Incontroláveis



 


A N T E R I O R M E N T E


Eu irei me reerguer. Irei sair desse poço sem fundo. Irei conseguir o que este paradoxo pede desesperadamente. Vingança.


E aqui, uma nova Hermione Granger surgiu.


– Sectumsempra.


A G O R A


Ouvi uma voz sibilante gritar com toda a sua fúria. Me lembrava vagamente de uma cobra prestes a dar o bote. Perigosa. Ameaçadora. Terrível. Rouca. Letal. Me arrepiei por inteira.


– Sectumsempra. – Ele gritou, a fúria evidente em sua voz. Quase pude ver o feitiço desconhecido atingindo seu oponente, o fazendo cair naquele chão mórbido. Outro calafrio estranho atravessou o meu corpo. Não era um bom sinal. A voz ecoou por toda a casa, que estava silenciosa até então, chamando a atenção do casal que estava deitado na cama a minha frente. Dei um sorriso irônico quando seus olhares assustados rondaram o local procurando a pessoa que lançou tal feitiço desconhecido, até mesmo para mim, e deram de cara comigo.


– Mas o-oque est-a acontec-endo aq-qui? Qu-er dizer… É vo-você mesmo Mione? – Gaguejou um Harry assustado, surpreso pela minha aparição repentina. Oh, ele esperava que eu fosse corna pelo resto da minha vida. Grande erro o dele, ah, grande mesmo. Dou um sorriso sarcástico a ele e a sua futura namorada, mas conhecida como Ginevra Vadia Weasley.


– Não, é o fantasma dela que veio atormentar vocês. Por culpa sua, Harry James Potter, ela acabou de morrer de hemorragia dentro de um banheiro. Sozinha. Sem ninguém que a amava. E isso é tudo culpa sua, Harry. Por que você não me amou? Por que mentiu para mim? Por que me traiu? Agora eu estou morta, e a culpa é exclusivamente sua. Puramente sua e dessa sua vadiazinha ai. Por isso vou atormenta-los até o fim de suas vidas inúteis. – Falo com a voz carregada de ironia, mas com grande decepção, desilusão, e amargor também. A surpresa ainda estava estampada em seus rostos, mas ainda sim pude ver culpa contida estampada nos olhos daquele que um dia amei, suas feições que um dia achei tão másculas e decididas se contorceram de medo. Harry Medroso. Suas pupilas eram iguais a bolas de bilhar  e a boca ficou tão escancarada que dava até para ver a sua garganta daqui. A vontade de rir foi tão grande que não me segurei, ri até não poder mais. Que idiota, não acredito que ele realmente acreditou que eu sou um fantasma! Como fiz a loucura de um dia ter me apaixonado por ele, Merlim, como?


Ele me olhou, assim como a Vaca da Gina, incrédulo. Depois a incredulidade foi substituída por ódio. Um ódio tão intenso e voraz que me senti sendo consumida lentamente por ele. Me relembrou com todos os detalhes sórdidos o dia em que ele lançou o Obleviate em mim. Esse era o mesmo olhar que ele lançou a mim antes de apagar minha memória. Aquele olhar ensandecido. Sem querer, eu estremeci. Ele sorriu torto, em um óbvio sinal de escárnio, mas antes que pudesse sequer dizer algo, nós ouvimos a mesma voz sibilante e perigosa, dessa vez mais perto do que antes. Ela não vinha mais de fora, vinha de dentro da casa. Senti um calafrio. Esse realmente não era um bom sinal, não era. Apesar de não conhecer ou talvez não lembrar do dono dessa voz, sei que ele é ardiloso, letal. Somente a sua voz me causa medo, e o resto então?


– Seu inútil. Não serve para nada; é um idiota mesmo. Merece ser punido. Crucius Máxima. – Fala a voz, e eu quase posso ver o sorriso de puro deleite e escárnio no rosto dele enquanto aplica a maldição imperdoável. Dele. De repente, como uma luz no fim do túnel, um nome aparece para mim do além. Tudo começa a se encaixar, mas fico realmente chocada com a menção de seu nome. Nunca ouvi sequer sua voz ou vi seu rosto, apesar de saber que tinha voltado, pensei que o nosso encontro ainda seria adiado. Sinto um arrepio carregado de medo subir pela minha espinha dorsal. Perguntas e mais perguntas surgem do nada, mas uma se sobressai a qualquer outra: como a voz que sussurra em minha cabeça, que por acaso tem o mesmo tom de voz que o meu, tem certeza absoluta de o homem que está torturando alguém lá embaixo é Ele?


Voldemort. Voldemort. Voldemort.


A voz que me trouxe o nome do ser que ganhou fama fazendo crueldades com todos, mesmo sendo Trouxas, Nascidos-trouxas ou até mesmo Sangues-Puros, a repete com amabilidade, como se fossem velhos conhecidos. O que diabos ele está fazendo aqui?


Ouço os gritos de quem imagino ser seu servo, e me vejo no lugar dele, gritando em plenos pulmões para que Ele pare, mesmo sabendo que não irá parar. Eu não quero isso para mim, não mesmo. Sinto uma louca vontade de fugir, de correr como nunca, mas sei que esse não é o melhor a se fazer. Com certeza ele me acharia antes de chegar até a porta, antes mesmo de poder lutar pela minha vida, já estaria morta. Solto um Droga baixinho. Olho para Harry e Gina que estão tão amedrontados quanto eu. Parece que chegaram a mesma conclusão que a minha, ou não. Os gritos do servo Dele vão diminuindo com o tempo, e isso me assusta mais do que deveria. Sei que deveria estar aliviada por ele estar parando de sofrer, mas só sinto medo, o mais simples e puro medo de ser o seu próximo alvo – que espécie de pessoa eu me tornei para pensar em mim em vez dos outros? Ah, eu estou tão perdida. Sei que parece covarde, mas não posso evitar. Não vai demorar muito para que Ele apareça por aqui, e eu realmente não quero estar aqui quando Tom aparecer. Eu tenho que sair daqui, agora!


Com minha varinha em mãos, começo a recuar, mas paro assim que meus olhos se fixam naqueles dois, juntos. Os olhares amedrontados trocados pelos dois me diz que agora é a oportunidade perfeita para me vingar. A minha vontade é pura e simplesmente essa, me vingar, ver os dois sofrendo pelas minhas mãos, mas sei que não posso. Não agora. Não hoje.


Suspiro, decepcionada pelo meu azar. Queria tanto vê-los sendo torturados por mi… Mas o que é isso? Eu nunca fui desse tipo, nunca desejei mal a ninguém, muito menos fazer algo desse tipo a alguém, mesmo que seja a ele, Harry – sinto nojo somente de pensar nesse nome, mas sinto mais ainda do que ele me lembra: onde os lábios do dono desse nome tocaram, onde as mãos desse dono percorreram. Sinto extremo nojo e repulsa de Ginevra Weasley, e tudo que se relaciona a ela causa a mesma reação em mim.


Passo as mãos em meus cabelos secos e quebradiços, em um ato de nervosismo, confusa. Sempre gostei de ser necessária, de ajudar as pessoas o máximo que eu puder, mas agora vejo que esse pensamento está tão longe, jogado ao vento. Me sinto tão perdida, agora que a onda de ódio que me tomou por inteira está passando. Eu não quero ser perdida na vida, mas quanto mais luto para me encontrar, mais me perco. Qual é o meu problema?


Me sinto enervada pelo misto de sensações que ocupam minha mente e coração. São tantas, algumas conhecidas de tempos atrás, outras que nunca sequer sonhei em sentir, e outras desconhecidas. Elas são como vozes sussurrando palavras desconexas para mim ao mesmo tempo, no escuro. Me sinto tão confusa, mas confusão não é a emoção a que quero me prender agora. Confusão não me levará a nada hoje, neste momento, a não ser a morte, talvez. Concentro-me na emoção mais segura que pude achar até agora nesse misto de sensações que infelizmente fazem parte de mim, o medo.


Me viro e vou em direção a porta, nem ligando mais para aqueles que me magoaram, deixando-os a resmo, assim como me deixaram. Dou de ombros, tentando tirar uma incomoda culpa que infelizmente dá o ar de sua graça justamente agora. Por que sinto culpa? Não tenho porquê me culpar, não estou fazendo nem a metade da metade da metade do que eles fizeram comigo desde que entrei naquela escola; com certeza tenho mais o que fazer do que ajudar meus ex-amigos, como salvar a minha vida, por exemplo, sendo que nem mesmo isso eles fariam por mim, não por querer. Passo pela porta andando com passos extremamente calculados, cuidadosos, leves, para que ninguém, principalmente Ele, os escute. O medo começa a predominar, sinto a minha pulsação aumentar, meu coração bate mais forte. Tento aparatar, mas não consigo. Por que não consigo? Então me lembro que a casa tem um forte feitiço antiaparatação ao seu redor em uma área de 15 Km. Maldito feitiço!


O medo, se possível, parece se expandir. Vejo aquele mesmo corredor onde encontrei meu colar; ele me parece mais frívolo, desconhecido, mesmo eu tendo passado por ele ainda pouco. Inconscientemente toco meu colar, em um claro sinal de nervosismo; ele ainda continua em meu pescoço, mas por um misero segundo me sinto mais segura. Ele me passa segurança, e algo a mais que ainda não consegui descobrir. Um ar gelado chega até mim, bagunçando meus cabelos. Me sinto esquisita. Sinto o perigo tentando entrar por meus poros. Respiro fundo, tentando me conter para não fugir aos berros daqui. Tento pensar com logica, em estratégias para sair daqui sem nenhum arranhão. Ficar bem. Esse é o meu objetivo no momento.


Ando através do desconhecido que aquela casa se tornou em menos de um minuto, com medo até mesmo de meus próprios passos. Não sei o que irei encontrar, quem irei encontrar, não sei nem mesmo onde me concentrar: em meus pensamentos deturpados ou na vida real que parece estar querendo acabar comigo, literalmente. Suspiro, decepcionada com tudo o que está acontecendo, comigo, com a vida. Ah, eu estou tão confusa, tão não eu, tão perdida. Quero tantas respostas, quero acabar com essas perguntas afiadas como navalhas, mas não consigo. Ouço um suspiro atrás de mim, mas antes que possa ficar desesperada ou coisa parecida, pensando ser Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, sinto seu perfume natural, lírios: Harry.


‘‘Tudo pode acontecer, a vida é imprevisível. Nunca diga nunca. Você pode se arrepender amargamente.’’


Sinto uma mão conhecida tocando minha pele exposta, segurando minhas mãos como se sua vida dependesse desse toque. Talvez até dependesse. Antigamente eu estremeceria com este toque, mas não hoje, não agora. Sinto o cheiro dela impregnado em seu corpo, misturado com aquele cheiro que sempre amei. Sinto nojo, daquele toque que antes ansiava com todas as minhas forças. É tão irônico! Antes eu sonhava todas as noites com ele me dizendo ‘‘eu te amo’’, com direito a beijos e abraços. Nunca sonharia nem nos meus piores pesadelos que meu herói de armadura prateada na verdade era apenas um vilão fantasiado, usando uma mascara de bom garoto para desfaçar sua maldade. Nunca pensei nem nos meus piores ataques de loucura que iria ter tanta raiva de alguém que tanto amei. Sempre dizia a mim e a ele que nunca poderia odiá-lo, que ele sempre seria o meu melhor amigo – mesmo eu querendo ser muito mais do que amiga nesse época. Agora eu entendo o porquê dele me perguntar tantas vezes a mesma pergunta – que para mim antigamente era sem nexo e sentido, mas que agora se encaixa perfeitamente – nas horas mais inapropriadas. Apenas queria se certificar de que, mesmo se eu descobrisse suas intrigas e mentiras, continuasse a seu lado, o ajudando, recebendo em troca apenas desprezo contido e sorrisos falsos que, para mim, uma garota com extrema Inocência, bastava para vê-los felizes. Como a vida é imprevisível, nunca imaginei que isso fosse acontecer comigo, mas a realidade bateu na porta, me acordando daquele mundo só meu. Aprendi da pior maneira o que deveria saber a tempos, a lição que sei que levarei comigo pela vida toda: nunca diga nunca, não se sabe o que pode acontecer.


‘‘ A Inocência tem bula, em excesso machuca. É conhecida por ter excesso de ingenuidade, desprovida de malicia. Para alguns é uma bênção, usada para fugir de uma realidade que não condiz com o seu querer, seus sonhos. Cria praticamente um mundo só seu, usada como uma válvula de escape para longe da realidade. Intimamente ligada com a imaginação, pureza, e, na maioria das vezes, ilusão. Te faz acreditar em tudo e em todos, vendo sempre o lado bom, nunca o mal. Para alguns isso é bom, mas para outros é o seu pior erro. Aparece, dependendo do caso, quando está intimamente ligada a imaginação, para desligar a sua dor, mas, como um remédio usado em excesso, um dia para de funcionar. Ás vezes, é como uma espécie de torpor. Não dura para sempre. Quando ela sumir e te deixar a resmo, um monstro chamado realidade te toma para si. Ás vezes é doloroso. Ás vezes te deixa sem chão. Nunca se sabe, há varias reações, dependendo do seu caso. Não se deixe levar por suas aparências, no final a Inocência sempre irá te deixar. Inocência machuca. Ah, já ia me esquecendo, um concelho: não fuja da realidade, porquê ela sempre irá te achar, e a dor pela qual você se escondeu voltará pior do que antes’’


Me afasto de seu toque, não querendo nada que venha dele tocando em minha pele. Não o olho, não quero vê-lo. Não quero e nem posso deixar ele tentar me corromper mais uma vez, me enganando como se eu fosse um ser sem valor algum para ele, o que na verdade eu sou. Não quero mais ser um fantoche em suas mãos. Chega! Finalmente acordei para a realidade e, ah, como ela dói. Não quero mais ficar imersa em Inocência, no escuro, sem saber de nada, numa realidade paralela que nunca condiz com a vida real, para depois descobrir novamente que nada do que eu vivi foi ou será real e enfrentar uma dor mil vezes pior. É hora de viver o que me foi proposto, sem interferências de ninguém. Não posso mais fugir da realidade, agora eu sei que ela sempre irá me achar, de um jeito ou de outro, e me machucar. Quanto mais eu fujo, mais ela piora. É a hora de enfrentá-la.


– Por favor, espera. – Ouço aquela voz que antigamente me encantava, com aquele timbre rouco e dócil ao mesmo tempo que me fazia tremer as pernas, mas agora não sinto nada, ou tento não sentir. Imagino com quantas ele usou esse mesmo timbre para conseguir o que queria, principalmente sexo. Não gosto das imagens que a minha imaginação me proporciona, é repugnante. Balanço a cabeça, e recomeço a andar. Não quero ficar mais nem um segundo perto dele.


Respira. Transpira. Respira. Transpira.


Pé sobre pé. Pé sobre pé. Pé sobre pé. Pé sobre pé.


Gritos. Risadas grotescas. Gritos. Suplicas. Mais risadas. Gritos. E mais gritos.


Se acalme, Hermione. Repita varias vezes se for preciso: Harry não está atrás de você. Harry não está atrás de você. Harry não está atrás de você.


Concentro-me em meus passos, minha respiração, tudo a minha volta, menos em Harry, tentando me convencer desesperadamente de que ele não estava atrás de mim. Sinto sua presença cada vez mais perto, quase posso sentir seu calor se misturando ao meu. O ignoro, mesmo sentindo um frenesi desconhecido – talvez nem tanto assim – percorrendo meu corpo inteiro, me arrepiando até em lugares desconhecidos por mim mesma. Me sinto desconcertada, não deveria me sentir assim depois de tudo. Torço internamente com todas as minhas forças para que ele não perceba que ainda tem efeitos sobre mim; seria uma desvantagem no meu caso, com certeza. Começo a andar mais rápido, olhando para baixo, envergonhada. Não deveria ter reagido assim por causa de sua proximidade, não deveria!


Pé sobre pé. Pé sobre pé. Pé sobre pé.


Olho para os meus pés fixamente, concentrada. Escuto apenas o barulho de meus pés batendo contra a madeira envelhecida desta casa, as risadas frívolas e grotescas de Tom Riddle, vulgo Voldemort, como preferirem, e mais a fundo os gritos quase inexistentes de seu servo. Relaxo quando não escuto mais seus passos atrás de mim, me seguindo. Finalmente!


– Não, você não irá mais fugir de mim, Hermione. Chega dessa brincadeira de gato e rato! Chega! – Ouço sua voz gritada em um sussurro perto de meus ouvidos. Exigente, viril, brusca, perigosa. Bastante parecida com a do dia em que me jogou o Obleviate. Ele segura meus braços e, antes que possa fazer qualquer objeção, me puxa para si, me segurando pela cintura para que não possa fugir. Fico paralisada ao ver aquelas duas iris verdes me fuzilando, depois de eu tanto – tentar, já que pelo visto minhas forças foram em vão – fugir das mesmas. Antigamente me derreteria em seus braços e sorriria como uma idiota, hipnotizada por aquelas orbes verdes água. Hoje, agora, imagino apenas se Ginevra é tão apaixonada por esses olhos quanto eu fui. Mesmo assim, não posso evitar de sentir um arrepio prazeroso percorrer a minha nuca. Balanço mais uma vez a cabeça para tentar tirar essas sensações inoportunas de mim.


Não deveria me sentir assim, não deveria! Me repreendo, repetindo esta mesma frase incansavelmente. Meu emocional que já estava se recuperando aos poucos se estilhaça novamente, restando apenas a confusão. Depois de tudo o que me fez, depois de tudo o que passei por sua culpa, não deveria estar assim. Não deveria me sentir assim. Mas me sinto, infelizmente me sinto. Não é como antes quando faria tudo por Harry e perderia os sentidos só de estar ao seu lado, vendo o seu sorriso e seus olhos magníficos sobre mim, mas sei que ainda sobrou resquícios daquele sentimento. Não sou tão ignorante assim, e esse resto sentimento que ainda sobrou dentro de mim me preocupa. Não deveria ter restado nada, não depois de tudo. Eu deveria odiá-lo com todas as minhas forças. E odeio, mas ainda sim sinto uma vontade avassaladora de tê-lo. É tão complexo. Paradoxal até. Mesmo o odiando e imaginando sua morte, sinto desejo por sua boca, por seu corpo e até por sua voz sussurrada em meus ouvidos. Sei que Harry nunca foi e nem será meu, tenho essa percepção ao menos. Não sou igual àquelas garotas iludidas que esperam seu príncipe voltar mesmo sabendo que seu esforço será em vão, mas não posso evitar de imaginar no fundo de minha mente como seria eu e ele em uma cama, entre quatro paredes. Por que tem de ser assim? Por que essas emoções, sentimentos, sensações tem de ser tão incontroláveis – não tenho palavra melhor para definir tais coisas. Juro que tentei esquecer, fugir, controlar, e até mesmo ignorar, mas não consegui. Eles continuam lá e mesmo fugindo até os confins do mundo, de alguma forma ou outra, sempre voltam a tona.


Ele aproxima nossos rostos, e meus olhos correm de seu rosto imaculado e viril a sua boca vermelha e carnuda. Ah, como eu queria beijar essa boca uma última vez e verificar se seu gosto continua o mesmo. Sinto seu calor junto ao meu e me sinto no inferno, queimando em brasas. O desejo toma meu ser. Puro desejo. Sinto seu cheiro, Lírios, impregnando em meu nariz e, mesmo negando até meu túmulo de morte, sei que estou louca para sentir cheiro tão adocicado mais de perto. Quero desesperadamente seus beijos, mas meu orgulho não deixa demostrar meu desespero. Oh, céus! Eu quero mais, muito mais. Mas, como um banho de água fria, o cheiro de perfume barato feminino vem a conhecimento de meu olfato. Me lembra o que Harry fazia antes de vir atrás de mim e quem usava esse perfume: Gina. Tento me afastar, me debatendo com todas as minhas forças, o xingando com todas as ofensas e palavrões, trouxas ou não, que me vem a mente no momento – o que não são poucas –, mas não consigo. Malditos braços fortes! Maldito Quadribol!


– Você não vai se livrar de mim, Hermione. Pare de se debater, está me machucando. Você não quer chamar a atenção de você-sabe-quem não é? Fique calada, porque se não, juro por Merlim, que te faço calar e não vai ser por meios convencionais – Fala, impaciente, e como sempre, mandão. É tão típico dele querer mandar na situação e não aceitar um não, mesmo que indiretamente. Como pude me apaixonar por ele, um ser tão manipulador, filho de trasgo? Como aceitei namorar com ele? Como? Será que colocaram aquela erva medicinal trouxa na minha bebida – como se chamava mesmo, ah, sim, cocaína – para aceitar ser algo desse troglodita? Pior ainda, o que deu em mim para quase me agarrar com Harry Safado Potter no meio de um corredor sendo que Voldemort está um piso abaixo de nós? Será que eu fiquei louca de vez?


– O que quer, Potter? Se for esfregar na minha cara que fui humilhada, traída, enganada, iludida, entre varias outras coisas que prefiro não comentar, não precisa se incomodar, eu já sei querido. Por que não vai salvar a sua vida e a da sua querida vadia, hum? Ou quer se entregar de bandeja a Lord Voldemort? Sinceramente essa seria uma opção magnífica, me pouparia tanto esforço… Tsc, tsc. – Minha voz era cheia de veneno, sarcasmo e ironia. Senti-me orgulhosa de mim mesma, mas algo me dizia que essa não era eu. Ele aperta a minha cintura e me empurra para a parede mais próxima. Apenas sinto o choque entre meu corpo e a parede antes dele se jogar contra mim, me arrepiando por inteira. O que ele está fazendo?


‘‘Ah, Hermione’’ ele murmura antes de colar seus lábios nos meus.
 Amanhã ou depois de amanhã no maximo já deve estar o proximo capitulo aqui amores. E esse vai ser dedicado a linda perfeita da RiemiSam que sempre está aqui quando eu preciso. Esse e o proximo são dedicados a você linda, de coração. Obrigado por tudo viu amore!
RiemiSam: Concordo com o que você disse sobre os inimigos e os falsos amigos. Eu mesmo estou lidando com algo do tipo, e concordo plenamente com você. Sobre a Hermione, sei que deve estar pelo menos um pouco xateada pelo capitulo, e tambem sei que te recompensarei no proximo. Porque? Vai ter que ler... Beijos linda, brigada por tudo!!!! 

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