A VAMPIRA DO BROOKLYN



‒ Pelo menos esse hotel é melhor que o primeiro ‒ Willy riu ‒ Harry, estou preocupada com você...
‒ É a profissão que eu escolhi, Willy ‒ ele fazia a barba, de calça comprida, sem camisa e descalço, enquanto ela, que abrira uma mesa com seus objetos, trabalhava numa de suas invenções. ‒ eu sempre soube que não seria fácil.
‒ Eu achava que você ia ser jogador de quadribol.
‒ Eu gostava de jogar... mas queria fazer algo mais relevante. Algo que contribuísse mais... ai! Me cortei!
‒ O que você arrumou? ‒ ela deu um salto e foi ver, ele fizera um pequeno corte no queixo. Não era nada demais, ele não deixou que ela sumisse com o corte, acabou de fazer a barba e simplesmente pôs um pequeno curativo.  Ele chegou depois na janela e ficou enxugando o rosto e olhando a paisagem do por de sol no Harlem, onde estavam.
‒ Quando acabar esta missão, vou comprar uma casa portátil como a de Sheeba. Nunca mais quero ficar em hotéis vagabundos na minha vida. ‒ ela riu:
‒ Só espero que não peguemos nenhuma sarna nestes lençóis suspeitos... ‒ sorriu satisfeita ao ver que o objeto em que estivera trabalhando, um tipo novo de detector de feitiços, cintilava na cor vermelha, indicando o pequeno feitiço que havia feito ao lado dele ‒ acho que já posso despachar isso para o senhor O'Hourke. ‒ Ela embrulhou o objeto e com um movimento de varinha o despachou.
‒ Acabou seu horário de trabalho? ‒ Ela assentiu‒ ótimo, o meu ainda não começou...‒ Ele a puxou para junto dele, dando-lhe um beijo apaixonado.
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 Horas depois ele se vestiu como trouxa, depois pôs a roupa protetora que Sheeba lhe dera (que ficara um pouco curta e apertada nos últimos anos e ele tivera que alargar com um feitiço) e sobre tudo, a velha capa de invisibilidade.  Antes de cobrir a cabeça, deu-lhe um beijo de despedida e disse adeus. Então desaparatou no endereço. Qual não foi sua surpresa ao constatar que era um hotel cinco estrelas. Ele estava no primeiro andar, ao lado da porta nº 105. A porta abriu-se e ele teve um choque.
 O bruxo que saiu do quarto era Rony. E não estava mais caracterizado como o meio gigante do último filme que fizera, era o mesmo Rony que ele conhecia, nos mínimos detalhes.  Não podia ser suspeito de estar fazendo magia negra...
 Ele seguiu Rony por um beco deserto, estavam no Brooklyn, que ele reconheceu, porque estivera ali alguns anos antes com Sheeba e Sirius de férias. Sentiu-se surpreso ao ver Rony entrar numa casa noturna chamada "Vampire's Room". O que Rony estaria fazendo ali?... todo cuidado era pouco. Ele tentou entrar mas foi barrado por um sujeito, que sabia ser vampiro.
‒ Alto lá, idiota... não pense que não sabemos que está usando uma capa de invisibilidade... nós sentimos sua pulsação.
‒ Ok! ‒ Harry baixou o capuz ‒ posso pagar com dinheiro bruxo ou em dólar?
‒ Dólar, cretino. Dinheiro bruxo é pra bruxos
‒ Tá. Mas quero ficar com minha capa...
‒ Problema seu... mas não crie encrencas.
 "Droga...isso fez com que eu perdesse tempo... e agora?" Ele entrou na boate, que era lúgubre e sombria, procurou ignorar o vampiro que atacava o pescoço de uma jovem bem ao seu lado. Ele estava seguro porque como todo auror era prevenido e usava no pescoço um cordão grosso de prata, com um canivete na ponta... ai do vampiro que encostasse nele. Ele sentou-se numa mesa e viu Rony do outro lado do salão. Ele conversava com uma mulher que parecia bastante uma vampira, magra e de cabelos negros. Mas não estavam em atitude romântica. Repentinamente sentiu alguém sentar-se ao seu lado e olhou. Não era outro senão Caius Black.
‒ Esse não é um lugar seguro, rapaz, mesmo para quem tem uma capa de invisibilidade... ‒ ele sorriu, mostrando as presas. Eu digo isso como amigo... mas ao meu lado você está salvo.
‒ Quanto tempo, Caius.
‒ Como vai Sirius?
‒ Bem.
‒ Ele tem mais filhos?
‒ Não interessa a você.
‒ Escute, rapaz, eu disse que a maldição acabou... só quero saber se tenho sobrinhos.
‒ Tem. Uma menina e dois meninos... você está me atrapalhando.
‒ Não, não estou não. Não esqueça que eu sou um vampiro e tanto, uma ótima ajuda se você puder contar com minha boa vontade... quem você está seguindo?
‒ Aquele ali, Rony Weasley... eu achava que ele era meu amigo. ‒ Caius olhou na direção da mesa onde Rony estava.
‒ Aquele não é seu amigo, Potter...  eles sabiam que você ia seguí-lo... eu posso sentir as pessoas pelo sangue. Conheço seu amigo, o coração dele não bate naquele ritmo.
‒ Quem é então? ‒ Caius riu maliciosamente.
‒ Você vai acreditar se eu disser que é uma mulher?
‒ Uma mulher?
‒ Exatamente. Não posso saber seu nome... muito difícil, ela é esperta o suficiente para evitar pensamentos que a denunciem. Mas ela sabe que você está atrás dela... cuidado. Ela é muito perigosa. Saia daqui agora, você não vai descobrir mais nada hoje sobre ela. Eu te levo lá fora.
‒ Não acho uma boa idéia ‒ por mais que Caius o tivesse ajudado, ele não era louco de confiar num vampiro. Caius percebeu isso e riu.
‒ Vá embora, Potter, diga à sua garota que a tia dela vai muito bem.
‒ Como você sabe que eu e Willy..?
‒ Pensamentos, Potter, pensamentos. Tome cuidado com seus pensamentos ‒ Caius Black pôs um par de óculos escuros e olhou para o outro lado. Ele saiu da boate e ficou esperando que a bruxa transfigurada em Rony saísse, o que demorou um pouco. Ela saiu sozinha, ainda transfigurada,  e foi andando na direção oposta a que viera. Subitamente desaparatou. Harry praguejou um pouco , mas viu que logo depois  da bruxa saíra a vampira. Ele decidiu seguí-la, mas tirou o canivete de prata do cordão. Todo cuidado era pouco, ele estava na área dela e não havia nenhum Van Helsing por perto para ajudar. Era melhor ficar atento. A vampira andou algumas quadras e ele  a seguia a uma distância segura, Subitamente ela sumiu e ele olhou o chão, não havia névoa... repentinamente ela saiu de trás dele e o segurou pelo rosto, tirando-lhe o capuz, era muito forte.
‒ Olá, bruxinho... ela observou o curativo do corte que fizera cedo e arrancou-o dali, roçando com a unha no machucado para ver o sangue escorrendo. Riu e ia sugá-lo pela ferida quando ele deu-lhe um corte no meio do rosto com o canivete, que ela não vira. Ela gritou alto e ficou segurando o rosto onde ele a cortara. Saía um sangue negro da ferida.
‒ Quem é você e quem é a bruxa que você estava conversando?
‒ Não te interessa, eu não vou dizer nada... ‒ a bruxa cambaleava porque saía muito sangue do seu rosto. Ela não conseguiria fugir.
‒ Ela é uma escrava sem importância ‒ disse a voz de Caius Black bem atrás dele ‒ até que você sabe se virar bem, garoto. Mas escravas são fáceis de se enfrentar.
‒ Porque você está me seguindo?
‒  Não seja mal agradecido... estou toda hora salvando seu pescoço... será que vou ter que ser emparedado para que você e meu irmão acreditem que eu sou um cara legal? Quer saber a quem essa sujeita pertence?‒ Caius aproximou-se dela e agarrou-a por trás ‒ Ao vampiro Michael Marshall, do Brooklyn... mas ela devia estar tentando sair do clã dele... a bruxa deve ter oferecido ajuda a ela.
‒ É isso? ‒ Harry disse aproximando o canivete da vampira, cujo rosto ainda sangrava um pouco. Ele sentia uma incômoda queimação no queixo que ferira cedo.
‒ É. Não sei o nome dela... ela disse que trabalha para outro, que eles precisavam de mim para um serviço.
‒ Que serviço?
‒ Vampirizar alguém... um casal que está na cidade. Eles iam me dar suporte
‒ Que casal?
‒ Não é da sua conta... ‒ uma flecha cortou o ar e atingiu em cheio o peito da vampira. Caius largou-a imediatamente e ela caiu e explodiu numa massa de sangue. Harry olhou para os lados para procurar quem a matara. Viu um vulto se afastando rapidamente pelo alto de um prédio e aparatou  para onde ele estava, Caius tomou forma de morcego e o seguiu. Harry começou a perseguir o vulto, que corria velozmente por cima dos prédios, a lua bateu nos cabelos dele e Harry pôde ver que não era a bruxa transfigurada em Rony, seus cabelos eram bem lisos e louros, subitamente , sem que Harry pudesse ver-lhe o rosto, ele desaparatou e deixou-o para trás. Ele respirou fundo bem no momento que Caius virava homem do lado dele.
‒ Bem ‒ ele disse ‒ você pode apostar que não se trata de um Van Helsing.
‒ Eu sei... acho que preciso fazer uma visita, por falar em Van Helsing...
‒ Visita?
‒ Vou procurar o marido de uma Van Helsing. ‒ desaparatou rapidamente para onde a vampira tinha sido morta. Precisava analisar a ponteira da flecha.

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