Banho



POV Marlene Mckinnon


            Eu já estava no colégio há uma semana e a cada dia eu e o Black discutíamos mais. Todo mundo estava na aula mais chata de sempre: Educação Física. Eu já disse que odeio bolas? Eu sei que é bem típico, mas eu definitivamente não me dou bem com elas. E agora me dou menos ainda porque o Black fica jogando ela em mim de propósito. IDIOTA.


            - Dá pra parar de tentar me acertar?


            - Isso é queimada Lene, o objetivo é te acertar – disse ele, com um sorriso safado no rosto.


            O tempo tinha fechado e começava a ficar cada vez mais escuro, só espero que não dê relâmpagos, eu odeio relâmpagos. De repente a bola acertou o meu peito e eu senti latejar. Coloquei a mão e olhei pra quem jogou a bola.


            - Black, eu vou te destruir – eu dei o aviso e fui pisando firme em direção a ele.


            - Desculpa, a bola sempre vai pra onde a gente tá olhando – ele disse, sorrindo de novo.


            Eu nem pensei duas vezes. Comecei a bater nele com todas as minhas forças e ele correu de mim. Eu fui mais rápida e pulei nas costas dele, mas quando eu ia começar a bater de novo nós ouvimos um grito.


            - Vocês dois, chega de briguinha. Cinco voltas ao redor do campo, AGORA – disse a professora.


            Eu desci das costas dele e comecei a correr pro campo de futebol. Black veio atrás de mim.


            - Tá vendo o que você fez.


            - Cala a boca, eu só quero terminar isso antes da chuva – e foi só eu dizer isso que a chuva começou a cair, e bem forte.


            - Tarde demais.


            Eu o ignorei e continuei a correr. Ele ficou em silêncio o resto do percurso, mas quando eu apertava o passo pra ficar na frente dele ele corria mais rápido pra ficar do meu lado, de propósito.


            Quando terminamos eu fui direto pro vestiário feminino. Precisava tomar um banho antes que ficasse doente. Tirei o short e a camiseta do uniforme de exercício e entrei no banho. Estava lá pensando em como esganar o Black bem silenciosamente quando alguém bate na porta do box do chuveiro.


            - Lene.


            - Black? Tá fazendo o que aqui?


            - O chuveiro masculino tá com água fria. Posso tomar banho aqui?


            Pela voz dele ele parecia bem envergonhado por me pedir um favor. Mas eu não ia negar um banho quente pra ele, afinal eu ia matar ele pessoalmente e não uma gripe.


            - Pode, não quero ser culpada se você ficar doente.


            Ele pareceu sorrir e entrou no chuveiro do lado. Cada box era separado por uma parede de 2m e uma porta escura. Eu continuei lavando meu cabelo e ele me interrompeu novamente.


            - Lene, empresta seu shampoo? Esqueci o meu.


            Revirei os olhos e joguei meu shampoo pela divisória.


            - Valeu.


            Passei uma máscara de hidratação e ele chamou de novo.


            - Lene, empresta o condicionador?


            - Você usa condicionador?


            - Como você acha que eu mantenho esse cabelo sempre macio? – respondeu ele, se achando.


            - Toma – disse eu, rindo e jogando o condicionador.


            Quando deu o tempo de lavar a máscara do meu cabelo eu o ouvi desligando o chuveiro e saindo. Eu terminei o banho também e pedi:


            - Black, joga minha toalha?


            Ele não disse nada, apenas pendurou minha toalha na porta. Eu peguei e me sequei. Enrolei a toalha no corpo e sai do box. Dei de cara com ele de bermuda, sem camisa, com algumas gotas escorrendo pelo seu abdômen definido e secando os cabelos com a toalha.


            Eu peguei minha lingerie e entrei de volta no box. Caramba, lembra quando eu disse que ele era gostoso? Então, ele realmente é. Coloquei minha calcinha e meu sutiã pretos e sai secando o cabelo.


POV Sirius Black


            Quando ela saiu do box só de lingerie eu achei que não ia aguentar. Ela é linda, gostosa, me odeia e agora me provoca. Essa ai sabe que pode, e é por isso que eu gosto tanto de irritar ela.


- Você não tem vergonha de sair assim? – perguntei.


            - Não, até parece que você nunca viu.


            - Você é a primeira vez.


            Ela me encarou com um sorriso no canto da boca e colocou a saia da escola.


            - Já que você está tão incomodado.


            - Incomodado com certeza não é a palavra que eu usaria.


            Ela revirou os olhos e colocou a camisa branca, mas não fechou os botões. Depois ela foi até a pia onde tinha um secador e começou a secar os cabelos.


            - Ei, me empresta também – eu disse, por que não tem secador no banheiro masculino? Eu preciso manter essa cabeleira.


            - Sai pra lá Black, minha vez – ela respondeu, dando um tapa na minha mão.


            - Tá ficando atrevida, eu é que mando nessa relação – e tirei o secador da tomada.


            - Relação? Você perdeu a noção do perigo Black – ela tentou pegar o fio da minha mão, mas eu não deixei.


            - Eu preciso secar meu cabelo antes.


            Ela começou a rir abertamente e falou:


            - Como eu não percebi antes, você é gay.


            Foi como um tapa na cara.


            - Gay? Eu não sou gay.


            - Claro que é, nenhum homem fica brigando pelo secador.


            - Eu não estou brigando pelo secador – eu fiquei realmente bravo e coloquei o secador na pia – e eu NÃO sou gay.


            - Black, relaxa, eu não vou contar pra ninguém – ela foi colocar a mão no secador, mas eu não deixei.


            - Eu não sou gay.


            Eu a puxei pelo braço, passei a mão pela nuca dela e a beijei. Ela tinha gosto de melancia, acho que são os chicletes que ela vive na boca. Eu a encostei na pia e passei a outra mão por dentro da camisa aberta dela, apertando a sua cintura nua.


            O contato de nossas peles fez ela se arrepiar. Eu sorri entre o beijo e colei ainda mais nossos corpos. Nossas bocas se encaixaram e nossas línguas pareciam se conhecer a muito tempo. De repente ela usou as mãos que estavam no meu peito para me empurrar.


            - O que você pensa que tá fazendo?


            - Provando que não sou gay.


            - Eu sei que você não é gay Black, eu só estava te provocando – ela fechou os botões da camisa e passou por mim.


            - Lene...


            - Cala a boca, e é Mckinnon pra você.


            Ela estava realmente brava. Pegou as coisas dela, enfiou no armário, pegou um sapato e saiu do vestiário sem olhar pra mim.


            - Como se ela já não me odiasse o suficiente – falei para mim mesmo.

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