De dentro das Bolinhas de Cris



Capítulo 1 – De dentro das bolinhas de cristal.



Os ventos da noite uivavam em seus ouvidos, mas isso não fazia diferença alguma. Na verdade, ele nem se quer ouvia nada. Apenas fazia de tudo para parecer o mais impressionante possível, sem se importar muito se estava fazendo algo certo ou errado. Tudo o que importava era chamar a atenção de uma certa ruiva sentada nas arquibancadas.

Tiago Potter fez mais uma curva super-acentuada com a vassoura, desajeitando ainda mais seus cabelos negros. Qualquer pessoa normal teria se espatifado no chão, mas ele – Tiago Potter – nem se desequilibrou. Com mais um movimento mais gracioso, ele segurou a bolinha dourada e deu mais um rasante.

Pousou no chão com um movimento gracioso, ao mesmo tempo que a capitã do time o fez.

“Muito bem, Tiago! Ótimo tempo!”elogiou a moça cabelos castanhos e cacheados.

“Obrigado, Lucy.” disse Tiago, sem prestar muita atenção nisso.

Seu olhar correu pelas arquibancadas. A pessoa em que concentrava sua atenção agora estava descendo. Ela se apressou em despentear mais os cabelos e fazer uma cara vitoriosa.

“Terminou, Lucy?” perguntou aquela jovem, se aproximando da capitã.

Os cabelos ruivos dela esvoaçavam aos ventos fortes e seus olhos brilhavam como dois faróis verdes. Era incomum ver Lílian Evans com os cabelos desarrumados daquela maneira, apesar de ser culpa do vento.

“Terminou sim, Lily. Podemos ir agora.” a capitão falou, sorrindo.

“Boa noite, Evans” cumprimentou Tiago, cordialmente.

“Boa noite.”devolveu a ruiva, friamente. “Então vamos indo, Lucy?”

“Ah, claro” sorriu a outra garota.

“Eu posso acompanhá-las até o castelo?”perguntou Tiago.

Lucy Workson pareceu pensar no caso, mas Lílian foi curta e grossa em sua resposta:

“Não.”

Ela puxou sua amiga e elas caminharam até o castelo, sem olhar para trás. Tiago observou-as por alguns segundos, então, ergueu a mão e olhos para o pomo de ouro, que ainda se debatia.

“Por que eu ainda faço isso?”perguntou ele, para o objeto. “Porcaria!”

Ele guardou a bolinha no bolso e já ia dar um passo em direção ao castelo quando algo colidiu com sua testa, com força. Ele soltou um palavrão e olhou para baixo, para ver de que se tratava. Demorou alguns segundos até identificar uma bolinha transparente na grama verde.

Tiago se agachou, apanhou a bolinha e levantou-se. A primeira vista não passava de uma bolinha transparente, mas com uma observação mais atenta pôde notar um pequeno coração vermelho em 3D, no centro da bolinha. Ele sacudiu o objeto, mas o coraçãozinho não se mexeu. Por algum motivo que ele não poderia dizer qual, pôs a dita cuja no bolso e caminhou para o castelo.

I! I! I! I! I! I! I! I! I!I

“Chega pra lá, Ann, eu vou ficar do lado dele!”dizia uma garota de cabelos loiros.

“Não vai não, Carol!” brigou a outra, de cabelos negros.”eu vou!”

“Nada disso! Eu vou ficar do lado dele!”falou uma outra, mais morena.

Sirius Black assistia essa cena, muitíssimo divertido. Nada o divertia mais, além de infernizar Severo Snape, do que ver garotas brigando por ele. Sirius estava acompanhando as garotas até a Sala Comunal da Corvinal.

“Então, Sirius, o que vai fazer amanhã a noite?”perguntou Ann Fathery.

“Bem, Anny, eu...”começou o jovem, mas não chegou a terminar a frase.

Isso porque a professora Daphine Carittson, de porções, acabara de surgir á frente do grupo e encarava Sirius com desaprovação.

“Sr.Black, seu livro de Porções foi encontrado dentro de uma armadura no primeiro andar.”informou a professora, estendendo um grosso livro para Sirius.”Gostaria de pedir que o senhor pare de fazer feitiços bobos na minha aula e se dedique mais á matéria. Sabe que seu desempenho não está nada bom.”

Sirius pegou o livro das mãos da professora e sorriu:

“Pode deixar, professora.” Garantiu ele.

“Ótimo”

A Profª.Carittison se afastou deslizando.

“Err...Sirius...nós vamos indo então, viu?”disse Carolline Woods, dando alguns passos para trás.

“É...então depois a gente se vê, viu?” Ann reforçou, sorrindo.

“Certo...”disse Sirius, erguendo uma sobrancelha.

O jovem ficou meio perplexo, em quanto observava, elas sumindo em um corredor. Seu desempenho nas aulas estava realmente começando a prejudicar sua vida, e isso era preocupante...

Sirius se dirigiu para a sala comunal da Grifinória, mas no meio do caminho, um envelope escorregou de dentro do seu livro.

‘Uma carta de uma fã!’ pensou ele, apanhando o envelope.

Não parecia muito com uma carta de fã, para ser sincero, mas ele ignorou o fato e descolou o adesivo azul. Sem se espantar muito, Sirius constatou que o envelope tinha a espessura de uma caixa na parte de dentro, e continha uma bolinha transparente.

Sirius pegou a bolinha, franzindo a testa e se perguntando o que aquilo significaria. Percebeu havia uma rosa azul em 3D, que parecia flutuar o centro do objeto sem se apoiar em nada.

Ainda com a bolinha em mãos, Sirius voltou a caminhar para a sala comunal, pensando no que poderia significar aquilo.

I! I! I! I! I! I! I! I! I!I

A sala comunal da grifinória estava bem silenciosa á aquela hora da noite, e Remo Lupin estava aproveitando a ocasião para fazer seus deveres. Ele achou que isso fosse uma boa idéia, antes de descobrir que uma certa mocinha de cabelos cor-de-rosa não tinha a intenção de ir dormir antes dele.

“Nossa, Remo, você resolveu essa questão tão rapidinho! Eu demorei um tempão pra fazer!” disse Ninfadora Tonks, lendo a tarefa do colega por cima do ombro dele.

“Tonks, já não é hora de você ir dormir?”perguntou Remo.

“Ainda é cedo.”sorriu Tonks, feliz.

Remo tentou concentrar-se em seus afazeres, mas descobriu que era impossível fazê-lo com Tonks colada nele. Respirou fundo e encarou a garota.

“Eu acho que é realmente melhor você ir dormir agora, Tonks.”disse Remo, tentando parecer fraternal, mas na verdade já sem paciência.

“Por que você acha isso?”perguntou a jovem, curiosa.

Graças á Deus, a voz de Lílian Evans o livrou de responder a pergunta.

“Ninffy, sobe aqui!”chamou ela, do alto da escada, saída do dormitório feminino.

“Ok!” disse Tonks e virou-se para Remo.”Amanha a gente se fala, Remo. Boa noite!”

Alegremente, ela subiu as escadas e entrou no dormitório, junto com a melhor amiga.

Remo passou alguns minutos olhando para a porta do dormitório. Tonks havia se tornado extremamente insuportável desde o inicio do ano letivo. Ela o seguia para quase todo lugar, com um cãozinho alegre.

Remo se inclinou para pegar algo em seu estojo e, quando o abriu, notou a presença de algo que não pusera ali. Era uma bolinha de transparente, que continha uma estrelinha amarela em 3D no centro. O setimanista pegou a bolinha nas mãos e a examinou, curioso, se perguntando como aquilo fora parar ali. Não teve muito tempo para pensar no assunto, pois no instante seguinte, Sirius e Tiago entram pelo buraco do retrato.

“Noite, Remo...”disseram os dois, em semelhante tom arrasado.

“Noite.”devolveu Remo, desviando sua atenção da bolinha.”O que há com vocês dois?”

“Evans.”falou Tiago

“Aulas.”disse Sirius

Remo ergueu as sobrancelhas para eles, e depois voltou a olhar para o objeto em sua mão.

“O que é isso?”perguntou Sirius se aproximando do amigo.

“Não faço ide...”começou ele, mas foi interrompido por Tiago:

“Ah! Isso me lembra....eu achei uma coisa parecida...”ele retirou a bolinha que encontrara no Campo de Quadribol do bolso.

“Estanho...”Remo pegou a outra bolinha, e olhou-a ainda mais curioso.

“Também encontrei uma...”disse Sirius, retirando outra bolinha do bolso do casaco.

Remo pousou as outras duas bolinhas na mesa, e pôs-se a examinar a de Sirius.

“O que isso quer dizer?”quis saber Tiago.

“Não faço idéia...”falou Remo, colocando a bolinha de Sirius junto das outras.

No instante em que ele fez isso, as três bolinhas emitiram um brilho que os cegou momentaneamente. Eles permaneceram com os braços diante dos olhos por alguns segundos e, quando notaram que o brilho cessara, arriscaram uma espiada. As bolinhas pareciam normais, se não fosse pelo três pequenos seres que piravam em cima delas. Possuíam no máximo 15 centímetros e formas femininas.

Em cima da bolinha de Tiago, flutuava uma menininha de cabelos cor-de-rosa, presos em altas “maria-chiquinhas”, e olhos vermelho-vivos. Ela vestia roupas cor-de-rosa, com corações vermelhos, e possua asinhas de inseto. Em cima da de Sirius, flutuava uma outra menina, de longos e lisos cabelos azuis e olhos também azuis. Ela vestia um vestido verde, com rosas azuis, e também tinha asinhas de inseto. Por fim, a ultima tinha cabelos cacheados e castanhos á altura dos ombros e olhos amarelo-vivo. Suas roupas eram amarelas, cheias de estrelas, e possuía as mesmas asinhas que as outras.

Os três marotos permaneceram com a boca escancarada, e expressões estupefatas.

“KURI KURI MOSHIRU!”gritaram as três, felizes, para eles.

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