The End



Cartas Para Ninguém



Capitulo 15



The End





E lá estava ela, prestes a fazer uma das coisas mais difíceis que alguma vez imaginou ter de fazer. A sua boca estava seca e as suas mãos suavam em abundância. Andava dum lado para o outro, dentro do próprio quarto aguardando um sinal dele.

Decidiu descer as escadas e caminhar pelo jardim coberto de neve, talvez isso acalmasse os seus nervos. Desceu as escadas num passo apressado sem prestar atenção aos chamados que se faziam ouvir.

Ao abrir a porta um vento gelado bateu contra o seu corpo, tremeu mas não desistiu. Fechando a porta atrás de si caminhou até uma pedra semi-congelada, onde Draco estivera sentado uma semana atrás. Ao pensar nisso ela divagou completamente. Aquela semana tinha sido uma das melhores da sua vida. Draco finalmente tinha voltado e com ou sem memória ele continuava tão ou mais romântico do que antes. Era estranho conviver com ele agora que estava totalmente recuperado mas ainda assim nada poderia substituir a sensação de estar nos braços dele.



Tremeu ao sentir uns braços em torno da sua cintura e uns lábios quentes a beijarem-lhe suavemente o pescoço.



-Bom dia – Murmurou-lhe ao ouvido.



Ela voltou-se e olhou o rapaz que lhe sorria levemente. De imediato reparou no cabelo dele, que antes ultrapassava os ombros e que agora estava ao nível das orelhas. Ela ergueu a mão e com um movimento rápido despenteou completamente o rapaz.



-Divertida? – Perguntou ao que ela respondeu com um sorriso e um beijo suave.

-Nervoso?

-Devia?



Ela sorriu levemente e suspirou. Sabia o quão “simpáticos” os seus irmãos podiam ser quando queriam.

Tinha decidido, após uma semana, anunciar à família o seu relacionamento com o loiro.



-Vamos entrar? – Perguntou levantando-se.



Ele acenou em concordância e pegando na mão dela caminharam até à entrada da casa. Ao entrarem ela sentiu Draco a apertar a sua mão com maior intensidade e não era para menos, dali a pouco ele estaria em frente a todo o clã Weasley.



-Não te preocupes, eles ainda não chegaram… - Comentou num tom baixo recebendo como resposta um olhar que dizia claramente ‘Eu, preocupado?’.



Andaram até á sala, onde estavam os pais de Ginny. Assim que eles entraram na divisão Arthur colocou-se de pé e olhou Draco de cima a baixo, como que inspeccionando-o.



-Bom dia – Cumprimentou simpático após alguns segundos de observação.

-Bom dia – Respondeu o loiro mantendo sempre a sua expressão neutra.

-É um prazer ter-te aqui – Disse Molly caminhando até ele e abraçando-o com força.



Draco olhou-a espantado, da última vez que estivera ali, à uma semana atrás, aquela mulher tinha-o recebido com um feitiço e agora estava a abraça-lo. Ele olhou para a namorada que sorria com a cena.



-Eu vou tratar do almoço – Disse a mulher saindo da sala em seguida.

-Ginny, querida, importavas-te de ir ter com a tua mãe durante uns minutos? Creio que eu e o jovem Malfoy temos algo que conversar.



Ela olhou o pai e depois Draco.



-Claro – Deu um beijo suave no namorado e saiu em direcção à cozinha.



-Draco, não é?

-Exacto.

-Eu quero saber, antes de mais nada, tu gostas da minha filha?

-Sem qualquer dúvida – Respondeu prontamente.

-Óptimo… E espero que esse gostar se traduza em algo duradouro.

-Durará até que Ginevra deseje o contrário.



Arthur sorriu com a resposta do loiro.



-Muito bem então…. Acho que as perguntas acabaram…



Draco ouviu umas vozes vindas da cozinha e voltou-se para encontrar Ginny abraçada por dois dos seus irmãos.

Os ruivos, Bill e Charlie, olharam Draco de cima a baixo antes de soltarem a irmã.



-Draco Malfoy, suponho – Começou Charlie estendendo a mão na direcção do loiro.



Draco retribuiu o cumprimento e aproveitou a proximidade da ruiva para a abraçar pela cintura.



-Draco estes são os meus irmãos mais velhos, Bill e Charlie – Ele apenas acenou levemente em direcção a Bill voltando a encarar a ruiva.

-Até agora tudo bem… - Murmurou-lhe ao ouvido o que a fez sorrir, algo na voz dele denunciava preocupação pelo que poderia vir a seguir.

-Só faltam os gémeos… O Ron não vem… Está na Escola de Aurores….

-Ao menos isso….



Não demorou muito para que vozes alegres se fizessem ouvir vindas da cozinha.



-Hei Gin… Afinal onde é que está o teu namo…. – A frase ficou suspensa assim que entraram na sala e deram de caras com Draco Malfoy.

-O que é que este faz aqui?

-O Draco? – Perguntou inocente.

-O Malfoy! – Responderam os gémeos em conjunto.

-Ah! Ele veio para almoçar….

-Mas não era suposto ser o teu namorado a vir cá almoçar? – Perguntou Fred desconfiado.

-Como eu disse, ele veio para almoçar.

-Mas não pode ser – Começou George – Tu não podes namorar com ele….

-E porque não?

-Ora… Porque… Porque ele é um Malfoy!

-E depois?

-E depois nada Ginny…. Não podes namorar com ele e pronto….

-E quem é que me vai impedir? – Perguntou exaltada libertando-se do abraço do loiro.

-Mas Gin….

-Sem mas!

-Ginevra tem calma… - Murmurou Draco ao ouvido da ruiva.

-Tem calma coisa nenhuma Draco! Eles não têm autoridade para dizer com quem eu posso ou não namorar!

-Exactamente… E é por isso que não tens de te preocupar… - Concluiu passando as mãos na lateral da face da ruiva – Mais calma?



Ela acenou positivamente e beijou-o de leve.



-Numa coisa temos de concordar – Disse Charlie aos irmãos enquanto se dirigiam para a cozinha – Ele sabe como lidar com ela.

-Exacto. È o primeiro e possivelmente o único a conseguir parar uma Ginny em fúria – Continuou Bill.

-E só por isso acho que o devíamos ter em consideração – Concluiu Charlie.

-Nós não concordamos – Disseram os gémeos em uníssono.

-Problema o vosso, não é por isso que ela vai deixar de namorar com ele.



. . . . .



-Vens cá amanhã? – Perguntou ao despedir-se do loiro.

-Como sempre…

-Não, eu digo, se vens cá para o jantar de Natal.

-Eu não sei…

-Vá lá Draco… Além do mais a Mara vai cá estar….

-Vou pensar…

-Isso é um sim?

-É um talvez…

-Então amanhã às oito… - Disse antes de o beijar.



. . . . .



-Eu não acredito que ele foi capaz de me fazer isto – Murmurava a ruiva para si mesma.

-O quê Ginny? – Perguntou Hermione aproximando-se da rapariga.

-O Draco… Era suposto ele estar aqui… Mas ainda não chegou…

-Tenho a certeza que ele se atrasou…. Deve estar a chegar…



Ela andava dum lado para o outro da sala cheia de Weasleys. Era a noite de Natal e a família estava toda reunida para o jantar. Ginevra andava dum lado para o outro murmurando coisas para si mesma, era pressuposto Draco estar na Toca às oito mas já passavam vinte minutos da hora marcada e nem sinal dele.



-O Daky? – Perguntou a loirinha esticando os braços na direcção da ruiva.

-Eu não sei baixinha… Eu não sei – Respondeu pegando na pequena.

-Ele vem?

-Eu espero bem que sim….



-Boa noite – Soou uma voz atrás de Ginny que fez com que ela se voltasse – Desculpem o atraso…

-O que aconteceu? – Perguntou preocupada aproximando-se do loiro e beijando-o fervorosamente.

-Nada de mais…. Tive um pequeno problema com o presente da Mara.

-Meu?

-É baixinha… está lá fora…

-Lá fora? – Perguntou Ginny espantada.

-É… achei melhor deixa-la lá fora. Vamos baixinha, vamos buscar a tua prenda.



Mara saltou imediatamente dos braços da ruiva para os braços de Draco e os três seguiram até ao exterior da casa.



-Afinal onde está a prenda dela? – Assim que a ruiva falou uma espécie de bola de peluche saltou-lhe para os braços ronronando levemente – O que é isto?

-É um Puffskein… Não me digas que nunca tiveste nenhum…?

-Tive…. Mas entretanto foi usado pelos meus irmãos para jogar Quidditch – Disse passando a Mara o pequeno animal de cor creme - O que é que se diz Mara?

-Bigada Daky – Agradeceu dando um beijo estalado na bochecha do loiro.

-De nada baixinha. Vamos entrar?

-Vamos.



Draco enlaçou a cintura da ruiva com o braço livre e caminhou até ao interior da casa.



O jantar decorreu de forma animada, entre risos e conversas. Depois da refeição dirigiram-se à sala onde as conversas continuaram alegres.

Depressa a meia-noite chegou, Draco estava sentado no chão, a um dos cantos da sala com Mara nos braços, agora adormecida.



-Vou leva-la ao meu quarto antes de abrirem os presentes… - Disse esticando os braços para agarrar a pequena.

-Deixa que eu levo-a. Diz-me só onde fica o quarto.

-Anda que eu mostro-te o caminho.



A ruiva subiu as escadas seguida por Draco. Abriu a porta do seu quarto e deu passagem ao loiro. O rapaz caminhou até à cama da ruiva onde pousou Mara, cobrindo-a de seguida com os grossos cobertores. Ele afastou uma das madeixas que cobria a face adormecida da pequena e de seguida afastou-se, caminhando em direcção à ruiva.



-Descemos? – Ela apenas acenou.



Assim que eles se juntaram aos restantes Weasleys as trocas de prendas começaram. Draco voltou a sentar-se no mesmo local só que desta vez com Ginny encostada ao seu peito.



-Quero que abras a minha prenda em primeiro lugar –Disse passando-lhe um embrulho minúsculo ao qual ele devolveu o tamanho original com um feitiço.

-O que é isto?

-Porque é que não abres e vês tu mesma?



Ela seguiu o conselho do loiro e desfez o embrulho que tinha em mãos. Um livro com capa de couro vermelho escuro revelou-se por debaixo do papel de embrulho. Escrito com uma letra trabalhada num belo tom dourado o titulo ocupava o meio da capa.



-‘Clã Weasley’? – Perguntou espantada lendo a capa do livro – Mas eu não sabia que este livro existia.

-E não existe… Teoricamente pelo menos….

-Como assim? – Perguntou confusa.

-Tu tens na mão uma das duas únicas cópias que existem do livro.

-Mas como?

-Eu mandei escreve-lo, só para to poder oferecer.



Ela ainda o olhava espantada sem saber o que responder.



-Não o vais ler?

-Mas é enorme!

-Passemos logo ao último capítulo.



Draco fez com que a ruiva se encostasse mais ao seu peito e ajudou-a a folhear as páginas do livro. Passaram vários capítulos referentes a gerações passadas, escritos por diferentes autores até que Draco parou no último capitulo. Uma página com um rebordo trabalhado a dourado apresentava as mesmas letras da capa formando agora um nome, Ginevra Weasley. Por baixo fazia-se ler o nome do autor do capítulo, Draco Malfoy.



-Tu escreveste um capítulo sobre mim? – Perguntou sorridente.

-Lê.





“Ginevra Weasley é a única rapariga na última geração da família Weasley. Considerada pela maioria uma jovem doce e carinhosa tem uma personalidade que poucos são capazes de controlar”



A descrição continuava por ali a fora, falando dos gostos dela, dos passatempos favoritos, dos anos em Hogwarts, da participação da guerra e outros pormenores. Mas foi o último parágrafo que chamou a sua atenção.



“Como jovem encantadora que é, Ginevra Weasley encontra-se noiva do último e único herdeiro da fortuna dos Malfoy, Draco Malfoy”



Ginny voltou a página mas o livro acabava ali. Olhou o loiro admirada e viu-o a ostentar um maravilhoso sorriso.



-E então? – Perguntou erguendo uma pequena caixa de veludo negro – Aceitas casar comigo?



Ela ficou em silencio observando o loiro na sua frente, o mesmo loiro que acabara de a pedir em casamento.

Era óbvio que ela queria casar com ele, mas naquele momento as palavras pareciam tê-la abandonado completamente. Ela era tão nova para casar, tinha apenas 18 anos mas no entanto era tudo o que mais queria no momento.



-Não me obrigues a mandar reescrever os livros… Consigo até imaginar como ficaria o último paragrafo ‘Como jovem encantadora que é, Ginevra Weasley deu uma tampa fenomenal, a maior tampa que alguma vez se viu, ao recusar o maravilhoso pedido de casamento do poderoso Draco Malfoy’ … Ficava bem, não ficava?

-Sim – Respondeu simplesmente.

-Sim ficava bem ou sim aceitas o meu pedido?

-Sim.

-Ginevra…. Dá para seres mais explícita?

-Sim eu aceito o teu pedido.

-Por momentos pensei que ias… - Não terminou a frase pois a ruiva abraçou-o com uma força fenomenal-Gin eu amo-te – Sussurrou ao ouvido dela.

-Eu também te amo… - Respondeu antes de o beijar com um desejo imenso.



-Está na hora de substituirmos as alianças -Fez deslizar o anel brilhante da mão da ruiva para a palma da sua mão e no lugar desse colocou uma simples aliança dourada com um pequeno brilhante no meio.



. . . . .



Nervosa? Que ideia…. As mãos a suarem, a garganta seca e a vontade imensas de andar dum lado para o outro deviam ser só efeitos colaterais de alguma outra coisa que ela desconhecia ou não se conseguia lembrar no momento.



-Ginevra Weasley para de andar ás voltas neste instante!

-Mas mãe!

-Nem mas nem meio mas… É suposto o vestido ficar totalmente amachucado?

-Não mas….

-Então pronto. Eu vou mandar a Hermione subir e por favor pára quieta.



A ruiva suspirou e sentou-se em frente da cómoda sentindo todo o seu corpo a tremer. Após três meses de planeamento Draco e Ginny tinham marcado a data de casamento, 1 de Março, no dia em que faziam um ano de namoro.



-Nervosa? – Perguntou a morena entrando no quarto.

-Que ideia… Não consigo parar de tremer…

-Vai tudo correr bem….

-A Mara?

-Está lá em baixo.

-Podes ir busca-la? Queria ser eu a vesti-la.

-Não achas melhor ser a tua mãe a faze-lo?

-Não….Eu mesma o faço.

-Ok então…



Hermione saiu do quarto voltando a entrar minutos depois trazendo Mara pela mão.



-Volto daqui a pouco para ver se precisas de algo – A ruiva assentiu ao ver a amiga a sair do quarto.

-Já tomaste banho baixinha?

-Já!

-E estás pronta para vestir um vestido?

-É igual ao teu?

-É parecido – Caminhou até ao guarda-roupa donde tirou um lindo vestido cor pérola.



Ajudou a loirinha a vestir-se e depois penteou-lhe os cabelos prendendo-os com uma delicada fita da cor do vestido.



-Agora tens de te portar bem e não sujar o vestido, ok?

-Sim Gi….



Ouviu uma batida na porta e logo de seguida esta abriu-se dando passagem a Ron.



-Vim buscar uma certa rapariguinha, por acaso não a viste por aí Gin?

-Sou eu! – Gritou Mara correndo até ao colo do ruivo.

-Gin, o Malfoy mandou uma coisa para ti – Disse um tanto contrariado andando até à irmã.

-O quê?

-Isto – Respondeu passando-lhe um simples botão de rosa branco - Vemo-nos lá em baixo Gin.



A partir daquele momento de pouco foi capaz de se lembrar. Recordava-se vagamente de descer as escadas e ir até ao jardim de braço dado com o seu pai. Lembrava-se vagamente dos rostos das pessoas que a olhavam e da decoração do jardim. Lembrava-se do fraco sol que se fazia sentir e da música suave que tocava. Lembrava-se de estar ao lado de Draco e de ver os olhos cinza tão brilhantes como nunca. Recordava-se da sensação dos dedos dele a entrelaçarem-se suavemente nos seus ao mesmo tempo em que os seus lábios se uniam aos dele. Lembrava-se vagamente da festa, das despedidas da família e da chegada à sua nova casa, a Mansão Malfoy.



Foi com surpresa que sentiu Draco a eleva-la nos braços e a caminhar com ela em direcção ao primeiro andar. Avançou até ao centro do quarto, ocupado por uma enorme cama onde pousou suavemente a ruiva.



Ginny olhou em volta, já tinha estado naquele quarto algumas vezes mas nunca se cansava de o observar.

Foi tirada dos seus pensamentos pelos lábios de Draco que percorriam o seu pescoço. Draco fez deslizar as finas alças do vestido da ruiva, mudando a direcção dos seus beijos para os ombros dela.

Ginevra sentia-se a tremer com cada beijo, com cada toque do loiro.



Ele afastou-se dela, o suficiente para a poder olhar e de seguida ajoelhou-se à sua frente desfazendo-a das delicadas sandálias que calçava. Tornou a erguer-se tomando os lábios dela de forma fervorosa enquanto as suas mãos se encontravam nas madeixas ruivas desmanchando o trabalhoso coque que ela usava.



As mãos dela encaminharam-se para o pescoço do rapaz fazendo-o tremer muito de leve. Sentiu os seus cabelos a tocarem-lhe nas costas enquanto as mãos dele se dirigiam à sua cintura. Respirou fundo ao sentir as leves mordidas do rapaz ao longo do seu pescoço e dos seus ombros.

Ginevra, nervosamente, desabotoava os botões da camisa do rapaz enquanto sentia as mãos dele a deixarem a sua cintura, em direcção ao fecho do seu vestido. Depois de se ver livre da camisa que cobria o tronco do loiro tentou ajuda-lo a abrir o fecho do vestido mas foi impedida.



-Deixa que eu trato disso – Murmurou-lhe ao ouvido, voltando-a, de forma a que ela ficasse de costas para ele.



Passou as mãos calmamente sobre o fecho enquanto se debruçava o suficiente para beijar o alvo pescoço da rapariga. Fez deslizar o fecho até ao fim expondo as costas brancas e cobertas de sardas da rapariga.

Afastou as madeixas ruivas deixando as costas dela desimpedidas. Passou os dedos levemente sobre as costas alvas e sorriu ao senti-la tremer sob o seu toque. Beijou o pescoço da rapariga, os ombros e começou a descer lentamente pelas costas dela. Os beijos voltaram para o pescoço dela até que Draco a voltou novamente para si.

Ginevra encarava-o ansiosa e Draco não a quis fazer esperar. Colocou as mãos nos ombros dela empurrando-a suavemente até que ela ficasse completamente deitada sobre a cama.

Inclinou-se até alcançar os lábios dela e beijou-a com vontade, enquanto apoiava o seu corpo no dela. As mãos da rapariga deslizaram até ao pescoço do loiro aprofundando mais o beijo. Suavemente Draco fez deslizar o vestido descobrindo por completo o corpo da ruiva. Atirou o longo vestido para longe e concentrou-se apenas na rapariga que o olhava.

Sorriu ao ver o olhar ansioso dela, Ginevra respirava rapidamente fazendo com que o seu peito subisse e descesse de forma irregular.

Tornou a deitar-se sobre ela, os seus lábios tocando suavemente os dela, num simples roçar, quase imperceptível. O beijo foi evoluindo calmamente, sem quaisquer pressas, como que para prolongar o momento. E dum momento para o outro tudo mudou, o beijo era fervoroso, de tirar o fôlego e as carícias eram ousadas, arrojadas.

Sentiu as mãos nervosas da ruiva a tentar abrir as suas calças e não foi preciso muito para que ela conseguisse completar a tarefa. Finalmente vistos livres das calças tornaram a beijar-se com tanta ou mais intensidade do que antes. Os beijos tinham tendência a tornar-se mais e mais profundos enquanto as carícias se tornavam mais e mais ousadas. Draco distribuiu beijos e leves mordidas pelo corpo da ruiva deixando marcas avermelhadas no colo, nos seios, no ventre, no interior das coxas e até nos joelhos, percorrendo o caminho inverso em direcção aos lábios dela.

Afastou-se o suficiente, apoiado nos cotovelos, e olhou profundamente a ruiva. Aquele era o momento pelo qual esperava à mais dum ano, o momento em que ela seria só dele.

Inclinou-se inspirando profundamente para sentir o perfume que os cabelos ruivos exalavam. As mãos dele desceram ao longo das laterais do corpo da ruiva até encontrarem a única peça de roupa que restava sobre a pele alva dela. Retirou-a, com cuidado, sem desviar os seus olhos dos castanhos da rapariga.

A respiração dela estava descompassada, os lábios vermelhos devido aos beijos trocados anteriormente, os cabelos completamente despenteados, as bochechas rosadas e mesmo assim Draco achava que nunca a tinha visto tão bela como naquele momento.

Tirou a sua própria roupa interior e esperou mais uns segundos antes de completar o contacto entre os dois corpos. Novamente naquela noite viu o olhar ansioso da ruiva sobre o seu.



Juntou calmamente o seu corpo ao dela, abstraindo-se do seu próprio desejo por segundos. Parou ao ver Ginny a trincar o lábio inferior e a fechar os olhos fortemente. Ergueu a mão e passou-a suavemente na face da ruiva que abriu os olhos ao sentir o toque dele. Apesar dos olhos levemente brilhantes pelas lágrimas recém formadas, Ginevra sorria fracamente para o loiro.

Ele começou a movimentar-se calmamente num ritmo lento que fazia a rapariga suspirar. O ritmo foi aumentando gradualmente e gradualmente os suspiros da ruiva foram-se transformando em gemidos de prazer. As mãos dele encontraram as dela e ele apertou-as enquanto sentia o corpo da rapariga a ficar tenso por debaixo do seu.

Ginevra passou as pernas em torno do loiro tornando o contacto ainda mais profundo e intenso do que antes. Quase instantaneamente sentiu o corpo do loiro a tornar-se rígido enquanto um gemido rouco preenchia o quarto.



Afastou-se de Ginny, deitando a sua cabeça no ombro dela e passando os braços em torno da sua cintura. Ginevra, preguiçosamente, esticou a mão até ao cabelo do loiro que acariciou durante longos minutos em que não houve palavras trocadas.





“Love everything about the way you're loving me

The way you lay your head

Upon my shoulder when you sleep

And I love to kiss you in the rain

I love everything you do, oh I do”



LeeAnn Rymes – But I do love you





Acabou por adormecer ao tentar impor á sua respiração o ritmo calmo da respiração do loiro a seu lado.





-Bom dia Princesa – Ouviu assim que abriu os olhos.



Olhou o loiro assustada, por momentos pensou que tudo aquilo não tinha passado de um sonho e que, certamente, acordaria na sua cama, na Toca, abraçada à Mara.



-O que foi? – Perguntou preocupado estranhando a reacção da rapariga.

-É só que…. Pensei que tudo não passasse de um sonho….



Draco alcançou os lábios dela e beijou-a com vontade.



-Real o suficiente?



Ela apenas sorriu, nada poderia ser mais perfeito.



-Tenho uma coisa para te mostrar – Disse o loiro do nada quebrando o silêncio que se instalara no quarto.

-Agora?

-E porque não?



Ela apenas sorriu enrolando-se aos lençóis.



-Vamos? – Ela acenou levantando-se e seguindo o loiro.



Saíram do quarto caminhando pelo o grande corredor. Draco abraçou-a pela cintura e ainda não tinham dado uma dúzia de passos quando ele parou em frente de uma porta de madeira clara.



-Não conheço este local.



O loiro não respondeu, apenas abriu a porta dando passagem à ruiva. Assim que olhou em volta Ginevra ficou de boca aberta.



-Mas…?



Era um grande quarto decorado apenas por motivos infantis, um tom rosa claro ocupava as paredes enquanto vários brinquedos e livros estavam arrumados em grandes estantes de madeira clara.



-Não percebo…



O loiro apontou para a pequena escrivaninha onde repousavam um conjunto de folhas. Ginny, intrigada, caminhou até à escrivaninha e pegou nas folhas lendo-as rapidamente. À medida que lia as folhas um sorriso iluminava a sua face e assim que terminou correu para o loiro atirando-se nos braços dele.



-Foi a melhor surpresa que me podias ter feito.

-Sabia que ias gostar… - Disse sem conter um sorriso – Faria qualquer coisa para te ver feliz…



Voltaram ao quarto, abraçados, deixando para trás, sobre a pequena escrivaninha, várias folhas, que entre muitas outras coisas referiam um simples nome: Mara Weasley Malfoy.



- - - - -



-Draco! Draco desce daí imediatamente! – Disse esbracejando para um ponto um tanto distante no céu.

-Para quê tanta pressa Ginevra? – Perguntou aterrando com a vassoura mesmo em frente da ruiva.

-Sabes que não gosto que a Mara ande de vassoura – Reclamou ao mesmo tempo que Draco pousava a pequena Mara de seis anos no chão.

-Mas Gi é divertido! – Disse a pequena saltando para o colo da ruiva.

-Ainda assim é perigoso. Está tudo bem contigo? – Perguntou verificando cada parte do corpo da loirinha.

-Ginevra ela não estava sozinha, eu estava com ela!

-Mesmo assim é perigoso! Quantas vezes te disse que não a queria a voar?

-Tu preocupas-te de mais – Disse beijando-a suavemente – A Mara não é feita de porcelana.

-Mas…

-Vamos Ginevra…. Sabes, um pouco de divertimento não te matava…. Devias andar connosco em vez de reclamares! – Passou o braço da cintura dela enquanto se encaminhavam para o interior da mansão.

-Menina Mara, julgo ter visto um quarto super desarrumado esta manhã – Comentou a ruiva pousando a loirinha no chão.

-Não há problema os elfos tratam disso – Respondeu prontamente.

-Nem pensar! Quero que sejas tu a arrumar o teu quarto….

-Mas Gi…

-Sem mas! Sobe e arruma o quarto… Eu subo já a seguir para te dar um banho… OK?



Ela acenou um tanto emburrada e subiu as escadas até ao primeiro andar a bater os pés no chão.



-Acho que alguém anda a dar mimos a mais à Mara – Comentou olhando para o marido.

-Não me olhes assim! A culpa não é minha!

-Não sou eu que lhe faço todas as vontades….

-Vamos Ginevra… Sabes tão bem quanto eu que é impossível resistir aos pedidos da Mara…



A ruiva sorriu. Mara com todo aquele jeito meigo conseguia sempre o que queria, pois nem Draco nem Ginny conseguiam negar-se às vontades da pequena.



-Mas aos meus pedidos és capaz de resistir….

-Sabes que não é verdade… Eu faço tudo o que me pedes…

-Tudo? Tudo?

-Tudo, tudo…

-Então promete que não voltas a andar de vassoura com a Mara sem me avisar primeiro….

-Prometido…. – Respondeu beijando-a com vontade.



-Draco pára – Pediu ao senti os lábios dele sobre o seu pescoço.

-Tu não queres que eu pare….

-Não… quer dizer… Sim…. A Mara… Está à minha espera….

-O banho da Mara pode esperar mais uns minutos – Respondeu voltando a sua atenção novamente para o pescoço da ruiva.



- - - - -



-Sinto falta da Mara – Sussurrou o loiro contra o pescoço da ruiva.

-Meu amor ela foi só passar a tarde na Toca … Volta amanhã de manhã.

-Ainda assim… A mansão fica silenciosa de mais sem ela…

-Ainda vais sentir falta deste silêncio…

-Como assim?

-Normalmente os recém-nascidos não são conhecidos por serem silenciosos….

-Pois… Bastante chorões na reali…Espera! Tu disseste recém-nascido? Mas que recém-nascido? – Perguntou afastando-se dela o suficiente para a encarar.



Ela sorriu, um sorriso radioso que fez com que Draco a abraçasse fortemente.



-Eu não acredito! É bom de mais para ser verdade! Mal posso esperar para ver a cara dos teus irmãos quando souberem…. Mais alguém sabe?

-Não achas que o facto de a Mara passar toda a tarde e noite na Toca foi uma coincidência, achas?



Ele apenas sorriu beijando-a com paixão.



- - - - -



-Rapariga!

-Rapaz!

-Rapariga!

-Rapaz!

-Draco, admite, vais ser uma rapariga.

-Como é que podes ter tanta certeza?

-Uma mãe nunca se engana – Disse passando a mão sobre a grande barriga de oito meses – A minha mãe nunca se enganou enquanto esteve grávida.

-Pois bem, eu continuo a achar que vai ser um rapaz… De qualquer maneira temos de escolher os nomes.

-Se for rapariga vai ser Phoebe.

-Não que esse nome me agrade – Começou o loiro – Mas como tenho a certeza que vais ser um rapaz vai ter como nome William.

-Tu não desistes pois não?

-Não enquanto tu não desistires minha querida – Respondeu beijando-lhe os lábios suavemente.



- - - - -



Naquele momento sentiu-se o homem mais feliz do mundo. Ao lado da mulher que amava, ao lado de Mara e com o pequeno ser nos braços nada poderia ser mais perfeito.



Olhou para o bebé rosado envolto em inúmeros cobertores que repousava nos seus braços. Os cabelos, quase imperceptíveis anunciavam o legado dos Malfoy, loiros platinados e os olhinhos num tom avelã faziam lembrar imensamente os olhos de Ginevra.

Sorriu ao sentir a mãozinha do bebé a apertar o seu dedo como reflexo e sorriu mais ainda ao ouvir o sussurro de Mara ao seu lado.



-Posso vê-lo? – Perguntou ansiosa empoleirada numa cadeira.



Draco sorriu e mandou que Mara se sentasse na cadeira e de seguida, com imenso cuidado e sem nunca se afastar, colocou o pequeno embrulho nos braços da pequena. O bebé agitou-se levemente mas manteve-se em silêncio.



-Parece que gosta de ti… - Sussurrou com medo de acordar a ruiva adormecida na cama ao lado.



-Eu também gosto dele. Não é William? – Perguntou ao pequeno.



Draco sorriu com a cena. Durante toda a gravidez Draco soubera que seria um rapaz e Ginny, apesar de o saber sempre o contrariava dizendo que seria uma rapariga.



-Quando é que o William vai para casa? – Perguntou curiosa.

-Amanhã.



E assim foi, no dia seguinte Ginny e William voltaram à Mansão Malfoy com uma recepção calorosa de todos os Weasley.



Mais tarde nessa noite Ginevra observava o sono calmo do pequeno William, apoiada no pequeno berço. Sentiu uns braços fortes a envolverem-na pela cintura e o queixo de Draco no seu ombro direito.



-É lindo… - Sussurrou olhando o pequeno adormecido.

-Isto é tudo tão absolutamente perfeito…. Tão perfeito que me faz pensar o que teria acontecido se tu nunca tivesses aparecido desacordado naquele hospital… - Disse voltando-se para ele.

-Provavelmente terias passado por mim na rua atiravas-te nos meus braços e dizias algo do género ‘ És irresistível, por favor casa comigo! ‘…

-Não sejas tão convencido Malfoy … Tu não és isso tudo…

-Não?

-És muito, muito mais …. – Sussurrou colando os seus lábios aos dele.





- - - - - Fim - - - - -





N/A:

Pois é finalmente o fim chegou…. Sinceramente estava a ver que nunca mais…. O capitulo ficou enorme mas também é o último tinha der ser caprichado….O titulo … bem foi a inspiração total….. Não deu para + ….Não tenho muito a dizer…. Foi óptimo escrever esta fic e principalmente ler os comentários que me mandavam….. Pois bem este é o fim…. Ficou o melhor que consegui…. Espero que tenham gostado, do fim e da fic em geral…. Brigada a todos os que comentaram ao longo da fic e que me deram mais vontade para escrever…..

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.