Algo acontece no Lago Negro



Hemerson parecia que estava petrificado. Não movia se quer um membro. Seus olhos não piscavam e sua respiração estava densa.


   ―― Hemerson, está tudo bem?


Mas não se ouviu nada dele. Permanecia em silêncio e imóvel.


   ―― Hemerson? – disse Bruna dando um leve e curto passo pra frente – o que houve?


   ―― Conte-nos o que tem aí dentro – disse Amanda que roía as unhas com constância.


Mas Hemerson não movia os lábios para pronunciar nenhuma palavra. Estava começando a preocupar os outros do grupo.


   ―― Hemerson... Ainda está aí?


   ―― Silêncio! – pediu Hemerson se virando para eles – vocês não vão acreditar nisto.


   ―― O que é? – perguntou Bruna.


   ―― Afastem-se! – pediu ele se juntando aos outros dando passos leves e cautelosos para trás.


Os oito bruxos se encontravam encostados na porta de entrada. O grupo estava o mais distante possível da gaveta semiaberta.


   ―― O que é? – perguntou mais uma vez Bruna.


   ―― Não me apresse! – respondeu ele.


   ―― Porque estamos tão longe...


Wingardium Leviosa!


O feitiço foi lançado por Hemerson, interrompendo assim, a pergunta que fora feita antes. Com a varinha apontada para a gaveta, Hemerson ia movendo o braço lentamente para cima. Os olhos dos outros membros se encontravam bem abertos. Atentos à surpresa que lhes aguardava. Com a mão na altura de seu queixo, Hemerson fez com que o objeto da gaveta se mostrasse vagarosamente. Era algo como um graveto de madeira, porém de cor branca. Em sua base algo como uma cabeça de osso se mostrava reluzente. O objeto se movia. Parecia ter vida.


   ―― A varinha de Voldemort! – exclamou Dennys.


   ―― O que a varinha daquele-de-quem-não-falamos está fazendo nesta cabana? – perguntou Amanda assustada.


   ―― Que lugar é este? – indagou Niel olhando atentamente para o cômodo onde estavam. Agora, parecia que seus olhos haviam sido abertos. O bruxo percebeu que nas paredes havia inscrições em sangue como: “Não é o fim.” “A morte é um jogo que sempre gostei de jogar” e “Senhor existe apenas um, e este sou eu”. Além disto, percebeu também uma estátua de serpente confeccionada a ossos.


   ―― Ai! O que é isso? – perguntou Alessandra cambaleando. Quase caiu no chão úmido e sujo da cabana.


   ―― Isto é pele de cobra! – exclamou Dennys retirando a pele de cobra das pernas de Alessandra – Como se estivesse na muda.


   ―― Será que aqui era a cada de vocês-sabe-quem? – perguntou Amanda.


   ―― Ou um esconderijo – questionou Hemerson que ainda levitava a varinha esbranquiçada.


   ―― Hemerson deixe esta varinha no mesmo local – pediu Alessandra – temos que sair deste lugar agora mesmo.


   ―― Eu sabia, eu sabia – resmungou Amanda olhando de lado a lado com medo que alguém ou algo lhes empreitassem.


   ―― O que está acontecendo? – perguntou Bruna com os olhos fitados na janela que dava para o lado leste. Uma vista perfeita para o esquisito lago escuro.


   ―― Aonde Bruna? – perguntou Niel.


   ―― No lago! – exclamou ela – tem algo ade estranho acontecendo lá.


Todos, sem exceção se dirigiram para a janela que era pequena, mas serviu perfeitamente para a que os bruxos pudessem bisbilhotar. Hemerson virou-se com rapidez, cancelou o feitiço de levitação e deixou a varinha cair no mesmo local onde encontrara.


   ―― O que está acontecendo?


   ―― Não sei, parece que a água está borbulhando – respondeu Luana esticando o pescoço para ver se enxergava melhor.


   ―― O que são aquelas coisas rodeando o lago? – perguntou Alessandra franzindo a testa, como se estivesse indignada com a situação.


   ―― Corvos?


   ―― Morcegos eu acho...


   ―― São serpentes!


   ―― Aquilo não é um trasgo?


Na verdade o que a Nova Armada estava vendo, eram sombras que tomavam formas distintas. Por vezes se mostravam em forma de animais em outras sem eres mágicos e até mesmo pessoas. Foi o caso de Bruna, que diz ter visto um dos professores de Hogwarts.


As sombras que rodopiavam no ar, em volta do lago se ajuntaram de uma vez no centro do lago e submergiram. Logo emergiu um ser alto, com vestes longas e escuras. Seu rosto não podia ser visto. Estava de costas. Tocava no corpo e nas mãos como se estivesse os conhecendo pela primeira vez.


   ―― Temos que sair daqui agora mesmo! – exclamou Bruna.


   ―― Concordo – respondeu Niel e Hemerson.


   ―― E se aquilo lá fora for o causador do fechamento da plataforma? – perguntou Dennys.


Fez-se um breve silêncio.


   ―― Verdade! – concordou Alessandra.


   ―― Hey, vejam só...


   ―― O que houve?


   ―― Vem chegando alguém – respondeu Luana – e está indo em direção daquela coisa no lago.


Todos ficaram com os olhos fixos na velha janela quebrada, esperando ansiosamente por respostas

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