A MISSÃO DO HERDEIRO



A grande sala estava uma completa bagunça. Os bruxos que haviam sido sequestrados tentavam terminar a poção de Daniel, mas não conseguiam obter muito sucesso.


 James corria com um frasco de vidro cheio com um líquido verde quando a porta dourada foi aberta. Albus e Rose saíam de lá tentando carregar Josh nos ombros e conduzir Alice, que não estava mais sob a maldição, mas não havia se recuperado completamente.


 - O que aconteceu? – James perguntou ajudando o irmão e a prima com Sparks.


 Albus e Rose tentaram rezumir o que acontecera perto da montanha. James ouvia atentamente e algumas vezes lançava alguns feitiços para atrapalhar algum sangue puro.


 Quando James estava prestes a explicar o que acontecera lá, ouviram um grito estridente e desesperado.


- Hugo! Vou ajudar meu irmão. James, continue correndo com a baba de trasgo –eca- e Albus... Daniel pode voltar a qualquer momento, tome cuidado e fique com Alice e Josh. – Rose falou e correu até Hugo.


 Os irmãos Weasley travavam uma bela briga com um auror aposentado, Rodrick Macmillan. Hugo estava com o cabelo chamuscado e sem uma das mangas de sua camisa, mas parecia bem.


 - Lily está ferida. – Hugo falou com pressa para não se distrair.


 - Como? – Rose falou assustada. Teve que se abaixar para não ser acertada por um feitiço.


 - Tentamos um Episky, ela vai ficar bem. Brandom está com ela...


  Colocaram um garoto de onze anos para cuidar dela?! Rose quis gritar, mas compreendia que estavam em um número menor e não poderiam tirar ninguém daquela batalha.


 - Então Bran está do nosso lado? Ele foi um dos sequestrados.


 - Sim. Ele foi correndo para Dustin quando chegamos. Também conseguimos Megan, James meio que a salvou de uma parede que estava caindo, os dois estão bem! Acho que o tio Harry fez mais alguns aliados, mas não tenho certeza...


A voz de Hugo foi abafada por um barulho que lembrava uma explosão. Daniel estava de volta, junto com Scorpius e Claire, que andavam ao seu lado como se fossem seguranças. Eles se aproximaram do grande caldeirão.


 - Está pronto? – Daniel perguntou, não para alguém específico. Alguns bruxos da sala apenas assentiram em silêncio. Daniel abriu um grande sorriso, mas sua felicidade era assutadora. Ele tocou no caldeirão como se não acreditasse que estava mesmo ali. Colocou as folhas de dente de dragão. “Está pronto!” continuou sussurrando. Pegou então a poção e a colocou em uma grande taça. Ergueu-a e mostrou a todos.


 - Finalmente vou concluir a missão deixada para a geração de Salazar Slytherin! Logo, o mundo será apenas dos sangue puros. – Daniel gritou para todos. Todos continuaram em silêncio. – Mas antes... vou mostrar que sou uma boa pessoa... o que acham de mais uma chance de lutar? Albus, o que me diz? – Ele já apontava a varinha para o pequeno Potter.


 - Deixe meu filho em paz! – Ginny gritou em desespero.


 - Vocês não vão machuca-lo! – Harry gritou também, segurando a mão de sua mulher.


 - Abaixe essa varinha, Potter. Se eu quisesse te machucar já teria feito na época que cuidava de você no hospital. – Daniel falou de forma fria e calma para Harry. – Essa luta não é mais sua. Já teve sua vez com meu pai.


 Daniel se aproximou de Albus. O garoto não mexia um músculo, mas encarava Daniel com coragem. Daniel apontou a varinha e virou para o outro lado, caminhando para o outro lado da sala.


 - Ou seria melhor... o Weasley aqui? – Ele apontou a varinha para Hugo. – Sangue de trouxa e de traidores do sangue.


 - Não! – Rose deixou escapar.


 - Quer ir no lugar de seu irmão, Rose? – Daniel perguntou, mas sua voz já não era mais calma. – Bom, não tem diferença, nenhum dos dois prestam e vão sumir desse mundo.


 - Rictumsempra! – Albus exclamou contra Daniel. Ginny já ia correr em sua direção, mas Harry a segurou. Daniel se dobrou, com dificuldade de respirar.


 - Levicorpus! – O feitiço fez Albus flutuar no ar de cabeça para baixo. Daniel riu, mas sua risada não durou muito. Rose lançou um feitiço contra ele e teve que abaixar para não ser acertado. O vaso atrás dele recebeu o feitiço e derreteu.


 Albus foi jogado no chão, rolou e se levantou. Todos assistiam atentamente e com as varinhas em punho, mas não sabiam se atacar seria uma boa ideia.


 - Sectumsempra! – Rose conseguiu fazer um corte no ombro de Daniel. Mas ainda é muito pouco.


 Albus ia lançar mais um feitiço, mas Daniel lançou nele um “confundus!” e o Potter tropeçou em seus próprios pés sem terminar o que dizia. Rose tentou ajudar desarmando-o, então Daniel fez um protego e ela acabou sem a varinha.


 Ele se aproximou de Rose com uma risada descontroladamente irritante e sarcástica. Ela estava encurralada na parede. Ótimo. Rose Weasley, a garota que foi derrotada por que não tinha pra onde fugir... Ela pensava, mesmo não sendo uma boa hora para isso.


 Daniel apontou a varinha para o pescoço de Rose.


 - Tenha a honra de ser a primeira – Ele sussurrava – Avada...


- Petrificus Totalus! – Uma voz ecoou atrás de Daniel. Seu corpo congelou e ele caiu no chão, sob os pés de Scorpius Malfoy. – Incarcerous! Estupefaça! – O loiro completou, enrolando Daniel em uma corda e o jogando para longe.


 Rose, que não fechara os olhos em nenhum minuto, tinha a mesma expressão de surpresa e dúvida de todos que estavam ali. Mas foi por pouco tempo.


 Assim que Scorpius proferiu os feitiços contra Daniel, sangue jorrou de seu rosto e de seu peito, como se tivesse sido cortado por uma espada invisível. Daniel, quando estuporado, acertou uma parede com rachaduras. A grande sala começou a tremer e pequenas pedras começaram a cair.


 - Vai desmoronar! – Ginny gritou.


 Os bruxos que já haviam atingido a maioridade conseguiram desaparatar, afinal estavam em uma parte separada de Hogwarts. Claire, mesmo sendo mais nova, conseguiu desaparatar e levou Daniel.


 Rose viu que Harry e Ginny tentavam ajudar sua família, mas estavam muito longe, não teria tempo de alcança-los.


 Agora sim Rose, hora de pensar. Vamos ver o que eu tenho que pode me tirar daqui... hum... nada... um loiro de 15 anos desmaiado e tendo uma hemorragia na minha frente... nada... nada... espera. O hipogrifo!


 O animal estava andando em círculos não muito longe de Rose. Ela apanhou a varinha e começou a chama-lo.


 - Ei! Aqui garoto!


 Uma pedra pequena atingiu sua cabeça. Não poderia enrolar. O hipogrifo percebeu a presença de Rose e se acalmou. Ela fez uma reverência e ele continuou quieto.


 – Bom, agora temos que sair logo daqui... – Rose subiu e começou a apreçar o hipogrifo, mas esse não se mexia. Estava olhando para o corpo de Scorpius deitado no chão. – Tudo bem, pegue ele! – Rose falou revirando os olhos.  O hipogrifo rapidamente segurou Malfoy pela  roupa e o colocou em suas costas, sentado de frente para Rose. Ele então avançou contra as pedras e levantou voo, seguindo a luz que vinha de fora. Já estava amanhecendo.


 -Vulnera Sanentur! – Rose sussurrou apontando a varinha para os ferimentos de Scorpius. Não sabia se o que tinha o atacado era Sectumsempra, mas tentou o contrafeitiço. Nada aconteceu. Sua camisa, ou o que sobrara dela, estava vermelha. Rose tentou o encantamento novamente. Já não estavam mais na grande sala ou na câmara. Sobrevoavam Hogwarts a procura dos outros.


 Quando falou o encantamento pela terceira vez, o fluxo de sangue pareceu diminuir e logo o corte começou a cicatrizar. Malfoy abriu os olhou lentamente, olhou em volta para saber aonde estava. Pareceu achar normal a situação e olhou para Rose.


 - O que foi? Por que está sorrindo? – A ruiva perguntou, sem expressão.


 - É legal...


 - Quase morrer?


 - Não. Acordar depois de quase morrer e ver você.


  


 


 


 

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