Conhecendo novos amigos

Conhecendo novos amigos



 


-Bom dia Ash! – disse Maite correndo para abraçar a prima. Ela tinha acordado cedo para encontra-la antes das aulas começarem. – Como é a Sonserina? Eles são legais?


-Quero ir embora! – respondeu a loira emburrada.


-Mas o que você tem?


-Detestei minha casa...


-Eles foram maus contigo?


-Não...na verdade eu só conversei com um rapaz...


-Então por que esse desânimo?


-Porque estou sozinha Mai! Você ficou com a Maria e eu estou mofando naquelas masmorras malditas e abafadas, quase morro de claustrofobia...


-Sempre exagerada Ash...


-É verdade! E ainda dizem que todos os bruxos maus saem dessa casa!! Imagine!! Não quero ser uma vilã...


-Se acalma guria! Não estamos em um filme... – pediu Maite paciente. Às vezes ela sentia vontade de rir do jeitinho da prima, ela sempre era exagerada e melodramática. Acabava sempre se metendo em confusão porque fala antes de pensar nas consequências. Mas no fundo Ashley é extremamente carinhosa. – Não chore pelo leite antes dele ser derramado, venha, tire essa cara de braba, vai espantar os gatinhos. – brincou – Vamos tomar café, você precisa de um bom suco de abóbora para melhor seu humor.


-Preciso de uma gravata da grifinória!


-Não precisa não! Relaxa! Sei que és muito boa, todos nós sabemos e te amamos muito! Mamãe está feliz com nossas casas, ela não tem problemas com a Sonse...


-E você até dá apelidos para esses chatos...


-Não reclame antes de conhecê-los. E não os julgue. Existem pessoas boas e ruins em todo lugar, relaxa, só seja você mesma e vai ver como tudo dará certo. E se precisar sabe que tem meu apoio. – incentivou Maite piscando.


-Tá. Vou tentar...


-Sei...por que não começa me mostrando esse garoto?


-Vai tomar café na “Sonse”?


-E por que não?


-Vão te matar! Não lembra que a tia Thali disse da rivalidade...


-A esquece esse povo, não devo nada a ninguém, quem me olhar com cara feia eu mostro a língua. – disse Maite fazendo Ashley sorrir pela primeira vez. –Eles têm é inveja porque não terem coragem de quebrar as regras. Faça como eu, mande três beijos para o recalque.


-Você é inacreditável Mai! Toda delicada, mas com um gênio...ninguém acredita, só vendo e ouvindo...


-This is me...


-Quero morrer sua amiga – respondeu Ashley rindo mais ainda das caretas da prima e entrando no salão.


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Rony e Hermione estavam tomando café quando viram a aluna nova entrar no salão. Ela ria descontraída com outra moça que usava o uniforme da sonserina, fazendo o ruivo desaprovar sua atitude.


-Ai para Ron muito cedo pra começar com isso. Deixa ela em paz, é o primeiro dia!


-E precisa começar com amizade com uma sonserina idiota?


-Você nem conhece a menina! – comentou Hermione espantada.


-Acho que elas já se conhecem cara. – disse Harry chegando e se sentando. Ele tinha escutado o final da conversa dos amigos e se lembrou de na noite anterior ter visto as duas se cumprimentarem na hora da saída do salão principal.


-As duas podem estudar na mesma escola talvez, podem ser amigas, afinal ambas são intercambistas.


-A Mione tem razão.


-Até você cara?


-Até o Harry o que?


-Bom dia Luna! – responderam os três juntos.


-De quem estão falando?


-Já viu a novata na mesa da sonserina?


-Gosto delas Ron, admiro a atitude da garota. –respondeu a garota com a sinceridade habitual.


-Viu até a Lu concorda que você está exagerando, não assuste a novata! Quero uma amiga na grifinória – disse Hermione para botar um fim na discussão.


-É não afaste a Mai... –completou Harry. Ele havia se sentido muito feliz em conhecer a brasileira e queria ser seu amigo, embora não soubesse direito porque gostava tanto dela em apenas um dia. E esses sentimentos não passaram despercebidos por Hermione:


-Nossa, já estão se chamando pelo primeiro nome? –comentou a castanha enciumada.


-Hum...ficamos conversando ontem, eu ela e o Dino... –respondeu o garoto tentando se justificar.


-Oras, mas é natural não?


-Como assim Luna?


-Ela vem do Brasil. Lá as pessoas não são tão formais. – respondeu a loira como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo.


-Certo. Em todo caso vamos deixar ela em paz e nos concentrar no café. Até porque se não o Ron não deixa nada na mesa né? –brincou Hermione rindo do tamanho do prato do colega.


-Estou com fome... –respondeu Weasley fazendo até Luna gargalhar.


Era ótima essa alegria. Harry sentira saudades dos amigos e queria que as coisas dessem certo com Mai. Ele não sabia o motivo, mas um pressentimento o alertava que a garota ainda seria importante para ele.


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McGonagall acabou calmamente de tomar o café e se preparava para dar sua primeira aula. Ela estava terminando de guardar umas anotações quando uma coruja bateu na janela do escritório da diretoria. A bruxa caminhou até lá e pegou a carta curiosa. Era cedo demais para o correio.


“O que será tão importante?” pensou intrigada enquanto despachava a coruja e abria o envelope.


-Pelas barbas de Merlim! – exclamou à medida que lia a correspondência. Era impossível que ela estivesse lendo aquilo. Afinal a jovem Thalia estava certa. As coisas pelo jeito não seriam tão calmas em Hogwarts como McGonagall desejava.


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-Então pare de me enrolar... Cadê o gato? –perguntou Maite à medida que caminhava para a o café com Ashley. As duas andavam de mãos dadas como sempre faziam. Eram muito amigas e a morena gostava muito de poder ter a amiga ali para lhe fazer companhia.


-Hum...ah ali está, o loirinho do centro... – disse a bruxa apontando para a mesa da Sonserina, onde elas viram um grupo de garotos sentados bem ao centro e um deles, o que Ash apontara, chamava atenção das pessoas a sua volta. Ele agia de modo imperativo, parecia ser uma espécie de líder do grupo. Porém quando elas chegaram mais perto, Maite quase deixou escapar um grito. Ela não acreditava no que estava vendo.


-O que foi? Ficou eufórica de repente...


-Não pode ser! É o...como é mesmo...Draco!


-Você o conhece?


Maite aproximou-se sem querer do grupo e acenou de longe para Draco, que veio em sua direção.


-Bom dia meninas! Você está melhor? –perguntou olhando para Ashley.


-Sim, a Mai sempre melhora meu humor. A propósito essa é a minha prima.


-Vocês são muito lindas – disse o sonserino fazendo as garotas corarem.


Ashley notou que Torres perdera a empolgação e decidiu dar uma forcinha. Apesar do bom humor, ela tem problemas com a timidez e acaba sempre se fechando quando está perto de estranhos. Ash torcia para que com o intercâmbio a morena conseguisse vencer seus medos.


-Acho que a Mai te conhece.


-É eu vi você acenando...


A brasileira queria abrir um buraco no chão é se enterrar. “Não acredito que acenei pro rapaz, aiiiii ele deve estar me achando uma maluca!” pensou nervosa.


-Vamos prima, conte de onde se conhecem... –incentivou Ashley sorrindo.


-Bem... – começou a bruxa reunindo coragem. Agora que já tinha chamado atenção tinha que ir em frente. –Talvez tenha me confundido...desculpe atrapalhar você...


-Imagina! Eles são uns chatos, estava mesmo louco para sair dali, me fez um grande favor. E eu é que peço desculpas, não sei como posso ter esquecido uma gata como você...-respondeu Draco com um olhar sedutor fazendo Maite ficar roxa de vergonha. Se a amiga não estivesse segurando firme sua mão ela teria saído correndo.


-Bom Draco já deve ter notado que minha prima é meio tímida...


-Ash!!


-Ela é bem divertida, só espere ela se soltar. A Mai é uma mistura de personalidades, você vai amar...


-E com uma prima como você não dá mesmo para melhorar minha timidez – respondeu a morena fazendo os amigos rirem. –Então você por um acaso não é vizinho de uma moça chamada Annie?


-Hum...meus vizinhos são os chatos dos “amigos” do meu pai não lembro de...espera, ah você está falando da minha casa de verão na Espanha?


-Bem...não sabia que tinha mais de uma casa –respondeu a morena impressionada.


-Foi mal, não foi minha intenção me convencer...


-Tudo bem...


-Mas sim me lembro de uma morena bem interessante...aliás pensando melhor, ei ela é parecida contigo...


-É porque ela é minha irmã mais velha. –respondeu Maite sem graça. Ela nunca tinha recebido tantos elogios.


-Acho que estou começando a gostar da sua família... – brincou Draco fazendo as meninas rirem. Ele convidou-as para se juntarem a ele na mesa e aos poucos Maite foi se soltando.


-Me lembro de uma vez que jogamos tranca-bola. Você ficou no meu time...


-Claro! Nossa como pude esquecer, você é talentosa hein garota? Joga melhor que muito marmanjo.


-Obrigada...eu curto esportes...


-Vai jogar então?


-Quadribol? Não. Eu queria, mas ontem me disseram que já tem apanhador na Grifinória.


-O santo Potter...


-Ih já senti que temos rivalidades aqui – comentou irônica Ashley olhando para Maite com cara de “eu não te falei?!”


-É que eu sou o apanhador da Sonserina, mas voltando a falar de ti Maite, lembro que seu arremesso era forte, porque não tenta ser batedora?


-Eu!?


-Por que não? Eu ia gostar de ter uma garota delicada na equipe, melhor do que o Travor e o Davis – disse Draco apontando para dois garotos sentados mais adiante. Eles eram gigantes e pareciam com dois macacos desengonçados. –Tomara que alguma garota se inscreva para os testes esse ano, eu ia adorar trocar o time...


-Nossa então você é o capitão? Que legal!


-Valeu. Aceito você se quiser Maite, pode pedir pra tocar de casa.


-Eu ia amaaaaaar! – comentou Ash


-Fico lisonjeada, mas já tem garotas talentosas aqui né prima?


-Também joga?


-Você não viu nada, ela arrasa.


-Duas batedoras gatas, nossa minha manhã começou esplendida.


-Estou te achando engraçadinho demais –respondeu Ash olhando nos olhos de Malfoy que ficou hipnotizado –Sou talentosa, mas não para você, contente-se com seus macacos ali...


-Duvido que consiga ficar fora dos jogos, jogamos desde novinhas...


-Eu vou sobreviver...


-Começaram com quantos anos?


-E ele ainda é curioso...


-Desculpa estou tentando fazer amizade...


-Sei...em fim, comecei no segundo ano, com doze. –disse a loira convencida.


-Eu também.


-A, mas não se anime muito a senhorita Mai aqui supera qualquer um...


-Ashley!


-É verdade, ela começou com dez...


-Sério? Uau...


-É que quando entrei ainda não tinha feito onze anos, meu aniversário foi depois de eu ser admitida na equipe. –contou a morena encabulada.


-Superou o cicatriz, ele é “o mais jovem do século” aqui em Hogwarts...


-Quem? –perguntaram as meninas juntas.


-O Potter. Mas então vocês devem jogar super bem, eu ficaria feliz em vê-las em campo, mesmo que seja no time rival –completou Draco sorrindo sedutor pra Maite –É um prazer enfrentar rivais a altura.


-E é convencido! Você é um nojo hein?


Maite riu demais do comentário da prima.


-Acho que ela gostou de você Draco...


-Estou percebendo.


-Quem não parece feliz é seu colega grifinório... –comentou Ashley apontando para a mesa da casa da prima. Rony olhava para eles com cara de poucos amigos. –Mostra a língua... –brincou a loira e Mai acabou fazendo careta para ela.


-Cara feia é fome. Não devo satisfação pra ninguém...


-Cara sabe você é a primeira grifinória que conquista meu coração... –respondeu Draco deixando Maite com vontade novamente de se enterrar no chão. O garoto adorou as duas primas e achava que eram diferentes das meninas burras e interesseiras de Hogwarts. Principalmente ele admirou a coragem e atitude de Mai que não teve receio em sentar na sonserina mesmo com todos os olhares do salão.


-Assim fico com ciúmes, além de amigos vão ficar se paquerando?


-Aaaasshhh! – disse Maite realmente ficando roxa de vergonha e escondendo o rosto com as mãos


-Ok Mai estou brincando. Relaxa.


-Acho que já vou tchau...


Então a brasileira saiu correndo do salão.


-Espera! –tentou chamar Draco, mas a garota já havia sumido.


-Aiii eu sou tão idiota – comentou Ashley arrependida. –Não devia ter brincado tanto...


-Pra onde ela foi?


-Não se preocupe, vou atrás dela.


-Ok, pede desculpas por mim.


-Tudo bem é que ela é mesmo muito fechada. Não está de mal contigo relaxa. Ela deve é estar uma fera comigo...


-Qualquer coisa avisa. Gostei de conhecer melhor vocês. Te disse que eu não era má companhia...


-Não se anime. Ainda não curto nossa casa. E vou indo. Adiós. –respondeu a loira se virando fazendo seu cabelo brilhar com a luz da manhã.


Draco ficou observando animado ela sair. Ele realmente sentia que as duas seriam amizades valiosas. O garoto não fazia ideia do quanto.


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Annie Duerre Torres tinha acordado cedo. Era seu dia de plantão no hospital bruxo de Madrid e havia muita coisa para fazer. A jovem era a medibruxa mais jovem entre os funcionários do hospital e era conhecida por seu carinho e dedicação aos pacientes. Qualidades que herdara da mãe, com quem aprendera a amar o trabalho. Thalia sempre dizia aos filhos que o importante era eles fazerem algo que gostassem e Annie tinha orgulho da profissão que escolheu.


“Hum que falta vocês fazem...” pensou sentindo saudades da família. Ela morava há anos fora de casa e sentia falta da mãe e das irmãs mais novas, Maite e Letícia. Mas para sua sorte elas tinham se mudado para a Inglaterra e a medibruxa já planejava uma viagem em sua primeira folga para matar as saudades.


-Ei precisamos da sua ajuda! – disse a secretária do hospital tirando Annie de seus pensamentos. –Uma emergência, o paciente acabou de chegar e é muito grave.


“E é isso ai, lá vamos nós!” pensou a jovem lavando as mãos e se encaminhando para a UTI onde seu chefe, o doutor Smith a esperava com cara de poucos amigos.


-Senhor?


-Torres é bom que esteja preparada...


-Assim o senhor me assusta...


-É para alarmar mesmo. –respondeu o homem sério. Ele convidou a jovem a se aproximar do paciente e retirou o pano que cobria o corpo do rapaz. Annie quase deu um grito.


“Não pode ser verdade, estou vendo coisas!” pensou pasma.


-É acredite, é isso o que está vendo – respondeu Smith como se lesse os pensamentos de Annie. Ela olhava para a tatuagem do jovem e sentia arrepios só de pensar no que aquilo representava. Ali a sua frente estava desmaiado um comensal da morte.

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