Capítulo 4



[N/A: Odeio todos vocês que lêem essa fanfic e não comentam, do fundo do meu âmago. Beijos de luz. ]

[N/A: Oi pessoal, to sem notebook, o meu deu pani. Ganhei um tablet, e estou tentando escrever por ele PP.(um porre)...  Prometo postar assim que estiver disponivel  23/01/2014]


Ela se virou para ele e semicerrou o olhar para o garoto. Ele deu um meio sorriso brilhoso e cheio de malícia, cheio de deboche e sarcasmo. Hermione revirou os olhos e fez careta para o rapaz.
-Granger você não precisa fazer careta. Seu cabelo já me assusta. –Ele disse ao pé do ouvido da menina. Hermione sentiu uns arrepios com aquela voz soprando na sua nuca e lhe trazendo certo desespero, certo calor quase de 40º C.
-Malfoy, saia de perto de mim... Antes que eu faça uma coisa sem volta. –Ela disse olhando para frente e implorando pela chegada de Minerva. Onde é que ela se metera?
-O quê, por exemplo? –Ele continuava ali, concentrado naquele perfume suave e com cheiro de rosas, meio misturado com cereja.
-A minha ida pra Azkaban não tem volta. Nem a sua morte Malfoy. –Ela tentou ser fria o máximo que pôde, sem demonstrar o nervosismo que sentia pela aproximação. Mas qual era o problema? Ele se aproximara tantas outras vezes... Já deveria ter acabado não? [N/A: AHA nem comigo acabaria pessoal].
-Duvido que você queira a minha morte, Granger. –Sua boca começara a tomar um rumo diferente, ela se direcionava para uma distância razoável entre o canto dos lábios da menina e a bochecha que ganhava cor.
-Duvido que você queira morrer, Malfoy. –Ela paralisada fechou os olhos. “Cadê minha varinha?”
-Duvido que você queira me matar. –Ele despejou delicadamente a varinha sobre a palma de Hermione que estava aberta e tremula.
Então ele sussurrou novamente no ouvido dela, causando aqueles arrepios na espinha, e fazendo os músculos das costas reterem-se.
-Granger, você esta com sua varinha nas mãos, ande, me mate. –Ele roçou os lábios no pescoço pálido da amêndoa. Ouviu-se então um estalinhos de saliva se contraindo até formar-se num sorriso na boca carnuda e bem [N/A: BEM!] chamativa e atrativa de Draco. Hermione abandonou a paralisia e conseguiu sair daquela armadilha que era os lábios dele tão próximos dela. Distanciou-se até olhar a cena dele sorrindo, de um jeito tão encantador, de um jeito tão sapeca, que ela sorriu junto. Sem querer. –Era de se esperar.
-É de se esperar que eu seja inteligente e não queira ir pra Azkaban –Tentou então a amêndoa demonstrar um sorriso cínico.
-Não minta, você não presta pra isso. –Até que uma gata rajada entrara na sala. Draco com medo de que Minerva notasse a aproximação dos dois, se afastou de Hermione rapidamente.
-Ah é? E por que não, Malfoy? Eu posso ser terrível quando eu quero, não duvide dessa possibilidade. –Ela disse com o olhar digno de uma imperatriz.
-Eu não duvido, só não acredito Granger. As pessoas duvidam daquilo que não tem certeza, e eu tenho certeza que você não faria mal a um fio de cabelo meu. –Hermione sentira seu ódio misturado com orgulho ferido, mas aquele calor... Aquele calor inexplicável aumentara, por causa daquela certeza de Draco, aquela certeza tão convincente. Aquele calor não era da excitação pela aproximação daquele loiro, mas sim a raiva apossando-se do sangue de Hermione, fazendo-o borbulhar.
Então uma dor forte atingira seu corpo, na região do tórax, como se esmagassem seus pulmões. A cabeça de Hermione ganhara um peso tão grande que fizera a própria inclinar a cabeça para o lado como se quisesse, e tentasse, apenas relaxa-la.
Minerva voltou ao seu corpo estranho e velho. Com aquele olhar caído, sonolento e impetuoso que agora encarava os dois jovens sentados, que a observavam.
-Estão liberados, podem ir. –Ela olhou para as coisas que estavam sobre sua mesa, e agiu como se eles já tivessem indo para onde deveriam ir. A biblioteca.
-Sem intervenções? Nada? –Hermione perguntou.
-É claro que não Granger, ela tem coisa melhor pra fazer... Eu acho. –Ele se levantara, e Hermione imitara o gesto.
-Vamos, temos de estudar. Quer dizer, você precisa estudar. Transfiguração. –Hermione parou e pensou, e virou-se para fazer uma pergunta a Minerva. –Esses tempos a senhora nos disse que somos os melhores alunos de Hogwarts, ou que estamos bem perto dos melhores. Eu não entendo... Se Malfoy é um dos melhores, por que tenho de dar aulas de transfiguração a ele sendo que ele é... ?
-Simplesmente por que eu quis. –Ela respondeu fria. –Saiam. – Eles se retiraram da sala e Hermione sem perceber estava ao lado de Draco, andando pensativa e meio distante. Até que ele disse.
-E você precisa aprender a jogar quadribol, o que vai ser impossível de acontecer. Me espere amanhã no campo e vamos ter o primeiro dia de desgraça... Os jogos estão chegando... –Ele disse com as mãos no bolso. Olhando para uma parede e outra, com um sorrisinho nos lábios. Ele dava atenção a ela, uma atenção que ele percebera e depois a esvaiu em algum vento que passara perto dos dois. –Eu preciso dormir, não quero ficar por muito tempo com uma sangue-ruim como você.
-É... Vamos lá. Seu animal. –Ela andara em disparado na frente. E ele olhava a cena indiferente.


Hermione sentara-se à mesa e colocara as pernas sobre a madeira lisa, fingindo ler um livro empoeirado e sujo. Draco sentara na mesa do lado leste, de onde teria uma visão privilegiada das pernas de Hermione, e daquele rosto angelical e diabolicamente excitante. Pare de olhar. Aquela garota estava lendo aquele livro como se fosse algo interessante e ótimo.
Ele não queria estudar, ela também não. Mas ela não queria aproximações...
Draco se levantou, e saiu andando com o livro velho na mão para devolver a prateleira. Deveria então passar por perto de Hermione, que essa recusava as suas emoções de sentirem algo pela aproximação dele, mas a respiração... A RESPIRAÇÃO ninguém segura.
-Despejou todo o frasco de perfume em você Draco? –Hermione sentindo aquele cheiro inebriante que vinha do rapaz, aquele cheiro que a dava certos espasmos de emoções.
-Especialmente pra você Granger. –Ele disse olhando para o peito de Hermione que se movimentava rapidamente. Ele deu um risinho satisfeito. Então pegou o livro mais próximo e sentou-se ao lado dela.
-Você na sua mesa, eu na minha...- quando viu que ele não se mexeu, completou, como se ele não tivesse ouvido: - Você na minha: Não. –Hermione dissera voltando o olhar para o livro.
-Um bom professor não ensina a distância Granger. –Ele disse abrindo o livro amarelado.
-Não sou uma professora, Malfoy. E você não precisa aprender, não é? Só precisamos fingir, e você, bem longe de mim.
-Não posso, devemos nos conhecer... O relatório... Triste não? –Hermione fechou o livro num baque, e encarou Draco.
-O que você quer? O que você quer? Eu marquei de estudarmos aqui para ver se você tinha alguma dúvida, e percebe-se que você não tem nenhuma! Olha, eu não vou ficar aqui perdendo o MEU tempo precioso com um merda como você. Garoto asqueroso! Patife! –Ela se levantou e jogou o livro para o alto que esse com magia e ajuda do ar fora sendo colocado sozinho na prateleira.
-Hey Granger, vamos lá... Nada de estresse. –Ele se colocou na frente dela, a uma distância considerável e perturbadora. Sim, aquela aproximação era perturbadora para a amêndoa. – E era só a dúvida que você queria tirar de mim? –Ele indagou Hermione com uma pitada de desejo. Pois se ela quisesse...
-Eu tenho pena de você, Malfoy. –Ela conseguiu se sobressair na enrascada que era a aproximação de Draco chegando perto da porta de saída da biblioteca. Ele era a sedução personificada e Hermione não aguentava pensar assim.
-Calma ai, megera indomável. –Ele a segurou pelo braço.
-Me solte... Megera indomável? HÁ, me poupe. –Ela bruscamente retirou o braço daquela mão fria e firme. E ficou de costas para Draco continuando o seu objetivo que era sair dali.
-Não reprima sua raiva! Desabafe, Granger! –Ele disse ao pé do ouvindo dela, e ela pode sentir o calor que irradiava dele. Foi então que aquele arrepio na espinha se espalhou como uma corrente elétrica fazendo-a fechar os olhos, e respirar... Ou pelo menos a fazendo lembrar que existe aquela coisa que todo mundo chama de ar.
-Desabafar, quanta piada... Me deixe em paz. –Ela disse, tentando soar normal, e seguiu em frente, saindo da biblioteca, confiante de que não queria voltar para ficar ao lado dele. Ao lado dele? Não, nunca.


Draco a observou ir e voltou ao local onde estava sentado.
-Ela vai voltar. –Ele então esperou, esperou... e por fim acabou estudando.
Draco cansado de estudar saiu sonolento pelo castelo, emburrado, trocando o dia pela noite. Mas então se lembrou da festa que estava acontecendo naquele exato momento, e não iria ficar a espera de uma sangue-ruim. No entanto ela não voltaria naquela biblioteca. Pois é, a amêndoa não voltou. Por que teria que voltar? E porque Draco tinha tanta certeza de que ela voltaria? Draco olhou na direção das escadas que se movem, e aquela pontinha de certeza fora se esvaindo. E finalmente se tocou que ela não voltaria. Hermione e aquele orgulho. Ela era o orgulho personificado, e esse orgulho a fazia hesitar, a fazia ir e não se arrepender nem da virgula de um erro, ela não voltaria atrás. E ele teve raiva.
Então Draco desistiu da festa. Desistiu daquilo tudo. E foi para o seu dormitório.


Hermione sentiu-se tão estranha, pois aquilo o que sentia já deveria ter experimentado a décadas, aquela dor simplificada no silêncio.
Mas o que Minerva queria com aquela aproximação entre eles dois? A amêndoa então se decidira a falar com a própria no dia seguinte para esclarecer tudo isso. E não desistiria até acabar com aquilo tudo. E se fosse necessário, ela choraria, imploraria... tudo para que a Minerva acabasse com aquela patifaria. Se fosse necessário calar o seu orgulho, ela o faria.
Com a roupa que Hermione estava, se jogou na cama e se cobriu com aquelas cobertas grossas. Mergulhou então naquele balsamo de tristeza, se deixando levar pela felicidade e amor, afogados por seu orgulho.
Por que ela sabia que tudo o que Draco fazia era um jogo. Um jogo que machucava. Sempre, sempre machucou. Então ela foi fechando os olhos devagar, ela foi se embriagando naquele sono.


 


-MAS MINERVA! –Hermione estava ali de frente a Minerva naquela manhã fria. Sem a presença de Draco. –A senhora não esta entendendo, Malfoy e eu somos totalmente diferentes. E se Lucius Malfoy souber disso? Imagine o que poderá acontecer! Pense bem, por que a origem de todo esse acontecimento é a senhora. –Hermione manipulava sorrateiramente as palavras tentando convencer a professora McGonagall que aquilo tudo era loucura. Agora a professora escutava atentamente a armadilha da amêndoa. –Imagine como ele vai ficar, e provavelmente ele poderá tentar fazer muita coisa no ministério da magia para dilacerar sua vida acadêmica e ...
-Chega Senhorita Granger. Esta aceito. –Hermione sentiu uma euforia enorme dentro de si.
-Mesmo? Consegui!
-Sem relatórios, e parece que o senhor Malfoy não quer estudar.
-Como?
-Os quadros falam, senhorita Granger. –Minerva disse para ela com um tom totalmente cínico e impassível. –Mas, Draco Malfoy terá de fazer a parte dele, terá de te dar aulas de quadribol, até a senhorita se tornar uma das melhores de Hogwarts.
-Algo improvável.
-Aceitei a sua proposta de não dar aulas a ele. Não me lembro da senhorita se referir às aulas de quadribol, e nem ao companheirismo na monitoria. Não posso e não quero mudar nada em relação a isso.
-Mas profes...
-Chega das suas teorias Granger. Já as ouvi demais hoje, e basta-me de alunos imaturos com seus problemas de relacionamentos. Entendam-se vocês mesmos...
-Esse é o grande clímax, professor McGonagall! Nós NÃO nos entendemos. Não temos o que resolver... Simples.
-Simples, quero que você saia, chega por hoje. –Hermione olhou-a e mediu as palavras de Minerva e saiu em disparado da sala daquela mulher petulantemente agressiva e retardada.
-Acho que Dumbledore não fez direito hoje HAUHAUHAUHAUHAUAHUAHUHAUHA –Hermione ria sozinha pelos corredores quando Gina deu um sopro no ouvido dela.
-Ta sabendo da reunião de hoje? Parece que Dumbledore cancelou a reunião apenas com os monitores, e vai falar sobre o assunto com todos da escola.
-Ah é? –Hermione passava a mão no ouvido, incomodada com o sopro da amiga. –E sobre o que ele exatamente vai falar? Você sabe?
-Esse velho vive na incógnita... Parece que ele tem tesão em fazer isso.
-Bem... Então vamos ver o que ele quer não? Vai que é a expulsão de todos os Sonserinos de Hogwarts? Então, estava pensando que você poderia vir conosco, faz um tempo que você não tem ficado com a gente... –Gina e Hermione sabiam até onde levaria aquele papo, e que acabaria dando o resultado que Hermione temia: Draco.
-Ah sabe como é... Não gosto de ficar de vela. –Ela sorriu para a amiga.
-Você anda muito distante Mione, ta sempre ocupada com a monitoria, e os estudos... –Hermione estava com a cabeça em outro lugar, ao mesmo tempo em que Gina tentava se colocar diante da amiga.
-Gininha minha querida, realmente não estou precisando ouvir essas coisas... Ainda mais por que tenho muitos problemas a tratar. Como por exemplo, virar jogadora de quadribol e me preparar pra morte. Vê se dá uma ligadinha para os meus pais, e diga para eles irem preparando o caixão. E outra, não me estressa, já basta a McGonagall e aquele albino desgraçado que estou tendo de suportar todos os dias. Não enche. –Hermione saiu em disparada na frente. Ela e aquele orgulho fatal que não a deixava voltar atrás em tudo aquilo, pedir perdão a amiga, explicar como tudo estava chato e sufocante. De como a Minerva queria e insistia na pacificação do relacionamento entre uma grifinória orgulhosa e um sonserino sexy e preconceituoso. O que era, e é, improvável.
E sim, ela continuou andando pelo castelo. Com aquele olhar negligente e feroz pra todos que a olhavam, ela continuava com aquele andar decidido a dar um fim naquela história ridícula e insuportavelmente tentadora. Por que era tentador demais ficar perto de Draco, ainda mais nas atuais circunstancias em que estavam, onde viviam se agarrando.
Enquanto a amêndoa andava desesperada pelos corredores do castelo, viu Draco apoiado na parede, a olhando passar, mesmo com todas as suas intenções de ir lá perguntar se ele estava disposto a dar aula pra ela logo de uma vez, a vontade dela de ficar sozinha mesmo que seja por alguns minutos era maior que tudo naquele momento. A garota de olhos Bourbon seguiu o seu trajeto renegando a ideia de que talvez Draco a estivesse seguindo. Mas também renegava a ideia de que pudesse pedir pra ele parar, por que pra ela aquilo seria humilhação “pedir”. Num instinto, um impulso curioso apenas tentou olhar de canto pra ver se ele a seguia. O que de certa forma impressionou-a esse impulso, e a impressionou também que ele não estivesse lá, atrás dela, vindo fazer da sua manhã um inferno.
Draco com seu olhar mais frio e arrogante, tentou demonstrar o desinteresse que ele tinha enquanto ela passava. Mas o garoto de olhar brilhante e cinza, não a viu olhar de canto para ver se ele a perseguia. Ele não vira por que já estava tomando outro rumo, um rumo que nem mesmo ele sabia que iria tomar.
Ele queria desistir de ser um Comensal, ele queria, mas não sabia por que. Ou ele sabia, mas não confessava para si mesmo seus pecados mais obstinados e doces. Aquele pecado que anda, que tem olhos bourbons, e uma pele tão macia e pálida. Aquele pecado que ele esconde. Aquela que é o pecado personificado pra ele.
Ele tinha que fazer algo certo, ele tinha que fugir de si mesmo.



“Tudo o que irei declarar agora tem origem de um erro e de uma desculpa qualquer de um amor proibido que ninguém apoia. Ou uma desculpa qualquer de uma família mesquinha e hipócrita que quer manter seu sangue limpo. Meu nome é Ellen, e eu sou a bruxa mais indesejável do planeta, pelo menos é o que a família Malfoy pensa sobre mim, uma bruxa maldita e vinda do inferno pra trazer a discórdia.
Passou bastante tempo depois dos últimos acontecimentos, agora estamos só você e eu aqui, queridas páginas velhas e amareladas. Estamos só você e eu.
Desde que tudo o que aconteceu entre nós, eu e Lucius Malfoy, tudo se tornou um inferno.
Eu e ele éramos o tipo de estudantes de Hogwarts que nunca se misturariam... Nunca fui próxima de Lilian... E muito menos de Tiago, por que aquele era o capeta reencarnado. Às vezes tinha pena do Severo, pobre Severo que amava Lily. Apesar de não ser tão próxima deles, gostava de todos daqueles que seriam a futura ordem da Phoenix. Hoje eu não sei como eles estão. Soube que Potter casou-se com Lily teve um filho chamado Harry, e Severo esteve sozinho e muito sombrio desde então.
Eu e Severo éramos amigos, próximos, mas não como Lily e ele. Eu tinha uma pontada de inveja e ciúme, mas nada disso vem ao caso.
Quando conheci Lucius no primeiro dia em Hogwarts fora o ódio em primeira vista, ele com aquele preconceito do hábito, e eu com o meu orgulho do cotidiano. Apesar das indiferenças eu tinha um olhar diferente sobre ele, e ele também o tinha por mim. Mas havia algo, algo que eu amaldiçoo amargamente até hoje, amaldiçoo por que fora o sangue puro dele, e o meu sangue sujo que estragou toda a história, história esta que talvez tivesse dado certo se essas coisas, se essa diferença de sangue não existisse. Mas se não bastasse tudo isso, talvez as implicâncias que ele aprendeu a fazer com os pais e a família contra mim e contra todos os bruxos “sangue-ruins”, as implicâncias não nos teriam feito chegar nesse resultado. Ou pelo menos, eu não teria chegado nesse estado em que estou agora.
De fato, nunca descobri o porquê tive aquelas dores intensas no tórax, aquelas pontadas... Aquela doença, aquela coisa mórbida começou a se apossar de mim depois de um longo beijo, depois do meu primeiro beijo a força e rancoroso. Até um tempo eu não havia descoberto o que daria toda essa frustração, o que nos causaria tanta força da frieza e daquela força que não se arrebentava de nenhum jeito, aquela força da maldição quase um pandemônio na minha vida, e consequentemente na dele.
Depois de tanto me repelir, e desejar ter um sangue-puro só para estar ao lado dele, daquele doente amor que eu tinha, ou que nós tínhamos um pelo outro. Bem, eu acabei sendo adoecida por umas simples palavras que descobri depois de tudo. De anos. E se talvez eu tivesse descoberto desde o começo, teria descoberto também a cura para essa maldição. Mas a morte agora se rasteja pra mim como uma serpente sussurrando ‘venha’, enquanto estou deitada sobre a minha cama, coberta de lençóis grossos, e também coberta com a escuridão e a solidão da casa em que me encontro, descobri que eu o amo mais que tudo. E me arrependo profundamente de não ter dito isso pessoalmente.
Sei também que agora ele tem um filho que se chama Draco. Bem era de se esperar que ele casasse com Narcisa, ela era fácil, rica, e tinha um sangue-puro.
Venho dizer que a maldição começa a muito tempo atrás. Quase séculos, quando um bruxo de sangue-ruim e uma bruxa de sangue-puro se apaixonaram, e a família da bruxa discordara totalmente do amor entre o casal. Então, quando é lançado umas palavrinhas fáceis e meio inofensivas apenas inocentes quando um trouxa ouve elas... A bruxa mais cruel do século se revoltara, e não queria que o nome e nem o sangue puro da família Malfoy fosse sujado... Mas para que a filha realmente se separasse do rapaz, era preciso que a morte o abraçasse num angustiante aviso de que não deveria ter surgido aquele sentimento. Aquele sentimento puro e ingênuo, que só precisava ser aceito e nada mais.
Quando eu experimentei da lágrima doce e fria daquela senhora que colocara em minhas mãos aquele vidrinho fino que continha um líquido transparente e meio brilhoso há algumas semanas atrás. Aquela senhora de pele enrugada e meio flácida me dissera “perdão”, eu não havia entendido o porquê, mas tenho medo de que talvez eu soubesse ao que ela se referia, eu sabia claro que sabia, em algum lugar dentro de mim já sabia. Ela disse também que eu deveria ser rápida, e que havia já um próximo maldito, uma próxima bruxa maldita. Uma bruxa amaldiçoada cruelmente por aquelas palavras, que eram daquela senhora que ganhara a vida eterna depois do feitiço, e que só poderia ganhar o elixir da morte quando essa maldição fosse quebrada, quando o orgulho acabasse, e quando o preconceito fosse abafado. Era preciso que eles se entregassem ao amor. Ao amor.
-Rápido, e os próximos já nasceram e estão a caminho da maldição. Jogue um feitiço na carta para chegar até o bruxo sangue-ruim, por que só ele é capaz de amar, apesar do orgulho, só ele pode entregar-se e fazer o outro desistir do preconceito, um Malfoy influenciado pela família e pelo sangue, só ele é capaz de fazê-lo abrir os olhos e se entregar.
Pinguei aquelas lágrimas na penseira velha, e mergulhei naquelas lembranças cruéis de uma mulher jovem e elegante. Aquele olhar autoritário e mesquinho. A beleza altamente perigosa, mas um olhar brilhando de malícia, frio e embaçados pelo veneno que era a sua alma. Talvez os olhos claros, azuis cinzas resplandecentes tenham vindo dela. Seu corpo era perfeitamente desenhado, e sua pele perfeitamente translúcida de pálida. A boca carnuda e chamativa pela vermelhidão que ganhara com o frio da tempestade que ocorria fora da mansão, deixava um aspecto, como se acabara de levar um grande beijo. Eu olhava a cena estando presente. E notei uma outra pessoa, uma menina jovem e de aparência idêntica a daquela mulher, provavelmente era sua mãe. Sua testa suava frio enquanto ela berrava algo que eu não podia ouvir, mas assim que encostei os pés no chão da sala pude sentir o calor do feitiço da penseira invadir meu corpo e ouvir aquela história triste e genética.
-Não! Eu o amo mais que tudo! Mãe, por favor! –Ela implorava com os olhos marejados de lágrimas, e a boca sendo mordida pelos próprios dentes pra segurar os soluços do choro contido.
-Você não compreendera Melody? Ou terei de causar um final trágico nesse romancezinho patife? Não vê que é só mais um dos seus caprichos? Essa nova paixão te limitou de um jeito que eu nunca teria o feito se você não tivesse sentimentos errados por pessoas erradas...
-Mãe, eu não posso eu não quero e eu não vou deixa-lo. Eu o pertenço, e ele me pertence, e não é cedo demais e nem errado demais as coisas que eu digo! Acredite em mim, é amor o que sinto!
-Já chega! Sua garota petulante! Não vê que sujará o sangue da família? A família com o sangue mais puro do mundo bruxo?
-Interessante, a família só tem o sangue de pureza, por que o resto, todos vocês são a lama... E a imundice. Você desce tão baixo mãe, a ponto de rastejar-se no pó! –Quando ela dissera essas palavras, levei um susto com o barulho do tapa que a mãe dera no rosto da filha. Deixando a marca dos dedos na bochecha da menina.
-Nunca mais ouse, a aumentar o tom de voz com a sua própria mãe. Entendera? –A mulher com os vestidos negros, e um espartilho justíssimo na cintura, descia como uma cachoeira negra de tule e panos finos até o pé.
A filha pasmada e paralisada no susto por causa da atitude da mãe, que a colocara para fora da sala abruptamente, fechando a porta num estrondo e balbuciando algumas palavras que eu não consegui entender.
Eu presenciava a cena de camarote, eu tentava sair daquela cena, eu tentava sair daquela penseira. Eu já tinha mais ou menos a ideia do que aquela bruxa tentadoramente bela faria.
Ela pegava vários objetos macabros, uns animais mortos de um fundo falso de uma gaveta, e sem eu ter percebido, ela havia puxado um fio de cabelo negro e brilhoso da filha, provavelmente enquanto a empurrara para fora da sala. Provavelmente magia negra era proibido na família, nessa época.
-Eu te avisei Melody, eu te avisei que eu faria o pior se não me descem ouvidos. E isso é questão de ética. Os Malfoys não precisam de um amor verdadeiro, eles precisam de um sangue-puro. –Ela pegara um caldeirão preto e aparentemente pesado e velho. Colocando sobre aquela mesa extensa, onde continha os materiais macabros.
Olhei para o teto daquela sala rústica, vi um lustre de diamantes com algumas velas acesas. Olhei novamente para aquela mulher que pegara um vidrinho, que nele continha sangue de unicórnio.
-Perfeito. –Ela admirava o frasco. E ali eu vi, eu senti aquela áurea de maldade naquela mulher. Eu podia ver ela com aquele malicioso sorriso nos lábios. O que ela tinha na cabeça? –Sangue de unicórnio, para amaldiçoar a alma do sangue-ruim -ela dizia sorrindo - que ousar se aproximar de algum legitimo Malfoy. Terá uma doença avarenta. Que destruíra sua vida, fazendo-o experimentar só a calmaria na morte. E com esse sangue, -Ela cortou o dedo, e dele saíra uma grossa gota de sangue –Eu confirmo que sou a iniciante dessa maldição para ser levada em todas as gerações da família. –Ela fazia tudo àquilo com tanta normalidade, que o medo começou a me enfrentar. –Eu também declaro que todos aqueles Malfoys que se apaixonarem ou amarem um sangue-ruim, tenham o preconceito correndo nas veias, com mais intensidade do que já há. –Ela sabia, ela sabia que o preconceito destrói. –E também declaro que todo sangue-ruim que retribuir esse amor, tenha o orgulho mais perspicaz e incurável. –E ela colocou uma folha seca e murcha no caldeirão, um olho de bruxa, e uma varinha. –Esse é o meu sacrifício. A varinha de meu marido. –De repente eu e ela nos viramos numa sincronia perfeita em direção a porta grande, que alguém batia intensamente chamando, provavelmente por ela.
-Senhora Charlotte! Senhora Charlotte! –Ela voltou o olhar meio enraivecido ao caldeirão não dando ouvido ao que a pessoa gritava, ou clamava por ela.
-Cale a boca! Não entende que eu estou ocupada, sua incompetente. –Ela gritou, ainda olhando para o caldeirão, como se esperasse alguma reação dele.
Então dos olhos dela, surgiu um brilho estranho, um sorriso patético... Transformando o rosto dela num semblante pérfido, e obstinado. A partir dai que eu vi, que aquela lágrima que aquela senhora me dera, era praticamente um filme, ou uma história longa, na qual eu presenciava e teria que presenciar, até de fato chegar a um fim que na verdade não era fim. Mas ao mesmo tempo não presenciava. E no outro tempo faria parte.
Passei para outra cena, em qual ela jogava a magia Imperius na própria filha, e a controlava para que tirasse do rapaz que ela amava uma gota de sangue dele. E assim fora feito, para a maldição ser consumada.
Ela despejara a gota de sangue do vidrinho no caldeirão, e esse explodira, numa fumaça estranha, que de dentro dela era como se várias cascáveis estivessem chacoalhando a ponta de suas caldas, e bamboleassem a suas línguas. Enquanto ela admirava, e ouvia aquele som horrível, e como se dançasse com o negrume em qual a sala se encontrava. Ela admirava a maldição que criara.
A filha dela adoeceu e beijou a morte depois do seu grande amor ter morrido. Charlotte não sabia da tamanha da desgraça que tinha feito. Até que ela tentou desfazer, tentou encontrar a cura, e viu que era improvável, ou ela achava que era impossível. Pois o orgulho e o preconceito, são coisas tão complexas, que nunca sabemos a origem. Mas nesse caso, podemos dizer que a origem fora uma bela mulher.
E assim foi, essa mulher envelheceu, passaram-se décadas, séculos, e ela continuou vendo a maldição instalar e restelar-se na vida dos Malfoys. Uns tempos ela ficava às escondidas, outras aparecia para ver como as coisas estavam, na esperança de que talvez tudo houvesse acabado. Mas quando via, outros sangue-puros tendo o mesmo destino, e os sangue-ruins tendo a mesma desgraça. Ela chegou à um estado de querer se matar.
Ela tentou o suicídio, mas a morte não a rondava mas fugia dela.
Ela tentou tantas formas de se livrar da vida eterna, que era a sua prisão.
Ela tentou, e nunca chegou lá.
Até que ela me viu passando, já adoecida também. Reconheceu toda a história apenas num olhar que tivemos. Foi como se o destino, tivesse me levado até ela. Ou ela até mim, de um jeito tão atrasado, que juro, poderia suplicar para que ele voltasse alguns anos atrás.
Ela me mostrou a outra amaldiçoada, Granger. Granger... Granger... Esse nome me é familiar.”



Dumbledore levantou-se da cadeira e começou a dizer:
-Queridos alunos de Hogwarts, venho por meio desse jantar, avisar a vocês, sobre o baile das máscaras, e o torneio das casas. –Todos começaram a aplaudir, e um Lino Jordan bufava de insatisfação “minhas cordas vocais vão acabar estourando, preciso de férias”. –O torneio será para decidir quem será o Monitor-Chefe de Hogwarts. –Draco e Hermione ouvindo a voz de Dumbledore atentamente, o loiro branco com o sorriso sedutor, e a amendoa com um sorriso diabólico. –Como é justo de minha parte atribuir essa oportunidade apenas aos que são os melhores academicamente. –Dumbledore enfatizou a ultima palavra olhando para Draco e Hermione, com o olhar de meia lua através das lentes dos óculos. –Serão muito bem apresentados, quando o torneio for finalizado, e será dito o vencedor. –Ele sorriu sem dentes. –A primeira etapa do torneio será... –Um mistério e todos os alunos olhavam fixamente para o velho de uma longa barba. –A dança das máscaras. Em duplas por enquanto. –Hermione respirou fundo, temendo qual fosse a dupla dela. –Draco Malfoy e.... –Ele pegava o outro papelzinho jogado de um copo de ouro. Draco queria Hermione. Mas não podia dançar com ela na frente de todos. Podia? – Draco Malfoy e Hermione Granger. Bom, esse não parece ser escolhido pelo feitiço.... –Dumbledore olhou para trás, fixando o olhar em McGonagall – Houve uma ajudinha aqui, Minerva? –Parecia o diabo querendo fazer um pacto com Hogwarts ou Merlin. Era algum tipo de macumba das piores, pelo menos era o que Hermione achava. Quando Hermione sacou aquele olharzinho de cheio de códigos, bem pode se imaginar como ela ficou histérica.
-Não suporto esse tipo de sacanagem. Não suporto essa... –Harry a interrompeu.
-Vou ver se consigo fazer Minerva mudar de ...
-Já tentei a fazer mudar de ideia com algumas coisas sabe Harry, mas essa velha é impossível. –Hermione sussurrava. Gina escutava atentamente, e Rony também, meio morno.
-Já sei... Você pode pedir ao DJ, na hora do baile fazer a troca de pares de dança, sempre, sempre falar pra trocar...
-Mas pelo o que eu saiba Harry, o DJ precisa da permissão de Minerva, e com certeza ela vai perceber minha intenção.
-Hermione você quer soluções ou quer mais problemas? Já um problema do tamanho do mundo, então não me vem com o seu jeito não esperançoso, histérico, e chorão. Que NÓS temos de suportar. –Harry falava meio rápido e cruel.
Os olhos de Hermione se encheram de lágrimas? Mas porque se encheram de lágrimas? Afinal não era nada o que Harry Potter dissera, mas sabe as mulheres, e principalmente garotas em fase de puberdade tem lá suas perturbações particulares, como a menstruação e as espinhas, como companheiras. E um deus grego caindo do olimpo só pra deixar bem claro que é o chocolate mais tentador do universo. Realmente, as garotas de Hogwarts, apenas elas, sabem o que é isso.
Ela simplesmente se levantou, caindo uma lágrima dos olhos dela, e ela a limpando rapidamente, saindo do salão principal, sem deixar os vestígios da sua coisa de fera ferida, e orgulho pisado.
Harry respirou fundo, decidido a não ir atrás.
-Ela precisa ficar sozinha, sei que precisa. –Harry disse meio que hesitando, e Gina colocou a mão sobre o dorso da dele, deu um meio sorriso olhando nos olhos verdes do rapaz, num gesto de carinho e querendo transportar conforto à Harry, colocou a cabeça no ombro grosso dele e acompanhou-o no silêncio que ele fazia, só pra suportar a dor que ele sentia de ter feito aquilo com aquela que era sua melhor amiga.
Rony fez cara de sério, mas logo consentiu com o que Harry fez, sim, por que aquilo era necessário. A amêndoa precisava daquele deserto, ela precisava de solidão.


 


 




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Comentários (2)

  • Srta. Zabini

    Você pretende continuar a fic? Eu gostei bastante.. Parabéns! 

    2015-07-21
  • RiemiSam

    Conheci sua FIC hoje e lerei com mais calma para comentar.

    2014-01-24
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