Prólogo



Prólogo


 


            Parte 1 – James Potter (congelando no inverno londrino)


            Era 31 de dezembro, fazia um frio insuportável e a neve acumulava-se pelas calçadas sujas. E lá estava eu, preparando-me para mudar de casa. Na verdade eu precisava apenas assinar o contrato de aluguel com o corretor de imóveis, Archibald Wilkins, já que eu não tinha nenhuma mobília.


            Entrei no saguão de entrada do Edifício St. Patrick agradecendo a considerável elevação da temperatura lá dentro. No entanto, a sensação de contentamento passou bem rápido quando me deparei com ninguém menos do que Lilian Evans – uma longa história ainda não completamente superada.


            Ela não me notou. Parecia esperar por alguém, assim como eu. Felizmente, Archibald chegou alguns instantes depois, antes que ela me visse.


            -Bom dia, Sr. Potter! Preparado para a mudança? – Archibald cumprimentou-me ao aproximar-se.


            -Sem dúvida! – eu exclamei.


            -Ótimo, ótimo... Vejamos...


            -Sr. Wilkins? – Lílian aproximou-se de nós, aparentemente ainda não havia percebido minha presença (típico).


            -Olá Srta. Evans. Em que posso ajudá-la?


            -Eu vim assinar o contrato de aluguel, lembra-se?


            -Ah, sim, sim... O 212, certo?


            -Exato.


            Eu estreitei os olhos. Eu ia alugar o 212!


            -Sr. Wilkins... Eu vou alugar o apartamento 212, lembra? – eu intervim antes que ele estendesse os papéis para Lilian.


            -James? – ela indagou confusa.


            -Olá, Lily... Parece que temos um mal entendido aqui, não? – eu disse tentando ser casual.


            Wilkins olhava confuso para a sua papelada. Por sua expressão quando terminou, as notícias não eram boas.


            -Aparentemente... E eu peço mil desculpas... Eu aluguei o apartamento para os dois! – Wilkins forçou uma risada, mas ninguém o acompanhou - Dessa forma, o mais justo a fazer é que o contrato mais antigo prevaleça, então... Sr. Potter, parabéns, o senhor acaba de alugar o apartamento 212.


            -Isso é mesmo sério? – Lily indagou indignada. E ela fica tão bonita indignada...


            -Sinto muito, Srta. Evans. Sr. Potter assine aqui e aqui. Obrigado.


            Assim que assinei o contrato, Wilkins saiu correndo do saguão, antes que Lily o ameaçasse com um processo ou qualquer coisa do gênero, o que foi bem compreensível, considerando que Lily se torna uma pessoa totalmente hostil quando está furiosa.


            Lily o observou partir incrédula por alguns instantes até decidir sentar-se em uma das poltronas do saguão com uma expressão perdida. Estava muito concentrada, provavelmente pensando para onde iria. E então fez algo que eu nunca a vira fazer até aquele momento: começou a chorar. Não que estivesse soluçando histericamente, mas havia aquele brilho lacrimejante em seus olhos, que ela tentou disfarçar escondendo o rosto nas mãos.


            -Sinto muito você ter perdido o apartamento. – eu falei parando ao lado dela.


            Lily sobressaltou-se e rapidamente secou as lágrimas com as costas das mãos.


            -Não precisa. Eu posso dar um jeito. – ela respondeu orgulhosamente.


            -É mesmo?


            Ela suspirou.


            -O que você quer? Já conseguiu o apartamento.


            -Olha... Você parece realmente precisar de um lugar para ficar. Então eu proponho que você divida o apartamento comigo até encontrar um lugar para ficar. O que acha?


            -E o que você quer em troca?


            Inacreditável. Seis anos depois e ela ainda pensa que eu sou um cretino oportunista! Não que eu tenha sido totalmente um cretino oportunista algum dia na minha vida, de qualquer forma...


            -Nada demais... Só dividir o aluguel e as contas...


            Outro suspiro. Ela demorou um tempo pensando, olhando vagamente para a malas.


            -Tudo bem. Obrigada.


            Era bastante visível que ela não gostava nem um pouco da idéia. Mas eu não estava me importando muito com isso no momento.


 


Parte II – Lilian Evans (tentando se acostumar a situações totalmente inesperadas)


            Era inacreditável. Sabe aquela história de desgraça pouca é bobagem? Pois bem, todo o meu ano tinha sido desastre atrás de desastre, e para confirmar que não estou sendo dramática (adjetivo frequente e injustamente atribuído a minha pessoa), segue uma lista:


            -Março: encontro meu então namorado Fabian Prewett com outra em nosso apartamento, termino tudo entre nós no mesmo momento e por isso tenho que deixar o lugar e voltar temporariamente para a casa dos meus pais;


            -Junho: descubro que Fabian e a moça vão se casar E ter um filho. Isso depois de passarmos os últimos seis anos nos dizendo que ainda somos muito jovens para casar. Morar com meus pais começa a se tornar complicado. Minha irmã e seu noivo me detestam;


            -Agosto: em um momento de surto, larguei o emprego como Curandeira no St. Mungus e resolvi me tornar estilista e sair da casa dos meus pais. Já era hora de recomeçar a viver, de preferência fazendo coisas das quais eu realmente gosto...


            -Setembro: me mudei temporariamente para o apartamento de minha amiga Alice Stanton. Mas infelizmente, meu coração partido ainda tem controle das minhas ações, e ver Alice e seu namorado Frank juntos todos os dias não estava ajudando muito na minha recuperação...


            -Novembro: pânico! Ainda não consegui ganhar dinheiro sendo estilista!! Encontro a... a... outra no supermercado, exibindo a barriga de grávida para as amigas. Merlin, eu andei jogando lenha na fogueira de alguma conhecida sua em outra encarnação, foi?


            -Dezembro: as coisas pareciam melhorar, consegui um emprego de meio período no Ministério da Magia, em Cooperação Internacional – é um pouco burocrático, mas não é trabalhoso e me dá dinheiro e tempo para desenhar peças novas e para divulgar meu trabalho. Além disso, consegui encontrar um apartamento não tão caro e com um bom espaço para montar um estúdio.


            E então eis que no dia da mudança não só descubro que na verdade não consegui o apartamento, como também que o locatário real era ninguém menos que James Potter, meu ex-namorado de Hogwarts e uma longa história...


            Quando Archibald Wilkins me disse que eu não poderia ficar com o lugar, senti o chão desabar momentaneamente. Não tinha um lugar para morar novamente. Sinceramente, não era assim que planejava chegar à vida adulta – sozinha, sem uma casa e ainda em dúvida sobre minha capacidade de ser uma boa artista, trabalhando em um emprego medíocre para pagar as contas.


            Foi nesse momento que James Potter me ofereceu a oportunidade de dividir o apartamento. E algo na forma como ele me olhou quando o fez me dizia que ele havia finalmente colocado nossas diferenças de lado, e que poderíamos ser amigos novamente. Então eu aceitei, e agora estávamos subindo as escadas (o elevador do prédio foi encantado por um ex-morador, e ninguém se arrisca a usá-lo).


            -Então... O que você tem feito ultimamente? – James perguntou querendo iniciar uma conversa. Nada mais justo, já que iríamos morar juntos.


            -Estou trabalhando no Ministério. Cooperação Internacional.


            -Sério? Achei que estivesse no St. Mungus...


            -Ah, eu saí de lá há alguns meses. Você nem imagina o por quê.


            -Hum... Decidiu rever seus conceitos de vida e percebeu que queria uma carreira mais emocionante em contato com culturas estrangeiras? – James perguntou em um tom jocoso.


            -Não exatamente... Na verdade eu percebi que queria ser estilista.


            James não poderia ter me encarado mais surpreso naquele momento.


            -Sério? A garota estudiosa e idealista que eu conheci em Hogwarts abandonando o trabalho em um hospital para se dedicar à moda? – ele indagou incrédulo, e até mesmo um tanto sarcástico.


            Admito que moda nem sempre foi um de meus interesses. Na verdade, eu até desdenhava das garotas que passavam tanto tempo se dedicando a isso, até que em meu sétimo ano decidi deixar para trás o estilo rata de biblioteca e ser mais... descolada. É claro que segui uma carreira mais útil à sociedade nos anos seguintes, principalmente por causa da guerra contra Voldemort...


            -Acredite, a sua reação foi a menos exagerada que eu ouvi até agora. – eu respondi sendo sincera.


            -Ah, eu acredito mesmo. Mas se eu virei escritor, por que diabos você não poderia ser uma estilista? – ele me sorriu com simpatia verdadeira.


            -Eu li seu livro. – disse casualmente enquanto ele abria a porta do 212.


            -Oh... E o que achou? – ele perguntou sem me olhar, mas ainda sorrindo.


            O livro era sobre um rapaz que, sem saber que rumo tomar em sua vida, decide seguir os mesmos passos dos pais, casando-se e indo trabalhar no mesmo emprego do pai, e anos depois ele se via obrigado a rever suas escolhas. Não havia nada de extraordinário na história em si, mas a construção do personagem principal e o modo como a narrativa se desenrolava tornavam o livro especial. James havia recebido um prêmio de Jovem Talento Literário por ele. De certo modo, ele representava a sensação que todas as pessoas de nossa idade tinham agora que a guerra havia acabado – a de não saber como lidar com as escolhas que fizemos nesse meio tempo...


            -Muito bom mesmo. Acho que o recomendei a meio mundo...


            Seu sorriso aumentou e fez uma mesura para que eu entrasse primeiro no apartamento, ao que eu respondi com outra mesura e entrei em minha nova e inusitada casa.


 


            Parte III – James Potter (naquele momento quando não se sabe muito bem o que fazer...)


Era uma sensação realmente engraçada estar outra vez com Lilian Evans após os oito anos que se seguiram desde que nos formamos em Hogwarts.


            Preciso acrescentar que não nos demos bem por grande parte da escola. Eu e os meus amigos éramos os garotos populares e bonitões, e admito que por vezes (muitas) deixamos nossos egos extrapolarem os limites – e era sempre Lily e suas amigas que nos lembravam do quanto estávamos errados. Até que mais ou menos no quinto ano, me apaixonei por ela, e ela é claro não acreditou em mim, devido ao meu histórico. Precisei de dois anos para convencê-la de que realmente a amava, e não tinha intenção de magoa-la.


            Infelizmente, isso acabou acontecendo... Tudo por causa de Severus Snape, um aluno do nosso ano, que era meio que amigo de Lily, e inimigo dos Marotos. Desde o primeiro ano Snape e os marotos começaram um jogo de pregar peças (entendam como eufemismo para azarações e duelos) um no outro. E é claro que como os marotos eram quatro e Snape apenas um, algumas pessoas ficaram achando que estávamos sendo injustos, o que não era verdade, pois Snape era um sujeitinho metido até o pescoço em artes das trevas.


            Enfim, quando estávamos no sétimo um ano, um bruxo das trevas autointitulado Lord Voldemort tentava subir ao poder aliciando bruxos que, como ele, eram anti-trouxas, formando os Comensais da Morte – bem, esse nome já diz muito sobre a proposta de poder deles, não?


            Snape acabou se tornando um Comensal da Morte, e quando soubemos, resolvemos pregar-lhe uma de nossas peças, que infelizmente envolvia o fato de um dos marotos, Remus Lupin, ser um lobisomem. Nós desistimos na última hora, e nada grave aconteceu, mas Lily descobriu e terminou tudo comigo, não porque havíamos tentado machucar Snape (nessa altura, até ela o detestava), mas porque tínhamos exposto o segredo de um amigo por causa de nossos egos.


            Foi uma briga bem feia na época – eu tentei lhe explicar que havia desistido no último instante, que não pretendíamos magoar Remus, e que ele próprio já tinha nos desculpado... Mas nada funcionou. O mesmo gênio forte que fez com que eu me apaixonasse pela ruivinha foi o que me separou dela por todos os anos seguintes... Até hoje.


            Quanto aos comensais da morte, seu líder desapareceu após perder um duelo com Albus Dumbledore, o maior bruxo da atualidade, em minha opinião. Desde então, os remanescentes nos dão trabalho de vez em quando, mas nada que o Ministério da Magia não tenha conseguido reprimir até o momento. A apreensão real é o retorno de Voldemort – ninguém sabe o que está fazendo nem onde está.


            -Como você quer arrumar os cômodos? – eu perguntei ao notar que ela encarava a sala vazia muito pensativamente.


            O apartamento não era muito grande – tinha dois quartos, um banheiro comum para a casa toda, uma cozinha que era separada da sala por apenas um balcão, a sala propriamente dita, que era o maior cômodo, e uma varanda que se abria em uma ampla porta de vidro do lado oposto à porta de entrada.


            -Que tal... – ela retirou a varinha de dentro do casaco e começou a conjurar móveis pela sala. – Assim?


            Repentinamente, estava em uma sala elegante e confortável. De certo modo, a sala refletia bastante a personalidade de Lily: à primeira vista, límpida e um pouco séria, mas que se revelava cheia de detalhes interessantes e divertidos – como as almofadas coloridas, um pôster do Belle and Sebastian que ela colocara emoldurado na parede da lareira e um abajur cuja base tinha o formato de uma rainha do jogo de xadrez tomando um drink e usando óculos escuros.


            -Excelente! – eu exclamei – Acho que você acaba de arrumar a tarefa da arrumação para si própria, Evans...


            -Ótimo! Pelo que me lembro do seu canto antigo quarto, você encheria a casa de quadros de quadribol das Harpias só porque eram garotas jogando quadribol...


            -Ah! Isso faz anos... – eu respondi fazendo uma nota mental para dar um fim à metade da coleção de pôsteres do Harpias (seria triste, afinal, tivemos uma longa história juntos...).


            Ela sorriu de soslaio e se voltou para a cozinha. Em vinte minutos, ninguém diria que tínhamos acabado de nos mudar.


            -Hum... Vou arrumar o meu quarto e depois vou ao supermercado. Você precisa de alguma coisa? – eu perguntei, vendo que não era necessário ali.


            -Ah, pode deixar que eu vou depois... Tenho que passar nos meus pais mais tarde.


            -Você vai passar a virada com eles? – perguntei como quem não quer nada.


            -Não. Mas prometi que jantaria lá. Você tem planos para essa noite?


            -Sim, Sirius vai dar uma festa no apartamento dele... – eu hesitei antes de prosseguir com a minha fala, num momento que foi muito semelhante à época de Hogwarts. - Você quer ir também?


            -Ah, eu irei. Esbarrei com Sirius outro dia e ele me convidou.


            -Ah, que bom!


            Lily sorriu.


            -Bom, eu volto dos meus pais umas oito horas. Podemos combinar de irmos juntos, o que acha? Eu sempre detestei chegar sozinha em festas...


            -Ok. Nos vemos mais tarde, então, Srta. Evans. – eu respondi sorrindo marotamente antes de me virar e ir arrumar minhas próprias coisas.


 


            Parte IV – Lily Evans (expectations!!)


E então chega um dos grandes momentos de questionamento da vida de toda jovem de 20 e poucos anos: o que usar na festa de ano novo à qual você irá com seu ex-namorado-barra-novo colega de apartamento?


            Nada sexy, afinal, você não quer dar a impressão de que quer retomar velhas histórias... Nada casual demais, afinal você é uma estilista indo a uma festa na qual seus clientes também estão... Nada descolado demais, porque é ano-novo e você sabe que... Coisas podem acontecer, e não quer espantar nenhum pretendente em potencial...


Então você separa cinco opções possíveis e descobre que:


1) Está muito gorda para entrar em uma,


2) Não gosta da cor/estampa de outra e


3) Duas ficaram estranhas.


Céus! Por que é tão complicado?


Por fim decidi por um mini-vestido de renda preta sobre fundo branco com manga três quartos estilo anos sessenta, e um par de sapatos azuis e de salto alto. Conformando-me com esta opção, fui tomar banho e terminar de me arrumar. Quando saí do meu quarto um tempo depois, encontrei James na sala cochilando com um livro no colo. Ridículo – eu não tinha demorado tanto.


-James? – eu o chamei cutucando de leve seu ombro.


Ele acordou sobressaltado, e ficou alguns instantes olhando para mim em um silêncio um tanto atordoado demais, na minha opinião.


-Você está bem? – eu perguntei, vendo que ele continuava em silêncio.


-Ah, claro! Você já está pronta? – James respondeu como se estivesse saindo de um transe. Sorri discretamente e acenei que sim. – Ótimo! Vamos?


Esse vestido SEMPRE causava esse efeito. Infalível.


-Claro.


            James conjurou as chamas verdes do pó de Flu e em seguida estávamos na tão esperada festa de ano-novo de Sirius Black.


           


 


Parte V – James Potter (narrando diretamente do pós-balada!)


Como de costume, Lily demorou uma eternidade até aparecer na sala e anunciar-se pronta para ir, me deixando de queixo caído quando apareceu... Realmente patético... Ainda mais depois de seis anos.


            -Ah, claro! Você já está pronta? – eu praticamente balbuciei depois de vários segundos de silêncio.


            Ela sorriu, para meu total constrangimento, completamente consciente do efeito que sua produção conquistara, e então fomos para minha antiga residência – eu havia morado com Sirius nos últimos seis meses, mas acabei me mudando porque tenho que escrever um livro (malditos contratos!!).


            Antes de prosseguir para a narração da festa, é importante dizer que o Sirius está passando por uma fase... Conturbada. Ele passou por muita coisa recentemente e sua forma de lidar com isso é agir como se nada estivesse acontecendo, criando confusões em um nível nunca antes imaginado pelos marotos.


            Desta forma, eu não me espantei ao ser recebido por um Sirius vestido de mulher, segurando uma garrafa de uísque de fogo em uma mão e uma bolsa vermelha na outra. Lily e eu rimos por vários instantes enquanto ele apenas esperava que nos recobrássemos com uma expressão de quem já tinha visto aquela cena dezenas de vezes.


            -Mas por que diabos você está vestindo isso? – Lily perguntou ainda rindo.


            Almofadinhas usava uma saia com umas lantejoulas douradas penduradas (mais tarde Lily me diria que isso se chama paetê, e que é uma tendência da moda...) com uma camisa de seda, brincos longos e também dourados e sapato de salto alto. Como ele estava se equilibrando naquela coisa era um mistério...


            -Foi uma aposta. Eu apostei com o Jude que ele não conseguia passar duas semanas sem se enrolar com nenhuma fã... E ele conseguiu, então cá estou. – Sirius respondeu dando de ombros.


            Jude era o baixista da banda de Sirius, chamada Primal Men. Ele provavelmente já estava preparando as próprias defesas para a revanche que Sirius iria armar para ele.


            -Bom... Só posso dizer uma coisa, Almofadinhas – Lily sorriu marotamente, dando uma boa olhada em Sirius. – Você tem muito bom gosto, amiga.


            Eu ri da cara de lisonja que Sirius fez.


            -Realmente Almofadinhas... Acho que você poderia até arrumar uns pretendentes mais facilmente assim... – eu disse apontando para um rapaz desconhecido que olhava fixamente para Sirius com um olhar um tanto... desejoso.


            -Pontas. Nem comece com isso. Você sabe que quem usa galhada aqui é você.


            Lily riu ainda mais – sim, ela sabia que éramos animagos. Eu apenas dei de ombros e acenei um olá ao rapaz que ainda nos encarava, ao que Sirius reprimiu uma careta.


            -Bem crianças, - Sirius começou sorrindo marotamente e rodando a bolsinha vermelha – Como boa anfitriã que sou, tenho que cuidar do restante dos convidados! Divirtam-se e juízo!


            Ele piscou um olho para mim muito marotamente e nos deu as costas, já visivelmente bêbado. As festas promovidas por Sirius sempre foram bem elaboradas, mas essa superava muita coisa que eu já tinha visto.


 Todos os cômodos estavam decorados com balões, fadinhas coloridas e brilhantes, desejos de “feliz ano novo” esfumaçantes que sobrevoavam as cabeças de todos. Um grupo circense se apresentava pela casa – palhaços faziam teatro mudo na sala, acrobatas se penduravam em tecidos na cozinha e havia engolidores de fogo na entrada do estúdio... Havia um bar em cada cômodo, e em cada bar um barman fazendo malabarismos com as garrafas. Sirius havia se encarregado pessoalmente do som e da iluminação de cada cômodo, de modo que cada canto da casa tinha um ambiente totalmente diferente do anterior.


-Eu vou pegar alguma coisa para beber, você vem? – Lily me perguntou sorrindo.


-Mas é claro que sim. – eu lhe sorri de volta.


Lily escolheu uma bebida chamada “duende caolho” e eu outra chamada “cuspe de dragão”... Acreditem se quiser, esses eram os nomes mais simpáticos da lista. Coisas do Sirius...


-Sabe Potter... – Lily começou em um leve tom de desafio. – Eu duvido que você consiga beber tanto quanto eu...


Eu ri. Lilian Evans achando que consegue beber mais do que um maroto que morou por seis meses com Sirius Black? Ah! Isso vai ser bem interessante...


Enquanto isso, do outro lado da sala, Sirius gritava:


-Quem duvida que eu consigo engolir fogo também?


-Eu! – Lily gritou ao meu lado, correndo para onde Sirius estava. É... Pelo visto tinha duas crianças para tomar conta ali... Mas como eu não sou o Aluado...


Nem perguntem o que aconteceu meia hora depois disso... Eu ainda estou tentando lembrar exatamente... De qualquer modo, feliz ano novo!

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Comentários (2)

  • Thomas Cale

    Sem palavras. É simplesmente GENIAL!

    2013-01-25
  • Cammy Dionysio

    Eu disse q ia ler! hauha Demorei, mas li! Primeiro capítulo maravilhoso. Anda meio difícil encontrar fics boas ultimamente... Bm dona Zazá! Acho bom postar o próximo capítulo o mais rápido possível! ;DBjokas pra Senhorita!  

    2013-01-19
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