APENAS UMA NOITE



Quando as companheiras de quarto de Willy deram por sua falta na manhã seguinte, houve uma gritaria geral, pânico generalizado. Foi preciso que Snape interviesse e perguntasse às garotas o que afinal acontecera. Nenhuma delas havia visto Willy sair, elas estavam apavoradas achando que o vampiro havia entrado no quarto. Então Snape disse-lhes:
    ‒ Vampiros não podem entrar neste castelo, suas imbecis! ‒ e saiu, secretamente preocupado para procurar Dumbledore.
    Dumbledore chamou Harry e Sirius. Harry vinha arrasado, como se um peso de meia tonelada houvesse sido depositado em seus ombros.
    ‒ Não sei como, mas Willy saiu do castelo durante a noite. Provavelmente Caius conseguiu hipnotizá-la a distância, mas ela não pode ter saído por nenhuma das portas. Harry, eu sei que você tem um mapa, cuja co-autoria pode ser creditada a Sirius, que mostra passagens para se sair de Hogwarts... você por acaso mostrou a Willy alguma vez este mapa?
    ‒ Não professor, nunca... eu conheço Willy bem o suficiente para saber que ela não deve se aproximar desse tipo de coisa.
    Dumbledore então suspirou fundo e disse a Harry que eles procurariam Willy, as aulas da manhã foram suspensas e os professores deram buscas pelas salas. A Professora Minerva foi quem achou a capa de Willy caída na sala de transformação. Viu também o armário aberto e olhou lá dentro, a chave daquele armário estava sumida há alguns anos. Ela empurrou o fundo do armário e viu que era falso, e viu a descida. Correu para chamar Dumbledore.
    Harry olhou o mapa do maroto e viu que aquela era uma das passagens secretas que Filch conhecia, marcadas no mapa. Ele procurou a dica para abrir a passagem, que era: “basta girar a maçaneta olhando para o lado oposto que ela se abre”.
    ‒ Como Caius pôde saber disso?
    ‒ Harry, ‒ Sirius disse preocupado ‒ quando nós fizemos o mapa do maroto eu usei muitas dicas que meu irmão havia me dado... ele esteve aqui antes de mim. Ele conhecia essa passagem. Provavelmente ele fez Willy ficar em pânico e ao procurar a porta para sair da sala ela caiu na passagem. ‒  Sirius olhava para o armário.  Sem dizer nada, atirou-se lá dentro, Harry o seguiu. Deslizaram alguns minutos então uma luz no fim do pequeno túnel apareceu. Caíram de um buraco a cerca de dois metros do chão, estavam numa pequena colina. Ao longe, podiam ver o castelo, haviam saído centenas de metros à frente, num lugar entre o lago de Hogwarts e a Floresta proibida. No chão, havia um envelope prateado, escrito com letras vermelhas, numa elegante caligrafia.

“Ao Sr Sirius Black”

    Sirius abriu o envelope e leu a mensagem:

    “Meu Irmão, você tem algo que quero, eu tenho algo que você quer. Encontre-me na orla da floresta ao anoitecer e fazemos a troca.     
Leve Harry Potter. Nem pense em aparecer armado
    Não negocio, espero apenas uma noite.
Caius”

    Sirius passou o bilhete a Harry.
    ‒ Não temos escolha, Harry. Precisamos salvar Willy.
    Harry encarou o padrinho sério. Não estava disposto a perder Willy para os vampiros. Retornaram ao castelo rapidamente e mostraram o bilhete a Dumbledore. Ele concordou que não havia outro jeito, eles depois poderiam tentar escapar, mas Willy estava totalmente indefesa. Resolveram então esperar a noite. Sirius pediu apenas uma coisa a Harry:
    ‒ Harry, lembra-se do anel que eu te dei? Traga ele para mim, eu preciso usá-lo ‒ Harry correu em seu quarto e tirou do malão o anel, era um anel largo, com uma pedra vermelha dentro da qual parecia mover-se um líquido. Quando o entregou a Sirius, embora o anel fosse mais largo que seus dedos, este se fechou firmemente no dedo anular dele.
    Durante o dia, Atlantis, o pai de Willy, apareceu na escola, apavorado. Queria de qualquer forma entrar na floresta e achar Willy. Dumbledore o proibiu. Nesse momento John interviu:
    ‒ Professor, eu acho que eu e ele podemos depois tentar seguir a trilha dos vampiros, se ele pode se tornar um cavalo, e eu tenho sangue imune, temos mais possibilidades que qualquer um outro. ‒ enquanto Dumbledore concordava contrariado com o plano de John e Atlantis, Hermione tinha uma idéia, estava entre Harry e Rony, na sala comunal da Grifnória.
    ‒ Harry, Eu sei de alguém que pode entrar durante o dia na floresta e que pode nos ajudar a descobrir onde esconderam Willy. ‒ Arrastou os dois para o banheiro do terceiro andar e chamou alto:
    ‒ Murta! Murta? Eu preciso falar com você. ‒ na parede atrás de Harry apareceu a cabeça branca e tristonha da fantasma. Ela olhava bem chateada para Hermione:
    ‒ O que você quer comigo?
    ‒ Murta, você gosta de Willy? ‒ Murta deu um sorriso.
    ‒ Gosto. ‒ pareceu preocupada ‒ ela está bem?
    ‒ Murta, ela foi seqüestrada por vampiros. ‒ a fantasma arregalou os olhos
    ‒ Eu tenho medo de vampiros!‒ Ia sumir parede a dentro quando Harry disse:
    ‒ Que grande amiga você é, hein, Murta? O que vampiros podem te fazer? Nada. Você já está bem morta,  não vai ter medo de morrer.
    ‒ Isso é, mas como eu posso ajudar?
    ‒ Murta, você conhece a floresta proibida?
     Quando eu era... bem, antes de ser um fantasma eu nunca tinha entrado lá... mas agora bem, eu conheço sim... não é um bom lugar, mesmo para um fantasma... existem coisas lá... coisas que gritam...
    ‒ Você sabe se existe algum lugar onde vampiros possam se esconder? ‒ Murta deu um olhara apavorado na direção de Hermione.
    ‒ A Cripta!
    ‒ Cripta?
    ‒ É, um lugar horrível no meio da floresta... nem mesmo eu entro lá...
    ‒ Mas o que é?
    ‒ O que é uma cripta, idiota? É um lugar cheio de túmulos, debaixo da terra... dizem que o corpo do Barão Sangrento está enterrado lá... mas nem ele vai lá... até ele tem medo.
    ‒ Você sabe chegar lá?
    ‒ Sei, mas eu não vou lá, não adianta pedir que eu não vou!
    ‒ Então, você vai ter que conviver com o remorso de ter transformado Willy numa vampira por toda a eternidade...‒ Rony olhou-a de modo a deixá-la bem culpada. Murta começou a chorar
    ‒ Eu não quero que aconteça nada à Willy... ela é minha amiga, mas eu tenho muito medo da Cripta...
    ‒ Murta, será que você não faria isso por mim? ‒ Harry olhou-a suplicante. Ela finalmente concordou, e sumiu parede adentro. Eles sentiam agora algum alento, afinal de contas podiam descobrir o paradeiro dos vampiros enquanto era dia e eles estavam vulneráveis.
    Mas as horas foram se passando inexoravelmente, e a Murta não dava sinal de vida...  Harry ia sentindo-se nervoso à medida em que o por de sol ia se aproximando... Enfim, anoiteceu e a Murta não voltou. Harry e Sirius despediram-se dos outros, Dumbledore e Hagrid,  esperavam à porta do castelo. Na sala de transformação, Atlantis e John esperavam o sinal para sair e ir atrás deles. Na orla da floresta coberta de névoa um homem alto surgiu, trazendo Willy amarrada ao seu lado.

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