A bruxa das cartas



Olá Carlinhos, quanto tempo meu irmão...


Todos sentem a sua falta por aqui, você deve saber... a final nossa mãe não está acostumada a ter um filho longe por tanto tempo. Encontrei alguns amigos seus na loja esses dias, eles não sabiam do seu paradeiro acredita? Chegaram aos risos, dizendo “Vocês devem ser irmãos do Weasley, Carlinhos!” Reconhecer que Fred e eu somos irmãos tudo bem... Agora você... Francamente. Eles perguntaram o que você andava fazendo, um deles questionou “Ele continua fumando mandrágora?” .O outro logo em seguida zombou “ Ele deve ter ido para a  Beuxbaton, não duvido nada daquele afeminado” Enfim, não resisti em contar as piadinhas internas reveladas pelos seu amigos. Espero que esteja bem e que responda logo.


 Um abraço, Jorge.



Carlinhos amassou a carta e jogou dentro da mochila. Era notável sua mão branca cheia de cortes e cicatrizes, seus trajes estavam gastos e sua aparência lembrava a de um zumbi. Ele parecia estar cansado fisicamente e a carta o havia cansado mentalmente. Já estava longe de casa a muito tempo e parecia que não iria voltar tão cedo.


- Weasley, vem aqui! Alguém gritou ao longe.


 Carlinhos não hesitou e seguiu os gritos correndo. A floresta era densa e escura, os gritos haviam cessado quando Carlinhos adentrou nela destemido.  Ele apanhou sua varinha, e começou a caminha cautelosamente caçando e atento, como se soubesse o que estava procurando.


Um vulto branco deslizou sobre as árvores rapidamente e Carlinhos o seguiu, a luz era forte e iluminava toda a trilha por onde passava. Assim que ele alcançara o vulto ele notou – Um patrono, claro. Quem o conjurara estava apenas se divertindo com Carlinhos.


- Você pode sair Aiyra – Ele pediu enquanto guardava a varinha no bolso da calça.


- Só estava querendo me divertir um pouco Carlinhos, afinal... Não há dragões aqui. – Disse a garota morena de olhos puxados que pulara de uma das árvores trazendo o patrono de uma onça para a sua varinha.


- Claro que há... – Ele discordou – E assim que encontrar eu voltarei para e casa e passarei o natal com a minha família, dona Molly não aguenta mais.


- Mães... – Ela riu – Se eu tivesse uma talvez nem estivesse aqui, ela não permitiria que a filha se envolvesse com dragões como o pai.


Carlinhos prendeu o riso e olhou para Aiyra aflito, algumas lágrimas estavam rolando em seu rosto e ela virou-se para ele não perceber.


- Você poderia passar o natal com a minha família – Ele sugeriu – Mas só te levo até lá caso você me ajude a encontrar o dragão...


- E quem disse que eu quero conhecer a sua família ruiva? Ein, senhor Weasley? – Ela questionou com um sorriso nos lábios.


- Eu conheci seu avô índio, qual o problema de conhecer minha família ruiva? – Ele apanhou a mochila e retirou uma foto onde ele estava abraçado a um velho índio – Ele me chamou de homem branco cabelo de fogo e pensou que se encostasse a madeira em mim ela pegaria fogo também.


- Ele estava brincando – Ela caçoou - Alguns dias na Amazônia pode ser inteiramente frustramente para rapazes como você.


- Você não disse que quando fosse te encontrar teria que me dar com todos aqueles insetos... E a escola de magia de lá é diferente de tudo o que já vi – Ele lembrou – Deve ser frustrante para aqueles bruxos conviverem com todos aqueles animais como se isso fosse normal.


- Pensei que havia gostado Carlinhos... Você fica maravilhado quando contava nas cartas minhas experiências na escola - Ela caçoou apanhando uma pedra no chão – E acho que vai ficar maravilhado novamente. – Ela mostrou a pedra cheia de cinzas por cima e queimada na ponta.


- Dragões – Ele sussurrou com um sorriso no rosto.


- Disse que havia dragões aqui, sempre estou certa. – Ela desviou o olhar aos risos.


 Carlinhos a encarou de boca aberta, mas ignorou o comentário da garota - Vamos acampar aqui essa noite, talvez ele ainda esteja por aqui.


- Não tente ser o líder Weasley – Ela contrariou tomando a pedra para si – E nós vamos acampar aqui essa noite, caso ele não apareça não terei o natal feliz.  


- Accio barraca – Ele apontou sua varinha para a mochila e a barraca pulou para fora se desmontando.


- Você precisa melhorar isso – Aiyra apanhou a varinha e apontou para a barraca – Reparo!  - A barraca se armou novamente – Vê se aprende Weasley. 


Ele sorriu e adentrou na barraca junto a Aiyra.


 

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