Capítulo IV - Jogo da Verdade

Capítulo IV - Jogo da Verdade



Assim que a aula acabou, Rose foi contar exatamente o que aconteceu a Annie, que não estava entendendo nada, e, consequentemente, ficou bastante curiosa.


- Isso pareceu até ironia. Te fazer ajudar o Malfoy com o Patrono. Logo o Patrono, que é um feitiço tão... marcante.


- Mas, mudando de assunto, estou ansiosa para que chegue a noite. – Disse Rose. – Eles vão girar aquela maldita garrafa até dar a vez de alguém te perguntar, e obviamente, qualquer um menos o Alvo vai te perguntar aquilo.


- Menos o Alvo? E você?


- Eu fiquei curiosa para saber a resposta também. Sem maldade.


- Faça o seguinte, se você tiver essa oportunidade, pergunte outra coisa, eu posso te falar depois.


- Depois? E por que não agora?


- Porque o gargalo da garrafa não apontou para mim e o fundo não apontou para você.


- Por enquanto. – Completou Rose.


O dia passou sem grandes emoções. No almoço, Rachel passou por um momento de histeria quando um garoto passou e sorriu para ela.


- Loiro, olhos azuis, alto, corpo perfeito... – Ela o definia para as outras.


- Não exagera, Rachel. – Falou Lílian. Ele tinha os olhos castanhos, e era baixinho... No máximo é quarto ano.


- E era da Grifinória!


- Tenho cem por cento de certeza que ele era da lufa-lufa.


- Ah, deixa de ser chata, Lílian!


- Só estou falando a verdade. E eu nem sei se ele sorriu pra Rachel ou pra garota que estava logo atrás dela...


- Cala a boca, Lílian! Você só piora as coisas!


Todas ficaram em silêncio.


- Tá bom, Rachel, desculpa, eu só tava brincando...


Rachel caiu no choro.


- Desculpa, amiga, eu não queria ter sido grossa com você! Eu sou uma inútil! Eu vou dar um Avada Kedavra em mim mesma! – Ela puxou a varinha.


- Também não é pra tanto. – Disse Annie, tirando a varinha da mão de Rachel. – Maneira sua varinha. De que é?


- Madeira de macieira, núcleo de pena de hipogrifo, flexível, trinta e dois centímetros. – Ela falou, ainda enxugando as lágrimas.


- Legal. Gostei. – Disse Annie. – A minha só tem vinte e quatro centímetros. E não é flexível. Eu queria que fosse. É madeira de carvalho, e o núcleo...


- Chega, ninguém quer falar de varinhas, Annie! – Ela gritou. Em seguida cobriu a própria boca. – EU MEREÇO MORRER! OLHA SÓ O QUE EU ESTOU FAZENDO! – Caiu no choro outra vez.


Rose revirou os olhos.


- Mereço.


O almoço foi todo de crises de Rachel, seguidas de lamentação e drama. Durante a tarde, Annie e Rose ficaram na biblioteca, já que tiveram a tarde inteira vaga devido à falta da professora de adivinhações. Decidiram ir procurar algum livro de literatura legal. Rose escolheu um bem resumido, de duzentas e trinta e oito páginas, que contava a história de gêmeos nascidos trouxas que descobriam que eram bruxos, mas os pais eram muito evangélicos e não queriam deixá-los ir à escola de bruxos, assim eles fugiam de casa para ir à escola, mas era muito complicado porque eles não tinham dinheiro para nada, e também nas férias não tinham para onde ir, e por aí vai. Era um drama bruxo na verdade. O de Annie foi um terror que contava a história de um dos homens que possuiu a pedra da ressurreição, e foi assombrado pelo resto da vida pela sua mulher que tinha morrido, até que ele voltava até a ponte da história dos três irmãos para enterrar a pedra no rio.


- Você tem certeza que depois dessa ainda vai dormir de noite?


- Primeiro: Por que não? Eu nunca tentei ressuscitar ninguém com essa pedra. Segundo: De toda forma eu não vou conseguir dormir essa noite.


Rose demorou um pouco, mas a compreensão finalmente chegou.


- Você realmente acha que vão martelar nessa história?


- Tenho certeza absoluta. – Ela respondeu.


- Já preparou um discurso?


Annie sorriu, o que respondeu tudo. Ela não gostava muito de improvisar.


Chegou a hora do jantar. Annie estava absurdamente nervosa. Kennedy chegou e avisou para as garotas que logo após o jantar iria ter jogo, que era opcional participar, mas que ia ser muito bom se o grupo estivesse todo reunido (ele falou isso olhando para Annie), para que nenhuma dúvida ficasse pendente. Então Annie teve certeza que eles tinham combinado de saber a resposta. É óbvio. Jantaram e em seguida seguiram para a sala comunal. Rose ficou em dúvida se Alvo estaria lá, mas ele estava.


- Você tem certeza que vai participar disso, Annie? Ainda há tempo de desistir. – Disse Rose.


- Eu sei o que estou fazendo. Eu não tenho nada a esconder. Isso não é nada demais, Rose.


- Se fala assim... – Rose deu de ombros.


Juntaram-se todos. Kennedy girou a garrafa.


- De Alvo para Rose. Sem graça, eles são primos. Mas ok.


- Rose, você comeu o quê no jantar? – Ele sorriu.


- Ah, eu nem lembro direito! Acho que foi sopa, bolo, suco de morango... É, só isso.


- Isso, seja mais detestável, Potter. – Resmungou Tarsilla.


Alvo fingiu que não tinha escutado de quem tinha vindo a frase.


- Eu só acho que estava na minha vez, e, ah, é mesmo! Eu posso escolher o que perguntar. – Ele falou debilmente, enquanto fitava o teto.


Kennedy girou a garrafa novamente.


- De Jonas pra mim. Pode perguntar.


- Você alguma vez já traiu a Tarsilla? – Jonas perguntou.


Tarsilla perdeu a cor.


- Não, eu nunca traí a Tarsilla. Primeiro porque eu gosto muito dela, e segundo porque nós namoramos a pouco tempo...


- Quer dizer que se vocês namorassem a mais tempo você a trairia? – Perguntou Jonas.


- Não, óbvio que não! Como eu já disse, eu gosto muito da minha namorada. Se não, com tantas outras garotas por aí tão fáceis, eu tinha optado por ficar solteiro. De tantas, eu escolhi ela. E aí eu vou valorizá-la o quanto eu posso.


Tarsilla foi até ele e lhe tacou um beijo.


- Acho que estou passando mal, preciso vomitar. – Annie cochichou para Rose, que riu.


Assim que o jogo voltou, Kennedy girou a garrafa outra vez.


- De Annie para Alvo.


- Hãaa, o que eu vou perguntar a ele?


- Isso fica ao seu critério. – Falou Tarsilla. Ela prendia o riso.


“Ok”, pensou Annie, “tenho que perguntar algo interessante, mas que não seja insinuador, ou que não vá deixar ninguém constrangido.”.


- Lílian falou uma vez que você sabe todos os segredos do seu pai. Que tipos de segredos são esses?


- Bom, é segredo. – Ele riu. – Mas são coisas do tipo... Sei lá! Ele me conta de tudo. Das coisas que acontecia enquanto ele estudava em Hogwarts, das salas secretas por aqui, me conta outras coisas que eu nem posso dar pista do que são... É isso.


- Ninguém vai fazer uma pergunta legal hoje, pelo visto. – Disse Joe.


Kennedy girou a garrafa pela terceira vez.


- De Matthew para Becky.


Matthew pensou um pouco.


- Becky, qual foi sua pior detenção e qual o motivo dela?


- Ah, essa é fácil. A minha pior detenção foi ano passado, eu tive que reescrever todos os livros da escola a mão, porque estavam meio ilegíveis. Claro, se os outros não podem ler, eu sou a Super Becky e entendo tudo. Foi horrível. Eu tive que passar uns cinquenta livros a limpo. O motivo, bem, acho que foi algo simples. Eu coloquei fogo no cabelo da professora de Transfiguração. Mas no fundo, no fundo, foi um acidente. Eu queria mesmo sair correndo com uma tocha que nem o pessoal das Olimpíadas, sabe? Mas aí aquela velha chata se meteu na minha frente pra reclamar, e aí eu queimei o cabelo dela... Foi sem querer, mas parece que ninguém entende nada. Enfim, eu já ia pagar uma detenção por sair correndo com uma tocha, e aí foi que eu paguei uma bem mais pesada. Foi horrível. Eu não gosto nem de lembrar.


- Eu realmente queria ver a Professora Virginia Ghrol com o cabelo em chamas. – Zombou Kennedy. – Mas vamos voltar ao jogo.


Ele girou a garrafa, e deu um sorriso diante do resultado.


- De Tarsilla para Annie.


Tarsilla ficou contentíssima.


- Annie, Annie... Fico tão feliz de ter sido a escolhida! Creio que você já saiba o que eu vou perguntar, mas eu quero ter o gostinho de falar isso... Você ficaria com o Alvo Potter?


Annie parecia extremamente calma.


- Eu vou ser muito sincera. Eu sabia sim que vocês iam perguntar isso. E eu sei que posso optar por uma conseqüência, e a Trasilla iria sorrir, o sorriso mais aberto que ela tiver, e falar “você vai ter que beijar o Alvo Potter.”. Ótimo, vocês são muito sem criatividade. Mas se é o que vocês querem saber... – Ela respirou fundo e cerrou os punhos. – Sim, eu ficaria com o Alvo. Não é por nada. Eu ficaria, do mesmo jeito que a Becky ficaria, que a Taylor ficaria, ou que a Tarsilla ficaria se fosse solteira. Não é por nenhum motivo especial, e sim porque o Alvo é muito bonito. É simples. Não tem mistério nenhum. Estão satisfeitos agora?


Ficaram todos em silêncio. Alvo parecia confuso, o que é normal, afinal, não é todo dia que uma coisa assim acontece e do nada uma menina que sempre foi tão culta fala que ficaria com ele.


O jogo seguiu, até que teve uma pergunta um tanto quanto indiscreta.


- De Becky para Rose.


Becky não era nada indiscreta, mas Rose não tinha nada a esconder.


- Rose, você é BV?


- Não, eu não sou. – Ela respondeu, sem se chocar.


- Sério? Eu não sabia disso. – Falou Annie, surpresa.


- Claro,  nós viramos amigas ano passado, eu já não era.


- É só isso, você não vai dar nem mais uma pista? – Becky perguntou.


- Bom, acho que vocês não merecem nenhuma. – Rose riu.


 

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Comentários (1)

  • juliana vieira

    estou achando a fic interessante, mas gostaria que tivesse mais ação entre a rose e o scorpius.kkkk

    2012-09-09
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