De Draco, Com amor.




Ele entrou no grande escritório luxuosamente mobiliado, fechou a porta atrás de si, seus passos até a grande mesa ali estalada fizeram um barulho angustiante para ele, fazia eco, eco significa vazio, sem pessoas... Somente ele e aquela mansão deixada por seus pais. Pelo menos isso eles deixaram para ele. Deixou seu café fumegante em cima da mesa, passou os dedos pelos pergaminhos, pegou sua pena e a molhou no tinteiro. Nenhuma palavra vinha à mente. Eram tantas coisas para falar, para demonstrar e nem teve chance... Precisava que ela soubesse.


 


Cara Herm...


 


Meu amor...


 


Meu anj...


 


Como começar isso? Como começar a escrever essa carta? Maldito seja quem inventou as saudações! Respirou fundo e recomeçou. Agora sabia o que falaria.


 


Sangue-ruim,


 


Não me venha com aquele seu olhar intimidador e com suas mãozinhas na cintura, sabe por que comecei com essas malditas palavras, porque sempre fora o começo de tudo, te chamando de “sangue-ruim” “irritante sabe-tudo”, por mais absurdo que possa soar, eu não me arrependo de um dia ter te chamado assim. Se não o tivesse feito, hoje não teríamos vivido o que vivemos aquilo foi o inicio do amor, implicâncias era a forma de te ver falar comigo, de ouvir sua voz, de ver sair pela sua boca meu sobrenome... E não pense você, Srta. Granger que eu não sabia que também sentia o mesmo, poderia muito bem me ignorar, mas sempre parava para discutir.


Ah, Hermione, o soco que você me deu ainda tenho a marca, não pela dor ou pela cicatriz, sim pelo breve olhar de preocupação a seguir. Pensou que não reparei, pequena? Você realmente pensou que não prestava atenção até nos mínimos detalhes que fazia? Ah, minha menina, aquele olhar de preocupação não só me marcou como tive aquela proibida pontada de esperança.


Depois disso, no ano seguinte resolvi encher mais o seu saco, te perseguia pelos corredores, te levava até o seu dormitório com um feitiço quando adormecia na biblioteca (mas deixamos bem claro: só te levava depois de um bom tempo te apreciando) e ficava te encarando tanto nas aulas como nas refeições, marquei cada horário seu... Nunca se perguntou como eu sempre estava nas suas aulas? Snape me ajudou quanto a isso, ele era um bom homem. Eu cogitei a idéia de te chamar para o baile, mas a escutei falando pro cabeça de cenoura que alguém já havia a convidado, fiquei despedaçado. Fred e George foram os únicos que viram a minha cara de desespero e me ajudaram quanto a isso. Sempre estiveram do meu lado desde então. Quando entrou com Krum no baile, minha admiração pelo carinha dissipou completamente, quis voar no pescoço do mesmo, arrancar seus olhos e fritas as orelhas para dar a um trasgo comer.


Naquela noite, não sei quantos chutes, socos, pontapés, tapas o búlgaro idiota levou. Depois foi só lhe lançar um Obliviate qualquer e arranjar uma lembrança. Cada grito dele, era pura adrenalina em minhas veias... Não, olha, querida, não me coloque para dormir no sofá, ele nem se lembra mais de nada... Ah, o olhar de novo... Fique calma amor, guarde suas forças que, como irei abrir o jogo pra você nesta carta, irá querer me lançar muitas crucios. Muitas coisas aconteceram naquele ano. Quando saiu aquele anuncio no jornal, que tinha um suposto romance com Potter, fiquei possesso, fui até a sala precisa, que até então, era desconhecida por você na pratica, porque em teoria, o que a sabe-tudo de Hogwarts não sabe? Continuando... Fui até a grande sala e quebrei tudo que ela me dispôs, Fred e George me seguiram e tentaram me acalmar, falando que entre você e Harry nunca houve nada, além de uma amizade de irmãos. Fiquei mais calmo mas ainda tinha o búlgaro idiota e o Weasley, por quem fiquei sabendo que você tinha uma quedinha do tamanho de um penhasco por ele.


Bom, no ano seguinte, eu comecei a ajudar o velhote... Digo, Dumbledoure, em uma de nossas reuniões, sobre eu me tornar comensal você apareceu chocada na porta, acabado de ouvir tudo. O velhote sabia e acabou contando tudo em detalhes. Disso não preciso te lembrar ou preciso?Ok, sua esquecida! Tenho que começar a fazer umas poções de memória para você. Me lembre disso mais tarde.


Saímos lado a lado aquele dia, não sabe quanto estava suando e nervoso por estar ao seu lado e quando me disse que se orgulhava, que gostava do que eu estava fazendo o mundo em volta parou, e quando me deu um beijo no canto da boca não senti mais meu coração, lembro-me até hoje de meu pensamento “Oh, meu bom Merlin, me leve para o céu, porque já estou no caminho das estrelas”.


Umbridge pegou pesado esse ano, mal pude chegar perto de você, só na A.D onde, para meu espanto, ficaram felizes com minha presença. Lembro-me de você derrubando Weasley e eu me contorcendo de rir, mas em seguida Luna acabou por me derrubar. O loirinha que de burra não tem nada, dou graças a Merlin por ter ela como melhor amiga hoje... Assim como os Potter’s e os Weasley’s. É meu amor, o que você queria se tornou realidade, esta feliz por mim?


Foi nesse ano que nos apaixonamos e que namoramos, foi quando Ron me deu um soco por ter nos pego no corredor da sala precisa... Não conseguimos chegar até a mesma de tanto... hum... calor. Ele ainda fala que deveria ter nos deixado, mas que adorou ver minha cara.


Fiquei um ano sem te ver, você foi embora com Harry e Rony e me deixou... Fiquei na mansão, não havia um dia em que não pensava em você, talvez um minuto sequer... Quando Belatriz te torturou, fiquei trancado em uma sala com infinitos feitiços, quebrando tudo e querendo sair... Não me deixavam, não queria que eu matasse minha tia.


E lá se foi você de novo, escapando pelos meus dedos, só fui te ver na guerra e bom... Queria não ter visto.


Lutamos bravamente, estávamos de mãos dadas e foi quando eu senti um aperto no peito e sua mão apertar a minha e na mesma hora me virei a tempo de pegar seu corpo sem vida antes que caísse no chão.


Ali eu soube, que eu não seria mais eu mesmo, senti uma parte arrancada, rasgada de eu sair do meu corpo, vi metade de minha alma se juntar a sua, lhe abracei, implorei pra você acordar, meu rosto já estava doendo de tanto chorar, estava completamente molhado, assim como o seu, banhado pelas minhas lagrimas. Oh Hermione, não sabe o quanto sofri, não sabe o tamanho da dor que sinto até hoje, depois de 20 anos... Eu te amo, eu ainda te amo, como sempre vou amar-te, nunca houve outra mulher, nunca encostei-me a nenhuma outra.


Quando você se foi, levou uma parte de mim junto, e nunca mais vou recuperá-la, eu sinto tanto... E eu tivesse entrado na sua frente, se eu tivesse te mandado pra longe da guerra, isso nunca aconteceria...


Mas, minha querida, não pense você que eu fiquei de braços cruzados, eu torturei meu pai, fiz ele pedir perdão de joelhos enquanto lhe lançava maldições imperdoáveis.


Você não sabe a falta que faz... Espero que Fred esteja cuidando de você, se não quando eu chegar ai arranco aqueles cabelos ruivos fio por fio.


Peço todas as noite para você ficar bem meu anjo.


Herms, querida, eu te contei? Temos uma filha linda!


Ela perdeu os pais na guerra quando tinha apenas um ano de idade, a achei em uma casa, sozinha... Só Merlin sabe quanto tempo ela estava lá, ela se chama Jane Granger Malfoy... E por incrível que pareça, ela tem seus olhos e é outra rata de biblioteca... Está com 21 anos, responde pelos seus atos sonserinos agora... Sonserina com a decoração de vermelho e dourado no quarto.


Ela te ama tanto Mione, mais tanto, que é como se você a tivesse conhecido.


Desculpe não escrever mais minha menina, estou atrasado para o almoço de aniversário do pivete do Harry, o James. Se esse menino der em cima da nossa filha de novo vai apanhar, ela é mais velha, muleque sem vergonha!


Eu só quero que saiba que eu te amo, e que nunca deixei de pensar em você um dia sequer.


Agradeço a George pela idéia da carta... Ele escreve todos os dias para Fred do escritório dele.


 


 


Um beijo enorme meu amor, nunca se esqueça que meu amor por ti é o mais verdadeiro que se possa sentir, só peço que não fique triste pela minha dor, porque ela é a certeza de que tudo que vivi não foi um maravilhoso sonho do quarto ano.


 


De Draco,


Com amor.


 


 


Ele dobrou o fino papel e fez de tudo para sua lagrimas não molhassem o mesmo. Um alivio o tomou conta, ele falou com ela mesmo sem obter respostas, ele disse o que estava embolado na sua garganta, que ele a amava.


– Vamos, papai? – a graciosa menina de olhos castanhos e cabelos um pouco armado abriu a porta do escritório de seu pai.


– Vamos, meu tesouro. – a abraçou ali na porta e lhe deu um beijo estralado no rosto.


Ao saírem, duas pessoas se fizeram presentes no local.


– Eu posso abrir? – Hermione Granger me olhou, pedindo permissão.


– Ela é para você.


– Não vai pegar a sua?


– George só me escreve ao anoitecer. E essa é a primeira de muitas cartas que vai receber, quero estar nesse momento contigo.


– Eu te amo Fred, você é o meu anjo.


– Eu cuidei de você, somente isso. Assim como George me pedira em diversas cartas atrás, pois seu melhor amigo e novo sócio estava sofrendo com a perda da amada. – ela me sorriu. A mulher a minha frente, logo nas primeiras palavras chorava e eu pude senti a dor que sentia.


– Posso mostrar que estive aqui?


– Não precisa, ele vai saber.


Eu, Fred Weasley, que conto essa história pra você, admito que em toda minha vida e a pós, nunca vi um amor tão puro e verdadeiro, ele a amava, e era igualmente respondido de outro plano. Faltava pouco para as duas almas se juntarem e virarem só um, eles eram uma alma divida em dois.

 

-x-

Espero que tenham gostado. Eu amei escreve-la, mas confesso que não saiu como o esperado.
Kisses  

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Comentários (1)

  • RiemiSam

    Alguns amores sao eternos e perduram por várias vidas até se acertarem. Acredito na ligação de almas e que essa vida terrena é muito pouca perto do aprendizado que carregamos desde o berço. Linda FIC.

    2013-12-09
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