O Reencontro



Cap. 1 - O Reencontro



     — Vai demorar pra gente chegar?


     — VAI!!! - gritaram todos os Weasley em uníssono.


     Jorge e Fred bufaram, meio irritados, e ficaram olhando fixamente para frente, com o maior tédio do mundo.


     De repente, os pensamentos de Jorge voltaram para três anos atrás. O que seria que Elizabeth Stebbins fazia naquele momento? Onde estaria? Se as contas dele estivessem certas, naquele ano ela entraria em Hogwarts. Mas será que havia acontecido algo com ela? Depois daquela noite no Ministério da Magia, ele nunca mais a viu. Ela não estava junto nem quando Brian vinha a plataforma embarcar! 


     — Chegamos. - disse Arthur, abrindo a porta do carro.


     Os Weasley ali presentes correram pela estação. Estavam atrasados! Isso, passem pela barreira, passem, passem…


     — VAI JORGE!


     Isso, isso…


     Rony, Fred, Jorge e Gina se entreolharam e caíram na gargalhada, olhando para a cara emburrada de Percy, o cansaço do Sr. Weasley e a irritação da Sra. Weasley.


     — Vão, vão! - disse ela, apressando-os - Fred, Jorge e Percy, entrem no trem. AGORA!! 


     Os três entraram correndo no trem, os gêmeos achando muita graça da situação. Ao entrarem lá, logo os sonserinos pararam o que estavam fazendo, apenas para olhá-los com desprezo… Menos um deles.


     — PERCIVAL! 


     Os três ruivos olharam para um garoto de cabelos castanho-avermelhados e sorriso risonho, que veio se encaminhando até Percy.


     — Você chegou, caro amigo! - ele fez uma careta, tentando copiar a cara séria que Percy exibia, fazendo os gêmeos rirem.


     — Olá, Brian. - respondeu Percy, olhando feio para o amigo - Por que está tão animado?


     — ELA VEM PRA HOGWARTS!!! - gritou Brian, sorrindo - DEPOIS DE MUITA BRIGA, DISCUSSÃO E GREVE DE FOME, ELA OS CONVENCEU PARA VIR!!!


     Os três Weasley se entreolharam, achando que o suposto garoto tinha enlouquecido.


     — Sabe, Bray, você não precisa anunciar isso para o trem inteiro… - disse uma voz atrás do garoto.


     Então, Jorge a viu.


     Ela estava muito diferente. Ou não… Ah, tanto faz.


     Seus cabelos não estavam mais nos ombros, como três anos atrás. Eles estavam longos, muito longos. Chegavam-lhe na cintura. Seus olhos verdes estavam escondidos por um fino óculos, com aros azuis e ovais (que estavam na horizontal, obviamente) que davam-lhe certo charme. Ela estava visivelmente mais feliz e seu sorriso maior. O corpo estava mais desenvolvido pela idade, mas ela continuava com aquela cara de menina. Tinha uma certa diversão no olhar.


     — Já te disse para não me chamar de Bray. - resmungou Brain, olhando feio para a irmã - Você devia estar me agradecendo. Fiquei um tempão dizendo que você precisava cursar todos os 7 anos aqui em Hogwarts, e que essa história de só te colocar aqui na escola só lá pelo seu 5º ano era ridícula. E você ainda vem brigar comigo?


     — Ah, Bray-Bray, cale a boca. - disse a garota, risonha. 


     — Se eu não soubesse que você vai pra Sonserina, pode ter certeza que eu já teria te mandado uma azaração, Lizzie. 


     — Lhe mandado, Bray. Lhe. Pode até ofender, mas exterminar a coitada da Gramática também não dá, né? - disse Elizabeth, com vontade de rir.


     Jorge ainda olhava para a garota Stebbins completamente desacreditado. Ela estava lá. Ela. Estava. Lá.


     — E eu não vou pra Sonserina. - completou ela, fechando a cara - Quero ir para a Grifinória. - ela olhou de soslaio para os Weasley - Não quero dividir o dormitório com aquele monte de garotas ridículas que são filhas dos amigos de papai e mamãe. 


     Fred soltou uma gargalhada e Elizabeth sorriu para ele.


     — Oi! - disse ela, olhando os três Weasley - Sou Lizzie. Lizzie Stebbins.


     — Jorge e Fred Weasley. - disseram os gêmeos, em uníssono, cada um pegando uma das mão de Lizzie e tascando um beijo.


     Brian os olhou com certa raiva.


     Então, de repente, Elizabeth ficou extremamente pálida. Ela olhou com certa urgência para o irmão, que murmurou um "Já volto" e saiu correndo, puxando a irmã junto.


     — O que aconteceu aqui? - perguntou Fred,


     — Não sei. Sabe, eu acho que Elizabeth tem alguma doença, sei lá. Brian me contou que ela passou a vida inteira trancafiada dentro de casa e que, a única vez que ela saiu da Mansão Stebbins, foi quando tinha 8 anos, naquele dia, sabe? Em que ela cantou na festa do Ministério. De acordo com as cartas dele, eles foram até o Beco Diagonal comprar os materiais sem ela e só a levaram para comprar a varinha. - respondeu Percy, sombrio.


     — Ela me parece bem normal. - comentou Jorge, recuperando a voz. 


     — Sei disso. Ela é normal. Tipo, em todas as vezes que fui a casa do Brian, ela estava lá. Conversávamos sobre várias coisas, comentávamos sobre certos livros e, então, a mãe dela aparecia fazendo cara feia e a levava para o quarto dela. Quem sabe seja apenas super-proteção dos pais? - sugeriu Percy.


     — Não é nada disso.


     Os três se viraram. Novamente, Elizabeth apareceu, ao lado de Brian, a cor voltando aos poucos para seu rosto.


     — Eu tenho um certo dom. - disse ela.


     — Lizzie… - alertou Brian.


     — E mamãe e papai tem medo que algum bruxo das trevas descubra e tente fazer eu usar esse poder para favorecê-lo.


     — Lizzie… - chamou Brian, com urgência.


     — Por isso eles não queriam que eu viesse pra Hogwarts. E por isso que eu nunca saio de casa. 


     — Lizzie…


     — Sabe, é um dom bem incomum… 


     — ELIZABETH! - gritou Brian - Não podemos contar. - acrescentou, em tom baixo.


     — Ah, sim. - a garota Stebbins parecia envergonhada - Não podemos contar. - concordou.


     Os três Weasley se entreolharam, confusos e curiosos e apenas assentiram.


     — Querem ficar na minha cabine? - perguntou Brian, olhando para os Weasley e para Elizabeth.


     — Temos de encontrar o Lino, a Alicia e a Angelina. Não podemos ir. - explicou Jorge.


     — Eu vou.


     — Nem morta! - exclamou Elizabeth - Não vou ficar no mesmo lugar daqueles sonserinos ou futuros sonserinos nojentos. Tirando você, Bray. Mas passo, obrigada.


     — Você pode ir com a gente. - sugeriu Fred, sorrindo para a garota.


     Elizabeth abriu um grande sorriso.


     — Eu ia adorar. Se vocês não se importarem, é claro. - acrescentou rapidamente.


     — Claro que não! - exclamou Fred - Inclusive, Alicia e Angelina vão adorar te conhecer.


     A garota sorriu, se despedindo do irmão e foi atrás de seus dois novos amigos.



                                                                       ~~~



     Alguém bateu no vidro da cabine e Lino Jordan, Alicia Spinnet, Angelina Johnson e uma garota de cabelos negros se viraram.

 
     — Entrem! - sorriu Lino, olhando os amigos.


     — Oi, pessoal. - disse Jorge, entrando, sendo logo seguido por Fred.


     Os dois se viraram ao ver que outra pessoa não entrara na cabine. Fred suspirou e puxou Elizabeth, que estava extremamente corada, para dentro da cabine.


     — Gente, essa é Lizzie Stebbins. - ele notou a garota de cabelos negros - Espera, quem é essa?


     — Cátia Bell. - respondeu a garotinha - Primeiro ano.


     — Eu vou para o primeiro ano também! - disse Elizabeth, se animando.


     — Legal! - disse Cátia, sorrindo para Lizzie.


     — Em qual casa vocês querem ficar? - perguntou Jorge, enquanto ele, Fred e Elizabeth se sentavam.


     — Grifinória! - disseram as duas garotas, em uníssono.


     Todos os presentes sorriram para Cátia e Elizabeth, que sorriam uma para a outra


     — Todos aqui somos da Grifinória. - falou Angelina, olhando com respeito as duas garotas.


     —  Incrível! - disse Elizabeth, mas logo que notou que estava muito animada, se calou, ainda mais corada.


     — Espera. - Alicia disse, de repente - Me lembro de você. Três anos atrás. Não foi você que cantou lá naquela festa do Ministério da Magia? - todos olhavam Lizzie com crescente interesse, que passou a ser surpresa quando ela assentiu - Sabe, eu estava lá. Você canta muito bem. Por que não canta alguma coisa pra gente? - perguntou Alicia, se animando.


     Elizabeth gaguejou algumas palavras, meio sem graça, então começou a cantar, risonha, fazendo os outros rirem:


"Ah, vem mexer meu caldeirão
E se mexer como deve ser
Faço procê o amor quente e forte
Para sua noite aquecer." 


 
     Todos caíram na gargalhada, enquanto Elizabeth caía de volta no assento, rindo como louca. 


     — Sabe, mesmo com a sua horrível escolha de música, você canta muito bem. - comentou Lino, fazendo todos rirem mais ainda… 

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