O Menino que Sobreviveu



            Lilian e Tiago logo entenderam o que Dumbledore quis dizer, quando disse que acreditava nos viajantes do tempo, pois sentiam o mesmo agora, observando o homem de 27 anos, que se parece espantosamente com o Tiago, com seus cabelos bagunçados, impossíveis de domar, os óculos de grau, o formato do rosto, mas que também tinha algo grande de Lilian, os seus belos e verdes olhos. Sentiam coisas boas ao verem aquelas pessoas, não sentiam que isso poderia ser uma armadilha, até porque, estariam em desvantagem.


            Era difícil de acreditar, mas estavam vendo o filho deles, anos mais velho, que o pequeno menino que está nos braços de Lilian e até mesmo que eles, os pais, eram mais novos que a versão adulta do filho deles.


            -- Acho que vocês entendem o que eu quis dizer. – Dumbledore diz para o casal


            -- É espantoso, mas... Sim. – responde Tiago, fazendo todo o esforço para entender e não enlouquecer


            -- Eu não baixaria a minha guarda! – exclama Moody


          -- Está certo, Alastor, mas não custa dar uma oportunidade, não? – Marlene McKinnon fala pela primeira vez


            -- Concordo com a senhorita. A vida é feita de oportunidades, se não arriscarmos, poderemos perder grandes coisas. – disse Dumbledore – Vamos entrar e começar com as apresentações?


            Harry estava estático no seu lugar, em uma poltrona grande e vermelha, que ficava de frente para a porta, e com isso, o fez ter uma clara visão de seus pais e seu eu do passado. Estava em choque, não conseguia esboçar nenhuma reação. Era muita emoção se aflorando de uma única vez, porém a que se sobressaia, com certeza, era o nervosismo. Rony e Hermione se levantaram para cumprimentar os outros, enquanto Harry fixava os olhos nos pais. Lilian e Tiago esboçavam a mesma reação, seus olhos estavam fixos no filho. Algumas pessoas observavam intrigadas, pois não podiam negar a semelhança que ele tinha com Tiago, e claro, de como era estranho tudo isso.


            -- Oi! – Harry diz em um sussurro


            -- Oi! – Lilian diz com lágrimas nos olhos, enquanto Tiago ainda encarava o Harry


            É uma loucura!- pensava Tiago. Eles eram praticamente idênticos, e isso, era muito para absorver, e juntando o fato de aqueles três vieram do futuro, era ainda mais louco.


            -- Isso é muito estranho! – disse e algumas pessoas riram inclusive o Harry


            -- De todas as coisas para se dizer, você diz isso? – Remo entra na conversa. Se aproximando do amigo, com as mãos no bolso.


            Harry sentiu seu coração de encher de alegria. Estavam todos lá, todos que morreram para salvá-lo e todos que Harry amava... Muito!


            -- O garoto é seu clone, Tiago! – disse Sirius com uma risada e analisando o rapaz – Gostei dele!


x-x-x


            -- Agora que já nos apresentamos vocês podem dizer a eles, o que querem. – diz Dumbledore, enquanto se senta em uma poltrona perto de Harry


            -- Bem... – Harry começa – Nós viemos do futuro, com um intuito: mudá-lo. A guerra com Voldemort – algumas pessoas arfam com a menção do nome, mas Harry não da atenção e prossegue o que dizia -- trás muitas infelicidades, sofrimento, mortes que poderiam ser evitada e não foram por confiar em pessoas erradas.


            -- Sabemos que é perigoso. – Hermione fala depressa, quando alguém iria interromper – Mas é preciso correr o risco. Analisei algumas possibilidades que poderá acontecer se mudarmos o futuro, e a meu ver, nada muito grave pode acontecer. É incerto, mas... – pausa – Se estiverem dispostos a correrem o risco, podemos mudar para melhor.


            -- Ok... – Sirius fala – Mas uma curiosidade. Como vocês voltaram no tempo? Que eu saiba, nenhum vira-tempo é capaz de voltar anos. – muitos concordam


            -- Então, - Hermione explica – eu andei pesquisando, durante anos uma forma de isso acontecer, e criei uma poção do tempo. Foi bem complicado, mas... Deu certo. – completou com uma risadinha sem graça


            -- Uau! – muitos diziam ao mesmo tempo e faziam perguntas curiosas sobre como havia conseguido sucesso


            -- Você deve ser bem inteligente... Vários bruxos já tentaram fazer isso e não conseguiram... – Lilian dizia impressionada


            -- Obrigada! – diz Hermione corando


            -- Err... Mas voltando ao assunto. – Harry interrompe – Nós trouxemos alguns livros, que uma autora bruxa fez sobre a minha vida


            -- Por que ela fez um livro sobre a sua vida? – Remo pergunta curioso


            -- Ele é famoso! – Rony diz


            -- Ah, é? – Tiago pergunta com um sorriso de lado


            -- Vocês irão entender logo, no primeiro capítulo desse livro, algumas coisas já ficam claras. – diz pegando o primeiro livro – O capítulo começa contando um fato que aconteceu/acontecerá no dia 31 de outubro desse ano. Prestem bastante atenção, pois todos os detalhes poderão salvar vidas, e, por favor, não julguem, as aparências enganam como diz o ditado... – suspira -- Quem quer começar a ler?


            -- Eu quero! – Tiago é o primeiro a dizer


            -- Ok. – Harry entrega o livro


           


            -- Harry Potter e a Pedra Filosofal – começa a ler


 


Capítulo I – O Menino que sobreviveu


           


            Mas logo que ia começar a ler o livro, ficou confuso por estar vendo o nome da família da irmã de Lily, não conseguia entender o que eles tinham haver com a história


            -- Quer começar a ler logo, Tiago? – Sirius pergunta impaciente


            -- Desculpe. – murmurou e olhou pra Lilian, confuso e então começou


 


O Sr. e a Sra. Dursley, da Rua dos Alfeneiros, nº 4, se orgulhavam de dizer que eram perfeitamente normais, muito bem, obrigado.


           


-- Lilian, Dursley não é o sobrenome da família de sua irmã? – pergunta Marlene curiosa


            -- É sim... – diz Lilian sem entender porque a irmã aparece no livro, já que a odeia


 


Eram as últimas pessoas no mundo que se esperaria que se metessem em alguma coisa estranha ou misteriosa, porque simplesmente não compactuavam com esse tipo de bobagem.
O Sr. Dursley era Diretor de uma firma chamada Grunnings, fazia perfurações. Era um homem alto e corpulento quase sem pescoço, embora tivesse enormes bigodes. A Sra. Dursley era loura e tinha um pescoço quase duas vezes mais comprido que o normal o que era muito útil porque ela passava grande parte do tempo espichando-o por cima da cerca do jardim para espiar os vizinhos.


 


            Lilian revirou os olhos, com certeza era a sua irmã


 


Os Dursley tinham um filhinho chamado Dudley, o Duda, e em sua opinião não havia garoto melhor em nenhum lugar do mundo.
Os Dursley tinham tudo que queriam, mas tinham também um segredo, e seu maior receio era que alguém o descobrisse. Achavam que não iriam aguentar se alguém descobrisse a existência dos Potter.


           


               -- O que minha irmã, tem haver com isso? – Lilian pergunta com raiva


            As duas não tinham um relacionamento bom há anos. Lily ficou muito magoada com a irmã, por deixar que a inveja a consumisse e não querer mais nada com ela.


            -- É confuso agora, mas no fim do capítulo as coisas se esclarecem. – Harry diz


            Tiago então continuou:


 


A Sra. Potter era irmã da Sra. Dursley, mas não se viam a muitos anos, na realidade a Sra. Dursley fingia que não tinha irmã, porque esta e o marido imprestável


 


                -- Hey! Eu não sou imprestável! – Tiago exclama irritado


                -- Claro que é! – diz Sirius rindo


          Severo concordou mentalmente a afirmação. Até deixou um mínimo sorriso aparecer, por causa disso.


 


Era o que havia de menos parecido possível com os Dursley. Eles estremeciam só de pensar o que os vizinhos iriam dizer se os Potter aparecessem na rua. Os Dursley sabiam que os Potter tinham um filhinho também, mas nunca o tinham visto. O garoto era mais uma razão para manter os Potter à distância, eles não queriam que Duda se misturasse com uma criança daquelas.


 


            -- Isso é um absurdo! – Tiago se revolta – Harry é uma ótima criança!


            -- Eu sei querido, mas volte a ler. – a ruiva sorri para o marido


            Harry sorri vendo essa cena dos pais. Tão natural pra eles, mas tão maravilhosa para Harry. Não cabia em si de tanta felicidade



              Quando o Sr. e a Sra. Dursley acordaram na terça-feira monótona e cinzenta em que a nossa história começa não havia nada no céu nublado lá fora sugerindo as coisas estranhas e misteriosas que não tardariam a acontecer por todo o país. O Sr. Dursley cantarolava ao escolher a gravata mais sem graça do mundo para ir trabalhar e a Sra. Dursley fofocava alegremente enquanto lutava para encaixar um Duda aos berros na cadeirinha alta.



              Nenhum deles reparou em uma coruja parda que passou, batendo as asas, pela janela.



               Às oito e meia, o Sr. Dursley apanhou a pasta, deu um beijinho no rosto da Sra. Dursley e tentou dar um beijo de despedida em Duda, mas não conseguiu, porque na hora Duda estava tendo um acesso de raiva e atirava o cereal nas paredes.



— Pestinha — disse rindo contrafeito o Sr. Dursley ao sair de casa.


 


            -- Ele sente orgulho, que o filho aja assim? – perguntou Molly inconformada


            -- Pra eles, Duda, é o melhor filho do mundo. – diz Harry – Tudo o que ele faz está certo. Mas só eles que acham isso.


 


Entrou no carro e deu marcha à ré para sair do estacionamento do número quatro. Foi na esquina da rua que ele notou o primeiro indício de que algo estranho ocorria: um gato lia um mapa.


 


            Tiago pensou por um instante: Não será quem estou pensando... Será?


            E voltou a ler:


 


Por um instante o Sr. Dursley não percebeu o que vira — em seguida virou rapidamente a cabeça para dar uma segunda olhada. Havia um gato de listras amarelas, sentado na esquina da Rua dos Alfeneiros, mas não havia nenhum mapa à vista. Em que estaria pensando naquela hora? Devia ter sido um efeito da luz. Ele piscou e arregalou os olhos para o gato.


           


-- Hm... – Sirius começa – Sou só eu que acho que esse gato é a professora McGonagall?


            A professora lhe deu um olhar severo, que indicava: Fica quieto! Mas também pensava o mesmo que Sirius. Achava que fosse ela, esse gato.


 


O gato o encarou. Enquanto virava a esquina e subia a rua, espiou o gato pelo espelho retrovisor. Ele agora estava lendo a placa que dizia Rua dos Alfeneiros — não, não estava olhando a placa: gatos não podiam ler mapas nem placas. O Dr. Dursley sacudiu a cabeça e tirou o gato do pensamento. Durante o caminho para a cidade ele não pensou em mais nada exceto no grande pedido de brocas que tinha esperanças de receber naquele dia, mas ao sair da cidade, as brocas foram varridas de sua cabeça por outra coisa. Ao parar no costumeiro engarrafamento matinal, não pode deixar de notar que havia uma quantidade de gente estranhamente vestida andando pelas ruas. Gente com capas largas. O Sr. Dursley não tolerava gente que andava com roupas ridículas — os trapos que se viam nos jovens! Imaginou que aquilo fosse uma nova moda idiota. Tamborilou os dedos no volante e seu olhar recaiu em um grupinho de excêntricos parados bem perto dele. Cochichavam excitados. O Sr. Dursley se irritou ao ver que alguns deles nem eram jovens, ora, aquele homem devia ser mais velho do que ele, e usava uma capa verde-esmeralda!


 


            -- O que tem demais as capas verdes-esmeraldas? – muitos bruxos perguntavam de uma vez


            Tiago não deu atenção e continuou lendo:


 


Que petulância! Mas então ocorreu ao Sr. Dursley que se tratava prova de alguma promoção boba — essas pessoas estavam obviamente arrecadando alguma coisa... É, devia ser isto! O tráfego avançou e alguns minutos depois o Sr. Dursley chegou ao estacionamento da Grunnings, o pensamento de volta às brocas.
O Sr. Dursley sempre sentava de costas para a parede em seu escritório no nono andar. Se não o fizesse, talvez tivesse achado mais difícil se concentrar em brocas aquela manhã. Ele não viu as corujas que voavam velozes em plena luz do dia, embora as pessoas na rua as vissem, elas apontavam e se espantavam enquanto um bando de corujas passava no alto.


 


            -- Isso é estranho... – Alice Longbottom diz – Corujas não costumam ser tão desleixadas, não costumam deixar os trouxas as verem entregar correspondências.


            -- Não acho que estejam entregando cartas. – diz Frank – São muitas.


            Muitos ficaram pensando o porque das corujas agirem assim.


 


A maioria jamais vira uma mesmo à noite. O Sr. Dursley, porém, teve uma manhã normal sem corujas. Gritou com cinco pessoas diferentes. Deu vários telefonemas importantes e gritou mais um pouco. Estava de excelente humor até a hora do almoço, quando pensou em esticar as pernas e atravessar a rua para comprar um pãozinho doce na padaria defronte.


 


            -- Que pessoa fica de bom humor, só por gritar com os outros? – diz Frank Longbottom, com o seu filhinho, Neville, nos braços


            -- Esse homem! – responde Lilian – Ele me dá nos nervos. Sempre criticando, achando que está certo e... – Lily se empolga, mas é interrompida por Tiago


            -- Tudo bem, querida, nós sabemos que o homem não é legal. – ri da esposa e volta a ler



             Esquecera completamente as pessoas de capas até passar por um grupo delas próximo à padaria. Olhou-as com raiva ao passar. Não sabia o porquê, mas elas o deixavam nervoso. Essas cochichavam também, mas ele não viu nenhuma latinha de coleta. Foi ao passar por elas na volta, levando uma grande rosca açucarada que entreouviu algumas palavras do que diziam.



— ... Os Potter, é verdade, foi o que ouvi...



— ... É, o filho deles, Harry...


           


-- Eu não estou gostando, do rumo dessa história. – Tiago pára a leitura – Nós vamos morrer, não é? – ele diz diretamente para o Harry, percebendo o que aconteceria


            Harry não diz nada, mas ele não precisou dizer, já estava claro que era isso que iria acontecer. Tiago e Lilian iriam morrer. E se estão falando dos Dursley, é porque eles irão criar o Harry. – esse pensamento não o agradou em nada - Olhou mais uma vez pra Lily, que tinha os olhos cheios de lágrimas. Ela também chegara à mesma conclusão e a tristeza a consumiu. Não queria que seu único filho fosse criado pela sua irmã mais velha e seu marido idiota, queria que Harry fosse feliz, e o garoto nunca seria feliz com eles, não sendo bruxo e... Seu filho. Petúnia a odiava!


            Todos ficaram um pouco abalados com essa afirmação de Tiago. Sirius ainda não queria acreditar e se agarrava fielmente a sua teoria, de que é um equivoco, ainda não é certo, muito cedo para supor tal coisa... Só é impressão, nada mais!


 


O Sr. Dursley parou de repente. O medo invadiu-o. Virou a cabeça para olhar as pessoas que cochichavam como se quisesse dizer alguma coisa, mas pensou melhor.


 


Atravessou a rua depressa, correu para o escritório, disse rispidamente à secretária que não o incomodasse, agarrou o telefone e quase terminara de discar o número de casa quando mudou de ideia. Colocou o telefone no gancho e alisou os bigodes pensando... Não, estava agindo como um idiota. Potter não era um nome tão fora do comum assim. Tinha certeza de que havia muita gente chamada Potter com um filho chamado Harry.


 


            Infelizmente não! – Tiago pensou – Potter não é um nome comum, não mais. Somos os únicos que restaram e... Francamente, as chances de ter mais de um Potter com um filho chamado Harry são quase nulas!


 


Pensando bem nem sequer tinha certeza de que o sobrinho tivesse o nome de Harry. Jamais viu o menino. Talvez fosse Ernesto. Ou Eduardo.
Não tinha sentido preocupar a Sra. Dursley, ela sempre ficava tão perturbada à simples menção da irmã. Não a culpava — se ele tivesse uma irmã como aquela...


 


            -- Eu ficaria feliz em ter uma irmã como a Lilian. – diz Remo e a ruiva sorri pra ele


            -- Obrigada, Remo.


 


Mas mesmo assim aquelas pessoas de capas.
Achou bem mais difícil se concentrar nas brocas aquela tarde e quando deixou o edifício às cinco horas, continuava tão preocupado que deu um encontrão em alguém parado ali à porta.



— Desculpe — murmurou, quando o velhinho cambaleou e quase caiu.


 


Levou alguns segundos até o Sr. Dursley perceber que o homem estava usando uma capa roxa. Não parecia nada aborrecido por ter sido quase jogado ao chão. Ao contrário, seu rosto se abriu em um largo sorriso e ele disse numa voz esganiçada que fez os passantes olharem:



             — Não precisa pedir desculpas, caro senhor, porque nada poderia me aborrecer hoje! Alegre-se! Porque Você-Sabe-Quem finalmente foi-se embora! Até trouxas como o senhor, deviam estar comemorando um dia tão feliz!


           


-- Esperem aí! – Marlene interfere – Você-sabe-quem será destruído?


            -- Mais ou menos... – Rony responde


            Severo se senta mais reto em sua poltrona, prestando a máxima atenção agora. Toda a informação que conseguisse, seria de muita utilidade ao seu mestre, principalmente, se envolvia sua morte e destruição.


            -- Ele não morrerá, só perderá temporariamente os poderes. – Harry complementa


            -- E isso acontecerá por causa da morte de Lilian e Tiago?


            Harry demora um pouco pra responder


            -- Mais ou menos... Continue a ler – disse ao pai – depois vocês entenderão melhor. Eles explicaram melhor do que se eu resumir a história.


            Com um suspiro, Tiago continua:


 


E o velho abraçou o Sr. Dursley pela cintura e se afastou.
O Sr. Dursley ficou pregado no chão. Fora abraçado por um completo estranho. E também achava que fora chamado de trouxa, o que quer que isso quisesse dizer. Estava abalado. Correu para o carro e partiu para casa, esperando que estivesse imaginando coisas, o que nunca esperara que fizesse, porque não aprovava a imaginação.


 


-- A imaginação, ou qualquer coisa legal! – murmurou Sirius



             Quando entrou no estacionamento do numero quatro, a primeira coisa que viu — e isso não melhorou o seu estado de espírito, — foi o gato listrado que notara aquela manhã. Agora ele estava sentado no muro do jardim. Tinha certeza de que era o mesmo, as marcas em volta dos olhos eram as mesmas.



— Chispa! — disse o Sr. Dursley em voz alta.



O gato não se mexeu. Apenas lançou-lhe um olhar severo.


 


            -- Com certeza é a Minerva! – Sirius e Tiago disseram juntos rindo e logo mais algumas pessoas se juntaram ao riso


            -- Continue a ler senhor Potter! – Minerva disse severamente interrompendo as risadas


 


Será que isto era um comportamento normal para um gato, pensou o Sr. Dursley. Continuava decidido a então não comentar nada com a esposa.
A Sra. Dursley tivera um dia normal e agradável. Contou-lhe durante o jantar os problemas da senhora do lado com a filha e ainda que Duda aprendera uma palavra nova (Nunca). O Sr. Dursley tentou agir normalmente. Depois que Duda foi se deitar, ele chegou à sala em tempo de ouvir o último noticiário noturno.


-- “E, por último, os observadores de pássaros em toda parte registraram que as corujas do país se comportaram de forma muito estranha hoje. Embora elas normalmente cacem a noite e raramente apareçam à luz do dia, centenas desses pássaros foram vistos hoje voando em todas as direções desde o alvorecer. Os especialistas não sabem explicar por que as corujas de repente mudaram o seu padrão de sono.”


 


-- Mas isso é muita irresponsabilidade! – diz Frank – As corujas não deveriam agir assim, na frente de trouxas, mesmo com a notícia de que Você-sabe-quem tivesse ido embora, afinal, do que adiantar se livrar de um mal, para começar outro?


-- É verdade. – Minerva diz – Os trouxas não podem saber do mundo bruxo, é o mesmo que pedir para que se achem no direito de interferir em nossas vidas ou até... Matar-nos!


O locutor se permitiu um sorriso.


-- “Muito misterioso. E agora, com Jorge Mendes, o nosso boletim meteorológico. Vai haver mais tempestades de corujas hoje à noite, Jorge?”


-- "Bom Eduardo” - disse o meteorologista - “não sei lhe dizer, mas não foram só as corujas que se comportaram de modo estranho hoje, ouvintes de todo o pais têm telefonado para reclamar que em vez do aguaceiro que prometi para ontem, eles tem tido chuvas de estrelas!
Talvez alguém ande festejando a noite das fogueiras uma semana mais cedo este ano! Mas posso prometer para hoje uma noite chuvosa".


O Sr. Dursley ficou paralisado na poltrona. Estrelas cadentes em todo o país? Corujas voando durante o dia? Gente misteriosa de capas por todo lado? E um cochicho, um cochicho a respeito dos Potter...


A Sra. Dursley entrou na sala trazendo duas xícaras de chá.
Não adiantava. Teria que lhe dizer alguma coisa. Pigarreou nervoso.


— Hum, hum, Petúnia, querida, você não tem tido notícias de sua irmã ultimamente?


Conforme esperava, a Sra. Dursley pareceu chocada e aborrecida. Afinal, normalmente fingiam que ela não tinha irmã.


 


Lily ficou decepcionada. Era triste ouvir essas coisas, mesmo que já soubesse que era assim que sua irmã se comportava, mas era doloroso saber isso.



— Não. — respondeu ela, seca. — Por quê?


— Uma notícia engraçada — murmurou o Sr. Dursley — Corujas... Estrelas cadentes e vi uma porção de gente de aparência estranha na cidade hoje...


— E dai? — cortou a Sra. Dursley.


— Bem, pensei, talvez, tivesse alguma ligação com... Sabe... O pessoal dela.


A Sra. Dursley bebericou o chá com os lábios contraídos. O Sr. Dursley ficou em dúvida se teria coragem de lhe contar que ouvira o nome "Potter". Decidiu que não. Em vez disso, falou com a voz mais displicente que pode:


— O filho deles, teria mais ou menos a idade do Duda agora, não?


— Suponho que sim — respondeu a Sra. Dursley ainda seca.


— Como é mesmo o nome dele? Ernesto, não é?


—  Harry. Um nome feio e vulgar se quer saber minha opinião.


 


            Lily revirou os olhos, mas não fez nenhum comentário


            -- Como se Dudley fosse lindo! – Sirius e Tiago dizem juntos e riram


 


— Ah, é — disse o Sr. Dursley, sentindo um aperto horrível no coração. — E, concordo com você.


Não disse mais nenhuma palavra sobre o assunto a caminho do quarto onde foram se deitar. Enquanto a Sra. Dursley estava no banheiro, o Sr. Dursley foi devagarzinho até a janela e espiou o jardim da casa. O gato continuava lá. Observava o começo da Rua dos Alfeneiros como se esperasse alguma coisa.
Estaria imaginando coisas. Será que tudo isto teria ligação com os Potter? Tinha-se... Se transpirasse que eram aparentados como um casal de... Bem ele achava que não agüentaria.


Os Dursley se deitaram. A Sra. Dursley, adormeceu logo, mas o Sr. Dursley continuou acordado pensando no que acontecera. Seu último consolo antes de adormecer foi pensar que mesmo que os Potter estivessem envolvidos, não havia razão para se aproximarem dele e da Sra. Dursley. Os Potter sabiam muito bem o que pensavam deles e de gente de sua laia... Não via como ele e Petúnia poderiam se envolver com nada que estivesse acontecendo. O Sr. Dursley bocejou e se virou. Isso não poderia afetá-los...


 


            -- E eu queria que não afetasse – Lily diz em voz baixa, onde só Tiago pôde ouvir e concordar



Como estava enganado.


 


            Thiago leu com pesar aquelas três palavras


 


            O Sr. Dursley talvez estivesse mergulhando em um sono inquieto, mas o gato no muro lá fora não mostrava sinais de sono.
Continuava sentado imóvel como uma estátua, os olhos fixos na esquina mais distante da Rua dos Alfeneiros. E nem sequer estremeceu quando uma porta de carro bateu na rua seguinte, nem mesmo quando duas corujas mergulharam do alto. Na verdade, era quase meia-noite quando o gato se mexeu.
Um homem apareceu na esquina que o gato estivera vigiando.
Apareceu tão súbita e silenciosamente que se poderia pensar que tivesse saído do chão. O rabo do gato mexeu ligeiramente e seus olhos se estreitaram.


 


            -- Acho que a partir de agora as coisas irão ficar mais claras. – Remo murmura para si mesmo, mas várias pessoas escutam e concordam


            -- Sim, e com certeza essa aparição é o Dumbledore, e ele – Sirius olhas para Alvo – Sabe das coisas! – ri


            -- Obrigada, senhor Black, é gentileza sua dizer tal coisa, quando, na verdade, sou só um homem que presta a atenção.


            Tiago sorriu e voltou a ler. Agora as respostas começariam aparecer e precisava prestar bem a atenção.



            Ninguém jamais vislumbrara nada parecido com este homem na Rua dos Alfeneiros. Era alto, magro e muito velho a julgar pelo prateado dos seus cabelos e de sua barba, suficientemente longos para prender no cinto. Usava vestes longas, uma capa púrpura que arrastava pelo chão e botas com saltos altos e fivelas. Seus olhos azuis eram claros, luminosos e cintilantes por trás dos óculos em meia-lua e o nariz, muito comprido e torto, como se o tivesse quebrado pelo menos duas vezes.


 O nome dele era Alvo Dumbledore.
Alvo Dumbledore não parecia ter consciência de que acabara numa rua onde tudo desde o seu nome às suas botas era malvisto.
Estava ocupado apalpando a capa, procurando alguma coisa. Mas parecia ter consciência de que estava sendo vigiado, porque ergueu a cabeça de repente para o gato, que continuava a fitá-lo da outra ponta da rua. Por algum motivo, a visão do gato pareceu diverti-lo. Deu uma risadinha e murmurou:



— Eu devia ter imaginado.


 


Encontrou o que procurava no bolso interior da capa, parecia um isqueiro de prata. Abriu-o, ergueu-o no ar e ascendeu. O lampião de rua mais próximo apagou-se com um estalido seco. Ele fez de novo — o lampião seguinte piscou e apagou, doze vezes ele acionou o "desiluminador", até que as únicas luzes acesas na rua eram dois pontinhos minúsculos ao longe, os olhos do gato que os vigiava. Se alguém espiasse pela janela agora, até a Sra. Dursley, de olhos de contas, não conseguira ver nada que estava acontecendo na calçada. Dumbledore tornou a guardar o "desiluminador" na capa e saiu caminhando pela rua em direção ao número quatro, onde se sentou no muro ao lado do gato. Não para olhar para o bicho, mas, passado algum tempo, dirigiu-se a ele.


— Imaginava encontrar a senhora aqui, Professora Minerva McGonagall.
E virou-se para sorrir para o gato, mas este desaparecera. Ao invés dele, viu-se sorrindo para uma mulher de aspecto severo que usava óculos de lentes quadradas exatamente do formato das marcas que o gato tinha em volta dos olhos. Ela, também, usava uma capa esmeralda. Trazia os cabelos negros presos num coque apertado. E parecia decididamente irritada.


— Como soube que era eu? — perguntou.


— Minha cara professora, nunca vi um gato se sentar tão duro.


 


            Esse comentário arrancou algumas risadas das pessoas, principalmente Sirius, que parecia sentir prazer em irritar a professora, que mais uma vez, lhe deu um olhar severo.


 


— O senhor estaria duro se tivesse passado o dia todo sentado em um muro de pedra — respondeu a Professora Minerva.


— O dia todo? Quando podia estar comemorando? Devo ter passado por mais de dez festas e banquetes a caminho daqui.


 


            -- Professora, a senhora precisa aprender a se divertir mais. – diz Sirius com uma piscadela e ainda a chamando de professora, mesmo não sendo mais seu aluno


            -- Runf! – olha severamente para o homem que só ri como um cachorro



            A professora fungou aborrecida.


— Ah sim, vi que todos estão comemorando — disse impaciente. — Era de esperar que fossem um pouco mais cautelosos, mas não, até os trouxas notaram que alguma coisa estava acontecendo. Foi até noticiado no telejornal — ela indicou com a cabeça a sala às escuras dos Dursley. — Eu ouvi... Bandos de corujas... Estrelas cadentes... Ora, eles não são completamente idiotas. Não podiam deixar de notar alguma coisa.


— Estrelas cadentes em Kent, aposto que foi coisa de Dédalo Diggle. Ele nunca teve muito juízo. Você não pode culpá-los — ponderou Dumbledore educadamente. — Temos tido muito pouco o que comemorar nos últimos onze anos.


 


            -- Onze anos? – Lily diz percebendo que isso aconteceria logo – Quanto tempo falta? – olha pra Harry


            -- Cinco meses! – diz com um pesar


            A sala fica em silêncio. Era pouco tempo e teriam que agir depressa, precisava mudar o rumo que a história, mesmo no início, estava tomando.


 


— Sei disso, — retrucou a professora mal-humorada — mas não é razão para perdermos a cabeça. As pessoas estão sendo completamente descuidadas, saem às ruas em plena luz do dia, sem nem ao menos vestir roupa de trouxa, e espalham boatos.


De esguelha, lançou um olhar atento a Dumbledore, como se esperasse que ele dissesse alguma coisa, mas ele continuou calado, por isso ela recomeçou:


— Ia ser uma graça se, no próprio dia em que Você-Sabe-Quem parece ter finalmente ido embora, os trouxas descobrissem a nossa existência. Suponho que ele realmente tenha ido embora, não é, Dumbledore?


— Parece que não há dúvida. Temos muito que agradecer. Aceita um sorvete de limão?


— Um o quê?


 


            Dumbledore sorri com a menção do doce e sua boca saliva com a súbita vontade de ter um agora



            — Um sorvete de limão. E uma espécie de doce dos trouxas de que sempre gostei muito.


— Não, obrigada — disse a Professora Minerva com frieza, como se não achasse que o momento pedia sorvetes de limão. — Mesmo que Você-Sabe-Quem tenha ido embora.


— Minha cara professora, com certeza uma pessoa sensata como a senhora pode chamá-lo pelo nome. Toda essa bobagem de Você-Sabe-Quem, há onze anos venho tentando convencer as pessoas a chamá-lo pelo nome que recebeu: Voldemort — a professora franziu a cara, mas Dumbledore, que estava separando dois sorvetes de limão, pareceu não reparar — Tudo fica tão confuso quando todos não param de dizer "Você-Sabe-Quem". Nunca vi nenhuma razão para ter medo de dizer o nome de Voldemort.


— Sei que não vê — disse a professora parecendo meio exasperada, meio admirada —, mas você é diferente... Todo o mundo sabe que você é o único de quem Você-Sabe... Ah está bem, de quem Voldemort tem medo.


— Isto é um elogio — disse Dumbledore calmamente. — Voldemort tinha poderes que nunca tive.


— Só porque você é muito... Bem... Nobre para usá-los.


— É uma sorte estar escuro. Nunca mais corei assim desde que Madame Pomfrey me disse que gostava dos meus abafadores de orelhas novos.


 


            Agora todos riam abertamente. Alguns riam tanto que os olhos lacrimejaram. E essas pessoas eram: Sirius, os Prewitts, Rony e Tiago Potter.


            -- Tava precisando rir assim, o clima tava meio pesado. – diz Sirius e Severo revira os olhos


            Achava ridículo a forma que o Sirius e seus amigos se comportavam, era um assunto sério e se deixavam levar por detalhes bestas e insignificantes como: se o professor Dumbledore cora ou não.


 


A Professora Minerva lançou um olhar severo a Dumbledore e disse:


— As corujas não são nada comparadas aos boatos que correm que todos estão dizendo? Por que ele foi embora? Que foi que finalmente o deteve?
Aparentemente a Professora Minerva chegara ao ponto que estava ansiosa para discutir, a verdadeira razão pela qual estivera esperando o dia todo em cima de um muro frio e duro, porque nem como gato nem como mulher ela fixara antes um olhar tão penetrante em Dumbledore como agora. Era óbvio que seja o que fosse que "todos" estavam dizendo, ela não iria acreditar até que Dumbledore confirmasse ser verdade. Dumbledore, porém, estava escolhendo mais um sorvete de limão e não respondeu.


— O que estão dizendo — continuou ela — é que a noite passada Voldemort apareceu em Godric‘s Hollow. Foi procurar os Potter. O boato é que Lílian e Tiago Potter estão... Estão mortos.  


 


            Ninguém mais ria. Mesmo que já imaginassem que isso era o que iria acontecer, era muito triste receber a confirmação.


            Sirius abaixou seu rosto e deixou que seus cabelos tampassem seu rosto, pois uma lágrima escorreu em sua face assim que a confirmação da morte de seus amigos aconteceu.


            Era simplesmente doloroso aceita a confirmação. Lilian e Tiago era muito queridos e saber que morreria a pouco tempo, era demais para aceitar.


            -- Isso não vaia acontecer! – diz quando limpa seu rosto e olha para os dois – Eu não vou deixar.


            -- Nós não iremos! – Remo se junta


            -- Isso! – Marlene também fala – É pra isso que eles viram – aponta para Harry, Rony e Hermione – para que pudéssemos mudar as coisas, e essa é uma delas!


            Acontece vários murmurinhos ao mesmo tempo, todos concordavam em mudar essa parte da história.


            Severo ficou estático. Saber que sua amada morreria daqui a um mês o deixou desolado, mais do que quando soube que ela havia se casado com o Potter. Ele não aceitava e, por mais que não dissesse em voz alta, ele iria ajudar a salvar Lily, mesmo que para isso, tivesse que salvar o Tiago.


 


Dumbledore fez que sim com a cabeça. A Professora Minerva perdeu o fôlego.


— Lílian e Tiago... Não posso acreditar... Não quero acreditar... Ah, Alvo.


Dumbledore estendeu a mão e deu-lhe um tapinha no ombro.


— Eu sei... Eu sei... — disse deprimido.


A voz da Professora Minerva tremeu ao prosseguir:


— E não é só isso estão dizendo que ele tentou matar o filho dos Potter, Harry. Mas... Não conseguiu. Não conseguiu matar o garotinho. Ninguém sabe o porquê nem como, mas estão dizendo que na hora que não pôde matar Harry Potter, por alguma razão, o poder de Voldemort desapareceu e é por isso que ele foi embora.


Dumbledore concordou com a cabeça, sério.


— É verdade? — gaguejou a professora. — Depois de tudo o que ele fez... Todas as pessoas que matou... Não conseguiu matar um garotinho? É simplesmente espantoso... De tudo que poderia detê-lo... Mas, por Deus, como foi que Harry sobreviveu?


 


            -- Isso é realmente intrigante. – Remo disse para si mesmo, mas muitos puderam escutar – Como?


            -- É realmente difícil de acreditar, que um bebê seja capaz de sobreviver a um feitiço da morte. Nenhum bruxo conseguiu. – Arthur Weasley se manifesta pela primeira vez


Molly estava encolhida ao lado do marido, mas balançava a cabeça concordando com o marido


 


— Só podemos imaginar — disse Dumbledore. — Talvez nunca cheguemos saber.


A Professora Minerva pegou um lenço de renda e secou com delicadeza os olhos por baixo das lentes dos óculos. Dumbledore deu uma grande fungada ao mesmo tempo em que tirava o relógio de ouro do bolso e o examinava. Era um relógio muito estranho.


Tinha doze ponteiros, mas nenhum número, em vez deles pequeno planetas girava à volta. Mas, devia fazer sentido para Dumbledore, porque ele o repôs no bolso e disse:


— Hagrid está atrasado. A propósito, foi ele que lhe disse que eu estaria aqui, suponho.


— Foi. E suponho que você não vá me dizer por que está aqui e não em outro lugar.


— Vim trazer Harry para tio e a tia. Eles são a única família que lhe resta.


— Você não quer dizer, você não pode estar se referindo às pessoas que moram aqui? — exclamou a Professora Minerva, pulando de pé e apontando para o número quatro — Dumbledore você não pode. Estive observando a família o dia todo. Você não poderia encontrar duas pessoas menos parecidas conosco. E têm um filho, vi-o dando chutes na mãe até a rua, berrando porque queria balas. Harry Potter não pode vir morar aqui!


 


Lily faltou gritar que concordava, mas se agarrou ao pequeno Harry e não disse nada, só deixou seu rosto ser consumido por lágrimas


 


— É o melhor lugar para ele — disse Dumbledore com firmeza. — os tios poderão lhe explicar tudo quando ele for mais velho, escrevi-lhes uma carta.


— Uma carta? — repetiu a professora com a voz fraca, sentando-se novamente no muro. — Francamente Dumbledore, você acha que pode explicar tudo isso em uma carta? Essas pessoas jamais vão entendê-lo! Ele vai ser famoso, uma lenda. Eu não me surpreenderia se o dia de hoje ficasse conhecido no futuro como o dia de Harry Potter. Vão escrever livros sobre Harry. Todas as crianças no nosso mundo vão conhecer o nome dele!


— Exatamente — disse Dumbledore, olhando muito sério por cima dos óculos de meia-lua. — Isto seria o bastante para virar a cabeça de qualquer menino. Famoso antes mesmo de saber andar. Famoso por alguma coisa que ele nem vai se lembrar! Veja que ele estará muito melhor se crescer longe de tudo isso e tenha capacidade de compreender?


A professora abriu a boca, mudou de ideia, engoliu em seco e então disse:


— É, é, você está certo é claro. Mas como é que o garoto vai chegar aqui, Dumbledore? — Ela olhou para a capa dele de repente como se lhe ocorresse que talvez escondesse Harry ali.


— Hagrid vai trazê-lo.


— Você acha que é sensato confiar a Hagrid uma tarefa importante como essa?


— Eu confiaria a Hagrid minha vida — respondeu Dumbledore.


 


-- O-obrigado, professor! – diz o gigante em meio às lágrimas, pois era a única coisa que fez desde que a morte de Lilian e Tiago fora anunciada


 


— Não estou dizendo que ele não tenha o coração no lugar — concedeu a professora de má vontade — mas você não pode fingir que ele é cuidadoso. Que tem uma tendência a... Que foi isso?


Um ronco discreto quebrara o silêncio da rua. Foi aumentando cada vez mais enquanto eles olhavam para cima e para baixo da rua à procura de um sinal de farol de carro, o ronco se transformou num trovão quando os dois olharam para o céu — e uma enorme motocicleta caiu do ar e parou na rua diante deles.
Se a motocicleta era enorme, não era nada comparada ao homem que a montava de lado. Ele era quase duas vezes mais alto do que um homem normal e pelo menos cinco vezes mais largo. Parecia simplesmente grande demais para existir e tão selvagem — emaranhados de barba e cabelos negros longos e grossos escondiam a maior parte do seu rosto, as mãos tinham o tamanho de uma lata de lixo e os pés calçados com botas de couro pareciam filhotes de golfinhos. Em seus braços imensos e musculosos ele segurava um embrulho de cobertores.


 


            -- Hey, essa motocicleta é minha! – Sirius diz, mas ninguém lhe deu atenção


 


— Hagrid — exclamou Dumbledore, parecendo aliviado — Finalmente. E onde foi que arranjou a moto?


— Pedi emprestado, Professor Dumbledore — respondeu o gigante, desmontando cuidadosamente da moto ao falar — O jovem Sirius me emprestou. Trouxe ele, professor.


-- Não disse?! – Sirius interrompe a leitura e mais uma vez, ninguém lhe dá atenção


— Não teve nenhum problema?


— Não, senhor. A casa ficou quase destruída, mas consegui tirá-lo inteiro antes que os trouxas invadissem o lugar. Ele dormiu quando estivemos sobrevoando Bristol.


Dumbledore e a Professora Minerva curvaram-se para o embrulho de cobertores. Dentro, apenas visível, havia um menino, que dormia a sono solto. Sob uma mecha de cabelos muito negros caída sobre a testa eles viram um corte curioso, tinha a forma de um raio.


— Foi aí que...? — sussurrou a professora.


— Foi — confirmou Dumbledore.— Ficará com a cicatriz para sempre.


— Será que você não poderia dar um jeito, Dumbledore?


— Mesmo que pudesse, eu não o faria. As cicatrizes podem vir a ser úteis. Tenho uma acima do joelho esquerdo que é um mapa perfeito do metrô de Londres. Bem, me dê ele aqui, Hagrid, é melhor acabarmos logo com isso.
Dumbledore recebeu Harry nos braços e virou-se para a casa dos Dursley.


— Será que eu podia... Podia me despedir dele, professor? — perguntou Hagrid.


Ele curvou a enorme cabeça descabelada para Harry e lhe deu o que deve ter sido um beijo muito áspero e peludo. Depois, sem aviso, Hagrid soltou um uivo como o de um cachorro ferido.


 


Mesmo sendo uma cena triste, arrancou algumas risadas das pessoas presentes na sala. Sempre podiam contar com o Hagrid para rir um pouco


 


— Psiu! — sibilou a Professora Minerva — Você vai acordar os trouxas!


— Desculpe — soluçou Hagrid, puxando um enorme lenço sujo e escondendo a cara nele. — Mas nã... Nã... Não consigo suportar, Lílian e Tiago mortos, e o coitadinho do Harry ter de viver com os trouxas...


— É, é muito triste, mas controle-se, Hagrid, ou vão nos descobrir — sussurrou a professora, dando uma palmadinha desajeita no braço de Hagrid enquanto Dumbledore saltava a mureta de pedra e se dirigia à porta da frente. Depositou Harry devagarinho no batente, tirou uma carta da capa, meteu-a entre os cobertores do menino e em seguida, voltou para a companhia dos dois. Durante um minuto inteiro os três ficaram parados olhando para o embrulhinho, os ombros de Hagrid sacudiram os olhos da Professora Minerva piscou loucamente e a luz cintilante que sempre brilhava nos olhos de Dumbledore parecia ter-se extinguido.


— Bem — disse Dumbledore finalmente — acabou-se. Não temos mais nada a fazer aqui já podemos nos reunir aos outros para comemorar.


— É — disse Hagrid com a voz muito abafada. — Vou devolver a moto de Sirius. Boa noite, Professora Minerva, Professor Dumbledore...


Enxugando os olhos na manga da jaqueta, Hagrid montou na moto e acionou o motor com um pontapé, com um rugido ela levantou voo e desapareceu na noite.


— Nos veremos em breve, espero, Professora Minerva — falou Dumbledore, com um aceno da cabeça. A Professora Minerva assou o nariz em resposta.


Dumbledore se virou e desceu a rua. Na esquina parou e puxou o desiluminador. Deu um clique e doze esferas de luz voltaram aos lampiões de modo que a Rua dos Alfeneiros de repente iluminou-se com uma claridade laranja e ele divisou o gato listrado se esquivando pela outra ponta da rua. Mal dava para enxergar o embrulhinho de cobertores no batente do número quatro.


— Boa sorte, Harry — murmurou ele. Girou nos calcanhares e, com um movimento da capa, desapareceu.


Uma brisa arrepiou as cercas bem cuidadas da Rua dos Alfeneiros, silenciosas e quietas sob o negror do céu, o último lugar do mundo em que alguém esperaria que acontecessem coisas espantosas. Harry Potter virou-se dentro dos cobertores sem acordar. Sua mãozinha agarrou a carta ao lado, mas ele continuou a dormir, sem saber que era especial, sem saber que era famoso, sem saber que iria acordar dentro de poucas horas com o grito da Sra. Dursley ao abrir a porta da frente para pôr as garrafas de leite do lado de fora, nem que passaria as próximas semanas levando cutucadas e beliscões do primo Duda. Ele não podia saber que neste mesmo instante, havia pessoas se reunindo em segredo em todo o país que erguiam os copos e diziam com vozes abafadas.


— A Harry Potter, o menino que sobreviveu.


 


-- Acabou. – murmura Tiago ao finalizar a leitura


            Fez-se silencio na sala depois que Tiago terminou o primeiro capítulo. Todos estavam processando o que iria acontecer ninguém queria acreditar. Muitos estavam com lágrimas nos olhos, Lilian já estava com o rosto vermelho de tanto chorar, e numa atitude pouco pensada, entregou o Harry de um ano para o pai, e foi até o Harry mais velho, e lhe deu um abraço apertado.


            -- Eu sei! Eu sei que você vai sofrer... Você vai ser criado por eles... Eles vão te maltratar! Desculpa Harry! – dizia entre lágrimas


            -- Não precisa pedir desculpa. – diz retribuindo o abraço – Vocês não têm culpa de nada.


            -- Mas eu me sinto culpada! Ela é minha irmã, sangue do meu sangue...


            -- Nós vamos mudar isso Lily! – Tiago diz com convicção


            -- Esperem! – Sirius interrompe – Vocês não me nomearam tutor dele? Porque ele não é criado por mim?


            -- Porque acontece uma série de coisas, Sirius. – Hermione responde


            -- É, cara, você está meio, que impossibilitado de fazer isso. – Rony entra no meio


            -- Como assim?


            -- Acho que no terceiro livro você irá saber... E entender o porquê disso e porque Pedro Pettigrew não foi chamado.


            -- Então, quem irá ler o segundo capítulo? – Tiago levanta o livro


            -- Espera! – interrompe a professora Minerva – Não podemos ficar aqui lendo esses sete livros, pelo menos, não todo mundo. Hogwarts está em meio a aulas, amanhã é segunda e as aulas retornam, e também a Ordem está só, sem ninguém para ajudar em casos de emergência. Precisamos nos dividir.


            -- Minerva tem razão! – Alvo se levanta – Acho melhor ficarem só quem está mais ligado a história ou ao Harry, e depois eu irei vir aqui de noite e me integrarei sobre o assunto e repassarei aos demais.


            As pessoas concordaram e só ficaram na sala, Lily Tiago, Sirius, Remos, os Weasley, os Longbottom, Marlene que se recusou, afinal, Lily era sua melhor amiga, Severo, pois Harry insistiu que ele ficasse, causando espanto nas pessoas e Moody, que queria ficar de olho no Snape.


            -- Bom, agora que os outros já foram quem irá ler? – Hermione pergunta


            -- Eu! – Lily pega o livro e começa a ler -- Capítulo II – O vidro que sumiu.


x-x-x 


Primeiro: DESCULPA! Eu sei que demorei MUITO para postar esse capítulo.
Segundo: OBRIGADA! Por esperarem e não desistirem, é muito importante para mim saber que vocês estavam esperando por esse capítulo e me compreenderam sobre eu não conseguir postá-lo antes
Terceiro: Comentem e divulguem, pretendo dar um pouco mais de atenção para essa fic e quero saber vele a pena investir.
Quarto: Se tiver algo errado com a escrita, um erro de grafia, não exite em dizer. Estou aqui para entretê-los e melhorar a minha escrita ^^

Obrigada a todos!! 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (5)

  • Nathi_lily

    Realmente amei a idéia da sua ficContinuaaaaaaaaaaa 

    2014-12-22
  • MionGinnyLuna

    Adorei que voltastes a postar! Muito boa a sua idéia! Continua!!!

    2014-10-28
  • Nathysama

    Nãoo pare!! Eu realmente adoro sua fic e estou a um bom tempo esperando por atualização exatamente poor acreditar que vale a pena! =)Continuaa *--* Um beijoo XD 

    2014-10-20
  • Luiza Snape

    continua

    2014-10-16
  • AnaLú

    Que bom que você voltou a postar :DEstou amando 

    2014-10-16
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.