Único



Era uma noite nublada, delicados flocos de neve caiam sobre os terrenos de Hogwarts, fazendo com que uma fina camada branca se formasse sobre a grama verde. As janelas estavam apagadas, mas no Grande Salão Principal a festa continuava. O ultimo dia de aula havia chegado e viera acompanhado do tão esperado Baile de Formatura. Pelas três semanas anteriores só se falava nisso: as meninas cochichavam histéricas sobre os vestidos que iriam usar, os sapatos que iriam combinar e os garotos que elas queriam que as convidassem, mas provavelmente iriam dizer ‘não’ se eles o fizessem. Já os meninos, comentavam displicentemente sobre qual garota iriam convidar, e faziam apostas sobre quem ia com quem, tentando esconder sua real ansiedade. Agora, que o dia realmente chegara, ninguém encobria a sua verdadeira felicidade.  Moços e moças de 17 anos dançavam, desfilando os seus chiques trajes a rigor, pelo salão principal, iluminado pelas várias velas flutuantes. As mesas das casas haviam sido substituídas por várias mesinhas, deixando um enorme espaço para uma pista de dança, onde tocava uma musica alegre. Todos estavam se acabando de dançar. Todos, exceto uma pessoa. Uma bela morena, vestida com um vestido tomara-que-caia verde-esmeralda, estava sentada em uma das mesinhas, uma garrafa de cerveja amanteigada numa mão. Ela observava, com um sorriso torto no rosto, um casal dançando juntinhos. Ela, a garota que dançava, era Lily Evans, com seus longos cabelos ruivos presos num coque desfiado, ela desfilava com seu vestido preto de alcinhas. Dançando quase agarrado á ela, estava James Potter, vestido com seu traje a rigor. Marlene McKinnon, a garota que não dançava, estava calmamente observando o casal de amigos quando uma mão aparece a sua frente, tampando a sua visão.


Sirius Black estava á sua frente, vestido com uma calça social preta e uma camisa social branca, os primeiros botões abertos, os longos cabelos negros caindo sobre os olhos muito azuis. Ele pedia claramente para Marlene que esta lhe concedesse uma dança. Ela hesitou por um instante, depois, fitando aqueles olhos azuis-acinzentados, ela aceitou a mão do rapaz, que a conduziu para o centro da pista, enquanto os primeiros acordes de uma música lenta começavam a tocar. Quando eles pararam, vários olhares foram lançados sobre o casal.


                                                                   “Você me chamou pra dançar aquele dia


Mas eu nunca sei rodar


Cada vez que eu girava parecia


Que a minha perna sucumbia de agonia”


Ele pousou as suas mãos na cintura dela, que por sua vez, abraçou o pescoço dele. Ele dançava calmo, seguindo o ritmo da música, já ela, parecia estar desesperada para parar. Pisava nos pés dele, que nem se importava, tropeçava nos próprios pés e por pouco não caia. Ela estava começando a ficar nervosa. Gostaria que ele olhasse para outro lugar senão seus olhos.


“e cada passo que eu dava nessa dança


Ia perdendo a esperança


Você sacou a minha esquizofrenia


E maneirou na condução”


Sirius de repente puxou ela mais para perto de si. Ela se assustou, mas, de um certo modo, se sentiu mais segura. Ele deu um passo para o lado e ela quase caiu, cairia, se Sirius não estivesse segurando-a tão firmemente. Ele inclinou a cabeça para frente, ficando com os lábios quase encostados na sua orelha, então ele sussurrou, com a voz rouca: “calma, Lene.” O uso de seu apelido fez Marlene estremecer. Ela inspirou profundamente e o cheiro do perfume que o garoto usava invadiu-lhe as narinas. Era um cheiro realmente inebriante, e ela se sentiu perdida por um momento, quando percebeu que já não tropeçava mais.


“Toda vez que eu errava cê dizia


Pra eu me soltar porque você me conduzia


Mesmo sem jeito eu fui topando essa parada


E no final achei tranquilo”


Marlene só então se deu conta da proximidade entre os dois. Ela ergueu os olhos para o rosto do moreno, que sorria torto para ela. Ela ficou encantada, todos os sorrisos dele eram lindos, desde o agradável até o tira-sarro. Marlene não sabia exatamente oque lhe levou a fazer aquilo, se foi o fato do perfume dele estar deixando ela tonta ou por ela simplesmente sempre querer fazer isso, mas ela fechou seus olhos castanhos e entreabriu os lábios rosados. Ela sentiu a respiração dele cada vez mais perto do seu rosto sentiu seu hálito de menta muito próximo...


“Só sei dançar com você


Isso é o que o amor faz


Só sei dançar com você


Isso é oque o amor faz...”


Ele roçou os lábios de leve nos dela, que sentiu o coração acelerar. Ele pressionou levemente a boca contra a dela, que correspondeu. Ela sentia como se tudo tivesse parado, como se as pessoas ali presentes tivessem sumido, como se o próprio Salão tivesse sumido. Apenas ela e Sirius, eles eram a única coisa sólida no universo. Ela sentiu os lábios dele se afastando, quando a necessidade de ar se fez presente. Ele sorriu, com aquele sorriso que encantava tanto a garota. Ela encostou a cabeça em seu ombro, fechando os olhos, e ele fez o mesmo, apoiando o queixo sobre os cabelos macios da garota.


“Só sei dançar com você


Isso é o que o amor faz


Só sei dançar com você


Isso é o que o amor faz...”

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • Alice Spring

    Senhor, que fic linda! Eu gosto da música e você foi e fez uma fic super irada com ela! Amei!  :) XD :*

    2013-11-29
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.