O Expresso de Hogwarts



- Terra para Albus! - O jovem Potter despertou de seus devaneios com sua prima Rose o chamando pela quinquagésima nona vez. - Caramba Al, você tem que relaxar.

Albus esfregou os olhos, descolando a testa da janela da cabine e lançou uma carranca para a ruiva.


- Era exatamente isso que eu estava fazendo.


- Sei.


- O que mais poderia ser?


- Você poderia, e está, preocupado com o que James falou. - Desde a última semana, o irmão mais velho de Albus estava irritando o garoto, insistindo que ele cairia na Sonserina e que assim que o fato se consumasse, os pais o deserdariam.


- James é um idiota. Não ligo a mínima para o que ele fala.


Rose sorriu compreensivamente, como se tivesse pena de Al. Isso irritou o garoto ainda mais.


- Olha Albus, não existe chance de…


Antes da garota conseguir começar com a terapia, foi interrompida pela porta da cabine se abrindo. Um garoto de cabelos pretos e expressão séria se encontrava parado ali.


- Se importam se eu me sentar aqui? - Ele perguntou uma voz firme, apesar de parecer meio deslocado. - Os outros primeiranistas estão agindo como crianças no resto das cabines. Essa é a única que parece… Pacífica.


Albus acenou positivamente com a cabeça e o jovem se acomodou ao seu lado. Os cabelos eram negros e lisos assim como os de Albus, mas não tão compridos ou rebeldes. Os traços do rosto eram firmes e colaboravam para o jeito sério do garoto. Possuía também olhos azuis cor de gelo delineados por pequenas olheiras, e usava um brinquinho na orelha esquerda.


- Sou Nott. - Disse ele, ao notar que Albus o encarava. - Alexander Nott.


- Albus Potter. Essa é minha prima Rose.


- Rose Weasley. - Assim que todos se apresentaram, os jovens apertaram as mãos e retomaram a conversa.


- O que está acontecendo nas outras cabines? - Perguntou Rose, interessada.


- Um terceiranista Grifinório imbecil soltou bombas de bosta em um dos vagões. Agora todos estão correndo para lá e para cá feito babuínos apavorados. Vai entender.


Albus riu com o dar de ombros de Nott, e o garoto lhe lançou um pequeno sorriso de volta. Ao ouvir “terceiranista Grifinório imbecil”, Rose fechou a cara.


- Só pode ser o James. Ele não aprende… - E saiu irritada, provavelmente para procurar o primo e ralhar com ele com estar causando tumulto antes mesmo de chegarem à escola. Albus olhou para o Nott e imitou o dar de ombros dele.


- Então… Você é o famoso Potter Jr. - Alexander dirigiu-se à Al, com uma nota de ironia na voz. - Realmente é parecido com seu pai, pelas fotos que eu vi.


- E você é Nott… Seu pai foi um dos Sonserinos que voltaram para ajudar na batalha contra Voldemort. - Rebateu Al, sorrindo de canto. - Meu pai disse que ele é um bom homem.


Alexander pareceu surpreso com aquele fato.




Durante o resto da viagem, os garotos ficaram conversando amenidades e descobriram ter muito em comum. Ambos eram fanáticos por quadribol e torciam para o Puddlemere United. Ambos tinha uma coleção gigantesca de figurinhas de sapos de chocolate. Ambos jogavam muito bem xadrez de bruxo. E nenhum dos dois era tão sério quanto pareciam ser. Mas havia um diferença…


- E aí Potter, já sabe para qual casa vai? - Perguntou distraído, enquanto mordiscava a perna de uma sapo de chocolate e checava a figurinha. - Droga, Dumbledore denovo.


Al se manteve calado por um tempo. Alexander pareceu notar o silêncio repentino do garoto e o encarou.


- Olha Potter, você não devia se preocupar tanto com isso. - Mais de uma vez durante a conversa, parecia que ele lia os pensamentos de Albus. Aquilo o incomodava um pouco. - Não importa para qual casa você vá, seus amigos continuam seus amigos. E quem te ama não vai mudar por isso. Certo?


E voltou a dar atenção ao sapo de chocolate que tentava escapar, mesmo aleijado de uma pata.


O Nott estava certo. Não deveria ficar tão preocupado com isso. Seu pai e Rose haviam lhe dito a mesma coisa e começava a perceber o quão certos eles estavam.




Após um tempo, Rose retornou e adotou uma atitude indignada pelo fato de os garotos ainda não terem colocado o uniforme de Hogwarts. “Conversei com o maquinista e ele disse que estaremos lá em menos de uma hora. Como podem ser tão irresponsáveis? Vão se trocar!” E continuaria a ralhar por mais tempo se Albus não a jogasse pra fora da cabine para que pudessem se trocar.




- Primeiranistas por aqui! Alunos do primeiro ano comigo! - À frente do expresso podia-se ver uma basta cabeleira grisalha de um homem gigante.


- Hagrid!


- Al! Rosie! Como vão? O tempo realmente voa, já é o ano de vocês! - O professor de Trato das Criaturas Mágicas sorria ao ver os jovens Potter e Weasley. - Bom, vamos andando. Parece que já estão todos aqui.



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