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Dez entre dez pessoas concordavam: Mandy Stewart era a mulher mais bonita do Profeta Diário. Não eram apenas seus olhos claros ou seus cabelos negros e compridos, dando–lhe o ar de nativa havaiana. Não, para garantir o posto de mais cobiçada, Mandy somava ao corpo perfeito, os lábios provocantes e os seios que eram tudo aquilo que precisavam ser.


 


Mandy Stewart parecia uma atriz de cinema. E não qualquer atriz. Ela era aquela que salvaria um roteiro ruim só por fazer parte do elenco. Todos, absolutamente todos, do jornal já realizaram seus desejos mais íntimos imaginando uma noite em sua companhia. E Astoria Greengress não estava fora da lista.


 


Mas isso até que mudou nos últimos tempos. Depois que começou a sair com Gina Weasley, Tori parou. Parou de forçar pequenos encontros na redação do jornal. Parou de olhar. Sentir. Desejar. Tori só tinha olhos para uma pessoa.


 


 


– Aqui a essa hora?


 


Tori como sempre concentrada demais em seu trabalho não reconheceu quem se dirigia a ela. Estava tarde, precisava terminar logo as edições, Gina queria sair ou algo assim.


 


– Revelando as fotos do caderno especial de– O–Oi, Mandy.


 


– Alguém já te disse que você trabalha demais? – Mandy sorriu. Por que seu sorriso desarmava qualquer um?


 


– Qu–Que isso. – Tori também sorriu. Corou. Por que seu sorriso parecia tão idiota?


 


– Café? – A repórter ofereceu uma caneca.


 


– Claro, obrigada.


 


Tori aceitou, bebeu um gole e, bem, realmente gostava daquilo.


 


– Por que você está na redação? – A loira continuou tentando fazer algum barulho além do que a poção para revelar fazia ao agir no papel.


 


– Precisei fechar a matéria de amanhã. A pauta de mais cedo caiu... – Mandy sentou–se defronte cruzando as pernas à la ‘Instinto Selvagem’.


 


– Eles deveriam contratar mais alguns jo–jornalistas. – corou ainda mais e bufou antes esconder seu rosto atrás da caneca de café ao tomar mais um gole.


 


– É. – Mandy manteve os olhos fixos nos da outra. Após um pequeno silêncio, levantou–se. – Você precisa de uma massagem.


 


– Ma–ssagem?!


 


A morena se posicionou atrás da cadeira de Astoria. Tocou levemente seus ombros, nuca, pescoço. Negar que estava gostando seria o mesmo que negar que gostava de café ou de fotografar ou de Gina...


 


– Mandy... Eu preciso– Tori fechou os olhos.


 


– Shh. Relaxa.


 


Os toques eram precisos. Firmes. Mas delicados. Mandy sabia fazer uma massagem, sabia envolver. E Tori pensou que, antes de conhecer Gina, tudo o que ela mais queria era um momento como esse.


 


 


Tori?!


 


Daquela terceira voz Astoria conhecia todos os tons e timbres. Abriu os olhos com o susto e levantou–se bruscamente da cadeira.


 


– Gina? O–Oi. – Porque tinha sempre que gaguejar?!


 


– Boa noite, Weasley. – Mandy cumprimentou. Sorria.


 


– Boa noite, Stewart. – respondeu secamente antes de se dirigir a outra. – Eu estava te esperando, Tori.


 


– Descu–culpa. Eu já–já... – respirou para conseguir concluir. – Eu já estava terminando.


 


– Percebi. – Sorriso seco. Sarcástico.


 


 


...


 


– Foi incrível, quero dizer, eu consegui fotografar o Ministro na maior saia justa... – Tori mordeu seu temaki. – Fui a única quem conseguiu.


 


– Hm.


 


– Ganhei um bônus por isso, sabe?! Comprei uma câmera melhor, tava começando.


 


– Legal.


 


– Você não vai comer?


 


– Perdi a fome.


 


– Mas, Gi... – Astória a encarou.


 


Silêncio.


 


– Você tá chateada comigo?


 


– Não.


 


– Tem certeza? – A loira segurou a mão de Gina.


 


– Eu não gostei, ok?!


 


– Do que você tá falando?


 


– Não gostei de ver você... Não gostei de ver a Mandy se esfregando em você.


 


– Gi, eu não tenho na–nada com ela. Nu–nunca tive. Que bobeira.


                                      


– Eu vi como ela te olhava. Só de imaginar aquela cena eu tenho vontade de arrastar a cara dela no asfalto.


 


Astoria parou, pensou. Gina realmente estava com ciúmes? Sorriu. Pegou novamente as mãos da ruiva.


 


– Confia em mim. Eu só tenho olhos pra você.


 


– Ok.


 


Eu só tenho olhos pra você.

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