A Little Party Never Killed No



6º capítulo – A Little Party Never Killed Nobody


 


“Esqueça tudo o que você sabe sobre festas. Esqueça aquilo que você acha que é uma celebração, uma comemoração, uma balada. Você não esteve em uma verdadeira festa se não esteve em uma organizada por mim. Assim que você passar por estas portas, vai esquecer-se dos problemas, da hora de ir embora, dos limites. Tudo é permitido, as bebidas não param jamais, assim como a música. Junte isso a uma festa de aniversário dos gêmeos Weasley, tão populares quando o Parlamento Britânico. Baby, não brinco em serviço.”


 


 Elisha Wornes


 


-Eu quero vocês circulando o tempo todo, até o último convidado ir embora – Elisha instruiu – Se alguma coisa não estiver gelada o suficiente, terão de lidar comigo. Estamos entendidos?


 


-Sim, Eli – o garçom chefe olhou divertido pra ela – Não fizemos isso milhares de vezes? Vai dar tudo certo. Agora vai curtir a festa.


 


-Tudo bem Gary – ela revirou os olhos, divertida – Vou colocar meu novíssimo vestido Valentino na pista de dança.


 


 Elisha andou pelo imenso galpão, totalmente transformado na festa do século. Não era pra ser um evento tão grande assim, só uma festinha surpresa, mas de repente um amigo estava lhe oferecendo o galpão sem cobrar aluguel. Um galpão em cima de uma boutique famosa na Oxford Circus.


 Seu amigo, que por acaso era Owen, de Hogwarts, queria que ela desse uma festa incrível, então ele poderia começar a divulgar o novo local e cobrar o dobro do preço. Uma festa teste, ele lhe dissera.


 


-Meu Deus! – Lexie arregalou os olhos quando saiu do elevador e deu de cara com a monstruosidade do evento – Estou com inveja dos aniversariantes.


 


-Por favor – Eli agitou as mãos com fingido desdém – Não faço nada pela metade.


 


-Senhorita – um sorridente garçom apareceu e ofereceu uma taça para Lexie, que aceitou de muito bom grado.


 


-Por que quis que eu chegasse tão cedo? – Lexie perguntou, ainda distraída olhando a festa. Imensos lustres de cristal por todos os cantos.


 


-Owen pediu pra que eu mandasse fotos, assim ele pode divulgar esse lugar – Elisha explicou, também roubando uma taça da badeja – Este é o primeiro evento desde que ele comprou o lugar. Ele vai divulgar em algumas revistas bem famosas. Tudo isso que você está vendo, dos cristais aos imensos sofás espalhados, tudo foi alugado por um valor ínfimo. Essa festa saiu tão barata, dada as proporções, que se eu te falasse soaria ridículo.


 


-Owen – os olhos de Lexie iluminaram com o reconhecimento – E como ele está indo?


 


-Assumiu a empresa da mãe, no ramo de festas. Mas também cuida dos cinco hotéis luxuosos do pai.


 


-Que gracinha – sorriu – Agora vou tirar todas as fotos. Porque depois que eu beber tudo o que pretendo beber, Alexandra Parkinson não será capaz de tirar uma selfie.


 


 As duas riram alto.


 


 ***


 


 Draco estava terminando de se arrumar quando ouviu o interfone. O porteiro avisou que era Pansy. Com um suspiro irritado, autorizou sua subida. Não era boa coisa, ele quase podia sentir a energia negativa de Pansy sufocando-o.


 Como sempre, ela não se fez de rogada, apenas invadiu sua casa e seu quarto, parando apenas ao vê-lo terminando de abotoar a camisa azul marinho. Ele teve certeza do problema quando percebeu que Lola Welch estava ali também.


 


-O que eu fiz? – perguntou com indiferença enquanto ia até a prateleira e escolhia um perfume – Tenho certeza de que vocês estão ansiosas pra me dizer.


 


-Consegui isso com as minhas fontes – ela lhe entregou uma pasta azul – Leia.


 


 Draco a encarou por alguns segundos, por fim esticou a mão e pegou a pasta. Reparou que as duas estavam com vestidos de festa, provavelmente para a festa dos gêmeos. Parecia que Londres inteira estaria ali. Ele tinha até mesmo se dado ao trabalho de comprar a camisa que estava usando agora.


 Abriu a pasta e encontrou três matérias, cada uma de uma revista bruxa. A primeira página, da Witch Scandal, tinha uma foto sua de smoking, provavelmente de algum evento de gala.


 


“Witch Scandal


 


O cobiçado bilionário Draco Malfoy foi visto aos berros com Ginevra Weasley, a caçula do clã Weasley, no meio do hospital St. Mungus. Nossa fonte não descobriu o motivo da briga, mas apostamos que a conexão possa estar no passado, já que os dois cursaram, na mesma época, a conceituada Hogwarts. Estaremos de olho.”


 


 A segunda folha trazia uma foto dele saindo de um restaurante, acompanhado de Astória. Ao lado, uma foto de Ginevra em Paris.


 


“Semanário dos Bruxos


 


Draco Malfoy, conhecido como “O Herdeiro”, foi visto na companhia de Astória Greengrass várias vezes nas últimas semanas. Um namoro colossal e midiático, muitos diriam, mas então como explicar a briga entre ele e a caçula Weasley, Ginevra? Seria Astória uma distração para que a imprensa fosse despistada? Ou Draco apenas não decidiu ainda se quer namorar uma ou a outra, o que motivou a briga? O mais curioso, caros leitores, é que Ginevra mal pisou em Londres, já que passou os últimos seis anos morando em Paris. Seria uma história do passado?”


 


-Eu realmente quero ler o resto? – ele perguntou impaciente – São apenas boatos e mais boatos. Lido com isso há anos, e vocês são pagas para me ajudarem, não me repreenderem como uma mãe.


 


-Draco não seja ridículo – Pansy gritou, por um segundo ele pensou que ela fosse lhe dar uma bolsada – Você não faz idéia de quão frágil está a diretoria da Firebolt, os acionistas ainda não confiam totalmente em você.


 


-O que estamos dizendo – Lola cruzou os braços – É que sua imagem não pode ser arranhada, pelo menos não por alguns meses, até que tudo se estabilize. Toda empresa grande precisa ser gerida com punhos de ferro, e um playboy pegador não passa credibilidade suficiente.


 


 Draco revirou os olhos e pegou a última folha. Uma foto dele jogando tênis fazendo dupla Rony, os dois contra Harry e Terrence. A outra foto era de Ginevra posando para a câmera, o cabelo preso em um rabo de cavalo alto e levemente inclinado para o lado, um sorriso divertido nos lábios. Ele não conseguia identificar o lugar, mas parecia um pouco com Ibiza.


 


“Qual Vassoura?


 


Draco Malfoy, o novo dono da Firebolt, se viu envolvido em um pequeno escândalo que correu à boca pequena em Londres. É claro que uma discussão com a estonteante ruiva da foto, Ginevra Weasley, cujo irmão é amigo de Draco, por acaso, não é suficiente para abalar a imagem do jovem bilionário. Ele já avisou que pretende manter a Firebolt independente da Nimbus, para alívio dos aficionados por ambas as vassouras. Agora fica a pergunta, será Draco Malfoy capaz de gerir seu império enquanto ele e a ruiva magnífica são vistos aos berros por Londres? Nós, da Qual Vassoura?, acreditamos que um homem só pode ser capaz de lidar com um problema de cada vez.


 


-Leu tudo? Satisfeito? – Pansy esticou a mão e esperou ele lhe devolver a pasta.


 


-Escuta... – ele pensou por uns segundos no que dizer – Será que eu posso ficar com as fotos?


 


 Lola e Pansy olharam boquiabertas para ele.


 


 ***


 


 Gina sorriu para o motorista e entrou no carro. Scarlett já estava lá dentro, conversando com Terrence e Harry dentro da limousine.


 


-Você está maravilhosa rainha – Terren piscou e sorriu para ela.


 


-Deve ser o ar de maldade – Harry implicou de brincadeira, arrancando risadas dos outros.


 


-Boa noite para vocês também – Gina revirou os olhos e roubou a taça de Scarlett, bebendo de uma só vez – Cadê a futura senhora Potter?


 


-Estamos indo buscá-la – Harry sorriu distraído. Ele sempre fazia isso quando pensava na namorada – Ela foi resolver uma coisinha com a Lola.


 


 Gina não disse nada, apenas escutou a conversa dos três girar em torno de Noah, o ex de Faith nos tempos de Hogwarts. Ela riu baixinho, pensando em todas as pessoas que conhecera naquele tempo. Pararam em frente a um prédio tão luxuoso que ela se perguntou se não estavam em Dubai.


 


-Eu moro aqui – Terren a cutucou – Tudo um por andar. Menos a cobertura, que é dupléx. Vou fazer um jantar essa semana, aí você vem. Combinado?


 


-Claro – ela sorriu para ele e se inclinou para olhar melhor a cobertura, uma monstruosidade – Deve ser de uma família bem grande.


 


-Gina – Scarlett riu enquanto Terren e Harry a observavam em absoluto silêncio – É do Draco.


 


-Ahh... – ela murmurou e pegou o celular para mandar mensagem para alguém, qualquer coisa, desde que saísse do foco.


 


 A porta abriu um minuto depois e Pansy já entrou causando. Estava irritadíssima.


 


-Lola já foi – explicou para o noivo – Vamos logo para a festa, ou sou capaz de subir lá e matá-lo.


 


 Gina não se deu ao trabalho de fingir não saber que era de Draco que ela falava. Todos sabiam que Pansy era uma das principais advogadas do império Malfoy. Felizmente em dez minutos já estavam parados na porta do prédio de dois andares. Filas de carros, pessoas por todos os lados, até mesmo a imprensa.


 


-Deuses – Terrence olhou abismado – Quantas pessoas exatamente Elisha convidou?


 


-Considerando que estamos falando dos gêmeos Weasley – Harry começou – E que todo o mundo os adora, acho que Londres inteira.


 


-Espera! – Gina gritou de repente, dando um susto de morte em todo mundo – Não pode ser, não acredito que ele não disse que vinha... Scarly! – ela encarou a amiga – Ele disse que não ia poder vir. Você mentiu na minha cara!


 


 Scarlett e Gina trocaram sorrisos exultantes, para a confusão dos outros dentro do carro.


 


-De quem vocês estão falando? – Pansy perguntou curiosa, olhando pela janela.


 


-Ele! – Scarlett apontou, mas Gina já estava abrindo a porta e saindo quase correndo, o vestido turquesa reluzindo com todos os flashes.


 


 Ela não se preocupou com nada, não acenou de volta, não respondeu aos chamados dos repórteres que estavam ali. Ginevra Weasley correu para os braços que a tinham segurado tantas e tantas vezes em Paris, enquanto ela chorava de saudades. O homem, tão mais alto que ela, de cabelos pretos e olhos azuis como o céu, sorriu com todo o coração para ela.


 


-Max – ela murmurou enquanto o abraçava com força.


 


 Ao redor, todos enlouqueciam querendo saber quem era o moreno com a caçula Weasley. Na fila de carros, dentro de um especificamente, Draco Malfoy se fazia a mesma pergunta.


 


 ***


 


 Zéllie olhou entediada para as próprias unhas enquanto pensava em Aruba, totalmente ignorando o italiano que tentava a todo custo chamar sua atenção. Ela já estava no quarto drink da noite e no terceiro chato.


 De longe, viu Hayden e Colin andando juntos, parecendo uma dupla especialmente quente e perigosa.


 


-Você quer dançar? – o cara perguntou, tirando-a de um devaneio totalmente impróprio.


 


-Claro – ela deu de ombros.


 


 ***


 


 Faith fechou os olhos e se deixou levar por Hayden, que a girava na lotada pista de dança. Eles gargalhados juntos, embalados em alguma música maravilhosa do Calvin Harris. Não era nem meia noite e todos já estavam fora de órbita.


 A festa do ano, diriam mais tarde.


 


 ***


 


 Theodore, Huxley, Tad e Miguel estavam no bar há mais de quarenta minutos. O objetivo parecia ser saber quem conseguia beber mais whisky antes de desmaiar. Fred e Jorge estavam usando chapéus mexicanos e virando tequila sem parar.


 


-Meu Deus! – Huxley arregalou os olhos – Ginevra está ainda mais maravilhosa do que eu podia me lembrar.


 


-Caraca! – Theo respirou fundo – Ela é uma coisinha única, não é mesmo?


 


 Não muito longe deles, no centro da iluminada pista de dança, ela se mexia num ritmo próprio. Um ritmo confiante, de quem sabe o que está fazendo, e, principalmente, sabe que está fazendo bem.


 


-Parem de cobiçar nossa irmãzinha – Fred e Jorge falaram em uníssimo – Agora, nossas meninas esperam.


 


 Os quatro os observaram indo até Stacie e Millie, que também usavam imensos chapéus mexicanos.


 


-Odeio quando falam junto assim – Hux murmurou distraído, ganhando acenos de concordância dos outros.


 


 ***


 


 Elisha olhou de longe Rony dando toda a atenção do mundo para a francesinha chata. Ela ainda se lembrava do dia que o pagara invadindo o salão comunal da sonserina. Desviou o olhar e deu uma geral na festa, que estava sendo um sucesso total.


 


-Hei Eli! – Lexie andou apressada até ela – Olha quem eu achei por aqui – ela sorriu enquanto mostrava Cora Moore e Elle Driver.


 


-Vocês demoraram – Elisha reclamou enquanto as abraçava – Lola já está perdida por aí, provavelmente com a Selina e o Spencer.


 


-Meu Deus! – Elle sorriu divertida – É como estar em Hogwarts novamente, no nosso último ano.


 


-É melhor que Hogwarts – Cora riu – Porque pelo que eu sei, Draco e Ginevra não se viram nos últimos anos, então acho que ele não conhece a Ginevra de agora.


 


-Quem? A louca festeira que sobe em mesas, pega todo mundo e gosta de dar ordens? – Lexie revirou os olhos diante da lembrança de Gina – Acreditem em mim, ele não vai achar nada estranho.


 


 ***


 


 Hermione visualizou Theo no bar com os amigos e foi resgatá-lo. Ela não queria mais dançar com Rony, Blaise e Dominique. Já estava cansada de ficar perto deles o tempo todo. Já estavam parecendo uma daquelas famílias de seriado americano.


 


-Oi para todos – ela acenou distraída um olá enquanto fazia um pedido ao barman – Miguel, Lola estava te procurando – disse – E Hux, não seja idiota e vai dançar com a Dakota. Ela e Faith – Hermione olhou diretamente para Tad nessa parte – Estão lá fora, na área da piscina.


 


 Um segundo depois os três tinham desaparecido, deixando-a apenas com Theo.


 


-Você é tão incrível – ele abriu um sorriso malicioso – Juro Hermione, eu poderia simplesmente me apaixonar nesse exato momento.


 


-Eu sei menino rico – ela revirou os olhos com fingido descaso – Agora vamos dançar.


 


-Vamos menina da moda – eles riram juntos enquanto andavam de mãos dadas.


 


 ***


 


 Gina ficou de mãos dadas com Max durante todo o parabéns, que durou dez minutos. Ela já estava bêbada, tão leve e feliz que tinha simplesmente se esquecido de Draco Malfoy. Até que ela o viu, rodeado por cinco modelos inglesas.


 


-Exibido – ela ergueu o queixo e virou o rosto, arrancando uma gargalhada de Max – Não ria de mim – Gina o olhou emburrada como uma criança de cinco anos – Ele é o maior idiota do mundo.


 


-Eu tinha esquecido como vocês eram juntos, ainda mais quando estava rolando ciúmes – Max a abraçou e a conduziu para o bar mais perto – Lembra como você manipulou tudo para que ele me escolhesse capitão?


 


-Como esquecer daquilo? – ela sorriu maliciosa – Foi bem engenhoso da minha parte.


 


-Você é toda engenhosa Ginevra – ele a tocou carinhosamente no queixo – O que você quer beber?


 


-Me surpreenda – ela sorriu.


 


 Enquanto Max fazia o pedido ao barman, voltou a procurá-lo com os olhos. Ele não estava mais a vista, provavelmente tinha saído com algumas das modelos. Talvez todas elas. Umas verdadeiras vadias, suspirou incomodada.


 


-Hei você! – Scarlett cantarolou enquanto se jogava em Gina e a abraçava – Minha super linda amiga. Gin, eu já disse que amo você? Hein, rainha má?


 


-Sua bêbada! – Gina gargalhou enquanto se desvencilhava do abraço – Sabe Scarly – começou a dizer em tom de confidência – Estive pensando e... Esses londrinos não sabem se divertir. Não da maneira que fazemos em Paris.


 


-E o que você sugere? – Scarlett abriu um imenso sorriso.


 


-Vamos mostrar a eles como é que se faz.


 


Just one night all we got, Just one night all we got
Just one night all we got, Just one night all we got


 ***


 


 Terrence e Draco estavam sentados em um dos imensos sofás pretos espalhados pela festa. As meninas ao redor não paravam de falar sobre como tinham lido tudo, absolutamente tudo, sobre eles. Os dois liam alertas vermelhos de “corra” grifados sobre a cabeça de cada uma.


 


-Eu demorei um pouco pra reconhecer aquele otário – Draco confessou e deu um enorme gole no seu copo de whisky – Eu o nomeei capitão da Sonserina, depois de ter sido enganado por ela.


 


-O Cady? – Terrence perguntou mesmo já sabendo a resposta – Você sabe que foi ele que conseguiu a bolsa pra ela estudar em Paris, não sabe? Os dois viraram super amigos ou coisa assim, pelo menos foi o que a Scarlett disse.


 


-Namoraram? – Draco perguntou, mas apenas porque não conseguia evitar.


 


-Não que eu saiba – Terren deu de ombros – E então, quantas vezes a Astória te ligou? Daphne me ligou quarenta vezes. Prefiro nem olhar o whatsapp.


 


-Cinquenta e... – ele parou de falar e pegou o celular que estava sobre a mesa, depois continuou com um sorriso – Cinco. Ela acabou de ligar.


 


-Meu Deus! – Terrence arfou e se inclinou para frente, totalmente ignorando as duas meninas que tentavam chamar a atenção dele.


 


-Que foi? – Draco olhou o salão. Estava tudo brilhando e piscando, mudando de cores. A música absurdamente alta, risadas, pessoas se beijando e dançando e fumando... E a primeira coisa que ele viu foi ela.


 


I ain‘t got time for you baby
Either you‘re mine or you‘re not
Make up your mind, sweet baby
Right here, right now‘s all we got


 Em cima da mesa, com Scarlett, enquanto elas riam e dançavam sem nem se darem conta de que todos os homens da festa estavam de olho nelas. Inclusivo o Cady, que parecia ser o segurança particular das duas, parado ali, do lado da mesa e as olhando com um sorriso.


 


-Eu não acredito que ela está fazendo isso – Draco murmurou indignado.


 


-Draco... – Terren riu alto – Do que você está falando? Ginevra e Scarlett em Paris foram a sensação em todos os lugares. Isso, de dançar em cima da mesa, não é nada perto do que elas faziam. Gina continuou sendo uma rainha má, mas não com a vida das pessoas. Ela foi má no sentido de garota má.


 


-E você nunca me contou que ela estava agindo como... – Draco desviou os olhos de Gina e encarou Terrence irritado – Todas às vezes que perguntei sobre ela, você sempre sorria e dizia que ela estava bem, que ela estava...


 


-Draco – Terrence o observou em silêncio por alguns segundos – Você deixou muito claro que ela era passado. Nós perdemos as contas do número de garotas que entraram e saíram da sua vida. Por que ela não poderia ter feito o mesmo?


 


-Eu preciso sair daqui – ele murmurou e levantou – Já volto.


 


 ***


 


 Já passava das quatro da manhã e Huxley não tinha conseguido um segundo sequer sozinho com Dakota, não depois das poucas músicas que dançaram juntos mais cedo. Ele já tinha visto-a dançando em umas das mesas com Lexie e Elisha, depois bebendo shots de tequila com Colin e Hayden. Isso sem falar nas gracinha de Miguel (coisa que ele resolveria o mais rápido possível).


 


-Oi pra você – ele sorriu e a puxou pelo cotovelo.


 


-Oi Hux! – ela abriu o maior sorriso do mundo – Como vai você?


 


-Muito bem – ele riu, contagiado por ela – Chega de dançar em mesas e beber shots de tequila. Vamos só dançar, combinado?


 


-Tudo bem... Pai! – ela gargalhou alto.


 


-Eu sou mesmo um idiota – ele murmurou baixinho, para que ela não ouvisse.


 


 ***


 


-Vai Blaise! Vai Blaise! Vai Blaise! – a multidão cantava enlouquecida enquanto ele descia até o chão. Uma dança, deve-se ressaltar, pouco condizente com a música que tocava no momento.


 


A little party never killed nobody
So we gonna dance until we drop
A little party never killed nobody
Right here, right now is all we got


-Que vergonha – Rony balançou a cabeça, incrédulo.


 


 Dominique estava dormindo em um canto, já esgotada. Hermione tinha dispensado Theo depois de alguns muitos beijos, e agora ela era quem gritava mais alto o tal “Vai Blaise!”. Já ele, Rony, estava naquele leve estágio entre estar bêbado demais e estar consciente.


 


-RONY! – Elisha gritou enlouquecida de onde estava, em cima do balcão do bar principal. Lexie, Zéllie e Faith estavam com ela, mas as três já pareciam prontas para descer.


 


-Sai daí garota – ele acenou freneticamente, tentando andar até ela e empurrando as pessoas sem um pingo de consideração – Você vai cair!


 


-Vem aqui comigo agora – Eli ordenou, um sorriso enorme no rosto.


 


-Vem! – Rony ergueu os braços e a encorajou a descer – Eu te pego Eli.


 


 Ela riu e se jogou. Os dois caíram para trás com um baque surdo.


 


-Meu Deus! – ela riu baixinho, a cabeça escondida na curva do pescoço dele – Que vergonha.


 


-Você se jogou do nada – ele riu também.


 


-Hei, vocês estão bem? – Colin e Hayden correram até eles. O resto da festa sequer tinha percebido o acidente.


 


-Estamos ótimos – Rony sorriu relaxado e os mandou ir embora agitando as mãos.


 


Islands, diamonds, trips around the world
Don‘t mean a thing if I ain‘t your girl


 Elisha ergueu o rosto e o observou com um sorrisinho no rosto.


 


-Oi... – ele murmurou, também sorrindo.


 


-Oi – ela respondeu antes de se deixar ser beijada.


 


 ***


 


 Lexie inclinou levemente a cabeça e encarou, confusa, a cena abaixo. Elisha e Rony caídos no chão, embrenhados num abraço inacreditável. Faith e Zéllie tinham voltado a pular e dançar, cantando a música a plenos pulmões.


 


-Vem aqui – Colin segurou as mãos dela e a estabilizou – Desce daí.


 


-Você vai me derrubar? – ela perguntou com um sorriso.


 


-Prometo que não – ele respondeu e a puxou.


 


A little party never killed nobody
So we gonna dance until we drop
A little party never killed nobody
Right here, right now is all we got


 


-Você está bêbado? – ela murmurou enquanto se segurava nos ombros dele para não cambalear – Eu acho que estou muito bêbada. Isso é péssimo.


 


-Estamos todos bêbados – ele riu relaxado e a segurou pela cintura – Você ainda cabe entre as minhas mãos – Colin observou, distraído.


 


-Só nas suas – ela disse enquanto se afastava dele – Vou beber água. Obrigada por... Por isso.


 


 ***


 


 Zéllie e Faith desceram da mesa e foram até o banheiro conversar. A festa estava saindo de controle, agora que parecia que em todos os cantos as pessoas estavam se pegando. Pansy e Lola já estavam ali, falando sobre Draco.


 


-Vocês ainda estão cuidando dele? – Faith revirou os olhos – Deixa disso e vai curtir o Harry, Pansy.


 


-Eu sei – Pansy suspirou – Estou exausta, já são mais de cinco da manhã.


 


-Eu ainda estou muito pilhada – Lola sorriu.


 


-Nós também – Zéllie e Faith concordaram.


 


-Bem, eu vou pegar meu noivo e vou embora – Pansy se despediu – Até meninas.


 


-Qual a fofoca? – Faith perguntou no instanteem que Pansysaiu do banheiro.


 


-Draco – Lola soluçou e riu em seguida – Já bebeu mais do que na festa do Terrence do ano passado, lembra? Então... Bebeu e agora está com uma modelo da Finlândia. Não sei onde ele acha essas mulheres.


 


 A porta se abriu com um estrondo, assustando-as. A cabeça de Hayden surgiu.


 


See the people get live / Underneath the moonlight
Hotsy-totsy, paparazzi / Hold on while I take this flick
Speak easy / Rocking the feathers I‘m breezy
Hope you can keep up boys / Cause believe me, I‘m the bees nees


(A Little Party Never Killed Nobody – Fergie)


 


-Aqui! – ele gritou – Achei as fugitivas.


 


-Que? – Zéllie riu enquanto via Theo, Miguel e Hayden invadirem o banheiro atrás delas – Me larga Hayden – ela correu em meio aos gritos e risos – Vou te matar!


 


-Então mata! – ele a puxou e colocou sobre o ombro, levando-a para a pista – Nada de fugir da festa. Nem amanheceu.


 


 ***


 


 Gina, Scarlett e Max pararam bem em frente a imensa piscina na área externa. Não tinha ninguém lá, e um terço da festa já tinha ido embora. Alguns raios de sol, ainda tímidos, despontavam na escuridão do céu. Eles ficaram lado a lado, olhos fixos no céu. Como tinham feito tantas e tantas vezes.


 


Party girls don‘t get hurt


Can‘t feel anything, when will I learn


I push it down, push it down


 


-Eu amo o amanhecer – Gina suspirou, ainda bêbada, mas apenas levemente tonta – Acho que devemos nadar.


 


-Sério? – Max olhou desconfiado para as duas.


 


-Absolutamente sério – Scarlett gargalhou.


 


 Max ia retrucar, mas tinha aprendido, nos últimos anos, que discutir nunca era a melhor opção com as duas. Resignado, ele tirou a camisa enquanto as via tirando sapatos e vestidos. Talvez fosse uma boa idéia, já que estavam tão suados de tanto dançar.


 Sem se preocupar com os olhares chocados de alguns convidados, ele tirou calmamente a calça jeans e o sapato, parando apenas para ajudar com o zíper do vestido de Gina.


 


-Ai que gelo! – Ginevra gritou quando atingiram a água.


 


 Os três gargalharam juntos, jogando água uns nos outros, flutuando e observando o céu ficar cada vez mais e mais claro. Talvez Londres não fosse tão chato assim... Talvez...


 


I‘m the one "for a good time call"


Phone‘s blowin‘ up, they‘re ringin‘ my doorbell


I feel the love, feel the love



-Não acredito! – Elisha parou na beira da piscina com as mãos na cintura – O que vocês estão fazendo seus franceses sem noção?


 


-Vem Eli! – Scarlett chamou.


 


-Vamos Elisha – Rony chamou, já arrancando camisa e sapatos.


 


 E então Huxley e Dakota apareceram, e depois Faith, Zéllie, Theo, Miguel e Hayden. E um segundo depois a piscina era pequena demais para todas aquelas pessoas. Alguém aumentou ainda mais a música, mais pessoas pularam.


 


-Eu amo essa música! – Scarlett e Ginevra gritaram ao mesmo tempo, ouvindo Chandelier, da Sia. Max riu delas, girando-as na água.


 


1, 2, 3 1, 2, 3 drink / 1, 2, 3 1, 2, 3 drink


1, 2, 3 1, 2, 3 drink / Throw em back, till I lose count


 


 Terrence e Draco pararam na beira da piscina, ainda indecisos sobre entrar.


 


-Covardes – Hermione falou atrás deles, audível o suficiente para que Blaise risse de onde estava, no meio da piscina.


 


-Nerd chata – Draco revirou os olhos.


 


-Ahhh!!!!!!!!


 


 E eles estavam dentro d´água. Hermione sorriu satisfeita com o resultado e pulou com Dominique, que tinha finalmente acordado.


 


-Não acredito! – Draco olhou possesso para Hermione – Aquela nerd neurótica acabou com o meu celular.


 


-Relaxa aí – Scarlett surgiu do lado deles – Vocês estão tão bonitinhos assim.


 


 Draco ia retrucar, mas então observou Gina e Max meio que abraçados, brincando e dançando. Ela estava só com uma combinação preta, o que o deixava possesso de ciúmes, mas também o deixava aceso como a Torre Eiffel. Maldita ruiva.


 


-O que ela está fazendo? – Draco perguntou baixinho, pra ele mesmo.


 


 Scarlett tinha voltado para perto dela, e as duas cantavam abraçadas. Max parecia participar do que quer que fosse aquilo.


 


-Cantando Chandelier em francês – Terren respondeu com um sorriso divertido – Scarly acabou de dizer que é a nova música favorita delas. E, aparentemente, elas têm a mania de passar tudo para o francês.


 


I‘m gonna swing from the chandelier, from the chandelier


I‘m gonna live like tomorrow doesn‘t exist


Like it doesn‘t exist


I‘m gonna fly like a bird through the night


Feel my tears as they dry


I‘m gonna swing from the chandelier, from the chandelier



 Draco se perguntou como ela poderia ter ficado ainda mais bonita do que ele se lembrava. E bem mais selvagem, ele acrescentou mentalmente.


 


-Je vais voler comme un oiseau à la travers la nuit – elas cantaram juntas - Je garderai mon verre plein jusqu´au matin.


 


-Droga – Terren murmurou – Acho que eu estou realmente apaixonado por ela.


 


 Draco não respondeu, os olhos ainda presosem Ginevra Weasleye seu esplendor. Se francês era naturalmente sexy, quando falado por ela, fazia Draco ter vontade de comê-la inteira, dos pés a cabeça. Por horas.


 


-Je vais vivre comme si demain n´existait pás – Ginevra cantou, os olhos fixos em Draco - Comme s´il existait pas.


 


 E ele sorriu para ela. Porque aquela parte da música falava sobre viver a vida como se não houvesse amanhã. A olhou por mais alguns segundos, depois saiu da piscina. Ninguém percebeu.


 Voltou para dentro da festa. Mais ninguém estava ali, só o DJ.


 


-Oi – ela sorriu para ele, um sorriso malicioso e acolhedor.


 


-Oi – ele segurou o fôlego, observando-a parada ali apenas com o conjunto preto. De renda, ele podia perceber agora.


 


 E então um, dois, três passos. E ela era finalmente dele. Os lábios, e pescoço, ombros. Só dele. Mãos. Suspiros. Ali mesmo, no meio do salão levemente escuro, o sol já aparecendo através das imensas janelas de vidro. Os gritos e risadas continuavam lá fora. Eles não escutavam nada.


 Gina fechou os olhos e se deixou levar como não fazia há anos, como não tinha feito com ninguém além dele.


 


I‘m gonna swing from the chandelier, from the chandelier /


I‘m gonna live like tomorrow doesn‘t exist / Like it doesn‘t exist


I‘m gonna fly like a bird through the night / Feel my tears as they dry


I‘m gonna swing from the chandelier, from the chandelier



-Eu senti tanto a sua falta – ela murmurou sem perceber, concentrada demais nas sensações que ele lhe provocava para filtrar o que dizia.


 


-Eu morri todos os dias sem você – ele falou de volta.


 


 Draco se sentia mais sóbrio a cada beijo, como se estivesse finalmente no lugar certo. Sem todas as preocupações que sua vida exigia, sem todos os fingimentos. Ela gemeu contra a boca dele quando sentiu a parede em suas contas. Agora estavam em um canto mais escuro, não que ela fosse capaz de lembrar como tinha caminhado até ali.


 


-Gina! – Scarlett berrou de algum lugar.


 


-Droga… - Draco se afastou dos lábios dela, encostando testa com testa, os dois respirando pesadamente, tão excitados que chegava a doer.


 


  Ginevra o observou, maravilhada. Ela se sentia numa névoa sem fim, quase como se estivesse bêbada de beijos. Talvez estivesse mesmo. Scarlett e Max a chamaram novamente. Draco suspirou mais uma vez, deu um beijo rápido, colocou alguma coisa nela e sumiu. No exato segundoem que Scarlye Max a localizavam.


 


-Gina – Scarlett olhou desconfiada – Por que você está usando a camisa do Draco?


 


-Que? – ela murmurou, ainda confusa, ainda sem piscar ou mover um músculo.


 


 Por fim, olhou para o próprio corpo, e ficou chocada ao perceber que estava usando a camisa azul marinho dele. Grande o suficiente para chegar aos joelhos dela e cobri-la minimamente.


 


-Ciumento – suspirou baixinho, então olhou os amigos e sorriu – Sei lá de onde veio essa camisa.


 


-Tá bom minhas garotas festeiras – Max se aproximou carregando vestidos, sapatos e bolsas – Agora vamos embora. E direto para casa, não quero as duas passeando de lingerie. Falando nisso, coloque a minha camisa Scarlett.


 


 Draco olhou de longe como Max as conduzia com cuidado para a rua, e então para o carro que os esperava. Gina, ele sorriu, felizmente coberta dos olhos tarados dos idiotas naquela festa. E pouco importava que eram amigos, ninguém olharia pra ela. Talvez Max não fosse tão ruim assim, Draco considerou, talvez tê-lo por perto fosse a melhor idéia a se ter.


 


-Por que você está sem camisa cara? – Terrence olhou desconfiado pra ele.


 


-Sei lá – Draco sorriu, ainda olhando a rua, mas não vendo mais o carro com Ginevra.


 


 Ela já tinha ido embora.


 


 ***


 


CINCO ANOS ATRÁS...


 


 Já estava amanhecendo, Gina percebeu quando abriu os olhos. Ela tinha cochilado encostada no ombro de Max, embalada pelo suave balançar do táxi.


 


-Já estamos chegando? – ela perguntou baixinho.


 


-Quase lá – ele sorriu com carinho, segurando as mãos dela entre as suas.


 


 Scarlett estava desmaiada no banco da frente, e do lado deles ia Hayden, que estava de visita na cidade. Eles tinham curtido como sempre faziam, do melhor jeito, do pior jeito possível. Sem limites. Ela não conhecia mais os limites.


 


And I‘m holding on for dear life


Won‘t look down, won‘t open my eyes


Keep my glass full until morning light


‘Cause I‘m just holding on for tonight


Help me, I‘m holding on for dear life


Won‘t look down won‘t open my eyes


Keep my glass full until morning light


‘Cause I‘m just holding on for tonight


On for tonight


On for tonigh


 


 Ginevra continuou com os olhos fixos na janela, vendo pedaços de sua bela Paris. O taxista cantarolava uma música, baixinho.


 


-Sabe... – ela ainda falava baixo, mesmo sabendo que Scarlett e Hayden não acordariam de jeito nenhum – Quando eu cheguei aqui, em Paris, eu não conseguia ouvir música. Eu as escutava no rádio e na TV, até ia em alguns shows, mas eu não conseguia ouvi-las dentro de mim.


 


-Coração partido costuma fazer isso.


 


-Eu nunca realmente entendi como ia sentir falta dele, não até aquele momento. Em Hogwarts eu sempre imaginava que quando me formasse nos encontraríamos, tudo daria certo. E quando eu finalmente entendi que não seria assim... Foi tão doloroso que algo de dentro de mim morreu.


 


-Só foi desligado Gin – Max passou suavemente a mão no cabelo dela – Você ficou sentada em silêncio, mas só porque não estava preparada para as vozes. A música ainda vai voltar dentro de você, talvez mais alta do que jamais foi.


 


-Talvez... – ela concordou suavemente, mesmo sabendo, no fundo de seu coração, que Draco Malfoy tinha levado a música com ele.


 


Sun is up, I‘m a mess


Gotta get out now, gotta run from this


Here comes the shame, here comes the shame


(Chandelier – Sia)

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