Patrono




Grande missão.


Enquanto o “Trio de Ouro” fazia alguma coisa bem mais interessante, ela ficou incumbida de vigiar Draco Malfoy só por que Harry Chato Potter achava prudente. Era certo que Malfoy sempre fora um trasgo idiota, mas segui-lo era passar um pouco dos limites. Pensando bem racionalmente, o que ele podia estar fazendo de tão anormal? Ensinando Voldemort a dançar valsa? Ao menos, Virgínia Weasley pensava assim.


Além de tudo, não é como se o sonserino levasse uma vida muito agitada. Vivia sempre estudando, treinando quadribol, tirando sarro de alunos mais novos, sumindo dentro da sala precisa e conversando com a Murta que Geme. Gina não entendia por que ele preferia conversar com um fantasma, mas bastou se lembrar dos amigos dele que a resposta lhe veio subitamente.


Não entenderiam jamais.


Tudo bem que Harry queria muito saber das atividades extracurriculares do Malfoy, mas por que ela? Com aqueles cabelos ruivos, ela ia atrair bastante atenção, certo? Mas nem Neville nem Luna pareciam muito adequados para aquela tarefa e Gina, afinal de contas, não tinha nada programado para aquele dia. Ia ficar sozinha no castelo de novo, pra variar.


Bufou. Estava cansada de ficar na biblioteca fingindo ler só para espionar o Malfoy. Já tinha perdido o jantar por causa dele e não pretendia ficar ali até cair de sono. Foi quando estava prestes a ir embora, fechando o livro de poções, que ele saiu meio desnorteado, caminhando pelo corredor. Gina olhou para a janela, e viu que já era quase noite. E estava tão frio, que só queria subir para o dormitório e desmaiar na cama.


Mas não.


Foi seguindo Draco pelos corredores, bem devagar e silenciosa, se escondendo atrás dos pilares. Era tão estúpido o modo que Gina se escondia que até mesmo Crabble teria notado. Mas o Malfoy não parecia estar em um dos seus melhores dias.


Ele foi se esgueirando pelos corredores, até sair do castelo. Já estava tão tarde que Gina pensou duas vezes antes de continuar seguindo-o. O que ajudava, é que ele iluminava o caminho com a varinha e, assim, ela não o perderia de vista tão facilmente. Mesmo ele encaminhando-se para a floresta proibida. Mesmo ela não gostando nem um pouquinho de ir até lá.


“Esse moleque só pode ter problemas mentais...”


Quando ele cortou pelo gramado e entrou na floresta, Gina olhou para trás. Pensou em fazer alguma marca no caminho, algo que lhe ajudasse a conseguir o caminho de volta, mas não conseguiu pensar em nada. Queria que Hermione estivesse ali. Ela certamente pensaria em alguma coisa, algum feitiço, qualquer coisa do tipo.


Por fim, suspirou e seguiu Draco.


Quanto mais ele se afastava dela, mais sombria a floresta ficava. Gina ficou com medo e com frio. Cruzou os braços contra o peito e continuou caminhando atrás dele. Sentiu o ar ficar pesado. Estava tudo tão escuro que só conseguia se guiar pela luz da varinha de Draco. Não havia luz nem da lua e nem das estrelas, por que os galhos das árvores se enroscavam e cobriam tudo, como um teto.


Lembrou-se de súbito, de seu segundo ano.


O ar estava daquele mesmo jeito, quando os dementadores estavam cercando Hogwarts para protegê-la de Sirius Black... Tudo ficava frio e ela perdia o entusiasmo. As lembranças de Tom Riddle e do diário ficavam intensas. Foi então que ela percebeu de que se tratava e arregalou os olhos.


Dementadores.


Era bem possível que ainda habitassem aquele pedaço. Era tudo muito possível. Por Merlin, havia dementadores se manifestando no mundo dos trouxas, por que não ali? Ainda mais agora, com comensais e com tudo que estava havendo. O mundo bruxo não era mais o mesmo. E, de repente, se sentiu como se estivesse sendo observada.


Quis gritar.


Quis chamar por Malfoy e alertá-lo. Quis dizer que era uma má idéia sair pra esvaziar a cabeça na floresta proibida, agarrar seus cabelos loiros e arrastá-lo pra fora dali. Quis até mesmo petrificá-lo, mas qualquer coisa.


Foi quando aconteceu.


Draco estava se aproximando de uma clareira, quando Gina sentiu, realmente, tudo esfriar. O loiro parecia tão absorto em seus pensamentos que, quando notou, se desesperou. Agarrou a varinha, e recuou lentamente alguns passos. Gina agradeceu mentalmente e pensou que daria tempo de sair dali, mas não foi bem assim.


Um dementador apareceu.


“Vamos, Malfoy, só um, faça o patrono e vamos dar o fora daqui.”


Ela murmurava sabendo que ele não escutaria. O dementador se aproximou dele e começou a lhe sugar a energia. Draco gritou e cedeu de joelhos por um momento. Isso se repetiu por algumas vezes, sem que ele reagisse. Gina não conseguia entender por que ele não fazia logo a porcaria do feitiço.


O dementador rodeou Draco, e ele gritava de agonia, se apoiando no chão com as duas mãos. Gina não queria se envolver, não queria mesmo. Mas o chapéu seletor havia colocado-a na Grifinória por um motivo, e era aquele.


Sua coragem e sua generosidade.


Ela suspirou e murmurou um palavrão antes de correr de trás das árvores e apontar a varinha para o dementador. Deixou uma de suas boas lembranças invadir seu coração, seu corpo e bradou o nome do feitiço. Muito, muito alto.


Seu patrono se formou.


O cavalo branco e iluminado correu por volta do dementador com facilidade, espantando-o.


Quando o dementador se afastou, o cavalo rodeou a cabeça de Draco uma vez, antes de se desfazer como fumaça. Os olhos cinzentos dele olharam para a pequena garota ruiva, que segurava a varinha, ainda apontada para o ar, quase paralisada. Por fim, o braço dela caiu ao lado do corpo e ela cedeu de joelhos, olhando para ele.


Os dois ofegantes.


Os olhos cinzentos de Draco estavam assustados, cheios de medo. Mas isso não o impediu de se aproximar dela devagar. Gina olhou para ele assombrada, com medo, caindo sentada no chão de terra e se empurrando para trás. Mesmo estando aparentemente fraco, ela não quis arriscar se o Malfoy ia agradecê-la ou amaldiçoá-la.


“Não... Weasley...”


Draco arquejou, se aproximando mais dela. Gina ficou absolutamente imóvel vendo o loiro se aproximar quase rastejante. Estava ainda mais pálido que o comum. Estava tremendo.


Parou de frente para ela, olhando-a, impotente. Gina entreabriu os lábios e perguntou num sussuro.


“Por que ia deixar que eles te matassem? Por que não conjurou o patrono?”


Ele riu, com um pouco de desdém e girou os olhos.


“Eu não tenho uma das suas preciosas lembrancinhas felizes, Weasley. Não tenho como fazer surgir um bichinho brilhante com a varinha. Julgue-me.”


Gina arregalou os olhos. Ficaram os dois em silêncio por alguns instantes, enquanto recuperavam o fôlego. Ela sabia que ele estava fraco, e que devia deixá-lo descansar, mas não quis passar mais um minuto ali. Até por que, não tinha idéia do que ele tinha ido fazer ali e de quem podia estar esperando por trás das árvores. Ergueu-se do chão e olhou para ele.


“Vamos, Malfoy. Nós precisamos sair daqui. Por que veio pra cá, falando nisso? Não sabe que é ‘Floresta proibida’ por um motivo?”


Draco apoiou-se nos joelhos e colocou-se de pé. Bateu um pouco a mão nos joelhos da calça e começou a caminhar junto com Gina. Ela apenas andava ao lado dele, já que não tinha idéia de que caminho tomar para retornar.


“Não seja curiosa, Weasley.”


“E é assim que me agradece por ter salvado sua vida?”


Caminharam para Hogwarts em silêncio. Os dois. Entraram pelo castelo escondidos e seguiram caminhos opostos. Foi como se nada houvesse acontecido. Gina sequer se atreveu a contar para algum professor que havia visto um dementador na floresta, por que nunca devia ter ido até lá. E ia acabar ficando de detenção, se bem conhecia a justiça da escola.


Então Gina não contou nada daquilo pra ninguém.


Nunca.

xxx

Por Deus, eu tenho algo a dizer e.e 
Primeiro de tudo, essa fanfic vai ter 17 Capítulos. 
Eu sei por que meio que já os escrevi. hihi 
Segundo: Eu não sei se o que eu escrevo está agradando ou não a vocês, e eu gostaria muito de saber. Questão de querer evoluir, como bom Pokémon que sou. Então, pelo amor de Deus, comente! Mesmo que seja pra falar que ta uma bosta, mas comente. Eu preciso saber. Não vou deixar de postar por causa disso, até pq a fic já ta toda escrita, mas por solidariedade ficwriter, cara. Sério. Doa-me seu review, mew. 
E, por fim, obrigada por ler :)


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