Um Black Diferente



– Sirius! Sirius! Sirius!


Régulo Arturo Black procurava por seu irmão mais velho, Sirius, mas não conseguia achá-lo. Ele havia desaparecido, não estava em lugar algum, nem mesmo em seu quarto – onde passava a maior parte do tempo, evitando a família. Já estava desistindo de sua busca quando um menino bonito de belos cabelos negros passou por ele.


– Sirius! Por onde esteve? Te procurei por toda parte!


– Não interessa.


– Estava mandando cartas para os Weasley novamente? A mamãe já disse que...


– Não tenho interesse no que a mamãe diz – cortou Sirius rapidamente – Que quer comigo?


– A mamãe mandou chamar.


– E o que ela quer?


– Chegou uma carta de para você. E é de Hogwarts! – Régulo falou excitado.


O irmão mais velho correu a procura da mãe o mais rápido que pôde. Estava tão feliz quanto qualquer garoto de onze anos ao receber a tão esperada carta da escola de magia. Ao chegar ao cômodo onde sua mãe se encontrava, desatou e desenrolou o pergaminho rapidamente. Enquanto o lia, esquecia-se das brigas com a mãe, com o pai, com o irmão, de como era diferente de toda a família... Só existia o internato onde jovens bruxos e bruxas estudavam magia, as casas comunais do colégio, Hogsmead – o único vilarejo inteiramente bruxo da Grã- Bretanha, ao qual ele poderia visitar quando estivesse no terceiro ano...


– Pensei em irmos ao Beco Diagonal na semana que vem, e poderíamos levar a Cissa. Ela também precisa comprar o material para o quarto ano em Hogwarts – a voz de sua mãe o arrancou de seus pensamentos.


– Eu não vou – respondeu Sirius calmamente.


– Como assim não vai? Você precisa comprar a varinha, as vestes, seu animal...


– Irei com os Potter.


– Os Potter?


– A-ham. Os pais de Tiago. Enviei uma coruja a eles hoje, vou passar o resto das férias na casa deles.


– Acha mesmo que eu deixaria...?! – A Sra. Black começou a gritar com seu filho mais velho.


– Se não deixar eu fujo!


– Sirius Black! Você não ousaria...! –sua mãe ameaçou.


– Quer pagar para ver?


– Sirius Black! São os Weasley novamente não são? – A mãe do garoto gritava mais que nunca.


– Não, não são os Weasley, só mandei uma única coruja para eles. –Sirius gritou de volta.


– Não minta para mim!


– Não estou mentindo!


E ele realmente não estava. Os Weasley eram parentes distantes dos Black, e o jovem Sirius ficou curioso a respeito deles, já que sua mãe os retirou da tapeçaria – onde fica a árvore genealógica da família Black. Então, o menino enviou uma coruja a Família Weasley para saber o motivo.


–Não te quero com aquela gente, está me ouvindo?!


– Não me importo com o que quer. E vou com os Potter, por acaso, eles são sangue-puro, se não se lembra!


Sirius saiu batendo o pé enquanto se dirigia a seu quarto. Ele havia colocado o maior desprezo e repugnância que conseguira juntar no termo “sangue-puro”. Ele odiava essa doutrina que a família seguia fervorosamente. Aliás, odiava absolutamente tudo na Família Black, inclusive, o modo como tratavam os trouxas. Tampouco gostava de termos como “sangue-ruim” e “traidores do sangue”. Para ele, não existiam diferenças entre bruxos, trouxas e trouxas congênitos.


Era isso que tornava Sirius Black visivelmente tão diferente do resto da família. Sirius Black era um garotinho de onze anos ousado, nobre e, principalmente, corajoso.

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