O Menino Que Sobreviveu - P. I



   Aquela noite era a noite mais fria do mês de Junho até ali. Alvo Dumbledore caminhava pela deserta Rua dos Corvos. Se existisse alguém com coragem de passar por aquele lugar numa hora dessas, esse alguém era sem dúvidas ele. Mas ele não estava só, como aparentava estar. Um gato caminhava preguiçosamente ao seu lado. E um gato lá é companhia de alguém?! É claro. Ainda mais este gato, que falava e... Virava gente!


   -Vejo que não confia em mim para que eu ande sozinho por estas bandas, Sra. McGonagall. - comentou Dumbledore, censurando o gato que agora adotara a forma de uma mulher já de idade.


   -Não é em você que não confio, mas sim em Hagrid. Acha prudente arriscar a um simples faxineiro o trabalho de trazer o menino? - perguntou a mulher.


   -Ele pode ser um simples faxineiro na nossa escola, MInerva, mas fora dela a senhora não sabe o que ele é. - defendeu Dumbledore, censurando a mulher com um olhar feroz.


   Minerva McGonagall achou melhor ficar em silêncio. Ela não disse nada, até o momento em que uma luzinha começou a descer do céu.


   -Aí está ele. - murmurou Dumbledore, com um sorriso.


   Aquela luzinha  foi se aproximando cada vez mais. Ela começou tomar a forma de uma moto, até que pousou cuidadosamente sob o asfalto da Rua dos Corvos. Um cara enorme, que mais parecia um urso, desceu da moto, com um bebê numa cesta.


   -Nenhum problema, eu espero. - comentou Dumbledore.


   -Não. Nenhum. - respondeu Hagrid, orgulhoso por cumprir o primeiro trabalho importante designado a ele.


   -Ótimo. - disse Dumbledore, e pegou a cesta onde o bebê dormia profundamente.


   -Antes de entregá-lo aos tios, você não acha melhor repensar a decisão? Eu observei esse casal de trouxas e seu filho e posso lhe dizer com toda a certeza: são o pior tipo de trouxa que existe. - comentou McGonagall.


   -Mas é a única família que ele tem. - disse Dumbledore, sem emoção na voz.


   Ele colocou carinhosamente o cesto na frente da porta da casa número 4. Hagrid tirou uma carta do bolso da capa de viagem e entregou-a a Dumbledore, que colocou-a em cima do pequeno adormecido.


   - Boa sorte, pequeno Harry. - desejou-lhe.


   Hagrid fungou como quem forçava para não chorar.


   -Sabe que não é nosso último encontro com ele Hagrid. - murmurou McGonagall, amigavelmente, dando tapinhas nas largas costas do gigante.


   -É. - murmuro ele, com os olhos brilhando. - Eu sei.


   O gigante voltou para a sua moto, e alçou voo.


   Dumbledore tocou a campainha e desapareceu com McGonagall.


   Logo uma senhora alta e magricela, cujas feições lembravam a de um cavalo, abriu a porta e se deparou com o bebê. Ela olhou para os lados, como se esperasse ver o responsável por aquela criança, mas nada viu além do breu que era a Rua dos Corvos após o toque de recolher da meia-noite. Ela apanhou o cesto e o levou para dentro de casa.


 

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