A chave dor portal II



Capitulo 2:
A chave do portal II

Ħ Draco Malfoy Ħ

Ele sentou-se á mesa do seu escritório em seu apartamento -onde morava desde os 18 anos - Já deviam ser umas dez horas na noite. Foi um dia cansativo. Denunciara seus pais para o ministério e eles deveriam estar sendo interrogados nesse momento.
Mas ele não estava preocupado com isso, não mesmo.
Era ELA quem habitava seu pensamento. Tudo bem que ela não saia de seus pensamentos desde o seu 6º ano em Hogwarts, quando começou a namora-la, mas piorara em seu 7º quando eles terminaram. Mas parecia que hoje estava pior.
Ele lembrava o por que de não morar mais com os pais. Saíra de casa alegando que mandaria seus pais para Azkaban por ter feito com que ele á perde-se.
Que tolice, não fora por culpa dos pais que ele a perdeu. E isso era o que mais lhe doía. A culpa era dele. Somente dele.
Como pode fazer aquilo com ela? Ela era tão doce com ele, e ele fora canalha com ela.
Ele brigava com quem quer que fosse de Hogwarts por faze-la sofrer, e ele mesmo foi quem mais lhe deu sofrimento.
Uma vez ouviu um trouxa do prédio onde morava dizer "Nós só damos valor quando perdemos". E isso ele podia dizer com toda a sinceridade.
Ele a amava. Sabia disso já em seu tempo de escola, mas agora sabia que amava mais do que imaginara. Não. Amava não. Ama...
Lembrou-se de seu sonho... Belo sonho, ela sorria tão linda...
Como será que ela estaria agora? Será que cortara o cabelo? Engordara? Estaria mais bonita? Quando chegava a essa pergunta acrescentava em seu pensamento "Impossível, mais bonita do que ela era é completamente impossível".
Mas ele não pensava só isso dela. Mais perguntas lhe via a mente.
Será que ela casou? Será que é mãe? Será que trabalha? E a pergunta que mais lhe doía por não ter resposta era: Será que ela ainda pensa em mim como antes?
Ele temia que não. Pois ele a amava e se tivesse uma chance lhe diria isso. Já perdera muita coisa por orgulho, nos tempos de escola, inclusive, ele passou três semanas brigado com ela por ciúmes. Se três semanas naquele tempo era uma eternidade, agora com oito anos o que seria?
Ele não tinha a resposta para essa pergunta também. Outra pergunta a torturava-lhe era: Será que ainda a verei?
Essa pergunta, por incrível que pareça, ele tinha a resposta: Sim!
Semanas atrás, quando foi ao ministério para dizer, a hora e o local em que seus pais estariam, um rapaz, que ele preferiu classificar como um moleque disse para o outro, com quem Draco estava dando a asserção sobre seus pais, á seguinte frase que não parava de martelar em sua cabeça "Virginia Weasley está atrasada de novo, Sr.Rivers." e o Sr. Rivers respondeu "Ah, a menina Weasley não tem mesmo jeito. Michael, peça assim que ela chegar que venha em minha sala". E o "moleque" saiu da sala.
Ela trabalhava lá. E ele faria de tudo para encontra-la. Esclareceria de uma vez por todas o "mal-entendido" que houvera há oito anos.
- Sr. Malfoy, o senhor vai precisar de mim ainda hoje?
- Não Lucy. Pode ir descansar.
- Obrigada. Boa noite, senhor.
- Boa noite Lucy,
Lucy Wiler era empregada de Draco. Trabalhava com ele há cinco anos. Era uma boa empregada. Se fosse há dez anos ele diria: Uma trouxa nojenta. Mas Lucy era mais do que uma trouxa era como uma madrinha para ele.
Era muito boa e era ela quem aturava os ataques de Draco quando ele lembrava-se dos seus dias de solidão. Tudo por ser um babaca que mandara o amor da sua vida embora por um beijo com uma sangue-ruim.
Tinha ânsias de vomito sempre que lembrava que por causa da porcaria de um beijo com Hermione Granger, um ser tão repugnante que se fazia de santa, perdera o amor de Virginia Weasley.

- O que está fazendo aqui Granger? - perguntou Draco sentindo náuseas ao ver Hermione na sala onde sempre se encontrava com Gina.
Eles marcaram mais cedo para poderem ir junto para o salão principal, onde entrariam de mãos dadas e assumindo de vez o namoro.
- O que foi Malfoy? Decepcionado de não encontrar a Gina? - ela perguntou insinuando-se, deitada à mesa do professor, que havia na sala.
- Como você sabe de mim e da Gina? - ele questionou surpreso. Ninguém sabia deles dois.
- Ela me contou. Tolinha, acredita nas pessoas tão facilmente, não é?
- Por que está me perguntando isso?
- Eu sei que você só quer usa-la Malfoy...
- Eu amo...
- Não, não ama. - ela o cortou, saltando da mesa e andando até ele. - Você não ama ninguém. É só um passatempo.
- E o que você ganha me dizendo isso? Pensei que fosse amiga da Gina.
- É. Sou muito amiga, por isso estou fazendo isso. É para o bem dela...
- O que é para o bem dela?
- Isso. - ela o agarrou pela gola e o beijou.
- Draco? Draco, você está aí? - era a voz de Gina. Eles escutaram a porta abrir vagarosamente. Draco soltou-se de Hermione com nojo.
- Hermione? - foi o que ela murmurou antes de sair correndo.
- Gina! Gina espere! - ele corria atrás dela, mas ela sumiu.
Depois disso, nunca mais falou com ela nem com Hermione. Subiu para o dormitório masculino da sonserina.


- Bah! Lembranças, lembranças, lembranças. Em que elas ajudam? - murmurou antes de ir deitar-se.

***

Levantou-se mal-humorado como sempre. Foi até a sala de jantar e viu a mesa do café posta. Sentou-se a cabeceira da mesa e começou a tomar um chá.
- Sr. Malfoy, o que farei para o almoço?
- Nada Lucy. Não almoçarei em casa. Terei uma reunião com o Potter e almoçarei por lá mesmo.
Lucy sabia de toda a existência dos bruxos.
Ela retirou-se e Draco desaparatou. Aparatou logo em seguida na porta do prédio do ministério. Não demoraria a começar a chover, relâmpagos cortavam os céus e trovões que fariam até um adulto racional ter medo. Porém, Draco não era um adulto racional. Longe disso. Toda sua racionalidade fora com Virginia - não, Virginia não. Para ele era SÓ Gina. A sua doce Gina. -. Subiu em um "troço" parecido ao de um elevador trouxa. Parou no sétimo andar. Logo de cara havia um balcão com o tal "moleque" da semana passada.
- Sr. Malfoy, o Sr. Potter acabou de chegar, ele só está terminando de se instalar, não se preocupe ele irá atende-lo. Eu vou leva-lo até a nossa sala de espera. - ele estava saindo de trás do balão quando um aparelho - que Draco, morando em um bairro trouxa e com uma trouxa não pode deixar de notar parecido com o telefone - tocou. Uma luz vermelha insistia em piscar. Michael atendeu-o com a varinha e uma voz que fez com que o coração de Draco batesse mais forte falou:
- Michael, venha até a minha sala, por favor.
- Sim, senhorita. - disse o rapaz.
Ele levou Draco até a tal sala de espera e pediu que o aguardasse. E saiu novamente.
Ela está aqui... - ele pensou enquanto esperava Michael voltar. Dentro de alguns minutos, o rapaz voltou e levou-o a sala de Harry. Ele foi lendo os nomes que estavam nas portas:
"Antonieta Coop", alguns outros nomes, "Mario Carl".
Até que os nomes iam se tornando mais familiares: "Lino Jordan", "Neville Longbotton", até ver o nome que esperava "Virginia Weasley". Olhou a sala em frente á de Virginia: "Hermione Granger". Sentiu o ódio aflorar em seu peito. Queria invadir a sala, mas Michael estava lhe mostrando á sala ao lado da de Virginia, onde estava escrito: "Harry Potter".
- Obrigada Michael, pode ir agora.
Michael saiu da sala deixando Harry e Draco a sós.
- Então Malfoy, vamos logo ao assunto. Ainda temos alguns comensais para jogarmos em Azkaban. Sente-se. - Harry apontou para a cadeira do lado oposto da mesa de onde estava sentado.
Draco sentou e abriu a boca para falar, mas calou-se ao ver a foto de uma mulher muito bonita em um porta-retrato sobre a mesa de Harry.
Era como se já conhecesse o sorriso á muito tempo, porem o olhar vira somente uma vez.
- Malfoooy?
Draco piscou e desviou o olhar da foto da linda mulher.
- Quem é? - perguntou apontando para a mulher da foto.
- Minha namorada, e se tudo correr bem, essa noite será minha noiva.
- Qual o nome dela? - perguntou ainda meio em transe.
- Não se lembra? Você não parava de xinga-la nos tempos de escola. Virginia Weasley.
Draco arregalou os olhos. Gina estava totalmente diferente: seus cabelos ruivos não eram mais vermelhos fogos, e sim um ruivo meio chocolate. Seu sorriso era o mesmo: encantador. Mas o seu olhar, ele só vira uma vez em seu rosto: quando ela o viu beijando Hermione.
- Mas acho que não você não está aqui para saber da minha vida conjugal. Sobre o que veio tratar?
- Eu... Eu... Gostaria de um emprego. Quer dizer, eu trabalho, mas queria trabalhar nesse departamento. - ele gaguejou um pouco, ainda atordoado.
- Nada mais justo. - Harry estava com os pés em cima da mesa, os braços cruzados e a cadeira levemente empurrada para trás, sustentando-o por somente dois pés - Você nos ajudou a colocar seus pais em Azkaban e pode nos ajudar a colocar o resto também. - ele voltou os outros dois pés da cadeira ao chão, retirou os pés de sobre a mesa e apoiou os cotovelos em cima da mesa - E que mal lhe pergunte: como você sabia onde seus pais estariam se você não morava mais com eles?
- Meu pai me mandou uma carta dizendo que era para mim comparecer á esse local para que eu pudesse ver o que acontecia com um traidor. Afinal de contas Potter, o que aconteceu lá?
- Seu pai estava prestes a matar Pedro Pettigrew. Não que aquele rato não merecesse morrer, mas ele foi mandado para Azkaban, onde vai sofrer mais...
- E meus pais?
- Também estão em Azkaban.
Draco pareceu ponderar.
- E quanto ao seu emprego: Eu preciso conversar com o Sr. Rivers, depois lhe mando uma coruja dizendo a resposta.
- Obrigada Potter!
- Obrigada você, Malfoy. Nos ajudou a colocar não só dois, mas três comensais em Azkaban.
Eles apertaram as mãos e Harry o levou até a porta. Harry a fechou e entrou na sala novamente. Draco ficou sozinho no corredor. Olhou o resto das portas: "Remo Lupin", "Ronald Weasley", uma porta sem nada escrito e a ultima porta: "John Rivers".
Olhou no relógio: dez horas da manha. Virou-se para continuar seu caminho, mas bateu em algo, ou melhor, alguém. Percebeu que a pessoa derrubara muitos papeis e abaixara-se para pegar. Ele estava pronto para xingar á imbecil. Sim, era uma mulher, ele viu longos cabelos ruivos. Mas a mulher o impediu dizendo:
- Desculpe.
Ele conhecia aquela voz. Era dela. Mais madura é verdade, mas ele reconheceria a voz dela no meio de milhares outras.
Ele abaixou-se para ajuda-la. Mas ela teve a mesma idéia que ele: pegar um papel bonito, com a cor meio lilás e com letras bonitas, o que certamente seria um poema. Ele percebeu-a olhar para sua mão, depois para seu braço, ante-braço, ombro, pescoço e finalmente os olhos.
Ela tinha aquele olhar da foto que vira no escritório de Harry. Ele não queria cortar o contato visual, mas ela cortou o silencio:
- Olá Sr. Malfoy, fiquei sabendo de tal heroísmo foi de sua parte colocar seus pais em Azkaban. Meus parabéns. Nos ajudou bastante. - ela disse ironicamente.
- Pois é, Weasley, as pessoas mudam. Há quanto tempo não nos vemos, não é?
- É. Oito anos... Realmente, as pessoas mudam. Mas algumas mudam por que querem, normalmente, quando isso as acontece logo voltam a ser o que eram antes. Outras mudam por causa da vida, e essas sim, não voltam a ser o que eram nunca.
Por mais que estivessem jogando indiretas um para o outro, eles não largavam o papel.
Ele ia retruca, mas sentiu algo lhe puxando para perto dela. Ela sentiu a mesma coisa. De repente tudo estava rodado. O chão saiu de seus pés e eles não estavam mais no corredor do departamento.


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