Parabéns



N/A: IMPORTANTE: Embora seja de conhcimento geral que Harry Potter e cia não me pertence, acho correto fazer o disclaimer.
Disclaimer: Todos os personagens/feitiços/cenários não são de minha autoria. Os direitos autourais de Harry Potter (e relacionados) pertencem à J.K. Rowling e Warner Bros Studios. A mim cabe apenas o direito autoral do enredo e diálogos desta fanfic. Essa história não possui fins lucrativos e possui como único objetivo divertir o leitor utilizando o universo ficcional de HP. 
Sem mais enrolações, eis aí o cap. Boa leitura!
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Nevava apenas um pouco, mas o vento gelado do inverno era capaz de congelar a espinha que qualquer um que se aventurasse a por os pés fora de casa sem o devido agasalho.


Foi coberto por uma capa negra de viagem, que a figura esguia saiu de sua residência pouco depois das duas da tarde. O rosto moreno estava aparente, com os cabelos escuros protegidos por um gorro de lã.  Em uma das mãos trazia um pacote de papel pardo.


Caminhou até o portãozinho de madeira do cemitério da igreja e tocou-o, sem abrir. As mãos pareciam chumbo, não conseguia abri-lo, embora quisesse. Respirou fundo e empurrou-o. A madeira velha e as dobradiças enferrujadas rangeram, mas ele as ignorou.


Vagou calado por entre as lápides, sem pressa. Vez ou outra lia os nomes nas sepulturas, embora soubesse que não era por aquela que ele buscava. Lembrou-se da primeira vez que pisara ali.


Fora em outro inverno, muitos anos atrás... Viera até a vila com outros propósitos, ainda que a ideia de “visitá-los” fosse excitante para sua mente jovem e meio inconseqüente. Na ocasião era natal e ele nem sabia. Na ocasião ele chorara, não que não o fosse fazer dessa vez. Na ocasião ele desejara estar morto.


E hoje, tantos anos depois, ele voltara ali. Nem sabia, ao certo, que pensamentos o moviam até aquele lugar, mas havia dias não pensava em outra coisa, senão ali. Recordara-se, com certa culpa, que era por ser o aniversário dela. Não podia retornar outra vez de mãos vazias, como que dizendo “Ah, sinto muito, não me lembrei de trazer nada para por em seu túmulo.”, era uma ofensa para com ela.


Depois de muito enrolar, depois de passar por Kendra e Ariana Dumblendor, depois de passar pelo último Peverell, depois de gastar todos os seus subterfúgios, ele foi até ela. Até eles! Ajoelhou-se na neve fofa e, com a mão livre, tirou de cima da lápide de mármore a camada fina de neve que se acumulara ali. Mesmo depois de 33 anos, eram visíveis os nomes esculpidos na pedra. Seguiu o contorno deles com os dedos, desejando que o tempo parasse ali. Abriu o pacote escuro e descobriu cuidadosamente as pétalas dos lírios, das rosas e das margaridas. Sentiu o perfume das flores uma última vez antes de repousá-las sobre a sepultura branca.


- Não fazem ideia de como a minha vida mudou nos últimos anos. Não imaginam como eu sou feliz! – E sentiu a primeira lágrima fugir de seus olhos verdes. – Eu sou pai! É, eu sou pai. Das três crianças mais fofas que existem. Hoje eu sei o que vocês pensaram naquela noite. Eu daria a minha vida por qualquer um dos meus filhos, assim como deram por mim...


“Eu não podia ter um menino e deixar de homenagear você, pai. James é um maroto feito, aos nove anos. James Sirius Potter! É o sapeca da casa. – E riu ao lembrar do ruivinho que estava em casa com os irmãos.


“Já o Alvo é mais parecido comigo. Dos três é único de olhos verdes, mãe. Ficaria orgulhosa de vê-lo. Gina diz que olhar para ele é como me ver criança. – Sorriu melancólico. - Alvo Severo... Mudaria o que pensava de Snape, pai, se soubesse de tudo que aquele homem de Dumblendor fez por mim.


“E tem a minha ruivinha... A Lily II. Lily Luna... É toda meiga e fofa, acho que lembra muito você, Sra. Evans Potter. Adora pegar meu álbum e ficar olhando uma foto que Hagrid me deu de vocês. Ultimamente me pergunta tanto sobre vocês, sobre como se conheceram, se gostariam dela... Mas eu não posso responder direito, eu nem sei as respostas para as minhas perguntas sobre a família Potter...


“Mas hoje eu me lembrei de vir aqui. É uma data importante! Parabéns, mãe. Eu adoraria te dar um abraço e dizer que te amo, que me orgulho de você, que agradeço tudo que fez por mim, que... – E a voz dele foi morrendo até só se ouvir o soluço baixinho. Era inimaginável que ele, um homem feito, com seus mais de 30 anos, um homem famoso por sua bravura, estivesse ali, ajoelhado na neve, chorando como uma criança por duas pessoas que tinham, de falecidas, o mesmo tempo que sua idade. Mas era real e ele não se envergonhava, afinal era amor. Era o mesmo amor que dezesseis anos atrás o salvara a vida.


Quando se acalmou e só restavam as lágrimas finas marcando sua bochecha de pele clara, ele tornou a olhar para a lápide. E ficou ali fitando-a, até que uma mão pequena tocou-lhe os ombros, ele se virou depressa.


- Estava demorando e me preocupei. – Ajoelhou-se junto a ele. – É um lugar bonito, não? – Harry Potter assentiu calado. – Tenho certeza de que eles estão orgulhosos de você, Harry. Seja onde estiverem eles sabem que você está bem e feliz. E digo mais, Lily Evans Potter está imensamente feliz só por você lembrar-se dela. É um filho de ouro!


- Eu só me pergunto se... Se eu não seria mais feliz se tudo tivesse sido diferente...


- Talvez sim... Talvez não... Eu sou jogadora de quadribol, não adivinha! Mas aí, não seria a sua vida. Mas aí, você não teria as experiências que tem. As boas e as más, também... Eu te amo, querido.


-Também te amo. – E beijou-a os lábios devagar e apaixonadamente. O contato foi quebrado depois de alguns minutos.


- Bom, devemos ir. Acho que minha sogrinha não ia gostar de me ver agarrando o filhinho dela assim, quase sobre sua lápide. – E o moreno riu, dando a mão para a amada e puxando-a para cima. Enlaçou-a em um abraço pelas costas e beijou-a os cabelos ruivos. – Parabéns, Lily! Obrigada por me dar esse tesouro que é o Harry!


Ela sacou a varinha e depositou uma coroa de flores aos pés do túmulo de mármore.


- Acho que está bom. – Sorriu sincera. – Agora vamos, deixei James no comando de casa e estou começando a me preocupar. Al queria que você chegasse para ajudá-lo com o quebra-cabeça de dragões e Luna está me esperando para terminarmos nossa brincadeira de “reportagem” para “O Semanário das Bruxas”.


Ele riu e aparatou com ela para casa, tendo a sensação de dever cumprido
  
N/A: Hoje, dia 30 de janeiro de 2014, Lily Evans Potter estaria completando seus 54 anos! Parabéns à ruivinha do Pontas! Ela morreu dando vida por seu único filho, Harry, concedendo-lhe proteção mágica. Parabéns, Lily! Seu gesto de amor não foi em vão!
Obrigada por quem leu e comentários são bem vindos!
Morgana Pontas Potter 

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Comentários (1)

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