O RECURSO



CAPÍTULO 12


 


O RECURSO


 


 


 


 


 


 


 


 


A primavera avançava e o verão se aproximava, com os dias ficando cada vez mais quentes e convidativos ao descanso. O problema era que a aproximação dos exames frustrava todas essas esperanças. Todos, inclusive Fred e Jorge, que não eram dos mais chegados aos estudos, estavam com a cara enfiada nos livros. O principal motivo era que, Para Fred e Jorge, era ano dos primeiros Exames Básicos de Nivelamento, os NOMs. Percy já havia passado por aquilo mas, como estava no sétimo ano, ainda terta de enfrentar os Exames Avançados de Nivelamento, os NIEMs.


 


Hermione e Janine estavam enfrentando uma situação mais apertada do que os outros, pois a primeira faria os exames de todas as matérias do terceiro ano, enquanto que a segunda ainda faria os do primeiro e segundo anos. Rony dizia que a vaga das duas no St. Mungus já estava reservada, para depois dos exames. Enquanto estudavam, Edwiges deixou um bilhete cair no colo de Soraya.


 


_O que é, Soraya? _ perguntou Harry.


_A data do julgamento do recurso de Bicuço já está marcada. Bem para o dia em que terminaremos os exames. O próprio Ministro Fudge virá, acompanhado de McNair.


_Aquele carrasco sanguinário vem junto? _ perguntou Gina _ Isso faz pensar que o julgamento será apenas uma fachada.


_Tem razão. _ concordou Neville _ Já estava tudo decidido.


_E certamente com o dedo de Lucius Malfoy. _ comentou Janine _ Esse cara tem o Lobby mais forte que eu já vi.


_Ele é perigoso, Janine, muito perigoso. _ disse Hermione _ A imagem que ele mostra para o mundo não passa de uma máscara.


 


E os exames chegaram. Feitiços e Trato das Criaturas Mágicas, onde conseguiram falar com Hagrid.


 


_Não tenho muita esperança, jovens. _ disse Hagrid, com seus olhos negros bastante úmidos _ Se o carrasco já veio, significa que Bicuço não tem chance.


 


Ao longe, o hipogrifo comia doninhas, distraído, em meio ao canteiro de abóboras gigantes de Hagrid. Os Inseparáveis se perguntavam se a criatura fazia alguma ideia do que a esperava.


 


Prosseguiram com Poções, onde Harry conseguiu terminar de forma eficiente seu trabalho, uma Poção de Loquacidade, para desagrado de Snape. O professor estava babando pela oportunidade de dar um zero ao bruxinho e teve suas pretensões frustradas.


_Acho que seu pai vai precisar de uma Poção Antiácida, Nereida. _ disse Janine para a amiga, após ver a cara de Snape.


_Papai não tem jeito mesmo. _ disse Nereida, com um suspiro _ Ele sempre vai ver Tiago, toda vez que olhar para Harry.


_Mas não teve jeito. _ disse Soraya _ Bem, agora teremos uma folguinha, até o exame de Astronomia. E aí, Mione, está preparada... Mione? Cade você?


 


Hermione Granger não estava mais ali. Nem Janine.


 


Dali a pouco, as duas juntaram-se ao grupo, que estranhou os comentários das bruxinhas, sobre Aritmancia e matérias do primeiro e segundo anos.


 


_Mas o exame de Aritmancia foi na mesma hora de Poções. _ comentou Nereida, intrigada _ Não havia jeito da Mione ter participado.


_E eu ainda estou tentando entender como é que a Jan estava fazendo os exames de Transfiguração do segundo ano, já que também foi na mesma hora de Poções. Não é humanamente possível. _ disse Algie.


_Tem certeza, mano? _ perguntou Harry.


_Absoluta, nii-san. Ela estava entre Luna e eu.


 


Aquilo fez com que não só Harry, mas todos os outros especulassem como elas teriam conseguido aquilo. Bem, acharam melhor não pensar demais, para não desviar a mente do exame de Astronomia, que iria se realizar naquela noite.


 


No dia seguinte, o exame de História da Magia exigiu de todos eles puxarem pela memória e agradecerem por terem conseguido permanecer acordados o suficiente nas aulas do Prof. Binns. Os principais tópicos abordados foram a caça às bruxas em Salem e Vermont e o estabelecimento do Estatuto de Sigilo em Magia.


 


No exame de Transfiguração, a tarefa era transformar um polvo em um vaso de orquídeas. Parecia que todos iam ganhar boas notas, mesmo os tapados Crabbe e Goyle, até que uma das orquídeas deste último lançou um jato de tinta preta que atingiu, de forma certeira, justamente o rosto de... Minerva McGonnagall. O problema foi que ele, Crabbe, Montague e Draco não resistiram e acabaram rindo, mesmo sem querer. Furiosa e com o rosto todo preto, a professora fuzilou os sonserinos com o olhar e, no final, receberam a nota apenas suficiente para não serem reprovados.


 


Os Inseparáveis aproveitavam o intervalo até o exame de Defesa Contra as Artes das Trevas, sentados nos bancos do pórtico.


 


_Confesso que até eu tive vontade de rir. _ disse Hermione _ Mas também tiveo bom senso de me segurar.


_Bem, digamos que a visão da Profª McGonnagall com a cara toda preta de tinta de polvo não é algo que se vê todos os dias. _ comentou Harry _ Mas o pessoal da Sonserina poderia ter se controlado um pouco.


 


O exame de Defesa Contra as Artes das Trevas foi uma pista de obstáculos, criada por Mason e Lupin. Todos ficaram pensando em como seria e até pensaram em perguntar aos que já haviam feito, mas o professor logo avisou que não adiantaria.


 


_Derek bolou essa pista comigo, durante as férias. Eu só tive o trabalho de aperfeiçoá-la para vocês. Não adiantará nada me perguntarem quais são os obstáculos, pois eles mudam aleatoriamente. Inclusive, não serão apenas meios mágicos que vocês deverão utilizar. Em algumas partes da pista, devidamente sinalizadas, não poderão usar as varinhas ou perderão pontos. Deverão ultrapassar os obstáculos com meios trouxas.


 


Quando chegou a vez de Harry, o bruxinho compreendeu o que Lupin queria dizer. Mal entrou na pista, um Barrete Vermelho saiu de um buraco e logo foi estuporado. Harry avançou e se viu à beira de um lago (“Certamente o obstáculo será um Grindylow”, pensou ele). O problema era que ali havia um aviso de não usar varinhas. Procurando algo com que pudesse atravessar o lago evitando a criatura, prestou atenção em uma moita e sorriu ao ver o que havia ao pé dela. Calçou o par de Mizugumo e atravessou em segurança, já que os Grindylows somente atacavam abaixo de uma certa profundidade.


Em uma caverna escura, um bicho-papão surgiu à sua frente, com a aparência de um Dementador.


 


_ “EXPECTO PATRONUM!” _ o escudo luminoso formado pelo Feitiço do Patrono fez com que o bicho-papão recuasse e tropeçasse. Em seguida, Harry imaginou a tenebrosa figura vestida como um colorido destaque de escola de samba e, quando a imagem se formou em sua mente, emendou com outro feitiço _ “RIDDIKULUS!


 


A figura colorida ficou sambando e rebolando na caverna, enquanto ele avançou. Na área seguinte era proibido usar varinhas, mas ele viu uma Ninja-to sobre uma bancada e a pegou. Logo em seguida, foi atacado por três bonecos animados, empunhando Dai-Katanas e vestidos como Ronins das Trevas. Utilizando o estilo de Togakure, combateu contra os três. Cada um dos adversários ficava paralisado ao ser tocado pela espada. Harry levara vantagem, pois naquele espaço mais fechado espadas menores eram mais eficientes. Como a Ninja-to tinha mais ou menos o tamanho de uma Kodachi, o sucesso do bruxinho foi garantido. Sobre uma outra bancada, havia uma pistola semi-automática. Estranhando um pouco, Harry deixou a espada e empunhou a arma de fogo. As luzes se acenderam e ele se viu em um estande, no qual havia um alvo oficial, a cerca de vinte e cinco metros. Deduzindo que deveria acertá-lo, apontou e preparou-se para disparar. O alvo começou a se aproximar, suspenso pelo arame, começando a se mover e também sacando uma pistola. Instintivamente, Harry disparou e acertou o primeiro tiro no ombro, fazendo com que o alvo largasse a arma. O segundo tiro foi bem no centro do alvo.


 


Aquilo fez com que se abrisse a porta que dava acesso à saída da pista. Lupin estava esperando e cumprimentou Harry, sorridente.


 


_Monitorei tudo, Harry. Você obteve nota máxima. Meus parabéns.


_Obrigado, professor. _ disse Harry.


 


Como Hermione havia desistido de Adivinhação, seu último exame seria Estudo dos Trouxas. Janine, que havia optado por Adivinhação mas não por Estudo dos Trouxas, não teria a mesma sorte. Teria de encarar Sibila Trelawney, a quem também considerava uma picareta, com sua bola de cristal. Os amigos aguardavam o horário das provas que encerrariam o período de exames, nos jardins da escola, quando viram três bruxos se aproximando. Cornelius Fudge, acompanhado de um bruxo idoso, representante da Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas e do executor, Walden McNair, o qual carregava seu afiado machado.


 


_Olá, jovens. _ disse Fudge _ E então, Srta. Sandoval, como está se adaptando a Hogwarts?


_Bastante bem, Ministro. Muito obrigada. _ respondeu Janine _ Em visita oficial?


_Sim. E não é das mais agradáveis. Como sabem, hoje será o julgamento do recurso sobre o hipogrifo Bicuço. Vim servir como testemunha e também falar com Dumbledore sobre o caso de Sirius Black.


_Mas se o Sr. McNair já veio, quer dizer que a execução é certa. _ disse Rony.


_Não necessariamente, Sr. Weasley. _ disse McNair _ Se o hipogrifo for julgado culpado, ganhamos tempo se eu já estiver aqui. Se ele for inocente, volto para Londres sem precisar sujar o machado.


_E o senhor não pensa nos animais que acaba executando? _ Hermione estava curiosa.


_Se eu começar a pensar muito, Srta. Granger, acabo enlouquecendo. Prefiro  imaginar que, se eu não fizer isso, o animal poderá ferir muitas pessoas. _ disse McNair, repousando seu enorme machado na mureta do pórtico _ Infelizmente, quase todos os hipogrifos têm um potencial para a agressividade descontrolada e são refratários a serem domesticados. Hagrid consegue verdadeiros milagres (“Pois sim, se não fosse um assassino sanguinário, não entalharia tantas marcas no cabo de seu machado”, pensou Janine).


_Não sei, Sr. McNair. _ disse Janine _ Entre os trouxas, costuma-se dizer a mesma coisa a respeito de certas raças de cães, tipo o Pitbull. Mas já vi muitos bem mansos.


_Ora, você é a Srta. Sandoval, a aluna transferida do Brasil. Certa vez Dumbledore esteve em sua antiga escola, parece que foi ver um caso de criatura perigosa, também.


 


Recordando-se de uma conversa que tivera com Dumbledore, Janine tratou de agir como se realmente tivesse vindo de uma escola de magia.


 


_Ah, sim. Mas Dumbledore conseguiu provar que não seria preciso executá-lo. Só foi preciso encontrar o jeito certo de amansar a criatura. _ e Janine explicou _ Há alguns anos, Dumbledore esteve no Rio Grande do Sul, a pedido do Diretor da Sepé Tiaraju. Um Boitatá começou a apresentar um comportamento anormal. Os Boitatás protegem os campos e vegetações, somente atacando quem atear fogo neles, mas aquele estava atacando indiscriminadamente e estava começando a atrair a atenção dos trouxas.


 


_Como assim? _ perguntou Rony.


_O primeiro Boitatá, cujo nome significa “Serpente de Fogo” em língua Tupi-Guarani, teve origem em uma cobra gigante, a Boiguaçu, que fugiu para um local elevado junto com outros animais, durante uma inundação. _ disse Hermione _ Quando a fome apertou, ela começou a atacar e comer outros animais. A parte que ela mais apreciava eram os olhos, que foram deixando-a luminosa mas, por não serem nutritivos, ela também foi ficando cada vez mais fraca, até que morreu e depois ressuscitou como uma serpente de fogo, mas de um fogo azul e gelado, que queimava por congelamento.


_E quando começaram a aparecer pessoas queimadas por congelamento, concluíram que era um Boitatá descontrolado. _ comentou Harry _ E o Ministro da Magia do Brasil, Leonardo Mafra, acabou pedindo a ajuda de Dumbledore.


_Exatamente. _ disse Fudge, lembrando-se do caso _ Ele descobriu uma maneira de capturarem e tratarem o descontrole daquele Boitatá, sem destruí-lo.


_Certo, certo. _ disse McNair _ Mas, já que a Srta. Sandoval mencionou o meio trouxa e é do Rio Grande do Sul, vamos nos lembrar de que lá há muitos cavalos bem... “incontroláveis”.


_Mas não impossíveis de amansar, Sr. McNair. _ disse Janine _ Eu mesma já domei muito potro xucro na estância dos meus avós, inclusive alguns julgados como casos perdidos. Não é o animal, é a pessoa.


_OK, Srta. Sandoval. Eu não vou discutir isso, mas terei de cumprir minhas ordens, como eu já disse. Tudo dependerá do veredito do recurso. _ disse McNair.


_Então há a possibilidade de Bicuço não precisar ser executado. _ disse Rony, ainda com esperanças.


_Bem, vamos logo, então. _ disse o bruxo idoso _ Quero ver se conseguimos retornar a Londres antes do anoitecer, pois a noite promete ser úmida e meu reumatismo vai dar sinal de vida.


 


Os três dirigiram-se à cabana de Hagrid, para que o velho magistrado pudesse julgar o caso. Enquanto isso, aqueles que teriam de realizar o exame de Adivinhação foram em direção à sala da Profª Trelawney. As meninas que eram admiradoras da professora, saíam da sala após o exame, sem dizer uma palavra sobre o que foi perguntado, afirmando que coisas horríveis aconteceriam se revelassem o conteúdo da prova.


 


_ “Mais viva que cavalo de contrabandista, tchê”. _ disse Janine _ Tudo para a picareta manter a mística. Bem, chegou a minha vez. Vamos ver no que dá.


 


Harry e Rony riram-se da expressão tipicamente gaúcha. Assim que Janine saiu, foi a vez de Soraya, seguida por Rony, Neville e Nereida. Depois da garota, Harry ouviu a voz da Profª Trelawney e entrou na sala.


 


_Harry, seu exame versará sobre Cristalomancia. _ disse ela _ Examine o orbe, a bola de cristal, com bastante atenção e me diga o que vê.


 


Achando que não veria nada além da névoa do globo, Harry olhou e de repente teve de segurar o fôlego. Acabara de ver a imagem de Sirius Black, com um olhar firme e falando lentamente, de modo que Harry conseguia ler seus lábios (“Doze anos. Doze anos de espera e, finalmente, o momento chegou. Agora você não me escapará”, foram as palavras que Harry percebeu, ao interpretar a leitura labial da imagem de Sirius). Em seguida, a imagem se desvaneceu, sendo substituída pela de Bicuço, voando para longe dos terrenos de Hogwarts, com alguém montado em seu dorso. Alguém que Harry não conseguia identificar.


 


_E então, Harry, viu algo? _ perguntou Sibila Trelawney.


_Sim, professora. _ respondeu Harry, omitindo o fato de ter visto a figura de Sirius, principalmente com aquela atitude estranha _ Eu vi o hipogrifo de Hagrid, Bicuço, voando para longe de Hogwarts.


_Tem certeza, Harry? _ a professora parecia meio contrariada _ Vivo e voando para longe daqui? Mas a execução dele é praticamente garantida.


_Foi o que vi, professora. _ disse Harry.


_Bem, talvez sua visão tenha sido distorcida pela sua amizade por Hagrid e pelo desejo de que Bicuço se salve. _ disse ela, com uma discreta lágrima descendo pelo seu rosto e dando um suspiro _ Eu também queria que aquele pobre animal não tivesse de ser executado, não percebi nenhuma maldade ou tendência à violência gratuita nele. Mas, com a influência do Sr. Malfoy no Ministério e com o fato de McNair já ter vindo acompanhando Fudge...


 


A professora ficou catatônica e Harry levantou-se para ver se ela estava passando bem. Ele não esperava que ela demonstrasse um sentimento profundo assim pela criatura. Mas o que aconteceu em seguida o deixou espantado. A voz da Profª Trelawney tornou-se grave e cavernosa, quando ela abriu a boca e começou a falar, com os olhos desfocados.


 


_ “A verdade surgirá, nesta noite. Aquele que passou mais de uma década ocultando sua verdadeira natureza irá se revelar para demonstrar sua lealdade ao Lorde das Trevas, pavimentando a estrada para o seu retorno e o prelúdio de uma nova era de terror para a Bruxidade. Sim, antes da meia-noite o servo e o mestre irão se reunir e uma vez mais a tenebrosa Marca Negra será vista nos céus, para anunciar o retorno do Mestre das Serpentes...


 


A professora se calou e o seu olhar voltou ao normal.


 


_Professora Trelawney, a senhora acabou de fazer uma previsão! _ exclamou Harry, surpreso.


_Previsão? Pensei ter cochilado. O que foi que eu disse? _ perguntou a professora.


_Era algo sobre o retorno de Voldemort... desculpe, professora. Não precisa ficar tremendo à menção do nome dele. A senhora disse que ele retornaria e que seu servo iria se reunir a ele.


_Tem certeza de que não teve uma alucinação, querido? Sei que não tenho nenhum incenso alucinógeno, mas algumas pessoas podem ter sensibilidade ao seu aroma e relaxar ao ponto de cochilar.


_Não, professora. Eu estava bem consciente e ouvi tudo o que a senhora disse, todas as palavras. _ disse Harry, resoluto _ Sei que é muito sério, mas foi o que ouvi.


_É uma previsão muito terrível, pior do que eu poderia imaginar. Não diga a ninguém, para não criar pânico. Talvez somente a Dumbledore... sim, vou falar pessoalmente com ele. Pode ir, Harry.


 


Chegando à Sala Comunal, depois de atravessar os corredores, refletindo no que ouvira e na aparente descrença da Profª Trelawney (“Será que nem mesmo ela acredita no que diz? Pode ser que seja isso”, pensou o bruxinho), Harry encontrou os outros todos reunidos a um canto. Rony, Hermione, Soraya e Janine estavam com caras muito preocupadas. Gina e Algie ainda estavam realizando as últimas provas e Neville estava esperando por Luna.


 


_O que houve? _ Perguntou ele, resolvendo deixar para depois o relato do que ocorrera.


_Hagrid nos mandou um bilhete, avisando que o veredito foi mantido. Bicuço será executado. _ disse Janine, com os olhos úmidos.


_Aqui está o bilhete. _ disse Rony _ A execução será ao pôr-do-sol e ele não quer que desçamos.


_Mas é lógico que vamos lá. _ disse Hermione _ Temos de ao menos passar algum tempo com ele.


_Harry não pode ser visto. _ disse Soraya _ Lembrem-se de que ainda pensam que papai está atrás dele.


_Quanto a isso não há problema. _ disse Harry, subindo _ Vou pegar a minha Capa de Invisibilidade.


 


Assim que Harry desceu, os amigos dirigiram-se à saída, onde encontraram Nereida. Em um canto meio escondido, o bruxinho tratou de se ocultar sob a capa e todos saíram pela enorme porta do saguão, rumo à cabana de Hagrid. Lá chegando, Hermione bateu à porta e o enorme Guarda-Caça veio abrir.


 


_Oh, são vocês. _ disse ele sem chorar, mas com os olhos pesados _ Mesmo eu tendo dito que não queria que vocês viessem...


_Somos seus amigos, Hagrid. _ disse Harry, removendo a Capa de Invisibilidade e dobrando-a _ Acha que nós iríamos deixá-lo só?


_Vocês, jovens... _ disse Hagrid, abraçando-os _ Vejam, Bicuço continua ali, entre as abóboras, Coitado, não sabe o que o espera.


 


De fato, o hipogrifo estava deitado entre as enormes abóboras e não parecia estar prestando a menor atenção.


 


_Ele sabe. _ disse Janine, triste _ Só que não demonstra. Já vi esse olhar em cavalos que já estavam com idade avançada e sabiam que iriam morrer, quer por causas naturais, quer tivessem de ser sacrificados.


 


Saíram e aproximaram-se de Bicuço, todos prestando reverência e sendo correspondidos. Harry acariciou o bico do animal que, novamente, arrulhava como um pombinho. Em seguida, retornaram para a cabana.


 


_Ah, antes que eu me esqueça, tenho algo aqui para você, Rony. _ disse Hagrid, tirando algo de dentro de uma lata _ Deveria ser mais cuidadoso com sua mascote.


_PEREBAS! _ exclamou Rony, recebendo seu rato das mãos do professor.


_Creio que você deve pedir desculpas a alguém, Rony. _ disse Nereida.


_Vou me lembrar de pedir desculpas ao Bichento, quando encontrá-lo, pode deixar que não me esquecerei... brincadeirinha, Mione. _ disse o ruivo, ao ver o olhar ameaçador de sua namorada _ Acho que me precipitei, Perebas deve ter fugido, só com alguns arranhões, ficando escondido por aqui.


_Eu o encontrei ontem e tratei dos seus arranhões. Pode levá-lo... epa, acho que vem gente aí.


 


_Dumbledore, Fudge e McNair. _ disse Soraya _ Temos de sair daqui.


 


Saíram pelos fundos e atravessaram o canteiro de abóboras, entrando na orla da Floresta Proibida apenas o suficiente para não serem vistos. Em um ponto mais distante, esconderam-se atrás de um dólmen e ficaram a observar a cabana de Hagrid. Em dado momento, viram Dumbledore, Hagrid, Fudge e McNair saindo da cabana, em direção ao canteiro de abóboras.


 


_Merlin! _ exclamou Janine _ Aquele carrasco vai...


 


A bruxinha brasileira não concluiu sua frase e caiu de joelhos. A cena a seguir foi por demais chocante, ainda que não pudessem ver o hipogrifo ser atingido. McNair ergueu seu machado e o desceu em um golpe preciso.


 


 


 


Uma nova marca a ser entalhada no cabo.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • Luiza Snape

    Bom pra começar,leio suas fics faz um bom tempo e estou adorando essa fic!!! Adorei que a Jan apareceu na história! Ontem quando li as duas primeiras fics até fiquei pensando nela e meu não vejo a hora de continuar a ler os próximos capítulos! E a série Bruxos Ninjas? Parou por um tempo ??? Beijos 

    2015-08-23
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.