Discussões e Descobertas



Eu abri os olhos e vi uma cortina em volta de mim, devo estar na Ala Hospitalar. Ai, minhas costas doem. Pra falar a verdade, tudo dói.


– Madame Pomfey? – eu chamei. Ouvi barulho de passos e logo a enfermeira colocou o rosto redondo para dentro das cortinas.


– Srta. Sales! – ela entrou e veio ao meu lado – está melhor? Está sentindo algo?


– Ahn... Pra ser sincera tudo dói, principalmente minha costas, na região das costelas.


– Ah sim, uma de suas costelas se quebrou, te dei a poção para os ossos crescerem e é normal essa dor – ela explicou – se você tivesse acordado um pouco mais cedo tinha visto seus amigos, eles estavam aqui agora a pouco, incluindo o Sr. Lupin, você falou o nome dele várias vezes essa noite. – ela falou sorrindo e eu corei. Merda, mas por que isso sempre acontece comigo?


 


[...]


 


Fiquei o dia inteiro na Ala Hospitalar, senti algumas dores devido aos ossos, tirei vários cochilos e comi muito, acho que vou me machucar mais algumas vezes para poder ficar aqui. No fim da tarde, Lily e Alice vieram me buscar, já que a Sra Pomfey havia me liberado, apenas pedindo para eu tomar cuidado.


– Você está melhor? – Lily perguntou – Hoje de manhã fomos te ver, mas você estava dormindo.


– Madame Pomfey falou – eu respondi – Onde estão os meninos? Estão cumprindo a detenção já que não terminamos ontem?


– Não, Dumbledore nos dispensou, já que o tumulto foi causado pelos sonserinos. – a ruiva respondeu.


– Onde está Lucy? – perguntei. As duas se entreolharam.


– Lucy foi para o St. Mungus, ela bateu a cabeça e perdeu muito sangue, mas está bem, não está correndo risco, só que vai ficar lá por mais algumas semanas. – Alice respondeu calmamente.


– Eu vou matar Bellatrix, ela vai se arrep... – eu ia dizendo, mas fui interrompida por Alice.


– E do que isso vai adiantar, Hadassa? Pelo amor de Deus, não piore as coisas. Não é só você que está com raiva ou preocupada, todos nós estamos. Depois que o Remo te tirou de lá, Sirius quase lançou uma Maldição Imperdoável em Bellatrix, sorte que tomei a varinha dele. Hoje, Remo e Avery discutiram por causa de você. Estamos todos preocupados, mas temos que nos acalmar.


Depois dessa, acho que nunca mais falo nada...


 


[...]


 


Depois do jantar, fomos para a sala comunal (até porque não podíamos ir para outro lugar). Lily estava cansada e foi dormir, Pedro também, e o resto de nós ficaram sentados em frente à lareira.


– Como está suas costas, Sales? – James perguntou. Ele, Remo e Sirius estavam jogando Snap Explosivo.


– Um pouco melhor, James, só dói se ficar muito tempo em pé.


– Se você não tivesse ido até lá, isso não teria acontecido – Remo falou sem tirar os olhos do jogo.


– É, mas minha amiga agora está lá no hospital por causa daquela filha da... Importa-se, Sirius? – perguntei.


– Fique a vontade – ele respondeu.


– Por causa daquela filha da puta da Bellatrix.


– Mas do que adiantou você ir lá? NADA. Só uma fratura, só isso. – Remo retrucou.


– Se você não tivesse me segurado eu tinha feito isso antes, sem ele ver – eu gritei.


– Eu estava tentando evitar uma tragédia pior, Hadassa, estava tentando evitar que você também estivesse lá no St. Mungus! – ele gritou em resposta. – EU ESTAVA TE PROTEGENDO, CACETE, DÁ PRA ENTENDER?


– NÃO! NÃO DÁ! EU NÃO ESTAVA MACHUCADA, QUEM ESTAVA ERA LUCY, ELA PRECISAVA DE PROTEÇÃO, E NÃO EU – só falo verdades, tão vendo? – EU NÃO PRECISO DA SUA PROTEÇÃO, NÃO PRECISO DA PROTEÇÃO DE NINGUÉM, EU SEI ME PROTEGER SOZINHA! – eu levantei e sai (leia-se corri) pelo buraco do retrato.


MERDA. O que eu to fazendo aqui fora? Se eu for pega vou levar suspensão de novo!


Eu entrei na sala comunal e subi as escadas para o dormitório, sendo seguida pelos olhares de todos.


 


[...]


 


Acordei com os raios do sol invadindo minha cama. Mas que estranho, normalmente não pega tanta claridade assim nela, e sim na de Alic... Por que eu estou deitada na cama de Alice?


– Você acabou dormindo ai ontem e fiquei com dó de acordá-la, por isso dormi na sua cama – ela respondeu como se lesse meus pensamentos. Credo – Bom dia.


Murmurei um bom dia em resposta e peguei minhas coisas e entrei no banheiro. Liguei o chuveiro e deixei a água morna cair sobre meu corpo enquanto eu processava as informações do que aconteceu ontem à noite: eu estava sentada no chão vendo os meninos jogando; eu e Remo começamos a discutir; eu fui para fora da sala comunal; eu vi o quanto eu era idiota por ter saído, já que não poderia ficar lá; eu voltei para a sala comunal; fui para o dormitório.


Pronto. Nossa, que merda, eu briguei com o Remo. Mas eu não estava errada, eu não preciso da proteção de ninguém, ele não deveria ter me segurado. Argh, depois eu resolvo isso.


Quando saí do banheiro, Lily já tinha acordado e pelo visto Alice estava contando sobre ontem. Fingi não me importar, peguei meu uniforme, me troquei e disse


– Já vou descer, encontro vocês na aula.


Eu não estava com paciência para esperar ninguém, muito menos para sermões que eu tenho certeza que ouviria de Lily se eu tivesse ficado mais 2 minutos no quarto.


Na sala comunal, os meninos estavam sentados nos esperando


– Elas já vão descer, e eu já vou indo.


Sem esperar respostas, sai dali.


 


Não sei o porque, mas todos estavam me olhando enquanto eu ia até o Salão Principal. Será que sabiam o que havia acontecido no sábado? Ou acharam estranho eu estar indo sozinha, sendo que todos os dias eu ia acompanhada dos Marotos, Lily, Alice e Lucy? Ah, dane-se eles, desde que não me estressem, está bem.


 


No Salão Principal havia poucas pessoas, afinal, ainda era cedo. Sentei-me onde normalmente me sento (porém, com os outros) e me servi de panquecas com mel. Acabei até rápido demais, então resolvi dar uma volta lá fora. O sol se levantava preguiçosamente pelo horizonte, enquanto os passarinhos voavam anunciando a chegada dele. Eu me sentei no gramado que ainda estava levemente molhado devido ao sereno da noite, e fiquei observando todo aquele ritual que se cumpria todos os dias para quem quisesse ver.


Acho que havia se passado uns 5 minutos que eu olhava o sol (ele já estava numa altura onde já dava para vê-lo por completo), quando percebi uma movimentação suspeita à beira da floresta. Levantei-me e fui caminhando lentamente até lá.


 


– Nós vamos ter que fazer algo – comecei a ouvir enquanto me aproximava – Ninguém pode desconfiar disso.


– Mas como iremos cumprir a ordem dada por ele? – uma segunda pessoa cochichou.


– Não sei, mas temos que dar um jeito, afinal, Você-Sabe-Quem pode nos matar. – uma terceira pessoa falou e eu reconheci a voz.
Era Severo Snape e, pelo visto, ele estava cumprindo ordens para Voldemort.

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