Lago dos Cisnes






“Papai!”


“Olá minha bailarina!!!”


Uma menina de cabelos negros, olhos azuis e com uma roupa branca de bailarina corria para os braços de um homem novo de no máximo 32 anos.


“Estava com saudade papai! Se não fosse James me fazendo rir eu passaria esses últimos cinco meses, trancada em um quarto.”


“Quer dizer que você e seu primo viraram amigos?”


“Sim papai, ele até me deu um presente! Você quer ver?”


“Claro que quero, mas quero também saber onde está sua mãe?”


“Mamãe está cozinhando seu prato preferido, mas não conte que eu contei, era segredo.”


O homem sorri para a criança de quatro anos e diz:


“Será nosso pequeno segredo.”


“Shh, mamãe está vindo!”


***


-Mckinnon? Mckinnon? Lilian pediu para avisar que já estamos perto de Londres.


Marlene ouve uma voz vaga vindo da vida real e resolve abrir os olhos para ver o que estava acontecendo. Já com os olhos abertos ouve Sirius Black falando que estavam chegando a Londres.


-Obrigado Black.


Sirius saiu um tanto quanto confuso da cabine. Ela poderia ter tentado se desculpar ou algo assim, mas não, ela estava dormindo de bem com a vida.


Dentro da cabine Marlene não parava de pensar no sonho que tivera. Fora um sonho marcante, de um momento marcante.


Arrumando suas coisas seus pensamentos mudaram para Sirius. Ele nem olhara em seus olhos. Mas o problema é que ela não conseguia se lembrar de ter traído ele. Era como se todas as memórias desde a festa da sonserina tivessem se esvaído. Ela não se lembrava de nada que ocorrera naquela semana, somente do diálogo entre ela e Sirius. Era como se tivesse tido uma amnésia sem perceber.


 


“Já dentro do carro em direção à casa de James.”


-Marlene querida, vamos aproveitar que já que está indo para nossa casa pegue algumas coisas que ainda tem em seu quarto.


-Claro tia Alice.


Alice era mãe de James e irmã da mãe de Marlene. Para caracterizar ela poderíamos dizer que ela é nervosa. Ela estava mais nervosa do que os próprios meninos que iam pro acampamento.


Quando chegaram à casa de James todos se separaram deixando Marlene sozinha. Marlene se encaminha até o “seu” quarto e olha dentro. Deveria ter uns três anos que não entrava naquele quarto. Ainda estava nas cores que ela mais gostava quando tinha 13 anos. Rosa. Quase tudo no quarto era branco ou rosa, muito diferente do que ela gostava atualmente. Preto. Começou a olhar as coisas no quarto procurando por algo que pudesse lhe lembrar de nem que fosse um pingo de um passado bom. O quarto não era muito grande comparado aos outros quartos da casa, mas ela nunca gostara de tanto espaço. Começou a olhar nas gavetas, achou alguns papéis com desenhos irreconhecíveis como se ela quisesse ter desenhado algo que vira, mas não sabia como desenhar, tinha muitos rabiscos que ela não conseguia entender. Pegou sua mochila e botou as folhas dentro de sua pasta. Esse seria seu objetivo no verão: Saber o que queria dizer aqueles desenhos. De repente parecia como se tudo que acontecera fosse apenas uma vaga lembrança e só sobrara seu diálogo com Sirius. Era como se não houvesse passado.


Ainda olhando as coisas, mas desta vez dentro do armário achou alguns vestidos de festa (rosa ou branco). Tudo era como se tivesse vivido outra vida completamente diferente desta e agora estava descobrindo ela. Quando tinha 13 anos nunca pensara que poderia gostar de preto. Hoje com 16, nunca pensara que pudera gostar de rosa. Ainda dentro do armário um brilho na última gaveta do armário lhe chamou a atenção.


Marlene se abaixa e abre a gaveta encontrando uma saia e um colã estilo bailarina mirim. Pega a roupa e joga em cima da cama. A roupa era branca com detalhes com pérolas rosa. Imediatamente Marlene se lembrou de seu sonho.


“Papai!”


“Olá minha bailarina!!!”


Será que fora verdade? Aquilo realmente acontecera em sua infância? Mas tudo parecia tão distante da realidade, era um momento de felicidade e era tão difícil de ver felicidade nos últimos dias...


Marlene resolve tentar esquecer o sonho e volta a olhar as coisas. Em cima da cômoda, onde ela olhava, tinha coisas muito femininas, coisas que ela não pensava que já gostara.


Tiaras, brincos, pulseiras, maquiagem, esmalte, CDs de bandas incrivelmente ridículas e dentre as coisas havia um globo de neve. Marlene olha para o globo que tinha a neve caindo como se estivesse enfeitiçada para nunca parar de cair. Lentamente encaminhou se braço até um pequeno e quase imperceptível botão que tinha no lado do globo. Ela encosta seu dedo no botão e imediatamente uma canção conhecida começa a tocar.


-Espera, eu já ouvi esta música antes...


Marlene força um pouco a mente para lembrar e uma memória clara e vaga veio à sua mente.


 


Era natal, uma noite e fria e chuvosa em Londres. Uma garota de quatro anos olhava a chuva cair pela janela. Aquela não era sua casa, aquela não era sua família.


Um garoto de quatro anos também se encaminha até a garota que estava encolhida e assustada com tanta gente a sua volta. O garoto trazia um embrulho em suas mãos.


-Olá Marlene... – disse o garoto com olhos castanhos esverdeados com óculos.


-O que quer James?


-Eu fiquei pensando um pouco sobre o que você me falou antes, sabe, sobre seu pai. Você disse que ele foi para Paris em uma missão de sei lá o que e disse que ele não poderá vir hoje aqui em casa.


-É, o que tem isso? Você fala como se você se importasse Potter.


-Eu sei que o jeito que nós nos conhecemos não foi muito amigável, mas acho que podemos ser amigos... Sabe, somos primos.


A garota estava com seus olhos azuis aguados. Ela sorri timidamente para o primo.


-Tudo bem...


-Eu quero te dar um presente.


O garoto lhe estendeu o embrulho e a menina curiosa rasgou o papel delicadamente com suas mãozinhas pequenas e dentro do embrulho ela viu um globo de neve.


-É lindo James...


Dentro do globo de neve tinha uma imagem da torre Eiffel e a neve caia como se fosse mágica.


-Você me falou que estava com saudade de seu pai, então eu resolvi comprar isso pra você. Quando você sentir saudade dele, olhe para o globo e você se sentirá pertinho de Paris.


Marlene aperta o botão e uma música começa a tocar, era uma música calma, como se tivesse alguém sofrendo na música. Mas mesmo assim era uma música linda.


-Que música é essa James?


-Lago dos Cisnes.


Subitamente a música ficou mais grave dando um ar de obscuridade para o globo. Mas depois de pouco tempo a música ficou bonita de novo.


-Lago dos Cisnes... Gostei, gosto de cisnes e gosto de lagos. Gostei. Lago dos cisnes é bonito.


A garota sorri para o garoto que retribui, os olhos brilhantes da menina satisfizeram o garoto que se sentiu feliz consigo mesmo.


 


-Lago dos cisnes, esse é o nome da música.


Marlene começa a olhar fundo para dentro do globo em cima da torre Eiffel. Foi descendo seus olhos devagar e então viu um lago e dois cisnes. Um branco e um negro, a visão a chocou, nunca havia percebido isso, era como se o cisne negro estivesse atacando o cisne branco e ele não conseguisse revidar, e quanto mais à música tocava mais o cisne negro atacava. Marlene imediatamente desligou a música, mas acabou se desiquilibrando e caindo, na queda chutou uma caixa que caiu e se abriu revelando um par de sapatilhas.


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N/A: Olá pessoas! Gostaria de divulgar como prometido, a fic da primeira pessoa que comentou que foi a Luhna. Tem uma fic dela que eu estou lendo que realmente é muito boa que se chama “cereja”. Obrigado pelos comentários e no próximo capítulo vou divulgar a sua outra fic viu, Luhna?


                       Beijos: Juh_Lynch

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Comentários (1)

  • Luhna

    Ah, que linda a Marlene! *_* Sabe, quando eu vi que a fic tinha capítulo novo, pensei que talvez encontrasse respostas para as minhas perguntas, mas só fez a curiosidade aumentar aqui, sério mesmo! Estou meio que com dó da Lene... ela parece estar meio melancólica, mas vai saber por quê. Não estou entendendo bem. :/ Acho que tem a ver com o pai dela, essas tais missões e o Sirius. Por Deus, o SIRIUS! Essa história de traição já está me deixando maluquinha aqui. Quero agradecer pela divulgação! :) E dizer que passarei uns dias longe do F&B, sabe como é, faculdade implorando por cada vez mais atenção, mas não vou abandonar a leitura da fic, ok? Me comprometo, se for o caso, a comentar cada capítulo se a leitura ficar um pouquinho atrasada. Beijos!

    2013-05-08
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