitor... Não se preocupe, você leu certo. Um maroto monitor. Sensível, consegue captar as coisas antes mesmo da gente pensar nelas. Amiguinho do coração da Lily.



Pedro Roger Pettigrew. Fiel escudeiro dos marotos, não faz nada de útil na vida além de comer. Mas eu gosto dele mesmo assim.



Jennifer Não-dei-o-nome-do-meio-nem-quero-saber Carlton – a Barbie Malibu. O típico, loira, magra, peituda, QI abaixo de zero... Mantém uma espécie de amizade colorida com o Tiago. Às vezes eles ficam juntos, mas não há compromisso de nenhuma espécie entre eles. É a garota mais dada que eu já vi. Desnecessário acrescentar que eu não vou com a cara dela.



1º de Setembro de 1977



Eu acordei mais cedo que o normal. Na verdade, eu sempre acordo mais cedo que o normal, mas normalmente volto a dormir. Dessa vez não seu pra continuar a dormir. Sabe, eu sofro de dois males, a insônia crônica e a ansiedade.



Quando o despertador tocou, eu já estava acordada, fantasiando coisas sobre o que eu não deveria fantasiar. Sabe, eu faço isso o tempo todo, ficar deitada quietinha, imaginado coisas que jamais vão acontecer.



Enfim, eu levantei da cama quando o despertador tocou, me vesti e desci pra tomar café.



- Bom dia, pai.



Meu pai baixou o jornal.



- Bom dia, princesa. – eu sorri enquanto me servia de café recém feito pela cafeteira. Eu ia fazer 17 anos em outubro e ele ainda me chamava assim.



- É hoje que você volta as aulas, não é querida?



- É, é hoje sim. – coloquei creme no café.



- Está muito nervosa?



- Não pai, pelo menos acho que não. Já faz sete anos que eu passo por isso.



- Bom dia florzinha. – minha mãe entrou na cozinha com seu bom humor matinal. Ela é artista plástica e ex-hippie, vive defendendo alguma causa. Meu pai é advogado.



- Oi mãe.



- Bom dia, Richie.



- ´dia Cee. – Às vezes eu me pergunto como meus pais podem viver juntos. A diferença entre eles é gritante, minha mãe de quimono azul, meu pai de terno e gravata.



- Querem comer omelete tailandesa com tofu?



Meu pai e eu nos olhamos. Minha mãe é super querida, eu a amo muito, mas a culinária dela, vou te contar... Ela é fã dessas coisas “saudáveis” e tals. Não que eu não goste de uns pastinhos de vez em quando, mas a mamãe dramatiza. Meu pai diz que eu puxei a ela nesse ponto, já que, segundo ele, eu dramatizo tudo. Não acho que seja bem assim.



- Não precisa se preocupar, querida. Eu e a Lily nos viramos com a comida.



- Mas eu quero fazer alguma coisa! Minha florzinha vai passar o resto do ano fora, eu quero preparar pelo menos a ultima refeição dela em casa.



Não falei? Do jeito que ela fala, parece que eu vou pro Alasca e nunca mais vou voltar.



- Mãe, eu vou voltar no Natal. Nem é tanto tempo assim. – é mentira, já que eu sempre passo o Natal em Hogwarts, mas todo ano eu digo isso e ela sempre acredita.



- Volta mesmo? – meu pai perguntou, tirando os ovos, presunto e queijo da geladeira. Bem, eu não disse que funcionava com ele.



- Depende... vocês me dão um piercing de presente de natal? – perguntei, quebrando os ovos numa tigela. Eu vi a troca de olhares entre eles.



- Não Lily, sem piercings.



- Mas...



- E fim de história.



Me admira muito a minha mãe com todo aquele liberalismo dela e todas aquelas teorias de modo tentativa e erro e não sei mais o que proibir a filha de fazer um simples piercing no umbigo. Eu não estava pedindo permissão pra entrar numa comunidade de adeptos do amor livre nem nada muito chocante...



Meu pai cortou o presunto e queijo e despejou na tigela em que eu já havia batido os ovos, jogando tudo na frigideira logo em seguida. Uma coisa uma coisa muito engraçada na casa dos Evans, é que nós desde sempre cozinhamos. Minha mãe olhou desolada para a omelete – tradicional, claro – fritando no fogão.



- Bem então... Já está tudo pronto, mimosa?



- Já mamãe, deixei tudo organizado ontem.



- Minha pequenininha...sempre organizada... – ela me abraçou. Eu não sei o que dá nos meus pais todo 1º de setembro.



- Bom gente, eu vou ter que ir. Pegamos um caso difícil, e eu tenho que estar lá cedo hoje. Cecília, você leva a Lílian até a estação? – minha mãe assentiu – Ótimo. Tchau, minha filha. Tenha um bom ano, comporte-se, estude bastante e não deixe nenhum garoto se fazer de engraçadinho com você.



Pai, acho que só por um milagre algum garoto iria se meter a engraçadinho comigo.



Não disse isso claro, mas pensei. Eu ainda era B.V. Merlin! E do jeito que a coisa ia, eu acho que eu sou vou deixar de ser B.V. na noite de núpcias.



Comemos a omelete. Quer dizer, eu comi. Minha mãe comeu alguma coisa verde que eu não sei o nome, mas deve ser provavelmente tailandesa. Ela adora a comida tailandesa.



Minha mãe trocou de roupa enquanto eu terminava de arrumar as ultimas coisas e dava uma ultima olhada no espelho. Eu havia escolhidos minhas amadas jeans Levi´s de sempre, uma camiseta de uma banda bruxa, e meu casaco de nylon preto curto, fechado até o peito, pra não deixar aparecer a foto da banda, já que, sendo bruxa, ela se mexia. Meu cabelo ruivo estava preso num rabo-de-cavalo, ou pelo menos era isso que eu tentara fazer mais cedo quando prendera o cabelo. É que meu cabelo estava naquela fase transição do cabelo Chanel pro comprido, cheio de pontas soltas e cachos, já que eu não passava mais poção alisante nele. De novo o negócio da paciência.



Quando eu estava lá, analisando como eu poderia transformar em algo apresentável aquela minha aparência deplorável, aconteceu uma coisa muito estranha. Eu me olhava no espelho, quando de repente eu pisquei e não era mais eu que o espelho refletia. Quer dizer, era eu, mas não era. Era uma moça de uns 20 anos, sorrindo amigavelmente, com um look menos er... agressivo que o meu, se é que você me entende. Os traços físicos dela eram parecidos com os meus, aliás, eram idênticos, só com cara de mais velha. Bom, você entendeu. Só que quando eu pisquei de novo, o reflexo voltou a mostrar eu de hoje, com todo aquele ar “Are You Gonna Be My Girl”, só que sem o fine e o sweet. Cara, aquilo me assustou um pouco.



Sempre assusta.



Quando eu tinha uns sete anos, eu me vi no espelho da mesma forma que agora, só que eu me vi com treze anos, e com o uniforme da escola. Foi então que eu soube que estava a fadada a um destino diferente do que o da maioria das minhas colegas de primário.



Enfim, enquanto eu colocava o meu malão no porta-malas do carro da minha mãe, pensando o que significava aquela visão, digamos assim, a minha mãe chegou.



De saia cigana pelos tornozelos e conjunto blusa-casaco estampados que nunca combinam. Eu nem me dei o trabalho de suspirar, ela sempre anda assim. Nós entramos no carro e ela o tirou da garagem.



Uma das coisas mais legais de andar no carro da minha mãe é que ela me deixa ouvir qualquer coisa. No carro do meu pai, eu estou terminantemente proibida de mexer no rádio. Liguei numa rádio e logo o som do Ramones encheu o carro. Sabe, esse é um ponto que eu e Sirius Black temos em comum. Eu não sei como ele descobriu o Ramones, já que é de família bruxa, mas o fato que ele é fã deles. Ele nem sabe que eu também curto os caras...



- Então, Lily, quais são os planos para esse ano? – mamãe perguntou baixando o som.



- Nada demais. Eu apenas pretendo passar de ano, acho.



- Lílian – eu me virei. Quando a coisa começa por Lílian é porque é sério. – Querida, eu acho que... Não se preocupe tanto se as coisas não sairem tanto como você havia planejado. Eu sei que esse vai ser um ano importante pra você.



- Hum, er, obrigada mamãe.



Silêncio. O engarrafamento perto da estação já era previsto, então não me atrasei muito. Passei pela barreira mágica que separa o mundo trouxa do meu mundo, o mundo ao qual eu realmente pertenço ao mesmo tempo que a Roxy. Foi muito engraçado, a gente riu muito. Se fosse combinado não dava certo.



Encontramos a Jude no corredor, enquanto a gente ainda ria. Aí, passou o namorado da Roxy e levou ela junto, o bobo. E eu e a Jude ficamos lá, com cara de palhaças, uma olhando pra cara da outra.



- Lily, sinto muito. Eu vou ter que ir pra cabine dos monitores. Você acha que consegue se virar sozinha? – Ah, tudo bem, dona Jude Francis, só tem um pequeno detalhe: o meu temperamento anti-social não me permite ter um círculo social muito extenso, sabe? E pare de falar como a minha mãe, ou a tia de alguém, porque isso irrita!



- Não se preocupe, Jude, eu me arranjo. – eu disse com um sorriso tranqüilizador ensaiado.



- Sério? – ela me olhou, como se não tivesse certeza que eu não poderia realmente me virar.



- Jude...



Ela deu um sorriso.



- Ótimo, vejo você no banquete.



- Divirta-se – eu disse, puxando desanimada a minha mochila pra cima do ombro.



E agora, vou sentar com quem?



N/A: Hey everybody! Voltei com mais uma fic praticamente pré-Ordem da Fênix. Não esperem muita coisa dessa fic já que ela nasceu de um surto que eu tive quando ouvia Barbie Girl, do Aqua. Eu espero um número decente de comentários, se não eu simplesmente deleto a fic e quem quiser ler vai ter que se tornar meu amigo de MSN, aí, quem sabe, eu passo os arquivos.

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