O Tapete Voador



Capítulo 2


- O Tapete Voador -


Louis já tinha ido para Beauxbatons. Na Toca estavam agora apenas os que iam para Hogwarts aquele ano, pois Molly tinha ido preencher sua vaga no Departamento das Leis Mágicas e as crianças mais novas, Lílian e Hugo, foram para suas respectivas casas. Alvo ainda pensava nas palavras estranhas do Vampiro do Sótão. Pensou em voltar lá, mas a simples ideia lhe dava arrepios. Ele sabia o que tinha acontecido: o Vampiro tinha entrado em transe. Alvo leu em um livro que tinha ganhado de natal, chamado Iniciação a Adivinhação. Ele só iria estudar isso em Hogwarts no ano seguinte, por isso ficou bem satisfeito com esse presente da sua madrinha Luna Lovegood. Alguns videntes na hora de suas previsões ficam inconscientes para o que está acontecendo no ambiente.


Lúcia parecia ter dado um tempo com as invenções. Alvo achara estanho, mas agradeceu o fato intensamente. Ele não queria ter os peitos do tamanho de seis de mulher de novo. Freddie conversava mais com Rosa e de vez em quando trocava algumas palavras com Alvo sobre o que leu em um ou outro livro. Dominique parecia decidida a irritar a mãe: resolvera aprender a tocar teclado e usava os vários artifícios que eram possíveis se tendo um, como era elétrico. Fleur, que estava na Toca para ficar de olho nela, não aguentava mais ter que subir ao quarto das filhas para pedir que parasse de tocar ou, se possível, abaixasse o sim.


Quando chegou o dia de ir para Hogwarts, Vitória desceu as escadas com as vestes da Grifinória. Em seguida foi sua irmã e todos os outros, com roupas de suas respectivas casas ou apenas do colégio, já não tinham sido selecionados ainda. Vovó Molly era quem iria os levar. Alvo carregava sua coruja parda. Rosa tinha na mão um sapo, que parecia ser originário do trópico e tinha listras pretas pelo corpo. Os outros também levariam seus animais, sem exceção.


Molly foi primeiro, para relembrar aos seus netos, segundo ela, como utilizar o pó de flú. Ela jogou o pó no chão da lareira e segundos depois tinha desaparecido. Um por um, fizeram o mesmo. Ou melhor, tentaram. Porque quando foi a vez de Alvo, ele quase acabou com todo pó. Eu disse quase. Ele se conscientizou de que outras pessoas também precisariam dele.


Alvo fez de tudo para não ficar desesperado, até que em seu relógio de bolso estava marcado dez horas. Tinha perdido o horário do trem. Será que não conseguiria ir para Hogwarts aquele ano? Só de pensar em ficar um ano atrasado em relação a Rosa, Meredith e Ethan seu estômago retorceu. Tentou ficar frio, mas a situação era difícil.


- Pensa, Alvo. - disse para si mesmo, tentando encontrar uma solução. Tinha o tapete voador, mas voar em tapetes voadores era uma atividade considerada ilegal. Ele não queria acabar preso por simplesmente querer chegar ao colégio. Mesmo assim, a ideia de não chegar no castelo e viver várias aventuras emocionantes o torturava. Maldita lei. Por que usar um simples tapete que voava era proibido? Alvo foi rápido. Antes de ter tempo para desistir, pegou o tapete velho e sujo e o levou para o ar livre. Sentou-se nele e sentiu-se saindo do chão.


Uma sensação de satisfação preencheu o peito de Alvo quando avistou o Expresso Hogwarts em baixo dele. Ele não se importava se trouxas o vissem: certamente pensariam que estavam alucinando. De qualquer maneira, ele sabia que era melhor ficar próximo ao trem para não se perder. E ficando junto ao trem, mais provavelmente ninguém o iria ver (ao menos era o que ele achava).


Duas horas se passaram, Alvo controlava o objeto voador com maestria. Ele mesmo estava surpreso com o fato. Avistou um grande castelo, com várias torres e um lago. Sorriu. Passou por cima das Estufas pelas quais iria nas aulas de Herbologia e aterrizou na grama verde. Levantou-se e pôs o pé na terra fofa.


Tinha chegado em Hogwarts. Seguiu para dentro do castelo, exatamente na mesma hora que o trem parou na Estação Hogsmeade. Subiu as escadas tranquilamente até que deparou-se com a diretora McGonagall.


- Posso saber de que forma o senhor chegou aqui se não de trem? - seu aspecto severo fez o coração de Alvo dar um pulo.


- No Ford Anglia encantado do meu avô. - mentiu descaradamente, sabendo que se fosse pelo carro voador eles não poderiam expulsá-los pois não o tinham feito com seu pai e seu tio em sua época de estudantes. - Eu não consegui chegar na Plataforma a tempo.


- Muito bem. Vou mandar Slughorn escrever uma carta aos seus responsáveis. Vá ao Salão Principal.


Suspirando aliviado, Alvo seguiu a ordem de Minerva. Os alunos foram adentrando aos poucos o Salão. As quatro mesas logo foram preenchidas. Alvo pôde ver Rosa e acenou. A menina virou-se para ele e sorriu, parecendo surpresa a contente. Ethan conversava com Héstio Jones, um aluno do segundo ano da Grifinória, animadamente. Meredith acabara de se sentar em uma cadeira em frente a mesa da Lufa-Lufa. Quando o viu, ela deu um ligeiro sorriso. Os Sonserinos pareciam mais hostis a Alvo desde que este desistira do Torneio HouseWood estando pontos a frente dos concorrentes.


- Animado, Potter?


Para sua surpresa, quem falou foi Escórpio Malfoy.


- Mais ou menos.


- Não te vi no trem.


Alvo engoliu seco diante das palavras do louro. A sobrancelha esquerda de Escórpio franziu.


- Você veio de trem, não veio? - ele perguntou.


- Vim. - Alvo decidiu que era melhor não contar sobre o tapete voador. O menino podia avisar a diretora e Alvo poderia ser expulso de Hogwarts.


Os alunos do primeiro ano entraram no Salão Principal. Alvo assistiu divertido como Dominique abria a boca surpresa ao ver o céu estrelado no teto, que era enfeitiçado para mostrar o tempo lá fora.


Após duas horas, a seleção estava quase em seu término. Jolie Longbottom tinha sido selecionada para a Grifinória, para o orgulho do pai. Faltavam apenas os primos de Alvo.


- Weasley, Dominique.


A loura aproximou-se do banquinho e sentou-se. O chapéu foi colocado. Demorou uns três segundos e o chapéu anunciou:


- Grifinória!


A menina, que pareceu não gostar da decisão, uniu-se a Tiago e a Ethan, que abriram espaço para ela sentar.


- Weasley, Freddie.


O filho de tio Jorge foi em direção ao banco, tranquilo e com andar confiante. A seleção demorou apenas poucos segundos.


- Corvinal!


Rosa foi quem aplaudiu mais alto. O primo sentou-se ao lado dela, feliz de estar na mesma casa da garota ruiva.


- Weasley, Lúcia!


A garota deu um sorriso travesso e foi ser selecionada.


- Sonserina!


Não houve aplauso além do de Alvo. Nenhum Sonserino parecia gostar de ter um Weasley junto a eles.


- Primeiro o Potter. -Alvo ouviu Finn Zabini dizer em tom depreciativo. - Agora uma Weasley? É ainda pior.


Vários murmúrios e lamentações foram escutados. Lúcia pareceu não se sentar e se juntou a Alvo na cadeira ao seu lado. A diretora pediu silêncio, deu os avisos costumeiros e o banquete começou.


- Sai daqui, Weasley.


- Não encosta nos meus talheres.


- Eu tenho medo de pegar infecção.


Vários pedidos maldosos e comentários como esses foram escutados. Lúcia, porém, não se importou e começou a conversar com Alvo.


- Olha, a sua seleção tem um lado bom. - tentou melhorar a situação Alvo. - Além de você estar aqui comigo, têm várias pessoas para você aplicar suas travessuras. - Alvo olhou de relance para Finn e sorriu marotamente. - E já tenho um candidato a experimentar a bala incha-peito.


Lúcia apenas sorriu maliciosamente e começou a comer.

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