O maior duelo já presenciado



             QUASE DOIS MESES trabalhando na Borgin & Burkes e os donos da loja aprenderam o valor que Tom Riddle tinha. Apesar de ser um simples balconista, as “missões” que carregava eram dificílimas, mas não para Riddle. Ele instigava os donos que possuíam objetos raros e grande valor a cederem seus objetos ou simplesmente a vendê-los a preços baixíssimos. Riddle era o melhor. Persuadia como ninguém. A maioria de seus clientes eram velhos e velhas ricos o suficiente para barganhar os objetos, mas Riddle sempre conseguia diminuir o preço. Sendo um jovem pálido, alto, magro, de olhos e cabelos negros, era muito bonito. As ricas velhas o paparicavam tanto que acabavam vendendo algo por um preço infinitamente menor do que o real apenas para agradá-lo. Apesar de trabalhar no estabelecimento há pouco tempo, sentia-se infeliz de ainda não ter encontrado nada de real valor. A maioria dos objetos que comprava eram feitos por duendes, mas nada relacionado a alguns dos fundadores de Hogwarts.


            O medalhão de seu antepassado, Salazar Slytherin, era o que mais prezava. Pertenceu a sua mãe e era propriedade geneticamente dele. A taça de Hufflepuff queria apenas, e somente, por ser um objeto valioso de uma das fundadoras da escola, Helga. Decidiu que teria os quatro objetos para guardar sua alma. Um já tinha e havia obtido há três meses: o diadema de Rowena Ravenclaw. Não havia usado-o para testar seus poderes, Riddle não precisava deles. Guardara um pedaço de sua alma matando um camponês numa floresta deserta da Albânia. Hoje, visitaria uma velha, chamada Hepzibá Smith, para discutir uma armadura fabricada por duendes. Riddle sabia que a armadura valia pelo menos mais do que mil galeões, mas o senhor Burke queria comprá-la nem mesmo pela metade do preço mínimo.


– 400 galeões. Diga a ela que é o suficiente – disse ele para Riddle, que bateu a porta da loja e logo aparatou. Três segundos depois já estava diante da grande casa da velha que parecia uma mansão. Eram exatamente três horas, nunca se atrasava nem se adiantava. Chegava na hora em que combinava. Tocou a campainha e ouviu:


– Vá, Hóquei. Ele chegou!


Quase instantaneamente depois, a porta se abriu. Não olhou para baixo ao saber que era uma elfo doméstica que vivia para servir a senhora Smith. Riddle entrou e Hóquei fechou a porta. Passou por ele e levou-o até a sala de estar. A sala era extensa e clara, vários objetos valiosos ficavam nas estantes. Livros e livros se destacavam. Plantas e mais plantas ocupavam o lugar. Hepzibá Smith estava sentada no sofá, trajando vestes roxas e com uma peruca ruiva. Vestia também uma enorme pantufa amarelada com riscos pretos.


Riddle passou pelos vários bancos já conhecidos, curvou-se e beijou a mão enrugada da velha. Depois, conjurou um buquê com orquídeas (Orchideous!),  e disse:


– Flores para uma flor – disse Tom Riddle, mostrando o buquê que havia conjurado pouco antes.


A velha pareceu querer desmaiar. Talvez esperava que Tom a segurasse, pois fechou os olhos e se jogou para trás, mas este nada fez. Logo, ela se recompôs da batida da cabeça no chão e disse:


– Tom, amorzinho – segurou suas bochechas e as chacoalhou. – Não precisava. Você me bajula demais, safadinho – ela mostrou os diversos dentes amarelados para o garoto, que desejou não ter visto.


Ela guardou as flores num vaso já preparado para a ocasião. Parecia saber o que ele faria, pois era isso que sempre fazia.


– Sente-se, Tom, sente-se. Hóquei, onde está...? – perguntou a velha, mas parou quando viu sua elfo doméstico chamada Hóquei.


A elfo veio correndo com uma travessa cheia de bolinhos e duas xícaras de café. Pousou-a numa banqueta e saiu do recinto.


– Sirva-se, meu querido. Você está muito magro e pálido, precisa se alimentar melhor – exclamou a velha, apertando novamente suas bochechas. Riddle odiava aquilo, mas atendeu seu pedido quando o soltou.


Serviu-se de um bolinho e, enquanto comia, Hepzibá olhava para ele apaixonadamente. Bebeu um pequeno gole do conhecido e açucarado café que a velha tanto gostava e perguntou:


– Como vão as coisas, senhorita Hepzibá? – perguntou, recomeçando a beber o chá que a elfo havia trazido.


– Ah, Tom, você sabe. Ou pelo menos, deve imaginar. Uma velha senhora morando sozinha... sinto que preciso de um homem – respondeu ternamente, olhando como se desejasse atacá-lo.


Riddle sorriu e Smith retribuiu com um sorriso dez vezes maior, mais demorado e até mesmo mais medonho, pelo menos para sua idade.


– Então, Tom, me diga. A que devo essa desejada visita? – perguntou, ajeitando o vestido roxo e esperando, visivelmente, a resposta de Tom.


– O Sr. Burke enviou-me por causa da armadura dos duendes que a senhorita possui – respondeu apenas, bebendo um pequeno gole da xícara e observando os vários pertences da senhora.


– E por quanto ele quer dessa vez? – perguntou, lambendo a xícara maliciosamente como se esperasse que Tom gostasse de vê-la fazendo essas coisas.


Riddle sentiu apenas nojo da velha.


– 400 galeões. É mais do que o pretendido por ele – respondeu o garoto, sabendo que a velha iria recusar.


A princípio, Burke há meses queria comprar a armadura e seu primeiro lance foi 100 galeões. Sempre vendiam o que compravam no mínimo por um preço cinco vezes maior do que o “honesto” preço do objeto e não cinco vezes a partir do preço em que conseguiu obter o objeto.


– Ora essa, senhor Burke! – disse a velha, se levantando e andando pela sala olhando as diversas tranqueiras que possuía. – 400 galeões? Ele sabe muito bem que essa armadura é valiosíssima, quase indestrutível. No mínimo vale 1500 galeões. Há anos na minha família e ele quer comprá-lo por menos do que a metade do preço? Ora essa, senhor Burke – repetiu ela.  


– Desculpe, senhorita Hepzibá. Não tenho culpa, sou um mero balconista que recebe ordens – enfocou Tom Riddle, esperando que não fosse considerado culpado pela velha pelo preço.


– Não estou culpando-o, Tom, querido. Você é inocente no meio daqueles homens, sei que eles o tratam mal. E Burke é o maior barganhista que eu conheço. Nunca vi nenhum homem assim.


Isso era verdade. Burke já havia comprado coisas que valiam milhares de galeões por apenas algumas centenas. Soube que já barganhou um elmo de quase 3500 galeões e comprou-o por meros 500. Sete vezes o preço menor. Ainda estava na loja, pois Burke insistia que valia cerca de 20000 galeões, um preço absurdo.


– Bem, senhorita Smith, devo ir então. Tenho mais pessoas a visitar – finalizou, percebendo que não iria ceder.


– Já? – perguntou Smith. Tom não havia passado nem uma hora no local e sabia que, apesar de ser um brilhantes vendedor, a velha não iria ceder. Teria que voltar um outro dia com uma outra oferta.


– Sim – respondeu apenas. Levantou-se e novamente beijou sua mão. A velha adorava suas visitas e com certeza esperaria uma próxima.


– Adeus, Tom. Esperarei ansiosamente sua próxima visita – despediu-se com meiguice, olhando em seus olhos e segurando demoradamente suas mãos pálidas. Riddle sentia suas rugas encostando em sua pele.


– Mal posso esperar – respondeu Riddle, esperando quando é que a velha iria tentar beijá-lo apaixonadamente.


E saindo da casa, aparatou para a Travessa do Tranco. Leu de relance notícias sobre Grindelwald, já estava cheio de ficar ouvindo e lendo sobre esse bruxo das trevas. Foi direto para a loja.


Entrou na Borgin & Burkes e logo disse:


– Ela não vai vender a armadura por menos do que 1500 galeões – olhando significativamente para seu patrão, Burke percebeu que não estava mentindo nem brincando.


– Maldição! – exclamou Carátaco Burke, chutando um banquinho e começando a andar. Pegou então um pequeno livro e começou a folheá-lo, procurando desesperadamente alguma coisa.


Borgin apareceu dos fundos da loja e falou:


– 1500? A Sra. Smith está nos dando trabalho... – lamuriou-se Borgin, que também queria o tal elmo.


– Tom – começou Burke, furioso com a recusa de Smith e tendo finalmente encontrado o que procurava no livro –, tente comprar aquele machado-escudo do – ele leu o nome escrito – Sr. Frachesco. Diga que é a nossa última oferta: oitocentos galeões. E nada mais do que isso.


– Certo – respondeu. Seria uma viagem de um dia, já que o Sr. Frachesco morava na França. Riddle arrumou a mala e guardou algumas roupas, caso precisasse dormir por lá. Levou uma sacola com o dinheiro e partiu. Aparatou na conhecida cidade de Dover e para lá aparataria já na França. Descobriu que poderia aparatar aquele estreito na primeira semana de trabalho. Lembrou-se de quando ficou horas voando por cima daquele mar inutilmente. Mas agora iria para o outro lado instantaneamente. Girou ao redor de seu próprio eixo e desapareceu.


 


Reapareceu já na França, nas margens da praia, e percebeu que havia muita gente nos arredores. Sabia que eram bruxos pelas vestes, mas estavam assustadas. Era uma vasta multidão apavorada olhando para um ponto fixo e Riddle ainda não entendia o que estava acontecendo. Resolveu investigar se adiantando.


Os bruxos estavam reunidos. Constatou que alguns estavam desmaiados no chão e outros estavam mortos. Haviam vários feridos no extremo da multidão, alguns seguravam nervosos as varinhas, outros tremiam de medo. As crianças choravam e gritavam pelos pais. Não sabia o que estava acontecendo. Foi então que várias fagulhas voaram no céu e alguém gritou:


– Quem será o próximo a morrer pelo bem maior?


Não sabia quem era, mas resolveu olhar. Em uma distância de uns30 metrosda multidão estava um grupo de bruxos vestidos de preto. Na frente, havia um único bruxo. Este também usava vestes negras com um estranho símbolo na frente. Parecia um olho, mas havia um triângulo ao redor. Seus cabelos eram louros, mas alguns já estavam brancos. Segurava uma varinha que, ao que parecia, era cheia de “caroços”. Ele conjurou uma enorme corda e arrastou uma garotinha de uns 13 anos para a frente. Alguns bruxos gritaram e tentaram intervir, mas o grupo que estava com o tal homem lançou uma vasta quantidade de feitiços contra os que tentaram salvar a garota.


– Quem será o próximo a morrer PELO BEM MAIOR? – repetiu ele gritando as últimas três palavras, olhando gananciosamente para a multidão e por fim para a menina. – Esta garota? – e virando-se para a menina, exclamou em voz alta com um largo sorriso demoníaco no rosto. – Sangue-ruim, não é?


Foi então que percebeu que era Grindelwald, o maior bruxos das trevas da atualidade. Foi agora que lembrou-se da notícia que havia lido há mais de um ano, em setembro do ano passado, dizendo que Grindelwald estava se aproximando da França.


Crucio!


A garota deu um longínquo berro de dor. Começou a se contorcer violentamente no chão. O exército que estava com Grindelwald começou a rir. Mas, de repente, uma voz se sobrepôs a todos.


– Pare, Gerardo.


Todos se viraram, inclusive Tom. O homem que havia dado a ordem ele conhecia muito bem. Foi com 11 anos que conversou com ele pela primeira vez. Foi o  homem que deu a melhor notícia que ele já havia recebido. Foi o homem que foi seu professor durante sete anos. Era Alvo Dumbledore, seu antigo professor de Transformações. Porém, ele tinha um olhar aterrorizante, não era o costumeiro olhar bondoso que sempre mostrava em suas aulas. Era uma expressão de nojo e – ao que parecia – de desgosto. Não fazia ideia do que o professor estava fazendo ali. Sabia que era um bruxo altamente competente, mas não o suficiente para vencer um exército junto com o maior bruxo das trevas de todos os tempos. Grindelwald olhou assustado para Dumbledore e sorriu.


– Alvo, finalmente! – exclamou Grindelwald ainda com o sorriso estampado no rosto, como se fosse a coisa que mais desejava na vida: ver Alvo Dumbledore.


– Deixe a garota, Gerardo – ordenou Dumbledore, segurando a varinha, mas não de modo ameaçador.


Grindelwald, com um gesto da varinha, arremessou a garota para seu exército e disse:


– Fiquem com ela. Depois eu termino isso – ordenou para os outros, virando-se para encarar o bruxo.


Mas Dumbledore girou no ar e sua varinha brandiu. Houve um estouro e num segundo a garota estava protegido com os outros bruxos enquanto sete bruxos de Grindelwald estavam caídos. Olhando para a garota inconsciente, Dumbledore conjurou um gigantesco escudo transparente, mas suficientemente visível, ao redor da multidão. Grindelwald olhou para os bruxos caídos. Os outros olhavam abobados para Dumbledore, que continuava parado no mesmo lugar de onde havia aparecido. Grindelwald parecia furioso.


– Matem-no.


Os bruxos lançaram repetidas maldições contra Dumbledore. O professor novamente aparatou e num estalo da varinha estava em cima de uma casa. Novamente, outros bruxos de Grindelwald já estavam caídos. Alguns, percebendo o perigo de serem atacados por Dumbledore, aparataram. Tom achou que fariam o mesmo que Dumbledore, mas haviam fugido. Não voltaram. Alvo Dumbledore, de cima do telhado, perguntou:


– Por que fez isso, Gerardo?


Os bruxos que estavam observando estavam alarmados. O desconhecido, que Tom conhecia, estava fazendo perguntas normalmente, sem mesmo se proteger. O próprio Riddle sabia que Dumbledore estava sendo arriscado. Grindelwald não respondeu. Apenas virou-se para o grupo e disse algo baixinho. Dumbledore exclamou em voz alta:


– Isso é entre nós, Gerardo.


E no momento em que disse isso, desaparatou do telhado no mesmo momento em que oito bruxos haviam acabado de aparatar. Um raio prateado cortou o céu e atingiu todos os homens, que num grito despencaram de cima da casa e ficaram imóveis no chão. Desta vez, todos os bruxos que restaram do exército do bruxo o abandonaram de vez. Grindelwald perguntou:


– Por que demorou tanto, Alvo? Medo? – questionou o bruxo, certificando-se se todos realmente haviam fugido.


– Não de você, Gerardo. Não de você – respondeu o professor brandamente lançando ao bruxo um olhar de tristeza por tudo que havia feito.


Os bruxos olhavam abismados. Tom percebeu um movimento atrás de si e olhou para trás. Mais bruxos haviam chegado, inclusive vários aurores e o Ministro da Magia, Ebigail Escândio. Observavam pasmados Grindelwald e Alvo andando em círculos. Tom não entendia como os novos observadores haviam transpassado o escudo protetor de Dumbledore.


– COVARDE! – gritou Gerardo. Lançou uma maldição da morte que Dumbledore desviou andando. – Sabe que não pode me derrotar, Alvo. Você, mais do que todos aqui, sabe.


– Você está utilizando mal o podem que tem, Gerardo – disse calmamente o professor, andando em círculos.


– Mal? Utilizo mal a magia? – gritou o bruxo, também começando a observar o círculo que descreviam.


– Pessimamente mal – respondeu Alvo Dumbledore sério. Grindelwald começou a rir violentamente. A multidão não saberia dizer o que os bruxos achavam de engraçado durante um duelo.


– Era o que você achava, não era? – perguntou rindo. A multidão não fazia ideia do que estavam falando.


– Falou bem, Gerado. Era o que eu achava. Vejo que errei – Grindelwald parecia tremer de raiva ao perceber a ênfase do professor.


Outra maldição foi lançada. Dumbledore conjurou um escudo que ricocheteou a maldição.


– Não pode me vencer, Alvo – repetiu.


– Não me force, Gerardo – insistiu.


Grindelwald riu. Dumbledore apenas sorriu.


– Acha que pode me derrotar, Alvo? Você sabe que não, a menos que eu me rende.


– Isso – respondeu serenamente – facilitaria muito as coisas, Gerardo. Pense no que fez.


Tom achava muito estranho os dois bruxos conversarem usando os nomes de batismo.


– Fiz o certo, Alvo. Fiz tudo o que disse que faria pelo bem maior!


Grindelwald girou a varinha. A força que dela saiu foi tal que todos os presentes atrás do escudo foram derrubados (mas não atingidos). Alvo Dumbledore estava de pé com a varinha em punho murmurando encantamentos que pareciam uma canção. Quando o ar deslocado pelo feitiço de Grindelwald finalmente chegou, Dumbledore fez a varinha dar um estampido e o barulho foi insuportável quando os feitiços colidiram. Todos os caídos, incluindo Tom Riddle, taparam os ouvidos. Uma verdadeira guerra estava rolando a poucos metros deles. Riddle olhou de relance mais bruxos aparecerem. Eles também logo foram ao chão quando a poeira se dissipou.


– Você errou, Gerardo.


– ERREI? – admirou-se Grindelwald. – Fiz o que você não fez!


– Chega, Gerardo – suspirou Dumbledore. – Renda-se agora e pague pelo que fez.


– Senão o quê? – Grindelwald fulminou Dumbledore apenas com o  olhar, mas o professor parecia cansado para discutir o assunto. Ambos sabiam o  que significava o senão. Um dos dois morreriam essa tarde, a menos que Grindelwald se rendesse.


A varinha de Dumbledore voou lançando uma corda em chamas. Grindelwald a repeliu e lançou outra maldição, que Dumbledore mais uma vez desviou.


– Pare, Gerardo. Não quero fazer isso – alertou Alvo Dumbledore.


Tom sabia que Grindelwald não cederia. Mas também parecia querer provar alguma coisa, o que seria ele não saberia dizer.


Grindelwald não respondeu ao alerta. Tom sabia que ambos os bruxos estavam decididos. Iriam realmente começar o duelo.


Grindelwald se mexeu antes. Como no jogo trouxa chamado “tênis”, em que se usavam raquetes e bolas, Grindelwald começou a lançar feitiços repetidamente como se estivesse acertando uma bola invisível com uma raquete. Não sabia o que eram os feitiços, mas Riddle olhou abismado quando um deles atingiu Dumbledore no joelho, pois não conseguiu impedir os feitiços múltiplos, fazendo-o sangrar violentamente. Com um aceno da varinha, o corte se fechou, mas Riddle constatou que dava para perceber várias linhas esbranquiçadas no joelho do professor. Foi a vez de Dumbledore.


            Num gesto vertical com a varinha, terminando numa grande circunferência, saiu um jato amarelo. Grindelwald riu quando desviou três metros da trajetória do feitiço, mas não era nada tão simples. Quando o feitiço estava perto de Grindelwald, mesmo que não na mesma trajetória, Dumbledore agitou a varinha horizontalmente. O feitiço se multiplicou em dezenas de raios. Pego de surpresa, Grindelwald foi atingido por três raios e lançado para trás, quebrando as janelas de uma casa. Durante quase 20 segundos ninguém se mexeu, até a hora em que a casa pegou chamas e vários animais ensandecidos em fogo virem atacar Dumbledore. O professor fez um largo gesto e a água do mar veio voando a seu encontro, apagando os animais do feitiço de Grindelwald. Ainda com a água suspensa no ar, Dumbledore brandiu a varinha como um chicote e uma gigantesca onde se dirigiu para Grindelwald e uma pequena parte da água foi apagar a casa em chamas. A onda atingiu Grindelwald e o arrastou até uma pequena igreja trouxa, de onde a água escoou. Grindelwald levantou-se enfurecido e sangrando pelos flancos.


Apontou a varinha para a Igreja e, antes de exclamar um feitiço, olhou para Dumbledore com raiva:


LACRUM DEMON!


Mesmo longe, as pessoas ouviram um pequeno estalido e uma rachadura. Depois, a Igreja explodiu. As pessoas gritaram tentando se proteger dos destroços, mas Dumbledore sabia que não iriam ser atingidas. Nesse pequeno momento de distração, Grindelwald arremessou grande parte dos destroços em Dumbledore e o soterrou. Não havia escapatória neste momento, Riddle sabia. Vários dos presentes gritaram apavorados quando Grindelwald se materializou acima dos vários metros de destroços. Grindelwald olhou para a população, para todos em igual. Olhou para o Ministro da Grã-Bretanha e perguntou:


– Então, ministro, vê que nada pode me deter. A barreira que você ajudou a criar foi destruída e cheguei aqui. E agora, o homem que você achou que poderia me deter, está sob meus pés – nisso, ele deu uma risada medonha como se fosse um louco que acabara de fugir. Apontou a varinha.


Grindelwald lançou um feitiço dourado contra o ministro, mas ele foi desviado pelo escudo de Dumbledore, significando alguma coisa...


            Na mesma hora, um barulho ensurdecedor veio da montanha de destroços e Grindelwald voou. Voaram pedras e madeira para todo o lado, mas a população estava salva. O feitiço de proteção de Dumbledore estava intacto quando ele surgiu sujo, empoeirado e visivelmente machucado. Seu nariz torto parecia mais torto do que nunca. Com certeza havia quebrado. Dumbledore olhou para o céu e Grindelwald estava voando ainda. Lançou um feitiço que o segurou e o arrebatou até o chão, fazendo-o atingir violentamente o chão. Mas nada adiantou. A varinha de Grindelwald cortou as cordas brilhosas do professor e o bruxo se soltou, possivelmente com vários ossos quebrados.


– Não adianta, Dumbledore – urrou –, você não, não pode me deter.


Grindelwald se afastou. Num gesto horizontal terminando em uma complicada figura, saiu de sua varinha “encaroçada” um raio negro pululante. Dumbledore, em um longo movimento, lançou um raio branco prateado. Essa explosão foi a mais barulhenta. Uma cratera de dois metros de profundidade com um raio de uns sete metros se formou quando a explosão ocorreu.


Grindelwald novamente agitou a varinha e o chão começou a se mexer. Outras pequenas crateras foram surgindo, juntas com várias rachaduras no chão. As casas ao redor começaram a implodir e o mar avançou sobre o vilarejo. Grindelwald parecia querer afundar o lugar causando um terremoto. Dumbledore não permitiria. Com a forma de um raio, o professor deu um giro e sumiu. Com outro estrondo, um relâmpago partiu do céu e por pouco não atingiu Grindelwald, que conseguiu desviar o fenômeno aéreo. Mas outros relâmpagos foram atingindo o chão e seguindo Grindelwald, dando tempo a Dumbledore de conseguiu impedir o mar que avançava e o vilarejo de afundar sob as águas do Atlântico.


Tempo precioso esse, pois Grindelwald repeliu todos os relâmpagos e os converteu num poderoso raio largo e direcionou-o a população. O raio atingiu a barreira que Dumbledore havia criado e novamente não atingiu os observadores. Tom não entendia como é que a barreira que Dumbledore havia criado ao redor da população ainda não cedera. Continuava intacta apesar do enorme barulho que fizera quando o raio a atingiu.


– Mas que...? – começou Grindelwald, até um barulho no céu o fazer olhar para o alto. Era um daqueles aparelhos que os trouxas usavam para voar, chamado de avião. 


– Gerardo, não – alertou Dumbledore.


Tom sabia que Grindelwald usaria outros para atingir o professor. Grindelwald deu um estranho berro e apontou a varinha para o céu. Todos os observadores olharam. Todos os olhos estavam concentrados no céu. Cinco segundos depois, os quais alguém na multidão – às costas de Riddle – não parava de falar coisas desconexas, o avião explodiu no ar. Neste momento, Dumbledore materializou-se a cinco metros de Grindelwald. A varinha do professor cortou o ar no mesmo instante em que Grindelwald virou, mas não tinha mais tempo. Foi atingido e teve o corpo cortado em vários lugares. O sangue do bruxo empapou suas vestes negras e tapou aquele estranho símbolo que agora estava sob o sangue.


– Ninguém precisa ver isso, Gerardo.


– Ver o quê? – perguntou-se Riddle baixinho, mas ninguém ouvia diante de tanta gritaria. – A pele branca do bruxo?


– Você a quer, Alvo – gritou Grindelwald. – Ela não será sua, você não a merece!


Ninguém entendia o que os bruxos estavam falando. Na multidão, alguém perguntou que lugar era aquele e o que eram aquelas coisas, mas Riddle não tinha tempo para responder tolices. Estava ocupado demais vendo o maior duelo que já havia presenciado.


Grindelwald sumiu no ar e reapareceu a vários metros de distância. Apontava a varinha para os vários cortes em seu corpo. O professor Dumbledore poderia ter ido atrás de Grindelwald, mas apenas olhou para a multidão. Novamente, olhou para a garota que foi torturada. Estava começando a acordar. Mas neste momento, e foi mais um momento, de distração, Grindelwald materializou-se e logo lançou outro feitiço, atingindo Dumbledore nas costas. Ele foi lançado para os entulhos de uma casa já demolida e Grindelwald foi atrás. Dumbledore apareceu girando perto da multidão com as costas cheias de sangue e as vestes chamuscadas enquanto Grindelwald estava nos entulhos. Com uma sacudida da varinha, os entulhos levitaram com Grindelwald acima deles. Com outro rápido movimento, os entulhos foram atirados para o mar. Aquele foi o mais eficiente “Wingardium Leviosa” que Riddle havia visto tanto na escola como fora dela, mas de nada adiantou.


Gerardo Grindelwald aparatou no momento em que os entulhos tocaram as ondas e reapareceu do meio da enorme cratera que havia sido formada por uma colisão dos feitiços dos bruxos. Alguns bruxos avisaram Alvo Dumbledore, que virou-se rapidamente aos avisos de que Grindelwald estava ali. Ambos pareciam exaustos e fracos, mas não desistiriam. O professor de Transformações adiantou-se calmamente para Grindelwald dizendo:


– Desista, Gerardo. Veja o que fez – Dumbledore olhou para as casas destruídas e a população apavorada por detrás de seu escudo protetor.


– Fiz o certo, Dumbledore! Era isso que eu sempre quis, que nós...


Um barulho de motor interrompeu o que Grindelwald iria dizer. Desta vez, eram outras coisas que os trouxas usavam para se locomover. Riddle sabia, pois já havia viajado em um várias vezes, que eram ônibus. Eram grande objetos feitos de metal que carregavam várias pessoas de uma vez. Aqueles seriam mais uma arma de Grindelwald contra Dumbledore, mas desta vez o professor foi mais rápido. Outros escudos transparentes foram de encontra aos vários ônibus, fazendo-os parar diante daquela barreira protetora.


– Esse é seu ponto fraco, não é, Dumbledore? O amor pelos outros? – perguntou desdenhosamente o bruxo das trevas.


– Fraco, Gerardo? Você acha que o amor é algo fraco?


FRACO! – gritou.


Girou para o céu e exclamou algo que até mesmo Dumbledore parou para ouvir. Eram complexos feitiços e Dumbledore parecia temeroso. Foi então que todos se apavoraram. O sol começou a perder a intensidade de sua luz até se escurecer completamente, sobrevindo a total escuridão. Dumbledore acendeu a luz da varinha e nada mais se via exceto a luz conjurada pelo professor. Alguns dos bruxos que observavam tentaram também acender as suas, mas não funcionavam.


De um grito, Grindelwald exclamou:


Inferius Living!


Dumbledore aumentou a intensidade da luz e todos viram. Os bruxos que observavam estavam horrorizados. Riddle sabia o que era aquilo que Grindelwald havia feito: tinha reanimado mortos para controlá-los. Era a maldição dos Inferi. Afinal, já haviam bruxos mortos antes do professor chegar.


– Isso não é nada, Gerardo – afirmou Dumbledore calmamente, observando o menor barulho possível e esperando ver mortos andarem em sua direção. Logo os viu tão brancos quanto a neve. Os olhos cadavéricos sem fundo e sem vida. Apontaram os braços e adiantaram-se para Dumbledore. Gerardo Grindelwald estava praticamente invisível. Só via-se Dumbledore e uns seis metros ao seu redor, incluindo cinco Inferius que avançavam.


Não era nada mesmo, pensou Riddle, pois num movimento de Dumbledore os Inferi correram assustados quando seu fogo conjurado avançou para as criaturas. Vendo que não estava funcionando, Grindelwald deve ter feito o contra-feitiço e o sol voltou a brilhar de novo. Grindelwald estava longe, perto da praia, mas ainda assim era visivelmente perigoso.


Parecia que iria utilizar o mesmo feitiço que Dumbledore havia conjurado. Levantou toneladas de água e as dirigiu para Dumbledore, que num aceno da varinha fez toda aquela água cair sobre seu atacante. Mais uma vez naquele dia, Grindelwald foi levado pela água pela praia até aparatar, saindo dali. Havia voltado ao centro da luta, perto das crateras formadas. Dumbledore se adiantou quando o viu aparatar e lançou um feitiço azul escuro, atingindo o bruxo na cabeça e fazendo-o cair. Quando tentou se levantar, o mesmo feitiço, que os observadores perceberam que estava flutuando em círculos ao redor de Grindelwald, acertou-o novamente no rosto. E mais uma vez quando Grindelwald levantou-se furioso. O sangue espirrava de seu rosto. Percebeu que o feitiço só o atingiria caso se levantasse e assim não o fez. Tentou aparatar para outro lugar e no momento em que apareceu nos entulhos de uma outra casa o feitiço parecia saber onde estaria e atingiu-o no rosto. Furioso, Grindelwald aparatou e desta vez em tempo, pois aparatou atrás de Dumbledore e amaldiçoou-o com a maldição da tortura.


 Desta vez, tudo parecia acabado para Dumbledore. Estava sendo torturado por um grande bruxo das trevas. Os bruxos que estavam observando estavam apavorados vendo seu salvador ser torturado. Sem fôlego, o professor parou de gritar quando Grindelwald cessou a maldição. De pé e sem varinha, pois a derrubou quando foi atingido pela maldição, Dumbledore recitou:


– Está cometendo o mesmo erro de antes, Gerardo – o professor começou a andar como se estivesse conversando com um velho amigo.


Grindelwald nada disse. Sua expressão demoníaca havia desaparecido. Parecia estar pensando em alguma coisa e, o que quer que fosse, era algo sério, pois quando falou, sua voz parecia cheia de emoção.


– Ele iria tirar o meu, o nosso – corrigiu, depressa – sonho, Alvo.


– Me lembro disso, Gerardo – o professor se levantou. Parecia fraco demais para continuar. – Um sonho errado.


– Errado, não, Alvo – neste momento, Grindelwald ergueu a varinha até os olhos e começou a analisá-la. Nisso, apossou-se dele aquela expressão homicida de antes.


– Gerardo, não faça isso! – balbuciou Dumbledore, procurando achar a varinha, até encontrá-la e...


Crucio!


Subitamente, a varinha de Dumbledore voou para sua mão e aparou a maldição. Tudo iria começar novamente.


– Você é fraco, Dumbledore. Você não merece viver! – urrava Grindelwald lançando maldições da morte para todos os lados. Algumas atingiram o escudo ao redor da multidão estarrecida de pavor e ricochetearam. 


Uma quase acertou Grindelwald, que de última hora abaixou-se.


– Você não quer fazer isso, Gerardo – exemplificou Dumbledore para o bruxo das trevas.


– Claro que quero – rosnou o bruxo, com os olhos girando nas órbitas. – Quando matá-lo, Dumbledore, ninguém mais poderá me deter!


– Para fazer o quê, Gerardo? Matar mais pessoas a torto e a direito? Veja seu exército, Gerardo – solicitou Dumbledore. – Todos o abandonaram. Os que ficaram não puderam ajudá-lo. É essa a vida que quer? Ter poder sozinho?


– O que quer dizer? – perguntou Grindelwald.


– Ninguém consegue nada sozinho, Gerardo – respondeu o professor, esclarecendo o assunto para o bruxo.


Tom Riddle e os outros observavam atentos a conversa.


– Eu consigo! – rugiu Grindelwald – Você sabe o que eu tenho, Dumbledore!


– E Nurmengard, Gerardo? “Pelo bem maior” é o que está escrito nela, não é mesmo?


– Que é que tem? – confirmou Grindelwald, agarrando-se à pergunta como um afogado se agarra a uma bóia. Dumbledore, apesar de ter sido torturado, não parecia com medo. Sua varinha, inutilmente, apontava para o chão. – Não lembra que foi sua ideia? Naquela carta?


– Eu era um tolo, Gerardo. Éramos – alteou a voz e Grindelwald tremia de fúria ao som da última palavra – tolos.


– Então você continua sendo, Dumbledore!


Mais uma vez Grindelwald lançou a maldição Cruciatus, mas Dumbledore defendeu-se e lançou outro feitiço azul escuro. Desta vez, Grindelwald estava preparado e fez levitar uma enorme pedra em um entulho. Dumbledore fez a pedra voar quando Grindelwald a soltou acima do escudo protetor, tentando atingir a multidão apavorada. Ambos estavam visivelmente cansados e machucados. O duelo havia começado, apesar de ninguém ter percebido isso, há quase cinco horas e eles continuavam de pé. Já estava até escurecendo.


– Por que demorou tanto a me enfrentar, Dumbledore? – Grindelwald repetiu a pergunta que havia feito há horas. – Do que tinha medo?


Agora, Dumbledore pareceu profundamente temeroso da pergunta de Grindelwald. Percebendo isso, Gerardo Grindelwald aproveitou-se da situação.


– Você sabe que foi você, não é mesmo, Alvo Dumbledore? – Grindelwald estava provocando-o. Do quê? Riddle não saberia dizer.


Apesar de estar abalado, resistiu com firmeza Dumbledore:


– Não é possível saber, Gerardo. Pode ter sido qualquer um de nós. E me arrependo profundamente de todos aqueles acontecimentos – Dumbledore estava desabafando alguma coisa.


As pessoas pararam de se perguntar do que estavam falando. Não entendiam a conversa dos bruxos desde o momento em que haviam começado a conversar.


– Ele tinha só 16, Gerardo. Ela, 14. Como pôde...? – começou Dumbledore, mas Grindelwald lançou outra maldição.


Mais uma vez, Dumbledore desviou-se dela, quase tão fácil quanto das outras vezes em que Grindelwald tentara inutilmente.


Grindelwald resolveu fazer outra coisa. Girando a varinha e apontando-a para o chão, provocou um redemoinho. Não parecia nada, pensou Riddle, até perceber as proporções em que se tornou. O redemoinho se transformou num furacão. As casas demolidas voaram ao seu encontro, mas a multidão protegida – e apavorada, pois berravam desde o início do duelo – pelo escudo de Dumbledore não.


Alvo Dumbledore tentou impedir, mas foi arrastado pelo enorme vento e começou a voar. Grindelwald, no centro do fenômeno que seu feitiço havia criado, começou a direcioná-lo para o oceano. Alvo Dumbledore estava voando no céu quando Grindelwald arremessou com toda sua força aquele gigantesco redemoinho. A multidão gritou quando vários entulhos foram arremessados no mar, junto com Alvo Dumbledore. Ainda haviam vários entulhos em terra, mas Grindelwald se satisfez. Virando a cara homicida para os presentes, lançou vários feitiços roxos, mas nenhum deles produziu efeito. Grindelwald, Riddle e todo o resto que estava no vilarejo ainda não entendiam como aquele escudo continuava intacto. Do nada, Grindelwald gritou e todos viram. O bruxo havia sido arremessado contra o chão violentamente e todos procuravam o que havia acontecido. Alvo reapareceu girando a três metros onde Grindelwald havia sido atingido e o bruxo continuava a deslizar pela terra, até cair numa pequena cratera. Passaram quase 2 minutos quando ele aparatou para recomeçar o duelo, também cheio de ferimentos e os cabelos branco-dourados molhados e imundos. 


Grindelwald lançou um feitiço amarronzado e este acertou Dumbledore no peito. O professor foi atirado contra seu próprio escudo protetor e as pessoas ouviram e viram os ossos quebrando quando atingiu com força o escudo, que guarneceu uma vasta quantidade de sangue de Dumbledore. Ele apalpou o peito e olhou para Grindelwald, que continuava parado na mesma posição com a varinha apontada. Dumbledore avançou até ele e aparatou às suas costas. Outro raio branco avermelhado lançado pelo professor atingiu o bruxo no braço esquerdo, que os presentes constataram que o feitiço havia feito um pequeno buraco em seu braço, começando a jorrar sangue. Fechou o ferimento e se posicionou novamente, pronto para atacar. Pronto para duelar. Mas ainda assim, ambos sabiam que não aguentavam mais.


Foi então que, se encarando, retomaram a conversa:


– Eu sempre soube que era assim, Gerardo – lamentou-se Alvo Dumbledore, com uma penosa cara profundamente triste.


– Então por que me apoiou tanto, Alvo? – perguntou irritado Grindelwald, parecia um homem com sérios problemas mentais. – Por que continuou comigo se sabia que seria assim?


Alvo Dumbledore não respondeu, sentiu que a multidão estava atenta a conversa e nada falou.


– Por que, afinal, foi expulso de Durmstrang, Gerardo? – questionou Dumbledore, ainda de frente a Grindelwald.


– Você sabe, Alvo. Eu já falei – respondeu o bruxo. Pelo que percebia, Dumbledore e Grindelwald foram grandes amigos, pois nem mesmo o Profeta Diário soube explicar a correta razão da expulsão de Grindelwald.


– Eu não lembro, Gerardo – fingiu o professor, descaradamente. – Refresque minha memória.


– Ora, Alvo. Você sabe o que eu fiz com aquele garoto que me desafiou. Decepei seus braços com um feitiço que você lançou em mim, falando nisso – Grindelwald olhou de relance seu braço o qual o professor atingira com o raio avermelhado. – E eu ensinei esse feitiço e usou-o contra mim, não foi? – berrou.


– Só queria inutilizá-lo, Gerardo – respondeu brandamente Dumbledore, despreocupado. – Não quero matá-lo.


– Eu quero! – gritou ele, enfurecido. – Mas antes, você vai vê-la mais uma vez, Dumbledore!


Um feitiço roxo saiu da varinha de Grindelwald. Seja qual fosse o efeito, o feitiço emitia estranhos ruídos e quando chegou a um metro de Alvo Dumbledore, se materializou no chão e transformou-se numa garota caída, visivelmente morta. Riddle achou que fosse a garota que Grindelwald estava torturando, mas não parecia ser ela. Dumbledore gritou e apontou a varinha, fazendo com que o feitiço de Grindelwald desaparecesse. Encarando Dumbledore, Grindelwald parecia perplexo. O professor atirou outro feitiço e se levantou rapidamente. Grindelwald retomou sua expressão homicida e riu violentamente, achando graça de algo. Dumbledore não achava graça e enfeitiçou-o, mas o bruxo aparou o feitiço e parou de rir. Começou a ficar sério, sério até demais.


–Não gostou de vê-la novamente, Alvo? Tem medo, não? Você sabe que foi você!


Grindelwald estava de costas ao escudo protetor conjurado para proteger a multidão, encarando Alvo Dumbledore.


Avada Kedavra!


A maldição estourou da varinha pronta para matar. Dumbledore conjurou um escudo prateado, fazendo a maldição ricochetear, quase atingindo Grindelwald, que se abaixou. Sem perceber, Grindelwald continuava bufando e encarando Dumbledore. A maldição por ele ricocheteada bateu no escudo protetor de Dumbledore e foi lançada de volta contra. A trajetória seria certa: iria matar Grindelwald, atingindo-o pelas costas. Todos os bruxos prenderem a respiração neste momento e Dumbledore percebeu quando a multidão arregalou os olhos. Parecia câmera lenta. Dumbledore olhou para Gerardo e este percebeu algo errado. Quando virou, não tinha mais tempo.


 Rapidamente, Dumbledore fez um estranho movimento com a varinha terminando numa rápida sacudida quando o feitiço saiu. Pareceu que havia dado efeito ao feitiço. Para Grindelwald, não havia jeito. Além de não haver tempo para se desviar, estava apavorado demais para pensar.


Foi então que sentiu um calor vindo do lado atingi-lo em cheio na orelha e ele tombar. A maldição tocou seus cabelos, mas não seu rosto. A varinha foi lançada de sua mão quando o feitiço de Dumbledore acertou com força seu ouvido, fazendo-o perder o equilíbrio. Dumbledore convocou a varinha de Grindelwald e tudo estava acabado.


            O duelo havia terminado com Dumbledore salvando o homem que tentara matá-lo diversas vezes. O professor fez um gesto com a varinha e o feitiço de proteção se desfez. Os aurores vieram correndo e conseguiram prender Grindelwald, agora sem varinha. Outros bruxos, na verdade, vários bruxos começaram a aparecer no local. Parece que estavam observando de longe, mas não se atreviam a chegar perto. Alguém do Ministério aparatou.


Obliviate!


Tom ouviu o feitiço da memória três vezes e olhou para trás. Alguns bruxos do Ministério haviam acabado de tirar a memória de três trouxas que usavam macacões verde-escuros. Seus cabelos estavam raspados. Tom não sabia como estavam ali e resolveu distanciar-se. Ouviu o Ministro Escândio dizendo para os obliviadores que haviam acabado de chegar:


– ... quando Grindelwald explodiu aquele troço, avião, no céu – concluiu o Ministro da Magia.


– E eles surgiram do nada? – perguntou o homem, ansioso para saber mais, afinal, a história estava muito estranha.


– Claro que não, seu tolo. Dumbledore aparatou para lá no momento em que percebeu que Grindelwald explodiria o avião. Nunca vi um homem agir tão rápido quanto ele – terminou Escândio.


Falando nisso, olhou para o professor. Estava profundamente abalado e machucado, mas pelo todo parecia bem.


O homem que havia aparatado voltou com uma multidão de bruxos. Era todo tipo de gente: famílias inteiras, mais bruxos do Ministério, alguns dos professores de Hogwarts, junto com o próprio diretor, e vários curandeiros, que eram os bruxos que cuidavam de outros no Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos. Dumbledore, apesar de seriamente ferido, recusou tratamento e entrevistas. Disse que queria voltar para a escola que tanto amava e aparatou. Grindelwald, de acordo com os aurores, deveria ser levado para Azkaban sem julgamento, mas resolveram prendê-lo em sua prisão, Nurmengard. Riddle lembrou-se de porque estava ali e percebeu que de nada adiantava. Parte da casa do Sr. Frachesco havia sido demolida e outra parte estava no fundo do oceano. Com certeza havia perdido o machado-escudo feito pelos duendes e de nada adiantaria sua ida até ali. Resolveu voltar no mesmo dia.


 


Quando voltou para a loja, esperando ouvir uma bronca, havia uma grande perturbação no local. Bruxos e mais bruxas estavam por todos os lados discutindo o duelo. Somente Riddle poderia realmente discutir o acontecido. Foi o único dali a presenciá-lo na hora, a poucos metros de distância. Quando finalmente entrou na loja, o Sr. Burke adiantou-se:


– Eu sei, Tom – disse, com a mão no peito como se acabasse de ter sofrido um infarto. – O machado-escudo foi totalmente destruído – ele segurava uma carta. Pelo jeito, era do Sr. Frachesco. – Mas veja como o destino nos favorece. Aquele desgraçado disse que era indestrutível e acabou destruído por entulhos. Vê se pode – rasgou a carta e jogou-a no chão. Apesar de ser um tremendo cafajeste, Burke se enfurecia só de pensar que alguém poderia passar lhe a perna com objetos valiosos.


– É... – concluiu Tom Riddle, cansado, com fome, com sono e atarefado demais para conversar.


 Entrou no pequeno aposento onde costumava dormir. A mochila continuava no mesmo lugar com seus pertences. Resolveu tirá-la debaixo da cama e realizou o contra feitiço para poder abrí-la.


Primeiro pegou o diário e resolveu escrever aquele memorável duelo que havia presenciado. Parou. Pensando bem, não fazia sentido escrever o que havia visto. Nunca esqueceria. É claro que os acontecimentos que havia escrito no diário antes e depois de tornar-se uma Horcrux também não esqueceria, mas o diário foi reservado por um propósito: abrir a Câmara Secreta novamente. É claro que os propósitos da Câmara continuariam. Matar apenas uma sangue-ruim não era nada comparado à quantidade dos que ainda viviam por aí, incluindo Hogwarts. O caso é que teria que pensar muito em como iria implantar o diário nas próximas gerações para que fosse levado para Hogwarts e torcer muito para que algum tolo o suficiente fosse possuído pela alma nele contido. Todas as informações dos ataques estava na alma que retirou naquele dia de junho e até poderia mostrar o dia em que “capturou” Hagrid e entregou-o como culpado a escola e ao Ministério, acarretando sua expulsão.


            Depois deu mais uma olhada no belo diadema de Ravenclaw bronze azulado. O brilho de suas safiras inundaram seu quarto. Quando percebeu que muita luz estava saindo, colocou-o bem na hora na mochila. Borgin havia acabado de passar por ali e, xereta com era, viria investigar. Não imaginava o que faria se os donos da loja descobrissem uma relíquia perdida há quase um milênio. Iria interrogar Riddle até o fim dos tempos. É bem capaz que pensariam que havia roubado em uma das casas que visitava semanalmente. E mesmo assim, fariam de tudo para comprá-lo, mas de jeito nenhum venderia. Não venderia sua alma nem que sua vida dependesse disso, o que era impossível dado o estado das coisas com suas Horcruxes. Era imortal e sabia disso. Horcrux viveu quase 600 anos tendo apenas uma Horcrux. Tom já tinha três, faltavam os outros três objetos dos fundadores: o medalhão de Salazar Slytherin que pertenceu à sua mãe, a taça de ouro de Helga Hufflepuff e a espada de rubis de Godric Gryffindor que muito provavelmente estava na escola. Sobre isso também que teria que pensar, pois um objeto tão valioso histórica e economicamente, caso os professores ou mesmo o diretor soubessem da espada com certeza a guardariam muito bem. Seja como for, um dia retornaria a Hogwarts e procuraria o emprego que Dippet recusara dizendo que era jovem demais à época.


            Tentando imaginar como faria isso, guardou o restante das roupas na mochila, incluindo o diadema e seu diário.


            No dia seguinte, logo que acordou, abriu a loja e observou a Travessa do Tranco. Estava vazia e uma fina névoa cobria o chão da Travessa. O sol estava começando a brilhar quando olhou para baixo e encontrou o Profeta Diário esparramado ali no chão. Levou-o para dentro e jogou-o no balcão. Foi rapidamente ao banheiro, tomou banho, escovou os dentes e foi preparar a comida. Quando voltou com alguns sanduíches, resolver ler a grande manchete estampada pelo Profeta Diário, o jornal bruxo que Borgin assinava para se informar sobre tudo que fosse possível descobrir.


Era importante para saber mais outras coisas de outros bruxos. Começou a ler a notícia atentamente, mesmo tendo presenciado tudo.


 


Grindelwald: finalmente derrotado


 


            O bruxo das trevas, Gerardo Grindelwald, foi finalmente derrotado ontem, 02 de setembro de 1945, na cidade francesa Calais, por Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore, o professor de Transformações da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, na Grã-Bretanha.


Grindelwald há anos havia começado seu reinado de terror através da Europa e já havia criado um exército de bruxos, o qual uma parte também foi derrotada por Alvo Dumbledore no mesmo dia. O Ministério continua procurando os partidários do bruxo das trevas por toda a Europa, mas com Grindelwald fora de combate é provável que não causem confusão. Apesar de esta guerra ter finalmente acabado, incluindo a Grande Guerra dos trouxas ,as perdas são lastimáveis. A Grande Guerra dos trouxas tirou a vida de milhares, tendo o Japão ter sofrido pesadas baixas em menos de quatro dias, enquanto que a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), envolvendo 15 países teve a metade do número de mortos do total. Entrementes, parece que os trouxas sabiam de onde estava vindo a força alemã: Grindelwald, apesar de não saberem do que se tratava. Foi por isso que a França e a Inglaterra se uniram para derrubar Grindelwald.


Gerardo Grindelwald foi levado ainda ontem, por ironia, para Nurmengard, a prisão que ele mesmo construíra para prender seus atacantes. Como dizem os trouxas: “O feitiço virou contra o feiticeiro”.


 


 


O duelo


 


O duelo do bruxo das trevas Grindelwald e Alvo Dumbledore será para sempre um marco na história bruxa. Os presentes descreveram o horror de ver os dois magníficos bruxos duelando numa exaustão de tirar o fôlego por quase cinco horas. Mesmo estando em desvantagem, Alvo Dumbledore conseguiu proteger a vasta multidão bruxa que observava o duelo, contando com mais de 200 bruxos, incluindo aurores e o Ministro da Magia da Grã-Bretanha, Ebigail Escândio, sem falar que Alvo também conseguiu imobilizar uma pequena parte do exército de Grindelwald, enquanto que o resto fugiu, e salvou diversos trouxas que seriam alvo do bruxo, incluindo vários trouxas em ônibus, que é um meio de transporte terrestre para a população não-mágica, e outros três que estavam voando em outro transporte por meio do ar, um avião. Os obliviadores acharam difícil tirar a memória destes tamanho o acontecimento do que viram.


“Mesmo com a memória retirada, é possível que venham a ter sonhos sobre esse duelo”, afirma Jargão Glop, obliviador do Ministério.


O vilarejo de Calais onde se encontravam os bruxos está totalmente destruído e será averiguado. Escândio nos afirmou que Grindelwald tentou causar um terremoto para afundar a população pela água do mar que avançava, mas Dumbledore novamente aparou o feitiço e salvou a todos.


“Foi horrível ver Alvo Dumbledore ser torturado como eu fui”, disse Hélène Marie, uma bruxa francesa de 13 anos que foi torturada por Grindelwald pouco antes de Alvo Dumbledore chegar. “Ele me salvou, devo muito a ele”, conclui Marie.


Nossos superintendentes estão averiguando o lugar e já constataram diversas demolições. Cerca de 40 casas caíram durante o duelo, incluindo uma Igreja de trouxas. O chão do vilarejo está recoberto por fundas crateras possivelmente indicando o terremoto que Grindelwald tentou causar e o lugar onde os poderosos feitiços dos bruxos colidiram contra o outro.


Apesar de ter recusado tratamento, Alvo Dumbledore está bem na escola que tanto ama. Com uma profunda e vasta cicatriz no joelho esquerdo, se estendendo até uma parte da coxa, tendo vários arranhões pelo corpo, várias costelas quebradas e uma perfuração leve no fígado, fora o fato que foi atingindo pela maldição da tortura, Alvo Dumbledore não se encontra em risco de vida, estando, como já dizemos, muito bem.


            “Ainda não sabemos como Dumbledore nos salvou”, disse o auror Kovakswki. “Estávamos debaixo de um simples escudo protetor e nada nos atingia. Pedras, madeiras e destroços atingiram o escudo sem nos ferir. As várias maldições de Grindelwald pareciam fumaça ricocheteando no escudo.”


            Outros ainda afirmam, erroneamente, que Dumbledore só pode ter usado magia das trevas para derrotar Grindelwald, incluindo as maldições, mas Alvo afirmou não ter usado nenhuma e parece falta de bom senso averiguar sua varinha para provarmos. Pelo que a vasta multidão, sem exceção, afirmou, Dumbledore derrotou Grindelwald salvando-o. Isso mesmo, salvando-o.


Em um feitiço criado por Dumbledore, que pode fazer curvas, seu raio atingiu Grindelwald no ouvido, fazendo-o perder o equilíbrio, perder a varinha e cair milésimos de segundos antes de ser atingido por sua própria maldição ricocheteada duas vezes.     


            Outros afirmaram que Grindelwald simplesmente “se rendeu e conjurou um lenço branco na varinha”, pois o diálogo entre os dois estava envolvendo o emocional dos dois bruxos e talvez Grindelwald quisesse acabar logo com aquilo, mas não foi bem assim. Em nenhum momento um dos bruxos quis desistir.


 


            A notícia terminava aí, mas tinha mais. Antes, Riddle tentou se lembrar de todos os acontecimentos. Primeiro: nunca havia visto o professor tão sério. Estava até mesmo mais sério do que em seu quinto ano. Segundo: nunca pensou que Dumbledore venceria o duelo. Terceiro: levando em consideração que Dumbledore venceria o duelo, nunca, JAMAIS, pensaria que seria daquele jeito. Quinto: Dumbledore era um bruxo competente e poderoso. Sexto: sobre o que Grindelwald e Dumbledore estavam conversando? Parecia algo realmente sério e envolviam mais duas pessoas. Um garoto de 16 e uma garota de 14. Quem seriam? Uma amizade acabada? Antiga? E o que Grindelwald fez para acabar essa possível amizade? Se fosse mesmo uma amizade, de quanto tempo atrás? E Dumbledore? Estaria envolvido nessa amizade? E ainda assim duelou com um antigo amigo? Tudo estava muito estranho. Também não sabia o que seria aquilo que Grindelwald tanto falava: “Não pode me deter, sabe o que eu tenho”. O quê?


            Tinha algo também que não entendia. Como aquele escudo protetor de Dumbledore não se rompeu? Pesadas pedras e maldições foram lançadas e o escudo não cessou. Deveria ter cessado também quando Dumbledore foi soterrado e depois quando perdeu a varinha, mas ele continuava intacto. Por que seria? De todas as magia que havia aprendido, incluindo as magia defensivas, não havia uma que ricocheteasse maldições da morte, mas a de Dumbledore fez isso. Será que Dumbledore conhecia uma magia única que ninguém mais tinha saber? E que magia seria essa? Onde havia aprendido? Com certeza era algo poderosíssimo para conter as maldições imperdoáveis. Eram imperdoáveis exatamente por este motivo: não havia magia que as detivessem. Como um simples escudo transparente e protetor pôde? Certas coisas Riddle não esqueceria e o duelo, junto com todas essas perguntas, ele só desistiria de saber quando de fato soubesse suas respostas.


            Leu algumas coisas a mais no Profeta Diário e guardou-o. O dia na loja parecia um cemitério: deserto. Todos estavam comemorando a derrota do bruxo Grindelwald e esquecido de trabalhar. Falavam até mesmo em feriado para o dia 02 de setembro por esta razão e também por ser oficializado o fim da Grande Guerra dos trouxas que há seis anos havia começado.


            O dia seguinte foi mais uma festa para todos aqueles que sofreram com Grindelwald e que agora veneravam Dumbledore, pois a nova manchete do Profeta Diário foi a seguinte:


 


Alvo Dumbledore: o próximo Ministro da Magia?


 


            Ebigail Escândio que se cuide: Alvo Dumbledore está escalado para se tornar o próximo Ministro da Magia da Grã-Bretanha. Já era de se esperar que, depois do fantástico duelo que travou com o bruxo das trevas Grindelwald, acabando com um regime de terror de décadas, seria o novo e mais provável candidato. Bem, novo talvez não, pois já foi convidado uma vez e preferiu recusar o cargo, dizendo que estava bem lecionando em Hogwarts. Hogwarts! O que Alvo Dumbledore vê tanto na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts?


            Monitor, monitor chefe e professor de Transformação em Hogwarts. Ganhador do Prêmio Barnabus Finkley por excepcional proficiência em Feitiços, representante da juventude britânica na Suprema Corte dos Feiticeiros, membro da Confederação Internacional de Bruxos, medalha de ouro por contribuição pioneira à Confederação Internacional de Alquimia no Cairo, ganhador da Ordem de Merlin, Primeira Classe, pela descoberta dos doze usos do sangue de dragão, presidente da Suprema Corte dos Bruxos...


            É. Prêmios é o que não faltam para o Sr. Gênio. Será que é desta vez que aceita o maior cargo no Ministério da Magia situado em Londres, Inglaterra?


            Alvo Dumbledore já era considerado um bruxo competente e poderoso, mas foi o duelo de ontem que fez sua fama (que já era grande) aumentar mais ainda. Há décadas os bruxos e os trouxas estavam sofrendo baixas sob as mãos de Grindelwald e seu poderoso exército e numa tarde Alvo Dumbledore o derrota? Por que ele ainda não assumiu o posto de Escândio?


É bem capaz de Alvo Dumbledore vir a ser o novo diretor da Escola de Magia e Bruxaria assim que Armando Dippet renunciar. É o mínimo para quem gosta tanto de uma escola, não é?


            Os pais logo vão começar a exigir que Alvo Dumbledore se torne o Ministro da Magia e também diretor de Hogwarts, visto que muitos perderam familiares e amigos durante essas últimas décadas negras.


Era bem capaz mesmo, pensou Riddle. Sempre se perguntou, desde a primeira aula de Dumbledore, por que o professor continuava como um simples professor e nunca tentou uma carreira mais ao fundo no Ministério da Magia. Talvez assim como ele, o professor não gostava de ficar sentado atrás de uma mesa escrevendo. Gostava de ação, aventura e ser professor numa escola de magia com certeza traria isso. Nunca havia percebido que tinha mais em comum com Alvo Dumbledore do que tinha percebido, afinal, Riddle também queria permanecer na escola como professor.


 


É claro, com propósitos diferentes, mas sempre quis ensinar novas mentes tudo o que era certo para ele, a dominação dos trouxas pelos bruxos e a destruição dos sangues-ruins.


 


Se Alvo Dumbledore fosse como ele, pensou, seriam grandes parceiros da mesma causa.


 

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