O Pior Aniversário



Gêmeos Potter e a câmara secreta



 



Capítulo 1



O pior aniversário



 



Não era a primeira vez que irrompia uma discussão à mesa do café da manhã na Rua dos Alfeneiros número 4. O Sr. Válter Dursley fora acordado nas primeiras horas da manhã por pios altos que vinha do quarto do seu sobrinhos Harry e Lilian.



 



— É a terceira vez esta semana! — berrou ele à mesa. — Se vocês não conseguem controlar essas malditas corujas, teremos que mandá-las embora!



 



Harry tentou explicar, mais uma vez.



 



— Elas estão chateadas. Estão acostumadas a voar ao ar livre. Se nós ao menos pudessemos soltá-las à noite...



 



— Por pelo menos uma ou duas horas elas ficariam... — continuou Lilian.



 



— Eu tenho cara de idiota? — rosnou tio Válter, um pedaço de ovo pendurado na bigodeira. — Eu sei o que vai acontecer se vocês soltarem essas malditas corujas.



 



Ele trocou olhares assustados com sua mulher, Petúnia.



 



— Mas não recebemos nenhuma mensagem, nenhuma para quem enviaria? — protestou Lilian.



 



— Para quem enviaria? Para quem? Vocês enviariam para aquele anormais que vimos converssando com vocês.



 



Harry tentou protestar para ajudar sua irmã, mas suas palavras foram abafadas por um alto e prolongado arroto dado pelo filho de Dursley, Duda.



 



— Quero mais bacon.



 



— Tem mais na frigideira, fofinho — disse tia Petúnia, voltando os olhos úmidos para o filho maciço. — Precisamos alimentá-lo bem enquanto temos oportunidade... Não gosto do jeito daquela comida da escola...



 



— Bobagem, Petúnia, nunca passei fome quando estive em Smeltings — disse tio Válter animado. — Duda come bastante, não come filho?



 



Duda, que era tão gordo que a bunda sobrava para os lados da cadeira da cozinha, sorriu e virou-se para Harry.



 



— Passe a frigideira.



 



— Você esqueceu a palavra mágica — disse Harry irritado.



 



O efeito desta simples frase no resto da família foi inacreditável.



 



Duda ofegou e caiu da cadeira com um baque que sacudiu a cozinha inteira; a Sra. Dursley soltou um gritinho e levou as mãos à boca; o Sr. Dursley levantou-se com um salto, as veias latejando nas têmporas.



 



— Ele quis dizer "por favor"! — explicou Lilian depressa para salvar Harry.



 



— É verdade, não quis dizer...



 



— QUE FOI QUE JÁ LHE DISSE — trovejou o tio, borrifando saliva pela mesa. — COM RELAÇÃO A DIZER ESSA PALAVRA COM "M" NA NOSSA CASA?



 



— Mas eu...



 



— COMO SE ATREVE A AMEAÇAR DUDA! — berrou tio Válter, dando um soco na mesa.



 



Aproveitando essa distração Lilian pegou quatro pedaços de bacon da frigideira e escondeu dentro do bolço do jens sem que percebessem.



 



— Eu só... — continuou Harry.



 



— EU O AVISEI! NÃO VOU TOLERAR A MENÇÃO DA SUA ANORMALIDADE DEBAIXO DO MEU TETO!



 



Harry olhava do rosto purpúreo do tio para o rosto pálido da tia, que tentava pôr Duda de pé.



 



— Está bem — disse Harry —, está bem...



 



— AGORA VOCÊS DOIS SUBAM PARA O QUARTO E FIQUE LÁ ATE EU MANDAR!



 



O tio Válter se sentou, respirando como um rinoceronte sem fôlego e observando Harry e Lilian com atenção pelos cantos dos olhinhos penetrantes enquanto subiam para o quarto.



 



O quarto era simples com paredes descoloridas, com uma comoda com duas corujas e duas camas de solteiros, uma na janela e outra ao lado.



 



Chegando no quarto Lilian deita na cama de solteiro em um canto da parede começa a pensar alto.



 



— Por que temos que voltar para essa casa?



 



— Não sei, deve ser obra de Dumbledore, como sempre...



 



— Provavelmente, Harry pegue esse bacon que consegui surrupiar, e esse é para Edwiges. —disse Lilian jogando dois bacons para Harry.



 



— Obrigado, o que eu seria sem minha irmazinha? — dando a Edwiges um dos bacons.



 



— Eu não sei maninho, só queria que tio Valter parace de gritar conosco... — disse pegando um dos bacons restantes em seu bolso e dando a sua coruja negra Houdin.



 



Desde que Harry e Lilian voltaram para passar as férias de verão em casa, tio Válter os tratavam como uma bomba que fosse explodir a qualquer momento, porque Harry Potter e Lilian Potter não eram crianças normais. Aliás, eles eram tão anormais quanto era possível ser.



 



Harry e Lilian Potter eram bruxos — bruxos que acabaram de terminar o primeiro ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. E se os Dursley se sentiam infelizes de tê-los ali nas férias, isso não eras nada comparado ao que os irmãos sentiam.



 



Sentiam tanta falta de Hogwarts que era como se tivessem uma dor de barriga permanente. Sentiam falta do castelo, com seus fantasmas e suas passagens secretas, das aulas (exceto talvez a de Snape, o professor de Poções), do correio trazido pelas corujas, dos banquetes no Salão Principal, de dormir em uma cama de baldaquino no dormitório da torre, das visitas ao guarda-caças, Hagrid, em sua cabana na orla da Floresta Proibida nos terrenos da escola, e, principalmente, do Quadribol, o esporte mais popular no mundo dos bruxos (seis postes altos para delimitar o gol, quatro bolas voadoras e catorze jogadores montados em vassouras).



 



Todos os livros de feitiços, as varinhas, as vestes, os caldeirões e as suas vassouras Nimbus 2000, último tipo, pertencentes aos dois que tinham sido trancados no armário debaixo da escada pelo tio Válter no instante em que os sobrinhos pisaram em casa. Que importava aos Dursley se Harry e Lilian perdessem o lugar no time de Quadribol da Casa porque não praticara o verão inteiro? O que significava para os Dursley que Harry e Lilian voltassem para a escola sem os deveres de casa feitos? Os Dursley eram o que bruxos chamavam de trouxas (sem um pingo de sangue mágico nas veias) e na opinião deles ter um bruxo na família era uma questão da mais profunda vergonha. Tio Válter havia até passado o cadeado na gaiola da coruja de Harry Edwiges e na de Lilian Houdin, para impedi-las de levar mensagens para alguém no mundo dos bruxos.



 



Os irmãos não se pareciam nada com o resto da família. Tio Válter era corpulento e sem pescoço, com uma enorme bigodeira preta; a tia Petúnia tinha uma cara de cavalo e era ossuda; Duda era louro, rosado e lembrava um porquinho. Já o Harry era pequeno e magricela, com olhos verdes vivos e cabelos muito pretos que estavam sempre despenteados. Usava óculos redondos e, na testa, tinha uma cicatriz fina em forma de raio, além de sua irmã gêmea Lilian que também era pequena e magricela, com olhos castanhoesverdiados e cabelos ruivos longos e lisos. Usava óculos quadriculados e, em seu ombro esquerdo tinha uma mesma cicatriz fina em forma de raio como a do irmão.



 



Era esta cicatriz que tornava Harry e Lilian tão diferentes, mesmo para um bruxo. A cicatriz era o único vestígio do passado muito misterioso dos dois, da razão por que foram deixados no batente dos Dursley, onze anos antes.



 



Com um ano de idade, os gêmeos por alguma razão sobreviveram aos feitiços do maior bruxo das trevas de todos os tempos, Lord Voldemort, cujo nome a maioria dos bruxos e bruxas ainda tinha medo de pronunciar. Os pais dos dois, cujos nomes eram Lilian e Tiago Potter, morreram ao serem atacados por Voldemort, mas as criança escaparam com a cicatriz em forma de raio e por alguma razão — ninguém entendia muito bem — os poderes de Voldemort tinham sido destruídos na hora em que não conseguira matá-los.



 



Assim, Harry e Lilian foram criados pela irmã e o cunhado de sua falecida mãe. Passaram dez anos com os Dursley, sem nunca compreender por que faziam coisas estranhas acontecerem o tempo todo sem querer, acreditando na história dos Dursley de que suas cicatrizes resultaram do acidente de automóvel que matara seus pais.



 



Então, há exatamente um ano, Hogwarts escrevera a Harry e Lilian, e a história toda fora revelada. Os dois ocuparam sua vaga na escola de bruxaria, onde eles e suas cicatrizes eram famosos... Mas agora o ano letivo terminara, e eles voltaram à casa dos Dursley para passar o verão, voltaram a ser tratados como um cachorro que andara se esfregando em alguma coisa fedorenta.



 



Os Dursley nem sequer se lembraram que hoje, por acaso, era o décimo segundo aniversário de Harry e Lilian. Naturalmente eles não alimentava grandes esperanças, seus parentes jamais tinham lhes dado um presente de verdade, muito menos um bolo — mas esquecê-los completamente...



 



Naquele momento, o tio Válter gritou para eles decerem para um aviso.



 



— O que será que ele vai nos culpar agora! — exclamou Lilian.



 



— Vamos logo para ele não ter mais motivos de gritar, se não vão pensar que ele esta sendo atacado por um mostro.



 



Chegando na cozinha tio Valter pigarreou cheio de pose e disse:



 



— Hoje, como todos sabemos, é um dia muito importante.



 



Harry ergueu os olhos para o tio depois para Lilian, mal se atrevendo a acreditar.



 



— Hoje talvez venha a ser o dia em que vou fechar o maior negócio de minha carreira.



 



Naturalmente, os gêmeos pensaram com amargura, tio Válter estava falando daquele jantar idiota. Não falava de outra coisa havia duas semanas. Um construtor rico e sua mulher vinham jantar e tio Válter tinha esperanças de receber um grande pedido (a companhia de tio Válter fabricava brocas).



 



— Acho que devemos repassar o programa mais uma vez — disse ele. — Precisamos todos estar em posição às oito horas.



 



— Petúnia, você vai estar...?



 



— Na sala de visitas — disse tia Petúnia sem pestanejar — esperando para dar as boas vindas como manda a etiqueta.



 



— Ótimo, ótimo. E o Duda?



 



— Vou esperar para abrir a porta. — Duda deu um sorriso desagradável e hipócrita. —"Posso guardar os seus casacos, Sr. e Sra. Mason?”



 



— Eles vão adorá-lo! — exclamou tia Petúnia arrebatada.



 



— Excelente Duda — disse tio Válter. Em seguida dirigiu-se zangado aos subrinhos. — E vocês?



 



— Vamos ficar no nosso quarto, sem fazer barulho, fingindo que não estamos em casa — disse Harry monotonamente.



 



— Exatamente — disse tio Válter, sarcástico. — Eu levo o casal para a sala de visitas, apresento você, Petúnia, e sirvo os drinques. Às oito e quinze...



 



— Eu anuncio o jantar — disse tia Petúnia.



 



— E Duda, você vai dizer...



 



— Posso acompanhá-la à sala de jantar, Sra. Mason? — disse Duda oferecendo o braço gordo a uma mulher invisível.



 



— Meu perfeito cavalheirinho! — fungou tia Petúnia.



 



— Se vocês quiserem que eu fale o que eu estou pensando vocês não vai gostar — resmungou Lilian.



 



— Lilan fica quieta ou vamos ficar trancados ate voltarmos para Hogwarts — respondeu Harry cochicando a irmã, mas pareceu que nenhum deles percebeuo que estava acontecendo.



 



— E vocês? — perguntou tio Válter malevolamente aos subrinhos.



 



Harry se surpreendeu pelo tio não ouvir eles cochichando. Harry ainda tentando entender se o tio fingira não ouvir ou se não ouviu o que os dois estavam falando Lilian respondeu com raiva a pergunta do Tio Valter para não gritarem com eles.



 



— Vamos estar no nosso quarto, sem fazer nenhum barulho, fingindo que não estamos em casa ou sequer existimos.



 



— Precisamente. Agora vamos procurar fazer uns elogios realmente bons ao jantar. Petúnia, alguma sugestão?



 



— Válter me contou que o senhor é um excelente jogador de golfe, Sr. Mason... Onde foi que a senhora comprou o seu vestido, me conte, por favor Sra. Mason...



 



— Perfeito... Duda?



 



— Que tal... Tivemos que fazer uma redação na escola sobre o nosso herói, Sr. Mason, e eu escrevi sobre o senhor.



 



Essa foi demais tanto para Petúnia quanto para Harry e Lilian. Tia Petúnia debulhou-se em lágrimas e abraçou o filho, e Harry mergulhou embaixo da mesa para que não o vissem rindo e Lilian se segurou para não rir na frante deles indo para baixo da mesa como o irmão.



 



— Essa é demais para qualquer um, como ele vai dizer isso se acabou de conhecer o cara? — perguntou Lilian tentando cochichar e evitar de rir alto.



 



— Eu não sei isso foi a gota d'agua para mim, agora vamos voltar para não desconfiarem. — disse Harry mais baixo possivel para não serem ouvidos.



 



— E vocês, suas pestes?



 



Harry fez força para manter a cara séria enquanto se endireitava, ele sabia se Lilian respondesse comessaria a rir.



 



— Vamos estar no nosso quarto, sem fazer nenhum barulho, fingindo que não estamos em casa ou que moramos neta casa ou que existimos.



 



— E pode ter certeza que vão — disse tio Válter com vigor.



 



— Os Mason não sabem que vocês existem e vão continuar sem saber. Quando terminar o jantar, você leva a Sra. Mason de volta à sala de visitas para o cafezinho, Petúnia, e eu vou puxar o assunto das brocas. Com alguma sorte, o contrato vai estar assinado e selado antes do noticiário das dez. Amanhã a estas horas vamos estar procurando uma casa de férias em Majorca para comprar.



 



Os gêmeos não conseguiram se animar muito com a idéia. Não achavam que os Dursley fossem gostar mais deles em Majorca do que gostavam na Rua dos Alfeneiros.



 



— Tudo certo, estou indo à cidade apanhar os smokings para mim e Duda. E vocês — rosnou ele para Harry e Lilian —, tratem de ficarem fora do caminho da tia de vocês enquanto ela está limpando a casa.



 



Harry e Lilian sairam pela porta dos fundos. Fazia um dia claro e ensolarado. Eles atravessaram o jardim,Lilian deitou-se na grama e Harry se largou em cima de um banco e cantaram baixinho:



 



— Parabéns para nós... Parabéns para nós...



 



Nada de cartões, nada de presentes, só deles mesmos cartões que sempre fazem e entragam um para o outro e iam passar a noite fingindo que não existiam. Harry contemplou infeliz, a sebe do jardim. Nunca se sentira tão solitário, se sentiria mais se não fosse pela irmã.



 



Mais do que qualquer outra coisa em Hogwarts, mais até que do jogo de Quadribol, os gêmeos sentiam falta dos seus melhores amigos, Rony Weasley e Hermione Granger. Mas parecia que os amigos não estavam sentindo falta deles. Nenhum dos dois lhes escreveram o verão inteiro, embora Rony tivesse dito que os convidaria para passar uns dias em sua casa.



 



Inúmeras vezes, Harry e Lilian estiveram a ponto de usar a magia para destrancar a gaiola de Edwiges ou de Houdin e mandá-los a Rony e Mione com uma carta, mas não valia o risco.



 



Bruxos menores de idade não podiam usar a magia fora da escola. Harry e Lilian decidiram "esquecer", como sempre falavam um para o outro, de contara isso aos Dursley; os gêmeos sabiam que era apenas o terror que sentiam de que eles os transformasse em besouros bosteiros que os impedira de trancá-los no armário embaixo da escada com as varinhas e as vassouras. Mas, nas primeiras semanas de sua volta, Harry e Lilian se divertiram em murmurar palavras sem sentido, baixinho e em observar Duda sair correndo da sala o mais depressa que suas pernas gordas podiam aguentá-lo. Mas o longo silêncio de Rony e Mione fizera com que eles se sentissem tão desligados do mundo da magia que até atormentar Duda tinha perdido a graça — e agora os dois amigos tinham se esquecido do aniversário deles.



 



O que eles não dariam agora para receber uma mensagem de Hogwarts? De algum bruxo ou bruxa? Conseguiriam até se alegrar com a visão do seus arquiinimigos, Draco Malfoy e Pansy Parkinson, só para terem certeza de que tudo não passara de um sonho que estavam dividindo novamente...



 



Não que o ano todo em Hogwarts tivesse sido uma brincadeira. No finzinho do último trimestre, Harry e Lilian se viram frente a frente com Lord Voldemort em pessoa. O bruxo poderia ser astuto, ainda estava decidido a retomar o poder. Oa gêmeos escorregaram por entre as garras de Voldemort uma segunda vez, mas fora por um triz, e mesmo agora, semanas depois, Harry continuava a acordar à noite, encharcado de suor frio, imaginando onde estaria Voldemort neste momento, lembrando-se do seu rosto lívido, dos seus olhos arregalados e delirantes em quanto Lilian acordava com tremendos pesadelos com as imagens que o irmão via, só não gritava qundo tinha os pesadelos ja que Harry a acordava antes e a acordava para consola-la.



 



Harry endireitou-se de repente no banco do jardim. Estivera olhando distraidamente para a sebe — e a sebe estava olhando para ele.



 



— Lily você esta vendo dois olhos na sebe ou acho que estou ficando maluco. — disse Harry encarando a sebe.



 



Dois enormes olhos verdes tinham aparecido entre as folhas.



 



Lilian encarou a sebe e levou um susto levantando no mesmo instante.



 



— Não, você não esta maluco ou somos dois.



 



Os dois levaram um sustoquando a sebe se mexeu no mesmo instante em que uma voz debochada atravessou o gramado.



 



— Eu sei que dia é hoje — cantarolou Duda, andando feito um pato em sua direção.



 



Os olhos enormes piscaram e desapareceram.



 



— Dia de você tomar banho? — perguntou Lilian em deboche.



 



— Não.



 



— Quê, então? — disse Harry sem despregar os olhos do lugar onde os tinha visto.



 



— Eu sei que dia é hoje — repetiu Duda, aproximando-se.



 



— Muito bem — disse Harry. — Até que enfim você aprendeu os dias da semana.



 



— Ou aprendeu a olhar o calendário. — disse Lilian.



 



— Hoje é o aniversário de vocês — caçoou Duda. — Como é que vocês não receberam nenhum cartão? Será que vocês não têm amigos nem naquele lugar esquisito?



 



— Claro que temos, pelo menos eu acho. — disse Lilian sussurrando a última frase.



 



— Lilian fica quieta não fala isso ou ele vai nos atormentar até o fim do verão. — cochichou Harry, mas por alguma razão Duda não ouviu-la.



 



— Por que estão se encarando? Não vão falar nada não? Ou aquela escola fez vocês esquecerem a falar? — perguntou Duda olhando de um para o outro, o que os deixou confusos já que estavam falando e Duda não ouviu-los.



 



— É melhor não deixar sua mãe ouvir você falando da nossa escola — disse Harry com toda a calma.



 



— Se sua mãe ouvir você falando isso ela vai acabar te proibindo de assistir televisão. — continuou Lilian.



 



Duda puxou para cima as calças que estavam escorregando pelo seu traseiro gordo.



 



— Por que é que vocês estavam olhando para a sebe? — perguntou, desconfiado.



 



— Estou tentando decidir qual seria o melhor feitiço para tocar fogo nela e Liliandecidindo qual feitiço é melhor para controlar o fogo da sebe para todo o canteiro e fazer fogos de artificios com ele— respondeu Harry piscando discretamente para irmã.



 



Duda recuou aos tropeços na mesma hora, com uma expressão de pânico no rosto.



 



— Vocês não p-podem, papai disse que vocês não podem fazer mágicas, disse que expulsa vocês de casa, e vocês não tem para onde ir, vocês não tem nenhum amigo que possa ficar com vocês...



 



— Jigueri pokueri — disse Harry com ferocidade. — Ohocus pocus eskuigli wigli...



 



— Liquieu joru — disse Lilian ao mesmo tempo que o irmão. — iskaduk sakusoli licus...



 



— Mãããããe! — berrou Duda, tropeçando nos próprios pés enquanto disparava para dentro de casa. — Mããããe! Eles estão fazendo aquilo que você sabe!



 



Os gêmeos cairam na gargalhada.



 



— Eu não acredito que ele aceditou. — disse Lilian.



 



— Como alguém pode ser tão burro assim? — perguntou Harry.



 



— Acho que é um caso inédito de burrice superior a da humanidade ou até dos seres vivos em geral, pecissamos comunicar ao mundo essa descoberta!



 



Eles voltaram a gargalhar ainda mais que antes não lembrando que o primo tinha corrido até a mãe.



 



Mas Harry e Lilian pagaram muito caro por aquele momento de prazer. Como nem Duda nem a cerca tinham sido molestados, tia Petúnia viu que eles não tinham feito mágica alguma, mas ainda assim eles precisaram se enconder quando a tia tentou acertar suas cabeças com uma pesada frigideira cheia de sabão. Em seguida ela lhes deu trabalho para fazer, com a promessa de que eles não iriam comer nada até terminar.



 



Enquanto Duda ficou por ali apreciando e se enchendo de sorvete, Harry e Lilian lavaram as janelas, lavaram o carro, aparraram o gramado, limparam os canteiros, pododaram e regaram as roseiras e repintaram o banco do jardim. O sol escaldava lá no alto, queimando suas nucas, mas sempre terminavam as tarefas rapido já que se ajudavam.



 



Os gêmeos sabiam que não deviam ter mordido a isca de Duda, mas o primo dissera exatamente aquilo que eles andaram pensando com os seus botões... Talvez não tivessem amigos em Hogwarts só poderiam contar um com o outro...



 



— Gostaria que eles pudessem ver o famoso Harry Potter agora — disse Harry com selvageria enquanto espalhava estrume nos canteiros, com as costas doendo e o suor escorrendo pelo rosto.



 



— Não fica assim Harry se Tio Valter e Tia Petúnia nos verem com raiva vão colocar mais tarefas para fazermos.



 



— Vou tentar.



 



— E outra coisa eu nã gostaria que todos pudessem ver como estão os famosos Potter agora, porquê se isso chega no ouvido do Malfoy ou da Parkinson estamos perdidos.



 



Eram sete e meia da noite quando finalmente, exaustos, eles ouviram tia Petúnia chamá-los.



 



— Venham já aqui! E andem em cima dos jornais!



 



Harry transferiu-se com prazer para a sombra da cozinha reluzente. Em cima da geladeira estava o pudim do jantar: uma montanha de creme batido e violetas cristalizadas. Um lombo de porco assado chiava no forno. Lilian seguiu o irmão sem esperanças de comerem algo tão bom como o pudim do jantar.



 



— Comam depressa! Os Mason não vão demorar a chegar! — disse com rispidez tia Petúnia, apontando para as duas fatias de pão e dois pedaço de queijo em cima da mesa da cozinha. Ela já pusera o vestido de noite salmão.



 



Harry lavou as mãos e engoliu seu jantar miserável enquanto Lilian colocava em seu bolso o seu comeria mas tarde. No instante em que Harry terminou, a tia retirou seu prato.



 



— Já para cima! Depressa!



 



Ao passarem pela porta da sala de visitas, os gêmeos vislumbraram o tio e Duda de gravata borboleta e smoking. Mal acabaram de chegar ao patamar do primeiro andar quando a campainha tocou, e a cara furiosa do tio Válter apareceu ao pé da escada.



 



— Lembre-se, suas pestes, nem um pio...



 



Harry e Lilian foram para o seu quarto na ponta dos pés, se esgueiraram para dentro, fecharam a porta e Harry se virou para cair na cama so que Lilian estava parada no meio do caminho.



 



Harry ia perguntar o motivo de ficar no caminho descobriu o problema foi que já havia alguém sentado em sua cama.


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