O Erro de Diggory...



– Bem, sim... Aliás, era por isso que ela veio aqui me tirar do salão principal... – Disse Emily.


– Não... É... Am... Não quero ser intrometido, mas se você quiser desabafar... – Disse o garoto constrangido.


– Está bem – Disse ela parando em frente à entrada da sala comunal – É melhor não entrarmos até eu terminar de contar a historia...


Harry assentiu com a cabeça, Emily se sentou no chão e se encostou na parede.


Harry sentou-se ao lado da amiga.


– Há dez anos, quando eu tinha quatro anos...


– 4 anos, a mesma idade em que você conheceu a Amber... – Interrompeu Harry.


– Sim, o que aconteceu a dez anos de certa forma está relacionado à Amber – Disse Emily – Posso? – Perguntou ela


– Sim, desculpe – Disse Harry.


– Eu e minha irmã Starla estávamos andando na rua e era bem tarde...


No memento em que Emily começou a narrar a historia para Harry, a cena veio em sua cabeça, era como se aquilo tivesse acabo de acontecer...


 


– Parabéns maninhaaa!! – Dizia a pequena Emily.


– Já é a milésima vez que me diz parabéns... – Brincou Starla.


As duas andavam pela rua, até que ouviram um grupo de meninos se aproximarem, falando alto e dando gargalhadas.


Quando os garotos chegaram perto das duas...


– Ora... Ora... Ora... – Disse um deles – Vejam quem está aqui...


Neste momento Starla colocou o braço na frente de Emily como se a estivesse protegendo.


– É verdade que é seu aniversario hoje, Starla? – Disse o mesmo garoto.


– Não é da sua conta – Disse a menina


– Como não é da minha conta? Preparei seu presente com tanto carinho – Disse o menino.


Os outros atrás do mesmo riram.


O garoto olhou para a pequena menina ao lado de Starla como se fosse fazer mal a ela.


– Deixe-a fora disso – Disse Starla empurrando Emily para o lado


– O que foi? Parou de ser durona? – Perguntou ele.


Starla não respondeu ao comentário, apenas o encarava.


O garoto chegou perto da menina e pegou seu queixo.


– Como quer seu presente? – Perguntou ele cinicamente.


Starla bateu na mão do menino para que ele a soltasse.


– Ora... Ora... Ora... – Disse ele articulando os dedos – Não devia ter feito isso... – Disse ele pegando a mesma pelo pescoço e atirando-a no chão.


Na mesma hora Starla olhou para Emily e gritou:


– Corra! E chame alguém!


Os garotos avançaram para Emily, mas a garota foi mais rápida e partiu em disparada para casa.


– Esqueçam ela! – Disse o menino.


(...)


Nesse momento Amber revirava-se na cama, a menina respirou fundo, e novamente as imagens daquele dia vieram em sua cabeça...


 


A pequena Amber andava entediada em sua casa segurando um lembrol que havia ganhado de sua mãe. Seus pais não se encontravam em casa, e às vezes a pequena podia contar com a presença de seu avô, porem hoje ela estava sozinha, o que era comum, já que a garota já se acostumará a ficar sozinha.


Amber encarava o Lembrol e o arremessou longe.


– Coisa Inútil! – Disse ela.


Seu cachorro que encarava atentamente a grande janela da sala começou a latir.


– Qual é o seu problema? – Perguntou a mesma indo em direção a janela. Neste memento, menina viu a cena mais horrível que uma garota de quatro anos poderia ter visto, três garotos batendo em uma garota.


Amber sem saber o que fazer começou a gritar histericamente, e os meninos na rua olharam para janela e viram a garota.


O cachorro saio correndo pela portinha de cachorro e começou a latir mais alto ainda, os meninos correram com medo e deixaram ali no meio da rua a menina que sangrava.


De repente, o cachorro entrou correndo na casa amedrontado, pois havia aparecido um dementador que cada vez se aproximava mais da garota deixada no asfalto. Amber ficou vidrada na janela sem saber o que fazer e cada vez mais o dementador se aproximava cada vez mais da garota...


 


Amber bateu em sua cabeça tentando fazer com que aquelas lembranças desaparecessem.


(...)


– E quando meus pais voltaram... Starla já estava morta – Disse Emily com os olhos cheios de lagrimas.


– Mas... O que Amber tem a ver com isso? – Perguntou ele.


– Starla foi morta em frente à casa de Amber, e ela estava sozinha em casa no dia... Depois que meus pais deram um jeito no corpo de Starla, levaram Amber para casa... Ela estava muito perturbada e não disse nada até seus pais chegarem... – Emily a essa altura já estava chorando.


– Eles mataram sua irmã? E Amber com apenas quatro anos viu tudo? – Perguntou ele.


– Uhum, e sabe... Amber está de olho em mim porque o assassino de minha irmã está aqui e ela não quer que eu me vingue – Disse Emily.


Harry não disse nada, estava chocado nunca conhecera uma pessoa com um passado tão sombrio e sangrento igual a ele.


– Sabe quem é o desgraçado que fez isso, Harry?


– Quem? – Perguntou ele.


– Cedrico... Harry, Cedrico Diggory – Disse a garota suspirando alto.


Harry não se conteve ao ver a menina ali chorando a puxou para um abraço apertado.


Emily enterrou a cabeça no peito do menino, porem nesse momento ouviram-se passos no corredor e Emily levantou a cabeça vendo Gina que estava parada fitando-os completamente vermelha.


– Não queria ter atrapalhado – Disse ela.


– Não, não Gina – Emily se levantou de imediato – Boa noite Harry, obrigado – A menina sorriu – “Abóboras de chocolate” – Disse ela e a mulher gorda rodou o quadro na mesma hora. Emily entrou pelo buraco e assim que passou, viu os rostos de Hermione, Rony, Fred e Jorge a encararem.


– Você está bem? – Perguntou Fred


– Ótima! Só um pouco cansada... Vou me deitar... Boa noite...


– Onde está Harry? – Perguntou Jorge.


– Lá fora – Disse Emily.


Ela não queria dizer aos Weasleys que Harry estava com Gina, então subiu rapidamente pelas escadas sem nada mais a dizer.


O que não entrava na cabeça de Emily, era o fato de que nunca tinha dito isso a ninguém a não ser para Amber, então... Porque tinha contado a Harry? Porque confiara tanto nele? Talvez porque ela mesma sabia que Harry havia passado por coisas iguais. Emily subiu direto para seu quarto e se deitou em sua cama adormecendo quase instantaneamente.

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