AURORES X MALFOY



 Hogwarts é um grande castelo. Essa escola já passou por infinitos momentos decisivos para o mundo bruxo e educou e abrigou desde as mais brilhantes mentes até aqueles que pareciam esquecer o próprio nome. Suportou alegrias, pegadinhas e guerras. A única coisa que esse castelo nunca foi capaz de suportar são os segredos.


 Logo, todos já sabiam o que acontecera naquela noite de segunda. Até mesmo aqueles que não estavam em Hogwarts. A sala dos aurores estava cheia e todos falavam ao mesmo tempo.


- Silêncio ! – Harry gritou o máximo que pode. – Obrigado – continuou – Como todos sabem, o garoto encontrado já está no hospital St. Mungos e...


- E seu filho continua em Hogwarts? – uma aurora reclamou - Também deveria estar no hospital, afinal, os primeiros a se encontrar com Scorpius Malfoy...


- Minha filha está muito bem em Hogwarts e ninguém vai tira-la de lá, muito menos ela e Albus – Ron exclamou, se levantando da cadeira.


- Todos já concordamos com isso. – Harry tentou falar com calma.


 A porta da sala se abriu lentamente, fazendo um ruído desagradavel. Todos olharam para ela. Um homen alto, de traços finos, cabelo loiro e roupas de médico de primeira mão entrou na sala.


- Malfoy... – Harry murmurou.


- Potter. – Draco respondeu, fazendo uma pausa para uma mordida em sua maçã verde – Acredito que estavam falando do meu filho.


- Com licença. Dr Malfoy, poderia me acompanhar? Você também, Ronald. – Harry achava estranho chamar Ron de Ronald, mas era o chefe, tinha que “parecer profissional”.


 Eles saíram da sala dos aurores e foram até a sala do auror chefe. A sala de Harry era grande, com uma lareira, um grande cofre, uma mesa no centro e algumas cadeiras almofadadas. Nas estantes perto do cofre tinha uma foto de seus filhos e sua mulher, outra do antigo grupo da Ordem da Fenix, na qual estava seus pais. Também tinha alguns posters do time de quadriboll de Ginny na parede. Quase tudo era com as cores de sua casa de Hogwarts, o que fez Malfoy se sentir enjoado.


- Como está Scorpius? – Harry perguntou.


- Ainda desacordado – Draco falou enquanto fuzilava Ron com o olhar.


- Não foi culpa dela – Ron falou baixo, mas com raiva na voz.


- Acho que eles deveriam estár lá quando Scorpius acordar. – Malfoy disse, ignorando Ron.


- Nossos filhos? Malfoy, sabe o que pode acontecer quando ele acordar? É perigoso demais para eles...


- O que quer dizer com isso, cicatriz? Que meu filho está sob alguma força maligna? – Malfoy começou a gritar. – Não foi você que tinha uma parte do próprio Lorde das Trevas?


- Mas não fui eu que escolhi servi-lo, não é mesmo, comensal. – Harry respondeu no mesmo tom.


 Quando se deram conta, já estavam apontando a varinha um para o outro. Nenhum dos dois gostava de tocar no assunto sobre seus anos com Voldemort. Tentaram se acalmar e abaixaram as varinhas. Uma briga entre os dois só complicaria a situação em que estavam.


- Então... quando acha que seu filho acorda? – Ron perguntou para Malfoy.


- Deve acordar amanhã. Escreverei uma carta à McGonagall autorizando a saída deles para ir ao hospital.


- Vou pedir que Ted os busque na escola. – Harry completou.


  Draco se despediu com o olhar e caminhou até a porta. Harry e Ron tentavam pensar em que mal fizeram para ter que estar do mesmo lado que o Malfoy.

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