O auge do terror



COMO AQUELE VELHO TOLO OUSOU DIZER NÃO? Como aquele tolo ousou recusá-lo? Como aquele velho todo ousou desafiá-lo? Ninguém dizia “não” a Lord Voldemort e permanecia ileso. Iria pagar. E caro. Porém, não seria ele diretamente a pagar. Sabia a fraqueza do diretor e iria usá-la contra ele. Iria fazer pagar aqueles a quem “amava”. Iria atacar os trouxas que tanto protegia e por eles lutava. Foram trouxas que ele salvou durante o maior duelo já presenciado. Derrotou o bruxo das trevas, Grindelwald, pois este estava atacando, torturando e matando inúmeros trouxas. O que faria se fosse Voldemort quem estaria no poder? Confrontaria-o também? Ele esperaria. Sua cólera estava irrefreável.


            Quando chegou na casa de Aurum, em Lodz, ele já tinha todo um plano formado. Na verdade, o plano se concretizaria após o movimento de Alvo Dumbledore sobre os ataques que viriam a acontecer com frequência. Iria tomar o Ministério da Magia nem que fosse à força. Aurum, Laurêncio, Tecnécio e Ytrio já estavam prontos. Lord Voldemort havia tocado a Marca Negra de Antônio pouco antes de aparatar de Hogsmeade. Soube que nesse pouco período de tempo em que esteve separado do restante do grupo, Aurum e Laurêncio haviam se casado. Eles tentaram explicar por que não o convidaram, mas não fazia diferença. Não se importava com esse tipo de coisa. O que importava era a ancestralidade das noivas, sendo confirmada sua descendência de sangue-puro. Menos mal.


            Da Bélgica, vieram, no mesmo dia à casa de Aurum, Jugson, Gibbon, Rowle e Selwyn. Este havia sido famoso por seu sobrenome, pois sua família era conhecidíssima. Esse era natural da Grécia e, apesar de ser um estranho entre o grupo, era fiel ao Lorde das Trevas. Aquele era um louro de porte normal, amigo de lobisomens. Aqueloutro era natural de Bruxelas e bem conhecedor de feitiços.


Tudo isso seria necessário para o plano.


 


Foram anos pavorosos para a comunidade não-mágica. Mortes e desaparecimentos eram comuns nos noticiários do Profeta Diário. Os dez primeiros anos após a recusa de Dumbledore foram as mortes por diversão. Parecia algum “serial killer”, como diziam os trouxas, mas as mortes eram inexplicáveis. Não havia casos em que os cadáveres pareciam ter morrido de medo ou de dor intensa. Suas expressões eram terríveis demais para se imaginar. Uns com os olhos esbugalhados e pupilas dilatadas, outros com a boca aberta como se estivesse no meio de um pavoroso grito. Alguns com violentos sinais de tortura, mas a “arma” do crime nunca era encontrada.


Nesse meio tempo, em 62, o ministro Escândio tinha cedido seu cargo não a Dumbledore, como todos esperavam e aguardavam, mas a Nobby Leach. Todos estavam apavorados demais. Os trouxas estavam morrendo sem saber por quê.


O Lord não dialogava com suas vítimas. Era, entre os outros, o mais calmo quando invadia uma casa. Assassinava com prazer. Dormindo, no banho ou nas refeições: a maldição era lançada impetuosamente quase como se fosse automático. Não mais a exclamava, bastava apontar. Não perdoava a família.


Aurum Avery tinha um estranho método quando assassinava. Ele avaliava todos os bens da casa antes da matança. Tinha aquele jeito esnobe e rico de ser que assustava quem quer que fosse.


Laurêncio Lestrange era tão desleixado que quase sempre, se fosse possível, deixava pistas aos trouxas que investigavam esses casos. Entrava arrombando portas e janelas e salve-se quem puder; o que era impossível, pois depois de uma falha de Jugson, sempre tinha outros Comensais fora da casa.


Natrium Nott, ao contrário do amigo, deixava tudo impecável. Teimava em arrumar a casa como se fosse um maldito elfo doméstico. Nunca sabiam se falava sério quando perguntava: “Agora que matei, posso arrumar isso?”


Tecnécio Travers, por outro lado, ficava tão frenético antes que era quase impossível controlá-lo. Parecia um cão de caça cujo dono o segurava antes de soltar para caçar algum animal. Assim como seu senhor, não perdoava a família.


Ytrio Yaxley, tal qual o Lorde, era calmo durante o assassinato. Mas ao contrário deste, ouvia suas vítimas. Não que fizesse diferença, pois sempre as matava. Faziam-lhe sempre as mesmas perguntas: Quem é você, o que você quer? Ele ria demais com isso.


Antônio Dolohov era o centro das torturas. Pelo passado em Durmstrang, a Cruciatus sempre o acompanhava. E vice-versa. No mínimo, era um minuto de tortura antes de matar. Isso sem falar quando não arrancava um ou dois membros da vítima.


Mendell Mulciber tinha uma estranha obsessão em amaldiçoar os trouxas com a Imperius forçando-os a matarem os filhos e/ou as esposas. Era sua marca registrada, pois a família Mulciber era especialista nesse tipo de maldição. Era a genética da família.


Jacques Jugson ficava sempre com um esgar maligno quando deixava a boca torta em cada casa. Tinha uma cicatriz longa na bochecha esquerda até a boca de quando foi dominado por um trouxa que o esfaqueou. Depois disso, em que o trouxa quase fugiu, eles sempre iam em grupo para as casas. Como foi humilhado naquele dia, mas depois tornou-se quase tão frio quando seu mestre.


Giberello Gibbon havia recrutado lobisomens para a causa a mando de Lord Voldemort. É claro que era por que gostava dessas criaturas. Mestiços nojentos. Pelo menos, os casos de ataque aos trouxas eram os mais divulgados e sempre os mais pavorosos.


Thor Rowle tornou-se grande amigo de Antônio Dolohov e gostava de participar de suas torturas. Era um fiasco quando tentava criar maldições, mas tinha alguns feitiços bem sucedidos de sua parte.


Selênio Selwyn seguia a vítima horas antes de matá-las. Gostava de anotar seus caminhos, sendo quase tão organizado quanto Natrium.


Mas os bruxos conseguiram uma ligação em todos esses terríveis casos nos três últimos anos terríveis que se passaram. Era esperado que fizessem essa ligação, pois era uma prova concreta que era assassinato bruxo e que o Lorde fazia questão de entregá-la: a marca negra. Sempre lançavam-na acima da casa indicando que os Comensais haviam passado por ali. Uma luz verde fantasmagórica flutuava em forma de caveira e serpente durante horas acima de um prédio. Ali, só bruxos sabiam, tinha ocorrido um assassinato. Isso porque os trouxas, quando viam a Marca, achavam que era algum golpe publicitário de alguma empresa. Se eles soubessem seu real significado, talvez se apavorariam como os bruxos se apavoram quando ouvem falar da Marca Negra.


Além disso, alguns bruxos poderosos conseguiam detectar a magia num vilarejo trouxa. Suspeitavam de um assassino somente, mas essa hipótese foi descartada quando ocorreram três assassinatos simultaneamente. Eles sempre se reuniam em grupos de quatro quando matavam, isso porque Jugson quase falhara uma vez. Foram necessários esses três anos para Dumbledore agir. Começou, como ficou sabendo Mendell, que tinha contatos no Ministério, que estava começando a convocar congressos e reuniões. Por sorte, o quartel general de aurores não concedeu homens à causa de Dumbledore dizendo, nas palavras de um auror chamado Moody, que: “Está tudo sob controle”. Porém, Dumbledore não desistiu. Laurêncio, tendo contatos em Hogsmeade, ficou sabendo que o velho saía constantemente de Hogwarts quando ocorriam assassinatos. Deu várias palestras sobre os assassinos recomendando aos bruxos que protegessem as casas dos vizinhos trouxas sempre que possível lançando feitiços protetores nas casas. Que tolice! Nenhum feitiço barraria a entrada de Lord Voldemort e suas maldições. Não havia feitiço de proteção que barrasse a maldição da Morte. Porém, havia um sim, mas não sabia como era e qual era. Um escudo protetor o salvou diversas vezes durante o lendário duelo de Dumbledore e Grindelwald. Não tinha resposta para aquilo, pois com certeza, como dissera o diretor, não era o “amor” a causa do feitiço escudo nunca ser rompido.


Os dois últimos anos antes da década de 60 foram dificultados por Alvo Dumbledore e alguns de seus conhecidos, incluindo o meio gigante Rúbeo Hagrid, o qual uma vez acusou injustamente em seu terceiro ano, ocasionando sua expulsão. Fazia pouco tempo que soubera que o mestiço estava trabalhando na escola, como ajudante de algumas tarefas de guarda caça de Ogg. Como descobrira, o gigante era muito próximo do diretor. Em 68, o ministro Leach, sem nada feito de progresso, saiu do cargo para a entrada de Octaviano Loren.


Mas foi no início de 1969, após uma tentativa falha de Yaxley – sendo punido mais tarde, é claro, pela maldição Cruciatus – em assassinar o auror Moody, o auror intrometido, que Mendell ficou sabendo que Dumbledore havia criado uma organização secreta (não tão secreta assim para ter sido descoberta) denominada Ordem da Fênix, que consistia em achar e capturar bruxos das trevas. O caso é que parecia um quartel de aurores, mas essa organização tinha um alvo: os assassinos dos trouxas que eram Voldemort e seus Comensais. Mas o Lorde sabia que Dumbledore sabia que era ele. Não havia mais por que se esconder. Ele teria o poder agora ou o teria à força mais tarde.


 


Ele foi seguido pelos doze Comensais até Londres. Decidiram ir direto para a rua Charing Cross, de frente a um conhecido bar hospedaria. Havia vários trouxas apressados andando, sendo que alguns apontavam e riam das vestes e das máscaras que os Comensais usavam. Alguns até zombaram de suas varinhas. Grande erro por parte deles.


Fiendfyre! – berrou Voldemort, apontando a varinha de teixo para o enorme edifício a sua frente. Embora não soubesse, não havia nenhum trouxa ali dentro. Era hora do almoço.


Escombros voaram para todos os lados quando o fogo atingiu as janelas do edifício, que agora queimava. Um conhecido abriu uma porta atrás e Tom o reconheceu. O dono do Caldeirão Furado, Tom. O corcunda desdentado parecia assustadíssimo com toda aquela confusão. Com um sinal afirmativo, Tecnécio começou a amaldiçoar cada trouxa em sua distância. Os outros também começaram a lançar feitiços em pessoas que corriam desabaladas pela longa rua. Um minuto depois, Jacques berrou e apontou a varinha para o céu. Era uma coruja das torres com um envelope no bico, voando em direção ao Ministério.


– Não – mandou Voldemort, aparando o feitiço que Jugson havia lançado. – Quero todos aqui. Logo eles virão.


Jugson pareceu não entender de imediato, mas depois saiu correndo chamando os outros. Travers tinha ido mais longe amaldiçoando os trouxas, mas logo voltou quando Antônio o chamou.


            Depois de quase três minutos, os Comensais estavam rodeando Voldemort pelos flancos e às suas costas, esperando...


            Foi então que aparataram uma dezena de homens bem vestidos com as varinhas nas mãos. Entre eles, Voldemort reconheceu o antigo ministro, Ebigail Escândio, com seu sucessor de duas gerações de ministros agora, Octaviano Loren, que reconhecendo o bruxo a sua frente pelas fantásticas realizações no passado, exclamou, visivelmente assustado:


– Tom... – mas Voldemort ergueu a mão branca, fazendo todos se silenciarem. Incluindo os aurores.


– Lord Voldemort é meu nome – afirmou ele, no que os Comensais concordaram e acenaram a cabeça encapuzada.


– Lord, não é? – zombou o ministro, tentando parecer corajoso e rindo para os aurores. – O que diabos aconteceu aqui? – perguntou ele, olhando para o prédioem chamas. Comum aceno da mão, dois aurores foram destacados para apagar as chamas. Com um aceno agora de Voldemort, meia dúzia de feitiços dos Comensais atingiram os aurores, que caíram e não mais se mexeram.


– Pare, homem! – gritou o ministro, ficando vermelho cada vez mais. Seria de medo ou ousadia?


Os Comensais riram com gosto.


– Não sou um simples homem, ministro – explicitou Voldemort. – Sou um bruxo poderosíssimo – concluiu ele, inclinando ligeiramente a cabeça e avaliando os aurores caídos – Eles são sangue-ruim, ministro. Você não levou isso em consideração quando os chamou para vir aqui?


Ebigail olhou para os aurores caídos, engoliu em seco, e forçou a voz como se tivesse toda a coragem do mundo:


– Isso não tem nada a ver com a situação!  – nisso, olhou para os aurores caídos aos seus pés.


– Não tem? – perguntou Voldemort, parecendo interessado. – Eles têm tudo a ver com a situação.


O ministro virou-se e fingiu ver onde pisava, mas Voldemort percebeu ele cochichando algo. Nisso, três aurores ergueram a varinha, mas Voldemort já havia lançado um feitiço azul que, com uma força descomunal, ergueu os aurores, que foram arremessados para trás a uma distância de quase10 metros.


– O que você quer? – indagou o ministro, cuja voz tinha perdido toda a bravura que tinha há 20 segundos.


– Quero o que meu nobre antepassado queria, ministro Loren – explicou Voldemort, começando uma lenta caminhada. – Quero o que... – ele fez um movimento com a varinha, que emitiu pequenas baforadas de fumaça até formar um rosto barbudo – ... Salazar Slytherin queria.


– Ora, essa, antepassado? – questionou o ministro, tentando não saber quem era Slytherin, mas ele sabia muito bem do que Slytherin foi capaz. Todos souberam de suas atrocidades.


– Essa é a era dos bruxos, caro ministro – comunicou Voldemort, parando e encarando Loren. – Não há espaço para os trouxas no nosso mundo. Eles devem ser descartados – explicou ao ministro Lord Voldemort.


Nisso, um auror de cabelos até os ombros disse algo inaudível, mas que mostrava sua repugnância pelas palavras de Lorde. Mendell cochichou aos Comensais o nome do auror:


– Moody.


Voldemort estivou o dedo branco e apontou-o para o auror, que não mostrou medo ao encará-lo também.


– Você é Alastor, não é? – perguntou ele, esperando a confirmação da resposta abaixando o dedo.


– Sou – rosnou ele, com a varinha pronta para lançar algum feitiço. Voldemort resolveu assustá-lo.


– O Alastor da Ordem? Escória de Dumbledore, não é? – perguntou ele, sabendo a reação confirmada de Moody, que se espantou com o que havia dito. O ministro, pelo contrário, não entendia bulhufas.


– Ordem?


– Não sei do que está falando – vociferou o auror, mas essa atitude apenas comprovou o que Voldemort sabia. Ele via em seus olhos a mentira, podia ver cada conversa que tivera com Dumbl...


– NÃO VAI CONSEGUIR, NÃO! – gritou ele, sacudindo a cabeça e desviando o olhar de Voldemort, que pareceu ter levado uma porrada na cabeça e deu vários passos para trás, quase se desequilibrando.


– Ora, ora – disse Voldemort, sacudindo a cabeça também. – Você é um bom oclumente – falou com suavidade.


Ao dizer isso, aparatou um homem de longas vestes azuis com várias estrelas. Tinha uma longa barba branca e conhecidos oclinhos de meia lua. Segurava a varinha, mas não apontava para ninguém.


– Dumbledore – rosnou desta vez Lord Voldemort. Embora esperasse esse encontro, odiava o diretor por recusá-lo no emprego de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.


– Riddle – cumprimentou Alvo Dumbledore numa extrema cordialidade. Só faltava vir apertar sua mão. Mas o irritante mesmo foi chamá-lo pelo nome de seu desprezível pai trouxa que havia matado há cerca de dezessete anos.


– Lord Voldem... – ia dizendo ele, até Dumbledore interrompeu-o falando numa voz anormalmente alta.


– Você é Tom Riddle e sempre será – provocou o velho. – Não adianta esconder de seus comparsas quem você é.


Avada Kedavra!


A maldição de Voldemort ricocheteou no escudo protetor de Dumbledore, quebrando as vidraças do edifício do lado, que repentinamente tinha parado de queimar e estava intacto.


– Quê? – exclamaram vários Comensais assustados, encarando o enorme prédio intacto como se fosse novo.


– Não adianta, seu tolo – rosnou Voldemort. – Logo, outros estarão assim em outros lugares – ele olhou para alguns escombros do prédio carbonizados. Nisso, encarou um corpo no chão. Era um trouxa que Travers tinha matado. Olhando para o cadáver, falou ferozmente:


– Logo, você estará assim, Dumbledore.


– Eu? – espantou-se Dumbledore. – Mas é claro. Eu, o ministro, os aurores, os Comensais... – ele fez uma longa pausa –, e você, Tom Riddle – as últimas três palavras de Dumbledore se amplificaram nos ouvidos de Voldemort, que berrou:


– Eu não! Ninguém pode me derrotar!


– Se isso é verdade – desconfiou-se Dumbledore, olhando para os Comensais encapuzados –, por que precisa de ajuda deles? – apontou Dumbledore para os Comensais, que ergueram as varinhas ameaçadoramente.


Não respondeu. Não tinha que responder. Esperaria a próxima pergunta que o velho teria de fazer, até:


– O que faz aqui, Riddle? Por que fez isso?


– Ora essa, Dumbledore – admirou-se Voldemort. – Você não sabe a resposta? Você não sabe que sou o verdadeiro herdeiro de Salazar Slytherin, o maior bruxo da história? O bruxo expulso de sua própria escola por amantes de sangues-ruins? Pois bem, eu vou completar o seu trabalho. O trabalho que ele deixou aberto para eu finalizá-lo. O trabalho de expurgar, não só a sua escola, mas o mundo de trouxas e sangues-ruins. A Câmara Secreta construída por ele somente eu poderia abri-la, pois somente eu sou seu herdeiro. Meu sangue carrega o seu sangue. Minha alma veio dele. Na época de Salazar, os bruxos eram perseguidos e mortos, mas agora o feitiço saiu contra o feiticeiro, hoje é dia do caçados, não mais da caça.


Os sangues-puros serão cada vez mais valorizados. Os nascidos trouxas serão abolidos. Os trouxas serão extintos – ele andava de um lado para o outro. Os Comensais mostravam-se preocupado por estar sem proteção alguma – Não existirá bem e mal nesse mundo que criarei. Existirá o poder. O poder e aqueles que o tem contra aqueles fracos demais para se apoderaram dele. A sobrevivência será dos superiores magicamente, os inferiores logo se extinguirão – concluiu ele, mas logo percebeu que só havia respondido a uma pergunta, então. – Ah, vim para cá por que esperava encontrá-lo aqui, no Caldeirão Furado. Foi aqui que um primeiro bruxo, se é que podemos considerá-lo um bruxo, citou seu nome e conclui que eram amigos. Quando entendi que não estava, dei a ordem para meus amigos chamarem-no indiretamente se divertindo um pouco com essas escórias caídas no chão. Além disso, queria que o ministro viesse, como ocorreu. Falando nele – disse Voldemort, encarando o ministro que agora se encolhia entre os aurores –, vai me apoiar? A recusa é a morte – ameaçou ele.


O ministro se encolheu ainda mais. Dumbledore adiantou-se com a varinha em punho pronto para defendê-lo.


– Suponho que seja um não – terminou ele. Não enfrentaria Dumbledore agora, seria extremamente desnecessário. – Morsmordre! – gritou ele repentinamente, apontando a varinha para o céu.


A serpente saiu da caveira pela boca sibilando furiosamente. O ministro parecia querer entrar dentro de um auror para se esconder quando viu a imagem projetada no céu agora nublado.


– A Marca Negra, ministro, significa morte – alertou Voldemort ao ministro, que acenou com a cabeça repetidamente.


– Então foi ele – lamentou-se o ministro para um auror negro e forte ao seu lado, indo ao seu encontro disfarçadamente.


– Parece que sim – respondeu o auror com uma voz lenta e grave, que começou a se assustar com o ministro em cima dele.


– Lord Voldemort voltará à ativa, senhores – alertou Voldemort a todos os presentes. – Saberei exatamente por onde começar – ameaçou ele, fulminando com os olhos Alvo Dumbledore.


O velho, numa expressão de total infelicidade e tristeza, retrucou, olhando para ele e para os Comensais:


– Eu também, Tom, eu também.


Num grande estalo, os treze giraram e desapareceram, sem tempo para qualquer um poder agarrá-los.


Aparataram direto para a casa de Avery. Lá, os Comensais retiraram as máscaras que cobriam seus rostos a baixaram os capuzes.


– Vou infiltrar alguns de vocês no Ministério – murmurou Voldemort, mais para si mesmo do que para os outros. Ele direcionou-os para a cozinha como se fosse o dono da casa, mas era assim que Aurum queria.


Voldemort sentou-se na longa mesa da sala de estar. Sentou-se na ponta, enquanto os Comensais, seis a seis, ficaram nos lados da mesa.


– Ytrio, acha que consegue se infiltrar no Departamento de execução das Leis da Magia? – indagou ele, pressuroso.


– Acho que sim – respondeu Yaxley, parecendo apreensivo se falhasse. – Slughorn pode me dar alguns contatos, sempre falo com ele.


– Ótimo Preciso também de você, Rubídio, no Departamento de Cooperação Internacionalem Magia. Precisamosde mais gente vinda do exterior ou do próprio Ministério.


– Certo.


Direcionando-se agora para Mulciber, perguntou:


– Mendell, ainda tem contatado seu colega Augusto? – ele olhou fortemente em seus olhos escuros.


– Tenho, ele é um inominável do Ministério. Por quê? – questionou Mendell, parecendo interessado.


– O que os inomináveis fazem? – adiantou-se Voldemort, curiosíssimo para saber a resposta.


– Não faço ideia. Eles trabalham no Departamento de Mistérios – explicou Mulciber a todos. – Ninguém, a não ser quem trabalha lá, sabe.


– Tente descobrir. Quero saber que tipo de coisas o Ministério esconde naquele lugar – mandou Voldemort.


– Ok.


– Giberello, você continua na divisão de Feras, Seres e Espíritos, não é? Do nível quatro? – questionou Voldemort, parecendo ansioso.


– Sim, milorde – respondeu o Comensal, tentando imaginar o que teria de fazer. – O que quer que eu faça?


– Preciso de algumas criaturas. Gigantes aliados, lobisomens... Você ainda tem contato com Greyback, aquele mestiço maníaco?


– Tenho, sim. E posso tentar chamar o Walden para nosso lado – disse o Comensal. – Ele não suporta mais ter que matar criaturas para o Ministério, vive dizendo que queria matar trouxas. É, acho que ele virá – concluiu ele, animado.


– Ótimo – terminou Voldemort, batendo as mãos e pensando em todo o plano. Só faltava executá-lo corretamente. – E não quero falhas – rosnou ele para os outros. Yaxley, apesar de não ter recebido ordem alguma, foi o primeiro a dizer em uma voz alta e audível:


– Não haverão.


– E nós? – indagou Aurum parecendo levemente abalado de não ter sido escolhido e olhando para Laurêncio, Natrium, Tecnécio, Antônio, Jacques, Thor, Selênio e de volta a Voldemort.


– Vocês vão me ajudar em alguns casos por aí. Ah – lembrou-se Voldemort –, tentem descobrir o máximo possível sobre os membros da Ordem da Fênix. Quero pegar todos desprevenidos – disse ele, olhando para os Comensais que havia destacado para entrar no Ministério.


– Isso será um prazer – exclamou Yaxley.


Os quatro voltaram para Londres no dia seguinte, enquanto Voldemort e os oito Comensais permaneceram na casa de Aurum. Estavam discutindo sobre os possíveis membros dessa tal Ordem criada por Dumbledore. Um que eles tinham certeza era o auror Moody, um bruxo competente e amigo de Dumbledore. Outro, proposto por Selênio, era o ex-ministro Escândio. De acordo com o bruxo, o ministro fingia ter medo para parecer covarde e que, por isso, não estaria na Ordem. Mas era isso que queriam, pois o ministro estaria ajudando Dumbledore nesses casos e passaria despercebido, mas Voldemort descartava essa teoria. Voldemort sabia que o ministro não era membro da Ordem simplesmente porque não a conhecia. Ele viu nos olhos dele a verdade quando perguntou sobre essa organização secreta. O ministro não mentiu.


Algumas semanas depois, Mulciber e Rosier noticiaram que iriam ter filhos com duas bruxas sangue-puro que apoiavam a ideia de Voldemort. O caso é que eles já eram casados, mas não haviam informado a Lord Voldemort sobre suas esposas. O que não fez diferença alguma, pois esse casamento não atrapalhou seus planos. Eles contaram que estavam na Alemanha viajando a prazer, mas já estavam grávidas. Em meados de agosto do corrente ano, os quatro casais tiveram, todos, filhos homens. De Aurum, nasce Aurum Avery Jr. De Ytrio Yaxley, vem Hock Yaxley. De Rubídio, vem Evan Rosier. De Mendell, eis que surge Marcum Mulciber e, de Laurêncio Lestrange, o filho se chamava Rodolfo Lestrange. Dois anos depois, nasce o segundo filho de Laurêncio, Rabastan Lestrange. Todos os pais e mães concordaram que os filhos seriam futuros Comensais da Morte e que serviriam com orgulho.


Três anos depois se passaram. Não haviam feito muito progresso sobre os membros da Ordem, mas continuavam a matar trouxas. Descobriram apenas dois nomes: Edgar Bones, irmão de Amélia Bones, e Carátaco Dearborn, que trabalhava na Seção de Controle do Uso Indevido da Magia. Este era velho amigo de Dumbledore, tendo, inclusive, presenciado o lendário duelo que há anos ocorrera, mas que todos ainda lembravam. Esse também trabalhava no segundo andar do Ministério, andar esse que Travers estava infiltrado e que a descoberta sobre Bones viera dele depois de cinco anos.


Gibbon tinha feito progresso nos três anos que se passaram depois disso, chegando na década de 70, anos esses em que os filhos dos Comensais entrariam em Hogwarts. Gibbonafirmou que Greyback tinha atacado um garoto cujo pai o ofendeu por tentar recrutá-lo para Voldemort. O garoto, com apenas oito anos, estava internado no St. Mungus durante semanas. Mas agora, chegando em 1971, entraria na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, cujo diretor, Alvo Dumbledore, tomara providências para que o garoto pudesse estudar. Providências... para um mestiço lobisomem?


Dolohov e Yaxley se contentavam, nesses anos que se passaram, em mais tortura de trouxas. Sempre deixavam a Marca Negra sob a casa indicando que isso era obra dos Comensais a mando de Voldemort. Nesse meio tempo, mais três membros foram revelados: Beijo Fenwick, um auror que trabalhava com Moody, Dorcas Meadowes, grande amiga de Amélia Bones, e um tal de Dédalo Diggle, grande amigo de Dumbledore, mas que ninguém sabia onde trabalhava ou morava.


Selwyn, a mando de seu mestre, estava ganhando destaque trabalhando como um dos vários auxiliares do novo ministro, Octaviano Lorez, que sempre revelava informações totalmente desnecessárias.


Natrium também casou-se mais tarde, mas não queria filhos tão cedo. Sua mulher também era sangue-puro.


Mulciber trouxe mais dois nomes: Priuet e Bone, sendo que estes quase capturaram Rowle e Jugson durante uma tortura trouxa. Apesar de não serem membros da Ordem, Voldemort sabia que tinham contatos importantes com estes. Logo, iriam ou dizer os outros ou morreriam. O que estava irritando era o auror Moody, que vivia xeretando e fazendo perguntas aos Comensais, sem saber quem eram, sobre os ataques.


Então chegou o dia primeiro de setembro de 1971, ano em que os garotos foram para Hogwarts, à exceção de Rabastan, que entraria dois anos depois. Assim, os pais teriam mais espaço para agir sem a interrupção dos pequenos futuros Comensais da Morte.


Foi uma sorte terem descobrido o paradeiro do primeiro amigo dos membros da Ordem da Fênix que viriam a assassinar: Priuet.


Voldemort, Aurum, Laurêncio, Ytrio, Antônio e Jacques seguiram-no. Estavam em Wiltshire. Passaram por uma bela mansão até chegar à casa do bruxo. A casa, externamente, era velha, suja e pequena. Por dentro, parecia bela e bem iluminada, pois viram o bruxo lá dentro mexendo em estantes. Com certeza era um esconderijo, a casa parecia ter sido ampliada magicamente por dentro. E a porta estava aberta, o homem estava com pressa e logo voltaria por onde veio. Eles entraram silenciosamente no aposento e o homem procurava por algo nas estantes, mas parou de repente. Estava vendo um estranho reflexo na parede até ouvir, seguido de uma porta batendo, a palavra:


Crucio!


A maldição viera de Lestrange, que estava avançando sobre o bruxo caído e se debatendo no chão.


Quando Lestrange parou, ele se virou e encarou o rosto pálido de Lord Voldemort. Foi tolo demais tentando sacar a varinha do bolso.


Crucio! – gritou desta vez Jugson, apontando a varinha direto para a cabeça do homem, que gritava ainda mais violentamente, até Jugson cessar a maldição e o homem ficar de joelhos.


– Eu sei quem vocês são! – gritou o bruxo, suando e arfando rapidamente. Afinal, os Comensais haviam tirado a máscara e baixado os capuzes – Vou contar a todos quem são vocês.


– Contar? – perguntou Yaxley alegre, olhando para os amigos como se estivesse ganhando presentes natalinos – Para quem?


– Seu... – disse ele, ainda tentando sacar a varinha que Voldemort já havia conjurado sem ele perceber, mas Avery não queria saber.


Crucio!


Os Comensais riam vendo o homem gritar furiosamente de dor, começando, até mesmo, a bater a cabeça na parede. Dolohov parecia ansioso quando exclamou em alto e bom som:


RUPTIARE!


O grito do homem foi ensurdecedor quando seu antebraço foi rasgado de seu braço direito. A pressão com que saía o sangue de suas veias e artérias fez a sala, que era branca, ficar vermelha.


– Quais são os outros membros da Ordem? – perguntou a voz fria e aguda de Lord Voldemort, voz que indicava o perigo e a cólera em que entraria caso a resposta esperada e correta não fosse dada.


– Não, seu fil...


Ruptiare! – gritou novamente Dolohov, apontando a varinha para seu pé. Num som de osso quebrando e carne rasgando, o pé do bruxo foi arrancado e arremessado na parede. O homem começou a vomitar.


– Dê-me os nomes! – berrou Voldemort, torturando o homem com a maldição da tortura.


O bruxo parecia que falaria, mas estava quase desmaiando. Após um minuto de espera, ele disse:


– Vai se ferrar!


Lord Voldemort entrou em sua mente através dos olhos. Ele via o homem numa longa mesa com Dumbledore falando, mas as imagens das outras pessoas estavam começando a ficar borrada e não conseguiu ver mais ninguém após alguns segundos, pois a imagem tornou-se totalmente negra. Ouviu uma voz gritando:


– NÃO VAI VER, NÃO!


Avada Kedavra! – exclamou Voldemort, sem paciência alguma para ouvir o homem gritar de dor ou falar desaforos.


O bruxo foi arremessado sobre a parede suja de sangue e estava morto. Voldemort estava furioso por não descobrir mais nenhum nome. Saiu da casa com os Comensais logo atrás, sendo que Aurum ordenou:


Morsmordre!


Estava feito. A casa estava marcada com o sinal da morte e logo saberiam, estava pensando em Dumbledore, o que havia acontecido ali com um dos membros da Ordem da Fênix.


– Para onde agora, milorde? – perguntou Dolohov, se perguntando se iria matar algum membro.


– Lodz. Casa de Avery – respondeu ele, girando nos calcanhares e entrando cada vez mais rápido no vácuo.


Eles aparataram para a sala de Aurum. Selwyn, Rowle e Natrium estavam na casa, esperando notícias. Após uma longa descrição de todos os acontecimentos, foram dormir felizes.


            A manchete no dia seguinte foi:


 


 


Hoalstead Priuet: assassinado e dilacerado


 


            Hoalstead Priuet, funcionário do Ministério da Magia, foi encontrado ontem, 15 de novembro, em sua casa em Wiltshire, morto. Sua morte parecia ter sido planejada, pois ninguém viu ou ouviu nada. Quem o encontrou foi o auror Alastor Moody após uma breve visita de amigos, mas encontrou a casa sob a Marca Negra, usada pelos Comensais da Morte a mando de Lord Voldemort. Após presenciar a Marca, Alastor disse saber o que poderia ter acontecido e entrou cuidadosamente na casa, mas o estrago já tinha sido feito e os autores já haviam fugido. Priuet foi morto pela maldição da morte, mas visivelmente torturado e tendo, inclusive, dois membros decepados. A delegação dos aurores está alerta, mas nenhum progresso foi encontrado. Alvo Dumbledore averiguou o local também, pois era amigo de Priuet, mas nada disse aos jornalistas. Priuet era extremamente competente quando presidia alguns julgamentos e parecia não ter inimigos. Qual terá sido a causa dessa fatalidade?O quartel general acha que...


 


            O texto continuava, mas Voldemort não precisou ler a teoria esfarrapada do Ministério. Ele sabia que Dumbledore não revelaria a Ordem da Fênix para qualquer um, ele sabia que o velho tomaria providências sobre esse segredo. Após a conversa sobre a manchete, sabiam que ainda tinha para assassinar: Moody, Bones, Dearborn, Fenwick, Meadowes, Diggle e Bone. Começaram a discutir sobre esses sete, mas foi Rosier quem trouxe a resposta mais tarde, em meados de dezembro, pouco antes do Natal: sabia onde Bone morava, pois trabalhava com ele. O bruxo vivia falando mal de sangues-puros e sua obsessão pela ancestralidade. Obsessão? Pois bem, então, Bone seria o próximo da lista dos contatos da Ordem da Fênix a morrer. Dumbledore perceberia o erro quando recusou Lord Voldemort em um simples emprego? Não, Dumbledore era tolo demais para voltar atrás após perceber um erro. Dumbledore insistiria nesse erro.


            Quem iria agora seriam Mulciber, que estava de férias para o Natal, Nott, que disse que queria matar, Rosier, que pregaria uma arapuca, Rowle, apenas por que não tinha o que fazer no dia e, na maioria das vezes, o Lorde.


            Rubídio iria para sua casa após um “estafante” dia de trabalho no Ministério e o dominaria antes que se protegesse, pois Bone havia contado que, com os ataques, sempre protegia a casa. Os Comensais receberiam seu chamado e só depois aparatariam diretamente para sua casa, a alguns quilômetros do Ministério.


 


– Ataques estranhos esses, não é? – perguntou Rosier a Bone, que parecia ansioso para discutir o assunto indo para casa.


– Sim – respondeu o bruxo, com uma estatura abaixo do normal, olhos castanhos profundos e uma voz aguda. – Dumbledore sempre me avisa para me prevenir quando chego em casa.


– Sempre te avisa? – indagou o Comensal, tentando saber algum detalhe da história. – Por quê?


– Bem, sou muito amigo dele, sabe – respondeu Bone, parecendo não querer contar tudo o que sabia. Rubídio entendeu que não o forçaria após essa resposta, então calou-se. Logo, chegaram à casa de Bone, que, preparando-se para lançar um feitiço, foi impedido por Rubídio que, disfarçadamente, perguntou e tocou no antebraço esquerdo, onde a Marca agora enegrecia:


– Será que terminaremos isso hoje? – e apontou para uma pilha de papeis que carregava na mochila as costas.


– Acho que sim – respondeu o bruxo, não antes de perceber um vento pela nuca e algo atingi-lo nas costas com força. Rowle havia estuporado o homem, fazendo sua varinha voar para longe. Logo no mesmo momento, Mulciber conjurou a varinha do bruxo, Nott encerrava os arredores da casa com um feitiço que impedia o som de se propagar e o Lorde, que parava de girar graciosamente quando tocou o chão, tirava sua varinha do bolso. Porém, Lothlorien Bone não desmaiara e se atirou ao chão quando a maldição de Voldemort foi lançada. O bruxo estava preparado, pois tinha uma segunda varinha tirada do bolso.


Estupefaça!


Crucio!


Os feitiços do bruxo e de Mulciber colidiram no ar. Se não fosse o feitiço de Nott, todos os vizinhos escutariam o barulho. Mulciber, pego de surpresa, se jogou no chão com tanta força que quase perdeu a varinha, mas ao que o bruxo executou outro feitiço contra ele, Rowle amaldiçoou-o por trás e tirara sua segunda varinha. Não havia jeito agora:


– Mate-me, então, “Lord” – zombou ele, encarando os olhos negro-avermelhados de Lord Voldemort.


– É claro que irei, Bone – respondeu, girando a varinha e arremessando o bruxo contra o chão violentamente. Os Comensais o imitaram. – Tenha certeza disso. Mas não antes de saber algumas coisas.


Voldemort avançou quando ele caiu estrondosamente no chão de pedra. Rosier começou a rir e apontava para o bruxo, e só agora ele percebeu quem era seu companheiro de trabalho:


– Seu desgraçado!


– Calado – ordenou Voldemort, silenciando-o com a varinha. Mulciber, agora recomposto do tombo, enfeitiçava o homem diversas vezes, rindo da situação de vê-lo ali, impotente e sozinho – Quais são os outros membros da Ordem da Fênix? – repetiu a pergunta que havia feito a Priuet.


O bruxo começou a rir e olhou para Rosier:


– Foi por isso que você me perguntou sobre Dumbledore, “senhor Comensal da Morte”? – brincou ele. No entanto, não havia graça nenhuma em sua situação. Pelo contrário, era muito séria.


Rosier olhou para seu senhor antes de responder:


– Sim. E você nunca me diria, não é? – perguntou ele, emendando outra pergunta. – Fale agora de nós, sangues puros e de nossa ancestralidade, fale agora – incentivou ele, querendo ver o estrago que a resposta acarretaria.


– Vocês dão nojo...


Aguglius cutaneare! – ordenou Rowle, cuja maldição havia sido criada por ele mesmo a mando do Lorde, que queria ver o que os Comensais poderiam criar.


A maldição atingiu o bruxo, cuja pele agora parecia ter sido perfurada por milhões de agulhas finas e pontiagudas. Ele começou a sangrar mais ainda do que Priuet, visto que as perfurações estavam perfurando veias e logo chegariam nas artérias. O sangue espirrava.


– Você tem poucos minutos para responder agora, Bone – alertou Voldemort, enquanto o bruxo se debatia sem ter o que fazer, pois as perfurações das invisíveis agulhas iam cada vez mais fundo, algumas entravam debaixo da unha e até mesmo Mulciber não quis olhar, mas num olhar de repreensão, voltou a olhar com receio de tudo aquilo. Passaram três minutos e o homem estava quase morto, não podia sequer falar. Não havia mais jeito agora. Enquanto isso, Rowle e Mulciber entraram em sua casa para procurar informações sobre a Ordem. Rosier procurava em sua mochila o que quer que fosse, mas não achava nada de útil. Vendo que o homem morreria, Voldemort ordenou que Natrium finalizasse o bruxo.


Avada Kedavra!


Ele sequer se mexeu bruscamente quando a maldição atingiu-o. Natrium não parecia feliz ao exclamar:


– Ele já estava morto!


– Não posso fazer nada – respondeu o Lorde. Afinal, sabia que o matou foi a perda de sangue causada pela maldição de Rowle. – Vamos embora!


Os Comensais vieram de dentro da casa, cada um sem nada de importante nas mãos. Nott desfez o feitiço protetor e lançou a Marca Negra. Aparataram para o ponto de encontra na casa de Avery, que estava ansioso por mais informações sobre o que havia acontecido. Após os devidos detalhes, foram dormir felizes. A manchete era mais do que esperada:


 


Morto Lothlorien Bone em sua casa


 


            O competente e brilhante funcionário do Departamento de Transportes Mágicos, Lothlorien Bone, grande amigo do antigo ministro da Magia, Nobby Leach, foi assassinado dentro dos arredores de sua casa, situada a poucos quilômetros do Ministério da Magia. Quem o encontrou foi o auror Beijo Fenwick, que esperava que o bruxo lhe mandasse alguns papeis, junto com Rubídio Rosier, que nunca chegaram. Rosier não se encontrava no local, mas funcionários do Ministério afirmaram tê-lo visto indo para a casa de Bone para finalizarem os papeis que carregavam. “É capaz de Rosier ter fugido antes do ataque ou até mesmo de terem se separado antes” disse Fenwick, “esperamos que esteja vivo, não queremos mais mortes assim”. E ninguém quer mesmo, pois os autores foram novamente aqueles que se intitulam Comensais da Morte com seu senhor, o tal de Lord Voldemort. Bone foi torturado antes de morrer, mas não se sabe se morreu pela maldição da morte ou pela grande perda de sangue dos feitiços lançados em seu corpo ainda vivo. A Marca Negra estava no local e mais uma vez, nos perguntamos: Por quê?


            Bone sempre falava sobre a obsessão de bruxos de sangue puro sobre suas ancestralidades, mas esta não pareceu ter sido a razão de sua morte. A tortura imposta ao bruxo indicava que o forçaram a dizer algo que não queria. Mas o que seria? E teriam conseguido essa informação? O que tanto ameaça os Comensais da Morte e seu senhor? A casa foi revistada, o que procuravam?


 


Não, nós não conseguimos a informação. Não conseguimos o paradeiro dos outros membros da Ordem, tampouco novos nomes. Mas estamos chegando lá, pensou Voldemort, esperando calmamente os dias que se passaram. Os filhos de Lestrange, Rodolfo, vindo da escola, e Rabastan, vindo de casa de seus pais, vieram visitar o pai Comensal na casa de Aurum. Lá, foram também seu filho, Aurum Avery Jr., Evan Rosier, filho de Rubídio, e Marcum Mulciber , filho de Mulciber. Era Natal e todos estavam comemorando essa data em Lodz, os pais Comensais contavam tudo aos futuros Comensais. Estes ficavam animados, pois foram bem educados sobre sangue-puro e ancestralidade. Lord Voldemort não se preocupava com essas coisas; pelo contrário, se afastava delas. Irritava-o seus comparsas ficarem mimando, mesmo para uma causa tão nobre, seus filhos. Para que família, pensava ele. O ano novo chegou e logo veio 1972, ao que os filhos dos Comensais retornaram a escola, animados para aprender magia das trevas.


            Porém, os seis próximos anos não foram tão felizes para os Comensais. Não haviam descoberto mais nenhuma localização nenhuma sobre os outros membros da Ordem. Depois do assassinato de Bone, todos estavam cuidadosos e desconfiados. Não falavam com estranhos.


Tecnécio contava sobre seu chefe do segundo andar, Bartô Crouch, que era um maníaco em capturar bruxos das trevas. Agora, ele havia imposto uma lei que permitiria aos aurores matar, e não mais capturar, qualquer seguidor de Lord Voldemort que fosse encontrado. E os bruxos apoiavam a ideia, pois todos estavam apavorados. Seria, talvez, o próximo ministro da magia perante essa lei, pois todos ficavam mais seguros com ela. Rubídio, no quinto andar, falava sobre a probabilidade de chamarem novos bruxos estrangeiros, mas nunca contava sobre ninguém, só falava sobre quem gostaria de se juntar aos Comensais.


Mendell, pelo menos, conseguiu recrutar Augusto Rookwood, do Departamento de Mistérios, após anos de convivência juntos. Eram agora treze Comensais da Morte, pois este, depois de um homicídio bárbaro de trouxas, conseguiu a Marca Negra tatuada a fogo no braço.


Outro que também foi recrutado foi Walden Macnair, que Gibbon não teve trabalho algum em convencer após o bruxo dizer, sozinho, com ele que “gostaria de se juntar a Voldemort”. Sem falar no lobisomem Greyback, que Voldemort, apesar da lealdade do mestiço, não deu-lhe a Marca Negra. A Marca era apenas para os sangues puros e não daria para alguém que não era um bruxo sangue puro. Os filhos dos Comensais se juntaram também, pois haviam terminado a escola, eram Evan Rosier, Avery Jr., Mulciber II e Rodolfo Lestrange, tornando-se, também, Comensais da Morte. Trouxeram também a namorada de Rodolfo, Belatriz Black, da mesma família que Dorea Black pertencia e, portanto, era fiel. Lúcio Malfoy, um nome conhecido e respeitado pela comunidade bruxa, Kalop Crabbe e Hilberi Goyle, amigos a longo tempo, Severo Snape, que era um excelente proficiente em feitiços e poções, sendo um dos favoritos de Slughorn, contou Avery Jr., Igor Karkaroff, educado em Durmstrang, dois irmãos, que atendem pelo nome Carrow, que também estudaram em Hogwarts, Wail Wilkes, amigo de Rodolfo, Rabastan, Belatriz, Crabbe, Goyle, Malfoy, Carrow, e alguém que não esperavam: o filho de Bartô Crouch, que veio com diversas informações sobre o que seu pai estava passando no Ministério. As coisas iriam melhorar. Após várias torturas de trouxas, tornaram-se Comensais. Haviam partido para Londres, pois procuravam um melhor lugar, e mais perto também, para uma sede da organização. Era a mansão de Lúcio Malfoy, em Wiltshire, que iriam se hospedar. Lúcio afirmou que seria uma honra. Então, chegam Avery, Yaxley, Rosier, Crabbe, os irmãos Carrow e o tal Snape junto com um homenzinho desconhecido. Era pequeno e tinha os cabelosem tufos. Olhosminguados e tristes. Tinha estranhos dentes amarelados.


– Trouxa? – perguntou Voldemort, ansiosos por mais uma longa tortura desse povo não mágico.


– É da Ordem, milorde – respondeu Yaxley, segurando o bruxo mirrado pelo braço fortemente, mas à toa, pois o homem estava tão apavorado que sequer se mexia.


– Qual o seu nome? – perguntou gentilmente Voldemort, imaginado no dia bom em que estavam com tantas torturas.


O bruxo tremia e tentava não olhar nos olhos dele, estava gaguejando e tremente fortemente:


– E-eu... se-ei alguns no-nomes – gaguejou ele, amedrontado e olhando para o chão. Parecia ter remorso.


– Que nomes? – perguntou Voldemort, parecendo desconfiado. Nisso, tirou a varinha e apontou-a ameaçadoramente para o bruxo, que arregalou os olhos para a ponta da varinha e viu um estranho reflexo na outra mão de Voldemort, fazendo-o exclamar do nada:


– P-potter!


– Quem? – perguntou Voldemort, mas o bruxo se silenciou. Não gostava de quando o desobedeciam. – FALE!


– Os Potter! – exclamou ele. – E-eles também são da Ordem – disse ele, novamente tremendo.


Voldemort parecia não entender a situação.


– Ytrio, diga-me o que aconteceu – ordenou ao Comensal Yaxley, que segurava o homem.


– Milorde, encontramos esse verme conversando com o auror Moody. Eu e Snape o encontramos – acrescentou ele, e Voldemort viu os cabelos engordurados de Snape balançarem afirmativamente – quando Moody o ensinava algo com a varinha, um feitiço muito poderoso.


– Era um poderoso feitiço protetor, milorde – respondeu de repente Snape, que abaixou a cabeça quando Voldemort se dirigiu a ele.


– Continue, Severo.


– Moody dizia a ele sobre o feitiço Fidelius, milorde – respondeu Snape. – Poderosíssimo. E concluímos que algo de tão poder, devia ser para algo importante. E quando o encurralamos, ele confessou ser da Ordem, mas disse que lá o tratam mal e quer se juntar a nós. Milorde, acho que não deveríamos aceitá-lo, ele pode nos trair e... – ia dizendo Snape rapidamente e com pressa, parecendo não querer que o bruxo falasse algo, mas Voldemort o interrompeu.


– Quais são os nomes? – indagou Voldemort novamente, tentando prestar atenção na voz baixa do bruxo.


– São... – tremia ele cada vez mais a cada nome que falava –, os Longbottom, Emelina Vance, os irmãos Prewett, Remo Lupin, Sirius Black e...


Voldemort não viu, nem nenhum outro Comensal, nem mesmo o bruxo mirrado, mas Snape balançou a cabeça furiosa e negativamente, olhando nos olhos do bruxo mirrado, que não o via.


– ... os Potter!


– Quem são os Potter? – indagou Voldemort, irritado. – É a terceira vez que você os cita! Quem são eles?


– São da O-Ordem... – murmurou ele, trêmulo e encarando os próprios pés nodosos e gordos.


– E você é um mísero traidor, não é? – perguntou Voldemort, encarando-o fixamente nos olhos. – Você vai nos trair?


– Não... nunca – disse ele de prontidão, se jogando em seus pés e beijando as barras das vestes com tanta vontade que parecia um casal se beijando calorosamente.


– Ótimo. Você vai ser útil. Qual o seu nome? – perguntou Voldemort, estranhamente com ar bondoso.


– É... Pedro... Pettigrew... milorde – acrescentou ele rapidamente. – Mas pode me chamar de Rabicho.


Voldemort deu riso de gozação sobre o apelido do bruxo e entraram em sua nova hospedaria. Queria saber o que mais aquele bruxo de poderes visivelmente medíocres poderia fazer.


Rabicho, alguns dias depois, informou sobre a família Bones, que havia esquecido de avisar sobre eles. Era Edgar Bones, a esposa e a filha. Disse também que Edgar Bones tinha uma irmã, Amélia Bones, conhecida como Madame Bones, pois trabalhava nos julgamentos, mas esta não fazia parte da Ordem. Rabicho estava sendo um bom informante, pos havia informado a localização exata de sua moradia,em West End, a oeste de Charing Cross. A rua estava deserta e, desta vez, foram Voldemort, Yaxley e o filho, Rosier, pai e filho também, Rowle, Rookwood e Avery filho. Os filhos dos Comensais disseram que, juntos, queriam torturar e matar a filha de Edgar Bones. Os pais concordaram, junto com Voldemort. Estava escurecendo e a casa se situava entre dois altos prédios. Após a morte deles, iria queimar os prédios também, que deviam ser de trouxas. Antes, Rosier pai lançou um escudo protetor para ninguém ouvir os barulhos. Depois disso, tentaram entrar na casa. Estava fechada. Avery filho, inútil e estupidamente, exclamou:


Alorromorra!


O garoto Comensal voou para trás e se chocou violentamente contra o escudo protetor, caindo, por fim. Voldemort exclamou:


Idiota!


Mas alguém estava preparado. Edgar Bones saltou do telhado e lançou feitiços certeiros em Rookwood e Rowle. Yaxley, os dois Rosier e Voldemort começaram a amaldiçoar o bruxo, que se escondia por trás de um muro a cada feitiço lançado. Então, o bruxo abriu uma brecha quando tentou correr para dentro de casa, gritando:


– Helena! Saiam...


Mas a maldição da tortura o atingiu. Yaxley estava furioso vista a audácia do bruxo em atacá-los e não parava. Nisso, Voldemort arrombou a casa. Estava fácil demais, a mulher estava com uma varinha trêmula apontada e a filha, de uns doze anos, estava tentando se esconder atrás de uma cortina, mas Rosier filho a agarrou e levou-a para fora. Yaxley, Rookwood e Rowle, esses dois acabando de acordar, entraram na casa trazendo Edgar. Rosier veio logo depois de reanimar Avery Jr., trazendo-o consigo com um dos braços apoiados.


Rookwood amaldiçoou a mulher, seguido de Rowle. Lá fora, ouvia-se os gritos da garota sendo torturada por Evan e Aurum Jr. Rosier começou a torturar o pai, enquanto Yaxley vasculhava a casa de cima a baixo, mas nada encontrou de importante. Voldemort falou suavemente, mas todos ouviram, inclusive os Comensais filhos do lado de fora.


– Tragam a garota aqui, Evan, Aurum.


Os dois Comensais trouxeram a garota e a jogaram no chão. Ela correu para os pais, mas foi amarrada e jogada contra a parede pelos outros Comensais. A mulher gritou e tentou socorrer a filha, mas foi amaldiçoada. Edgar tentou pegar a varinha da mão de Rookwood, que lhe chutou a boca e começou a torturá-lo junto com Hock Yaxley.


– Edgar – disse Voldemort, de mansinho.


O bruxo parou de gritar quando Augusto Rookwood, infeliz, cessou a maldição Cruciatus. Hock continuava a torturá-lo, mas parou com o aceno de Voldemort.


– Dê-me outros nomes... da Ordem – disse ele, suavemente. – Por favor – acrescentou Voldemort, num tom de fingida súplica na voz.


Edgar enraiveceu-se e cuspiu na cara de Voldemort, que quase nunca se irritava, mas agora, se irritou. Saliva suja de um sangue-ruim tocando sua face? De jeito nenhum. Pagaria.


Crucio!


Ele gritava, mas Voldemort parou. A mulher também parou de berrar. Voldemort falou bem devagar:


– Prestem bem atenção nisso – e apontou o dedo longo, fino e branco para a garota trêmula – Evan, Aurum, matem-na.


– NÃÃÃÃÃOOO!


AVADA KEDAVRA!


A dupla maldição atingiu a menina, que bateu a cabeça na parede quando foi lançada para trás. Os pais berraram furiosamente e mais nada agora os faria confessar outros nomes.


As maldições saíram das varinhas de Rookwood e Rowle. O casal se imobilizou e depois tombou. Yaxley lançou a Marca sobre a casa. Voldemort lançou o fogomaldito em ambos os prédios. Na manhã seguinte, a notícia era esperada e repetida:


 


 


Família Bones: morta


           


            Amélia Susana Bones, do Departamento de Execução das Leis da Magia, se desesperou ontem, 16 de janeiro, ao presenciar algo verde, fantasmagórico, e com uma cobra saindo por um crânio, flutuando acima da casa de seu irmão, Edgar.


Sua família também foi assassinada, a esposa Helena e a filha, Jocelene. Do lado da casa, havia dois prédios trouxas queimando, sinal dos Comensais da Morte, que levaram mais 127 mortes em sua consciência. Edgar havia planejado algo para caso de tentarem capturá-lo. Os aurores detectaram que tentaram utilizar um simples feitiço de abertura na porta magicamente trancada da casa de Edgar. Esse alguém foi enfeitiçado e, mais tarde, Edgar estaria esperando. Porém, nem tudo deu certo, visto que sua família inteira foi assassinada, a exceção da irmã, Amélia, que esteve trabalhando até mais tarde no segundo andar do Ministério da Magia.


            Agora o Profeta Diário pergunta: O que você, aquele que se diz Lord, quer, junto com os Comensais da Morte?


 


            Essa pergunta já havia sido respondida pelo próprio Lord Voldemort a duas pessoas. Ao ministro Octaviano e ao querido diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Alvo Dumbledore. Ambos ignoraram sua resposta, deixando clara a sua repulsa. Estavam apenas pagando o preço dessa recusa. Agora, Lord Voldemort iria punir aquele tolo que quase deixou tudo a perder: Avery Jr.


– Aurum! – gritou ele, mas logo veio o pai – Traga seu filho aqui – ordenou, e o pai saiu correndo. Logo trouxe o garoto.


Crucio! – ordenou Voldemort, e o garoto começou a berrar e a se contorcer. Aurum pai nada fazia, olhava assustado, sequer gritava. Quando Voldemort parou, ele perguntou com receio:


– Por que, milorde?


– Seu filho cometeu um erro na casa de Bones, Aurum. Quase fomos pegos – respondeu, num tom de desafio e ameaça.


O pai não se atreveu a discordar, mas não concordou. Levou o filho para fora do aposento. Então, entram correndo os irmãos Carrow, Lúcio Malfoy, Kalop Crabbe e Hilberi Goyle.


– Milorde! – gritou a mulher chamada Aleto. O irmão, Amico, suava rápido. Malfoy parecia ter ganhado um prêmio.


– Fale – respondeu Voldemort, afundando na poltrona macia de Aurum e prestando atenção.


– Descobrimos o paradeiro de Meadowes, aquela mulher da Ordem... meu senhor – acrescentou rapidamente Malfoy.


– Ótimo. E ela quem está criticando-me naquela coluna do Profeta Diário? – perguntou ele, imaginando. Há meses que tinha recebido críticas dessa mulher, uma redatora do jornal bruxo. Agora, ela iria pagar.    


– Essa mesmo – disseram Crabbe e Goyle juntos, felizes por conversarem com o seu senhor e mais ainda por darem tal notícia.


– Matarei-a pessoalmente – disse Voldemort, por fim. Essa ele fazia questão de assassinar.


– Milorde, podemos ir junto? – indagou a mulher, curiosa. Estava ansiosa por ir matar com seu mestre. Talvez esperasse que aprendessem, junto com os outros Comensais da Morte, alguns truques.


– Podem – disse ele, calmamente. Mas deixaria bem claro uma coisa. – Mas se errarem, serão punidos...


– Não, não...


– Onde ela mora? – perguntou Voldemort, se levantando da poltrona numa rapidez incomum.


– Em Dockland, milorde. É um bairro de Londres. Será que nenhum deles mora perto de nós, milorde? – perguntou Crabbe, achando graça da situação e massageando a gorda barriga.


– É bom que não – disse ele, manso, imaginando quão sem graça seria se todos seus futuros assassinados fossem seu vizinho.


Eles aparataram direto para o tal bairro de Meadowes e se depararam com dezenas de bruxos andando. Logo, os bruxos desapareceram num piscar de olhos. O lugar estava enfeitiçado contra a sua chegada. Acenou a varinha e disparou fagulhas contra a névoa que agora subia. Nada aconteceu, girou-a novamente e dispersou a névoa. Havia um alto casarão a sua frente.


– É dela – disse Malfoy, recuando ante a probabilidade de mais feitiços e imaginando se poderia voltar. Voldemort pareceu ler a sua mente.


– Se você sair agora, Lúcio – avisou Voldemort –, será punido mais tarde. Severamente – acrescentou.


O bruxo na mesma hora avançou com a varinha em riste, pronto para lutar. Os Comensais temiam demais a ira de seu senhor. Avery Jr. Contou a extrema dor que sentiu quando foi atingido pela Cruciatus de Voldemort. Nunca mais queria ser torturado.


– Avante – ordenou Voldemort, avançando em direção ao casarão. Os Carrow, Malfoy, Crabbe e Goyle o cercavam. Os dois últimos ficavam nos flancos, os Carrow atrás e Lúcio indo à frente.


– Trancada – sussurrou assustado Lúcio quando percebeu que a porta que tentava abrir estava lacrada.


Com um sinal, ele se afastou e Voldemort, silenciosamente, abriu a porta. Entraram num longo corredor e havia várias portas dos lados dele. Seguiram silenciosamente, apesar do ranger do assoalho fazer um irritante barulho cada vez que pisavam. Lúcio foi à frente e parou numa porta situada no fim do corredor. Olhou para os outros, e depois para Voldemort, então disse:


– Não tem nada ali.


Voldemort avançou e um feitiço atingiu-o no rosto, fazendo seu capuz cair. Uma mulher saiu de uma porta e estuporou Amico, apareceu em outra e desarmou Aleto, girou e reapareceu, enfeitiçando Hilberi.


– Tolos – gritou Voldemort, avançando contra a mulher que girava e desaparecia. Voldemort sorriu quando apontou a varinha para um ponto distante de onde a mulher girava. Havia estabelecido um patrão de aparatação a mulher idiota. Exclamou:


Crucio!


Nisso, a mulher girava e reaparecia bem na hora em que a maldição a atingia e ela caiu. Crabbe avançou torturando-a. Amico acordou e ajudou-o. Voldemort voltou-se contra Lúcio.


Crucio!


Ele se jogou no chão e começou a berrar mais alto do que a mulher. Passaram poucos segundos até Voldemort parar.


– Nunca mais cometa um erro desses, Malfoy – ordenou Voldemort, furioso com Lúcio Malfoy.


Lúcio, no chão, gemeu algo inaudível.


Voldemort se dirigiu à mulher torturada. Aleto acha sua varinha, tira a da bruxa e a quebra logo em seguida. Goyle também acorda e começa a torturá-la numa cozinha grande e lustrosa. A parede era branca, mas logo ficaria vermelha. O sangue espirrava na parede.


Crucio! – exclamou agora Voldemort. Os Comensais se afastaram e ficaram olhando como a mulher berrava mais ainda do que as três maldições que haviam lançado contra ela.


– Dorcas, não é? – perguntou Voldemort, retirando a maldição – Onde moram os outros membros da Ordem?


Ela nada disse, Voldemort esperava isso.


– Revistem a casa – ordenou ele. Como é que, apesar de saberem, os membros da Ordem moravam sozinhos e impotentes? Tolos.


Mais uma vez a maldição Cruciatus foi lançada.


Enquanto os Comensais vasculhavam, a mulher berrava. Ela não iria ceder, era competente e estava resistindo bem, então tornaria a torturá-la por vários minutos. Os Comensais ficaram procurando pela casa por cinco minutos, tempo este em que não houve silêncio. O eco da mulher gritando na cozinha se espalhava por todo o casarão, era a hora de descartá-la decididamente.


Avada Kedavra!


A maldição verde de Voldemort não perdoou. A mulher morreu ali, na cozinha, com vários cortes profundos no rosto causados pela maldição de Voldemort. Iriam embora logo.


– Vamos! – berrou ele. Logo, os Comensais voltaram. Malfoy lançou a Marca Negra na casa. Voltaram a Lodz. Crabbe havia encontrado um artigo sobre o nome de alguns Comensais, incluindo o dele. Como ela descobriu isso, ninguém sabia. Mas agora não importava. Novamente, a notícia do Profeta que veio de noite estava começando a irritá-los.


 


 


Dorcas Meadowes assassinada por Aquele-que-não-deve-ser-nomeado


 


         Hoje a tarde, 17 de fevereiro, Dorcas Meadowes, a brilhante bruxa que trabalhava com informações pertinentes aos aurores e competente redatora da nossa coluna: O que fazer contra as Artes das Trevas, foi assassinada. Beijo Fenwick e Alastor Moody, aurores do Ministério, foram procurar a coluna que Dorcas havia escrito sobre o nome de alguns Comensais, mas ao chegaram ao casarão de Meadowes, a Marca Negra estava sob o local e eles se entristeceram.


“Dorcas era grande amiga e resistiu bravamente”, disse Moody. A bruxa foi encontrada em sua cozinha, mas o corredor estava parcialmente destruído e a casa tinha sido revistada. “Ela foi torturada várias vezes antes de morrer”, lamentou-se Fenwick, de sua casa, em Wimbledon.


 


            Desta vez, tinham ido longe demais. O jornal publicou a casa de um dos membros da Ordem? Era bom demais para ser verdade. Iriam na semana seguinte, pois Voldemort queria avaliar os nomes dos Comensais que Meadowes, de algum jeito, tinha conseguido. Tinha Crabbe, Goyle, Snape, Malfoy, os Carrow e Karkaroff. Se fosse o que pensava, ele morreria.


– RABICHO!


O homenzinho mirrado veio poucos segundos depois, se apavorando e imaginando o que aconteceria.


– Sim, senhor – saudou-o Rabicho, fazendo uma profunda reverência que terminou em risadas: Rabicho se desequilibrou – pois estava tremendo – e caiu de cara nas vestes de Voldemort.


– Você conhece bem esses sete? – perguntou ele, apontando o dedo para os nomes da lista e ao mesmo tempo chutando-o na boca.


– Sim, senhor – gemeu Rabicho, começando a chorar e a olhar para o chão, tremendo como nunca. Sua boca sangrava.


– Você contou a ela, não é? – vociferou Voldemort, tirando a varinha do bolso e apontando para o bruxo.


– Mi-milorde, eu, eu...


CRUCIO!


O bruxo gritou e os Comensais que estavam na casa voltaram. Snape olhava de Rabicho a Voldemort, que olhou para o papel no chão. Snape se adiantou, leu o papel e começou a rugir com fúria para Rabicho, mas apenas querendo fazer Voldemort prestar atenção em suas palavras:


– VIU, MEU SENHOR? NÃO DEVEMOS CONFIAR NELE, ELE É UM TRAIDOR! OS NOMES QUE ELE DEVE TER NOS DADO SÃO FALSOS E...


– Não são! – berrou Rabicho de repente, e Voldemort o escutou. Cessou a maldição da tortura.


– Rabicho, conte o que fez antes de morrer – ordenou Voldemort, pensando na traição do bruxo.


– Meu senhor, os... os nome que dei são legítimos. Longbottom, Prewett, Lupin, Sirius Black e Potter – disse ele, caído no chão frio.


– Black? – perguntou Voldemort, que se dirigiu a Lúcio e mandou-o chamar Belatriz. A bruxa veio toda feliz quando soube que Voldemort a procurava. – Esse Sirius Black – perguntou ele, ferozmente –, é de sua família?


– Meu senhor – gaguejou ela. – Ele, é... – ante ao olhar demolidor, desatou a falar –, é, milorde. É meu primo. Mas discordo das atitudes dele, há tempo que não nos falamos. E pode apostar que eu o mataria – disse ela, com raiva. – Toda nossa família o apóia, milorde. E aquele desgraçado inclusive foi o único da família a ir para a Grifinória, toda a nossa família foi para a Sonserina.


Voldemort desconfiou, mas fingiu acreditar. Não acreditava em quem tinha família. Confiavam demais em familiares.


– Além disso, milorde, casarei-me com Rodolfo em breve – exclamou ela, apesar de não parecer grande coisa esse fato.


Laurêncio aplaudiu ao casamento do filho com a moça.


– E logo Rabastan termina a escola, ele poderá se juntar a nós e ao casamento – disse o pai, feliz com a nova subida mudança de conversa.


– E onde será a festa? – perguntou do nada Karkaroff, que tinha chegado há pouco tempo e estranhando a conversa de casamento.


– Calados – ordenou Voldemort, fazendo todos se falar. Não queria ficar ouvindo sobre essas ladainhas.


 


Março já estava chegando quando decidiram ir matar o auror Beijo Fenwick. Voldemort ficaria para tratar de um assunto importante com a família Lestrange. Importantíssimo.


– Laurêncio, você tem um cofre em Gringotes, não? – perguntou ele, esperando a confirmação.


– Sim, milorde. Quer que guardemos algo ao senhor? – respondeu ele, e chamou Rodolfo e Belatriz.


– Sim – disse Voldemort quando Belatriz e Rodolfo vieram –, é uma antiga relíquia de minha família e não quero mais ficar andando com ela – disse ele, tirando a taça de ouro de Helga Hufflepuff.


– É linda, milorde – falou Belatriz, tentando tocar na taça, mas Voldemort a retirou de seu alcance bruscamente.


– Confiarei em vocês, Laurêncio – disse ele, voltando-se para Aurum. – Sempre foram fieis a mim, mais ainda do que Avery, que me concedeu moradia. Não a quero em mãos erradas, ela é muito importante – Voldemort se lembrou do dia em que a roubara com o rosto iluminado de prazer. – Não a percam – ameaçou ele, ao que Laurêncio acenou a cabeça.


Lestrange achou estranho Voldemort falar de um simples objeto, mas ainda assim concordou. No mesmo dia, Belatriz e Rodolfo levaram a taça ao seu cofreem Gringotes. Maisuma Horcrux salva.


 


            Já em Wimbledon, Dolohov, Yaxley, Macnair, Gibbon, Nott e Travers estavam na casa de “campo” do auror Beijo Fenwick. Ele parecia estar sozinho quando Travers o viu caminhando entre as árvores. Travers, como sempre, estava ansioso pela matança. Dolohov o ensinou o feitiço que decepava os membros da vítima e estava de prontidão para usá-lo. Dolohov havia criado uma maldição e também queria testá-la. De repente, um raio branco atingiu Gibbon, fazendo-o voar. Fenwick estava pronto lançando, desta vez, maldições contra os Comensais, que começaram a desviar. Macnair e Nott foram por um lado, Travers e Yaxley por outro, Dolohov avançara conjurando um feitiço roxo, mas que não queria sair de jeito nenhum. Dolohov se engasgava com a pronúncia até conseguir eficazmente executá-lo. Com um gesto horizontal da varinha, ele gritou certeiramente contra Fenwick:


Limpusmagicservere!


Um risco de chamas roxas se dirigiu a Fenwick e acertou o bruxo no peito, que caiu na hora. Dolohov se aproximou, feliz. As vestes do bruxo se rasgaram e o peito estava ficando vermelho. O feitiço causava danos internos e alguns órgãos do bruxo foram atingidos e estraçalhados. Havia várias hemorragias se formando agora. Dolohov queria deixá-lo ali, sofrendo até a morte, mas Travers insistiu e finalmente lançou a maldição que aprendera:


Ruptiare!


O bruxo não tinha voz para gritar. A mão foi arrancada do antebraço. Yaxley, Nott e Macnair o imitaram:


Ruptiare!


Fenwick perdeu os pés e a outra mão. Estava sangrando violentamente, ficando quase branco. Deu um leve gemido quando Gibbon, irritado, arrancou-lhe o braço inteiro. Os Comensais riam atirando os pedaços dos membros do auror para todos os lados, estavam até mesmo fazendo um concurso de arremesso até o mais longe possível. Começaram a gritar insultos e a fazer piadas (algumas comparando-o a uma tartaruga). Yaxley se contentava em fazer desaparecer os membros com o feitiço da Desaparição, Natrium levitou o homem até um formigueiro (apenas por prazer do Comensal, pois os outros acharam uma criancice), e desta vez ele gritou. Resolveram, por fim, não deixá-lo ali. Seria sorte demais de alguém o salvasse, então o matariam. Mas não seria com a maldição da morte, mas com outro tipo de maldição, fazendo-o se desintegrar e explodir. Todos apontaram as varinhas e exclamaram em uníssono:


Confringo!


Expulso!


Pantoarco!


Os três feitiços juntos o atingiram e voaram pedaços para todos os lados. A maldição de Gibbon consistia em aumentar a pressão interna do bruxo, fazendo-o explodir com mais facilidade. Os Comensais se sujaram, mas não se importaram com a “sujeira” ocasionada pela explosão do corpo do bruxo. Travers lançou a Marca Negra no céu e voltaram, felizes, a Lodz, para contar o ocorrido a Voldemort, que pôde ler, no dia seguinte, a diversão com que os Comensais tiveram com o auror:


 


Auror Beijo Fenwick brutalmente esquartejado


 


            O auror Moody se apavorou quando presenciou a Marca Negra em cima da casa se seu grande companheiro de trabalho, Fenwick, ontem, 30 de fevereiro. “Eles pagarão, essas gentalhas”, rosnou ele, quase sem falar direito, quando fomos entrevistá-lo no local. Os outros aurores confirmaram o extremo uso de magia negra no auror morto, que sofreu várias lacerações nos membros antes de ser morto por esquartejamento.


“Encontramos pedaços de mãos e pernas, nada mais”, disse Dawlish, outro auror que trabalhava com o bruxo.


            “O erro foi de nossa própria fonte, há algumas semanas, ao informar a localização da moradia de Fenwick. Sentimos muito aos parentes e amigos do falecido, mas grande, auror Beijo Fenwick.”


            E com esta nota enigmática que lamentamos informar que os chamados Comensais da Morte continuam agindo livremente por nosso país.


 


           


 


Até quando isso vai continuar?


 


         A mando d’aquele-que-não-deve-ser-nomeado devido aos seus terríveis atos de grandeza, os Comensais da Morte têm agido livremente durante esses anos pavorosos. Foi no fim da década de 50 que esses terríveis atos começaram com várias barbaridades trouxas.


A comunidade não-mágica sofreu tanto quanto nós, perdeu mais do que nós. Os anos 60 foram anos pavorosos para os bruxos, pois começaram os ataques aos nascidos trouxas. Mas foi na década de 70 que o horror teve seu auge. Morreram mais trouxas ainda, vários funcionários importantes do Ministério, aurores, famílias antigas e conhecidas. A Marca Negra tornou-se o símbolo do extremo medo, pois todos têm receio de chegarem em casa e ver a Marca no céu, marcando uma morte. E agora no final da década? E depois disso? O que acontecerá?


            Crouch, o futuro ministro da magia, tem se mostrado frio durante os julgamentos sobre os bruxos das trevas: “Terão prisão perpétua em Azkaban sem julgamento, apodrecerão com os dementadores. É claro que nenhum Comensal ainda foi preso, sequer morto, mas estamos tendo progresso”, disse ele.


            Aurores estão guarnecendo a escola de Hogwarts, pois Dumbledore torna-se apreensivo sobre um ataque a sua tão adorada escola.


 


Voldemort teve de admitir. Gostou de, finalmente, terem reconhecido seu nome como horrível demais para ser falado em voz alta. Ninguém mais o chamaria assim, todos o temiam. Se temiam apenas o nome, como encarariam o dono dele? Era o medo que dominava.

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