Scorpio



A mãe de Scorpio tinha prometido que ela e seu pai o levariam para o Beco Diagonal comprar seu material uma semana antes do inicio das aulas. O dia chegou e seu pai, como sempre, não estaria disponível, então seria apenas ele e sua mãe – de novo – indo comprar suas coisas.


Scorpio estava realmente muito ansioso para isso, ele tinha ido ao Beco Diagonal uma única vez quando era pequeno e seu pai ainda tinha tempo para ele, fora a experiência mais emocionante da vida dele e ele mal podia esperar para ver aquele lugar de novo, os vários bruxos e bruxas andando de loja em loja, os alunos comprando os materiais para seu primeiro ano ou repondo ingredientes para a aula de poções, as lojas de artefatos de quadribol – Scorpio adorava quadribol – os livros interessante que se podia achar. Tudo lá agradava Scorpio e ele contava os minutos para o dia em que iria comprar seus materiais. É claro que ele queria muito que seu pai estivesse com ele lá, como na primeira vez, mas ele teria que deixar essa para a próxima.


 


Quando ele e sua mãe saíram de casa para o jardim cheio de flores de sua mãe, Scorpio sentiu um frio na barriga, que foi acentuado pelo nó que se formou quando Astoria aparatou com Scorpio grudado em seu braço. Ao sentir o chão do Caldeirão Furado Scorpio procurou a mesa mais próxima para se apoiar, ele estava tonto e achava que ia vomitar, quando finalmente encontrou algo para se apoiar descobriu não ser uma mesa, cadeira e muito menos um balcão, era um garoto, um garoto de cabelos negros e bagunçados, olhos verdes, vestido com roupas comuns de trouxa e que devia ter a mesma idade que Scorpio, eles se olharam por alguns segundos.


- Scorpio, onde estão suas boas maneiras? Peça desculpas agora mesmo. – Astoria interrompeu a análise que cada menino fazia um do outro.


- Me desculpe. Eu fiquei um pouco tonto, meu nome é Scorpio e o seu é? - Scorpio estava um pouco nervoso, ele dificilmente interagia com outras crianças da sua idade, os únicos garotos que conhecia eram os filhos do amigo de seu pai, Goyle, ele tinha dois filhos, ambos mais velhos que Scorpio e com um desejo incontrolável – do qual Scorpio não compartilhava – por fazer os outros sofrerem, e quando finalmente conhece alguém ele esta passando mal por causa de uma aparatação boba.


- Não tem problema, meu irmão me usa de apoio o tempo todo. – Scorpio notou que aquilo era para ser uma piada, mas não conseguiu rir, ele estava envergonhado de mais para isso – Desculpe, eu não me apresentei, meu nome é Alvo.


Nesse instante Scorpio sentiu sua mãe se inquietar, logo em seguida ela disse:


- Bom, Alvo – Scorpio não pode deixar de notar o tom de desprezo que ela usou ao dizer o nome do garoto – me desculpe por isso, temos que ir andando.


- Tudo bem, tchau então, nos vemos na escola?


- Hã... sim. – Scorpio não estava acostumado com interação social e o fato do garoto mostrar um leve interesse nele o deixou mais nervoso ainda.


- Que bom então! – ele parecia realmente satisfeito com isso.


- Vamos Scorpio, temos muito o que fazer. – sua mãe estava o empurrando para os fundos do Caldeirão Furado antes que ele pudesse dizer “tchau”.


 


Quando o muro dos fundos do Caldeirão Furado se abriu e revelou o Beco Diagonal, Scorpio perdeu o fôlego, era tudo o que ele se lembrava e ainda mais, o Beco estava lotado com todos os pais e futuros alunos comprando seus materiais para o inicio do ano letivo dali a alguns dias.


Logo na primeira loja – Floreios e Borrões – ele estava facinado, sua mãe deixou ele comprar todas as penas que ele queria, a que mudava de cor, que escrevia sozinha, a de tinta invisível, com tinta que brilha no escuro, auto-corretiva e tinha até uma pena que tocava musicas das Esquisitonas toda vez que era usada, após comprar todos os livros e penas eles foram atrás dos ingredientes para as aulas de poções – com essa parte Scorpio não se animou muito – depois disso eles foram para a Madame Malkins comprar suas vestes e quando estavam chegando lá Scorpio avistou o menino que encontrou no Caldeirão Furado, ele estava acompanhado de duas mulheres e mais três outras crianças, um menino que se parecia muito com ele, com a exceção dos olhos que eram castanhos, uma menininha ruiva que se assemelhava à uma das mulheres que os acompanhava e uma menina que seria da mesma idade de ambos, com cabelos ruivos e ondulados e olhos cor de âmbar, que andava do lado de uma mulher de cabelos castanhos e cheios que parou no lugar assim que olhou para Scorpio. Ele se sentiu desconfortável, viu Alvo acenando para ele e correu para dentro da loja da Madame Malkins seguido por sua mãe.


 


Quando finalmente acabaram as compras eles seguiram para a loja de varinhas do Olivaras, ele demorou cerca de vinte minutos para achar uma varinha que o escolhesse, “pelo de unicórnio, pinheiro, quinze centímetros” fora o que o senhor Olivaras disse quando lhe deu a varinha. Ao sair da loja, sua mãe o perguntou sobre o animal que ele iria querer levar, até aquele momento ele não tinha pensado nisso, olhou para a lista de materiais e leu “OS ALUNOS PODEM LEVAR UMA CORUJA OU UM SAPO OU UM GATO OU QUALQUER OUTRO ANIMAL DE PEQUENO PORTE”.


- Na minha época aceitavam menos animais em Hogwarts, não quero nem imaginar em como aquilo deve estar, igual a um zoológico! – esse comentário fora totalmente desnecessário na opinião dele.


- Ainda não tenho certeza mãe, será que podemos ir na loja dar uma olhada¿


- Tudo bem filho, mas seja rápido, não quero ficar muito tempo perto daqueles bichos.


Ele concordou e juntos eles foram para a loja de animais, chegando lá tinha vários animais, mas ele se interessou mais pelos gatos, eram animais menos dependentes e silenciosos, algo que seus pais não reclamariam. Na área dos gatos ele realmente se perdeu, eram animais muito graciosos e ogulhosos, Scorpio adorou cada um deles, mas no final escolheu um angorá branco de olhos azuis.


- Que lindo animal filho, combina com você.


- Obrigado mãe.


- E como vai chamá-lo garotinho? - perguntou a vendedora quando ele chegou no balcão.


- Hã...Tobias. – esse era o nome do seu falecido avô – pai de sua mãe – de quem ele gostava muito, ele era sempre mais gentil do que seu avô Lucio.


 


Quando o gato foi colocado na gaiola e eles saíram da loja, eles andaram um pouco para ver o movimento, sentaram na sorveteria Florean Fortescue e depois de um longo tempo sua mãe resolveu quebrar o silencio:


- E então filho, ansioso?


- Claro. Por que não estaria?


- Não sei, parece que depois que encontramos aquelas crianças fora da loja da Madame Malkins você ficou um pouco desanimado.


- Não foi nada.


- Tem certeza? Não tem nada te incomodando?


- Não. – ele nunca mentiu bem.


- Scorpio, você não tem nada que queira me falar?


- Não mãe. Será que podemos só terminar o sorvete e voltarmos para casa?


 


Ela sabia que ele tinha mentido, ela sempre sabia, mas ele não ligava. Quando eles se levantaram para pegar as sacolas e voltar para o Caldeirão Furado ele se pegou pensando em como seria seu primeiro dia em Hogwarts.

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Comentários (2)

  • Lari Vieira

    Oi, eu pretendo terminar essa fic com o embarque deles no trem, mas isso não quer dizer q acabou, ainda pretendo escrever sobre o primeiro ano deles. Talvez dps eu pule alguns anos pra continuar, mas pretendo continuar dps! ;) Obrigada por ler.

    2012-10-26
  • Lana Silva

    Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh eu amei *-* Ele encontrou o Alvo e a Rose, claro que a Rose ele só viu de longe e tal, mas foi bem legal mesmo. Agora coitado dele foi sem o Draco :/ sei lá, acho que ele ficaria bem mais animado se o pai estivesse com ele. Afinal o pai é o heroi dele \O já tô louca pelo próximo capitulo para saber como vai ser a compra dos outros dois, ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh queria saber se você vai continuar a fanfic ? *-* kkkkbjoos! 

    2012-10-24
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