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– (207) –


 


 


– Nós devíamos tirar um tempo de folga, dar uma escapada, aproveitar o portal de graça, etc.


 


– Gina, você é rica. – lembrou–a.


 


– Você também é. – acusou.


 


Tori fez uma careta contrariada. Era rica por herança de família, mas, ao revoltar–se com o estilo de vida superficial dos Greengrass, acabara por abdicar de todo o luxo hereditário.


 


– Provavelmente vou ser deserdada.


 


Gina riu.


 


– Vale à pena por ser quem você é.


 


– Vale à pena por poder andar de mãos dadas com minha garota pelas ruas de Amsterdã. – disse erguendo as mãos dadas com a ruiva.


 


– Tori, olha! Olá, você!


 


Tori suspirou ao ver Gina abaixar–se para brincar com um filhote de cachorro vira–lata claramente abandonado no meio da calçada.


 


– Ele não é lindo? – disse toda boba.


 


– Deve estar cheio de pulga.


 


– Como você é insensível, Astoria. – resmungou Gina. – Coitadinho.


 


– É só que...


 


– Já sei! – levantou–se, decidida. – Vamos ficar com ele.


 


– QUÊ? Gina, essa é uma péssima idei –


 


Mas a ruiva já tirara seu casaco caríssimo da mais alta costura bruxa e embrulhara o cãozinho nele confortavelmente.


 


– O que você está fazendo? – perguntou, em choque. Não que se importasse com um casaco caro, mas...


 


– Ele deve estar com frio. – sorriu largamente. – Toma. O Basílio agora é seu.


 


– Ahn?


 


– Você precisa de um pouco de amor nesse seu coração de pedra, Tori, e o Basílio vai te fazer bem.


 


– Mas...


 


– Vamos, Tori!


 


Astoria suspirou.


 


– Ok, – pegou o filhote enrolado no casaco desajeitadamente – Mas nem fodendo você vai chamar meu cachorro de Basílio.

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