Retorno



Era numa plena manhã de um sábado frio quando o telefone da Sra. Granger tocou. Ela amaldiçoou baixinho quando o escandaloso toque acordou o bebê, fazendo-o aprontar um berreiro. Enquanto a mulher mais jovem e mais bela ia correndo atender ao telefone, a outra mulher – a babá -, uma velha senhora com tamanha paciência que chegava a fazer qualquer um admirar, corria para o quarto verde e branco do pequeno garotinho. Enquanto a babá tinha a paciência de cuidar do bebê, a mãe dele estava já praticamente com as mãos no telefone para atender. Quando feito, ouviu-se uma voz grossa e potente do outro lado da linha.


– Alô Sra. Granger? – A voz perguntou, Hermione reconheceu imediatamente ela. Era a de um dos sócios de seu chefe trouxa.


– Doutor Marco, como vai? – Ela falou sendo educada enquanto caminhava calmamente até o quarto de seu filho.


– Estou ótima, Senhorita. Espero o mesmo. Mas o assunto que tenho a tratar contigo é de extrema importância, preciso de você em uma hora no meio escritório, por favor. Tem como vim? – A voz do doutor Marco estava ansiosa, o que de certa forma deixou Hermione com uma curiosidade irritante.


– É claro doutor, estarei ai em uma hora como deseja. – Ela desligou o telefone e pôs em cima de uma mesa qualquer em quanto entrava no quarto do filho.


A pequena criança vestia um macacão branco e sorria alegremente mostrando como tinha um humor contagiante. Seus cabelos era um tanto castanho como o dá mãe e os olhos num tom azul. Era de fato, sem duvida alguma, um bebê incrivelmente belo. Hermione não pensou duas vezes e foi ao encontro do filho que estendia as mãozinhas gorduchas para ela, num gesto de querer o colo da mãe. A mulher pegou o filho e sorriu, aninhando-o no peito. A babá sorriu.


– Irá sair senhorita Granger? – Perguntou a velha mulher gentilmente enquanto abria a janela permitindo a entrada do sol fraco e o ar gelado. O garotinho aninhou-se ainda mais no peito da mãe, sentindo-se confortável em tal posição. Hermione sorriu mais ainda.


– Sim, infelizmente. Acabaram de me ligar falando que precisa de mim para algo urgente em uma hora, entretanto creio que eu volte cedo hoje. – Hermione disse mexendo o corpo docilmente abraçado ao filho.


A babá apenas assentiu e se retirou dali deixando a sós mãe e filho, no momento em que o garotinho levantava-se do peito da mãe e ficava numa posição boa para que tanto ele pudesse ver-la, quanto ela pudesse ver-lo. Quando ele sorriu travesso para ela quase que imediatamente ela se lembrou do pai do garoto.


Hermione balançou a cabeça num gesto de afastar a imagem do homem que um dia amara tanto, não queria dizer que ela não o amasse, mas fazia tempo. Muito tempo. Fora o fato que ele nem sabia da existência de Nathan, Hermione havia decidido criar seu filho sozinha. Até porque, ela não tinha coragem na época de ir atrás dele.


Fora há muito tempo, dois anos para ser exato. Hermione havia á algum tempo terminado a escola de Hogwarts, naquele tempo, ela ainda estava pensando no seu futuro, em que profissão seguiria e em que mundo viveria: o dos trouxas ou o dos bruxos. Ela, no fim, escolheu o dos trouxas. Mas isso não vem ao caso. Na verdade o que vem ao caso é outra coisa: Hermione estava tendo um caso com Harry Potter, apesar de muito tempo não sentir atração por ele, mas tivera medo de magoar-lo. Porem, ela falhará. Quando fora covarde para não terminar com Harry, acabou magoando de outra forma: ela o traía, com Draco Malfoy – um dos piores e mais odiados inimigos do garoto.


Mas ela amara Draco Malfoy e, conforme o tempo se passava, ela se apaixonou novamente pelo seu namorado naquele tempo, Harry. Mas mal havia descobriu esse novo sentimento quando Draco resolveu colocar as cartas na mesa e contou tudo a Harry, que ficara furioso. Apesar de ele ter perdoado-a, Hermione sabia que, no fundo de seu coração bondoso ele sofrera tanto. Então, ela fora embora.


Foi uma decisão difícil, já que Draco estava praticamente implorando para que ela se cassasse com ele, mas Hermione ficara confusa, casar-se com Draco, um homem que de fato ela amava e tinha o amor correspondido, era um sonho. Porem semanas depois que Draco a pedira em casamento, Hermione descobrira que estava grávida. Sem contar a ninguém, ela fora embora. Fugiu. Sumiu. Não deixou pistas, não deixou recado, não disse adeus e nem tchau. Muito menos um “Eu volto logo”.


Ela fora para Buenos Aires, onde se instalou por vários meses enquanto sua barriga crescia. Mas ela não ficou o tempo todo deitada numa cama, chorando pelos seus erros, muito pelo contrario Hermione estudou a faculdade trouxa e apesar de pouco tempo estudando a garota se dera tão bem com sua nova e futura profissão que não demorou seis meses para ser chamada para trabalhar numa empresa de advocacia, uma das mais sensacionais do país.


Nesse meio tempo ela tivera Nathan, uma das razões que a deixa firme e forte, desde do primeiro momento em que viu o filho ela o amava. Ele era perfeito, seu orgulho, sua razão de viver. Por isso acabara aceitando a proposta de emprego e ficara ali até agora, crescera, se tornara de uma simples ajudante para uma das mais competentes advogadas de Buenos Aires.


Ela mal se lembrava de Harry ou Draco, Rony, Gina, Luna muito menos. Apesar de ouvir muitas historias sobre o Potter ter começado um relacionamento com Gina Wesley e, Draco ter engatado no namoro com Panks. Hermione não se importou muito, na verdade ela estava feliz por ver ambos seguindo a vida, assim como ela mesma fez. Era um tanto culpada de tudo aquilo, mas Hermione adquirira algo com o tempo: não se culpar por erros passados, seguir em frente e fazer melhor.


E agora, ela estava já se vestindo para ir à empresa do sócio de seu patrão. Pensamentos do passado às vezes a atormentava, então mais fácil a fazer era se distrair com outras coisas como, por exemplo, trabalho. Sem esperar muito, Hermione pôs Nathan no berço verde água e saiu do apartamento duplex onde caminhou até seu carro. Entrando nele ela seguiu o caminho para a empresa que precisava ir.


Não demorou nem trinta minutos para Hermione chegar até a empresa, era sensacional a arquitetura daquele lugar. Apesar de a mulher ter visitado o local varias vezes, não deixava de admirar-lo. Era um grande prédio de vidro, escadas rolantes e elevadores ajudavam as pessoas a subir – fora as escadas normais e as de incêndio; Para entrar no local tinha-se que passar por vários detectores de metais e mais a segurança extremamente esperta; Cada advogado ali tinha uma sala, todas extremamente bem organizada com computadores, livros sobre leis do país e do mundo, mesas e cadeiras confortáveis, uma estante para papeis e por fim um telefone. Era uma empresa que levava vários e vários advogados ao inferno para trabalhar ali.


Depois de passar pelos detectores de metais, Hermione chegou até o balcão das recepcionistas – todas as mulheres vestindo um vestido azul da empresa e todas com os cabelos presos – e informou sobre estar sendo esperada pelo doutor Marco. Logo ela recebeu um crachá que permitiu a entrada no ultimo andar – local onde o diretor, o vice-diretor e o dono da empresa ficavam. Ali também era feito as reuniões, principalmente as mais importantes.


E naquele momento estava ocorrendo uma reunião, o que a surpreendeu. O segurança ao lado fez um gesto para retirar o casaco dela, Hermione sorriu e retirou entregando-o a ele, que com todo o cuidado guardou.


– Senhorita Granger certo? – Perguntou um homem baixinho atrás dela, de cabelos e olhos pretos e uma barba curta. Os cabelos penteado para trás estava molhado e vestia um terno preto elegante. – Sou Josh Owen, sou o vice-diretor. É um prazer conhecê-la.


– Oh, igualmente Sr. Owen. – Hermione apertou a mão do homem baixinho e percebia que ele também parecia ansioso, já que ficava se mexendo bastante num sinal de inquietação.


– Venha comigo até minha sala senhorita Granger, preciso por a par do que está acontecendo nessa reunião e do motivo que você foi chamada. Siga-me, por favor. – O homem fez um gesto para que ela a seguisse e em seguida entrou numa sala de vidro assim como todas naquele andar. – Sente-se.


Hermione sentou-se na cadeira e esperou ansiosa enquanto o homem sentava-se e arrumava-se. Por fim depois de ler alguns trechos de um papel, ele levantou os olhos e a encarou cruzando os dedos uns nos outros em cima da mesa.


– A senhorita fora chamada aqui, pois estamos com um projeto para transferir uma afiliada da empresa para Nova York. É um bom projeto, já que a cidade dos Estados Unidos tem vários e vários advogados competentes que irá se juntar a nós. – Ele parou um tempo curto enquanto esperava que a mulher fizesse alguma pergunta. – Chamamos você, pois é uma das melhores advogadas daqui e extremamente confiável, precisamos de alguém para nos representar. Por isso pergunto senhorita Granger se está disposta a ser transferida para Nova York e ser a nova diretora de lá.


Hermione mal se mexeu era uma proposta tentadora. Mas ela simplesmente não poderia abandonar Buenos Aires sem mais nem menos. Mas mesmo assim, ela simplesmente não conseguia dizer um não.


– Temos um local, um apartamento ótimo já pronto para ser comprado e entre a você senhorita Granger, caso aceitar. Entendo que é complicado você sair de uma cidade para a outra tão rapidamente, mas eu realmente espero que aceite essa proposta. – O homem falou novamente parecendo entender os pensamentos da mulher. Ele estava sendo extremamente gentil. – Não é necessário dizer-nos a resposta hoje, mas peço que diga amanhã. Então?


– É uma proposta tentadora Sr. Owen, não posso realmente dizer um não logo de cara e muito menos um sim. Preciso de um tempo para pensar, pelo menos essa noite. Amanhã lhe digo a resposta. – Hermione falou finalmente com a voz firme e a face normal. A mulher se levantou e o homem também dando um pequeno sorriso, quando ela virou-se para sair viu que a reunião já havia acabado.


Ela congelou. Ela conhecia muito bem os participantes daquela reunião e, pela sua infelicidade eles a viram também. Todos pararam para encarar-la, Hermione desviou os olhos.


– A senhorita está bem Granger? – Perguntou preocupadamente o vice-diretor. – Quer sentar-se e tomar uma água? Esta pálida!


– Não é nada, eu estou bem. Só uma pergunta se me permite aqueles ali irão ajudar a implantar uma empresa afiliada para Nova York? – Hermione desejou que a resposta fosse negativa, ela não poderia ter um azar tão horrível.


– Oh sim, eles nos irão ajudar. Porque você os conhece? – Perguntou o homem num tom curioso agora, Hermione já havia recuperado a compostura e agradeceu por estar no momento de costas para eles.


– É mais ou menos... – Josh Owen a olhou curioso, abriu a boca para perguntar algo, porem foi interrompido por outra pessoa por fora da sala.


– Ah! Senhorita Granger, venha aqui conosco, por favor, quero lhe apresentar algumas pessoas minha querida. – Hermione ouviu a voz do doutor Marco. Ela respirou fundo, não havia escapatória, não havia modo de fugir dália, apenas torceu para que não descobrissem a existência de Nathan.


Ela virou-se o rosto neutro, os olhos sem demonstrar emoção e com o Sr. Owen atrás ela se retirou da sala de vidro sobre os olhares de todos, por fim ela parou na frente deles praticamente enquanto vestia o casaco.


– Granger?


– Malfoy. Potter.


– Mione?


– Rony. Gina. Luna. Neville. Por favor, Hermione e não Mione. – A mulher falou fria, quase que imediatamente Luna e Gina a abraçaram apertado com saudades, assim como Neville. Harry e Draco ainda estavam em choque e Rony mal se mexia.


– Ah vocês se conhecem já? – Perguntou o doutor Marco e quando todos assentiram seus olhos brilharam. – Mas que ótimo isso só ajuda, como amigos podem trabalhar como uma excelente equipe.


– Ah com certeza. – Falou Luna extremamente animada enquanto segurava os braços de Hermione. Gina assentiu sorrindo, entretanto os outros homens ficaram em silencio. Entretanto nem o dono da empresa e muito menos o vice-diretor perceberam.


– Mas então Sra. Granger como vai seu filho Nathan? – Perguntou o doutor Marco, Hermione congelou no mesmo local. Os presentes a olharam intrigados e pasmos.


– Filho? Que filho Hermione?


– Oras Sr. Potter, é amigo da senhorita aqui e não sabe que ela tem um filho de quase um ano? – Ele falou novamente revirando os olhos e saindo dali com o vice-diretor para tomar água.


Hermione sentiu os olhos de todos sobre ela, pasmos. Ela não podia culpá-los, se estivesse no lugar deles de fato também iria ficar naquela situação. Mas infelizmente ela não estava e, a sua única reação foi se retirar dali imediatamente, sentindo as pernas bambas.

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